“Nunca observamos galáxias deste tamanho colossal, tão cedo após o Big Bang”, disse o astrônomo Ivo Labbé, da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, que liderou o esforço de pesquisa internacional. “Todas as seis galáxias que encontramos têm mais de 12 bilhões de anos – apenas 500 a 700 milhões de anos após o Big Bang – e atingem tamanhos de até 100 bilhões de vezes a massa do nosso sol. Isso é grande demais para existir mesmo nos modelos atuais”, acrescentou.
Os objetos foram detectados em observações feitas pelo James Webb durante seus primeiros meses de operação. Um de seus principais objetivos é olhar mais para esse espaço-tempo do que qualquer outro instrumento anterior, e os astrônomos não perderam tempo em obter as primeiras observações para esse fim. “Observamos o universo primitivo pela primeira vez e não tínhamos ideia do que iríamos encontrar”, disse o astrônomo Joel Leja, da Universidade Estadual da Pensilvânia. “E descobrimos algo tão inesperado que realmente cria problemas para a ciência. Isso lança dúvidas sobre toda a imagem da formação galáctica inicial.”
De acordo com os modelos cosmológicos, o início do cosmos não era nada parecido com o que é agora. Primeiro, a sopa quente de partículas que surgiu após o Big Bang teve que esfriar o suficiente para congelar em átomos, preenchendo o volume do espaço principalmente com hidrogênio e hélio. É a partir desse gás que começaram a se formar as primeiras estrelas e galáxias, cerca de 150 milhões de anos após o Big Bang. A evidência observacional para este período na história do nosso universo tem sido difícil de encontrar, mas a linha do tempo é razoavelmente suportada pelas evidências.
“E a linha do tempo sugere que, no período entre cerca de 500 milhões e 700 milhões de anos após o Big Bang, as galáxias ainda estariam se unindo. A revelação de que a formação de grandes galáxias começou muito cedo na história do universo vira de cabeça para baixo o que muitos de nós pensávamos ser ciência estabelecida”, explicou Leja. “Temos chamado informalmente esses objetos de ‘disjuntores do universo’, e até agora eles têm feito jus ao seu nome.”