Há 30 anos a NASA lançava duas pequenas sondas espaciais. Em 20 de Agosto de 1977 partia a Voyager 2 e poucos dias depois, em 5 de Setembro, partia a Voyager 1 – é isso mesmo, a Voyager 2 foi lançada primeiro. Provavelmente nenhum de seus idealizadores imaginava que sua missão durasse tanto. Três década depois, uma pequena equipe de pouco mais de 10 pessoas continua dedicando todo o seu tempo a receber os dados científicos das duas sondas.
O nome das duas sondas não poderia ter sido melhor escolhido. As Viajantes 1 e 2 já se tornaram os objetos feitos pelo homem que mais se distanciaram da Terra. Elas já saíram dos limites do Sistema Solar e estão hoje a uma distância três vezes maior do que o ex-planeta Plutão. São uma verdadeira lenda viva da exploração espacial.
A missão original das Voyager deveria durar 5 anos e consistiria na exploração de Júpiter e Saturno. Doze anos depois, elas já haviam cumprido seu trabalho original, mapeado as luas dos dois gigantescos planetas e, de quebra, feito as primeiras explorações de Urano e Netuno.
Foram elas que revelaram a atmosfera turbulenta de Júpiter, suas tempestades e os vulcões de sua lua Io. Elas também revelaram que os anéis de Saturno possuíam ondas e eram formadas por uma fina estrutura parecida com blocos de gelo.
Depois disso já se passaram 18 anos. As duas sondas já avaliaram a heliosfera externa do Sol e sua fronteira com o espaço interestelar e continuam em frente. Os cinco instrumentos científicos das duas sondas continuam funcionando perfeitamente, consumindo 300 watts de potência.
A Voyager 1 está hoje a cerca de 15,5 bilhões de quilômetros do Sol. A Voyager 2 está a 12,5 bilhões de quilômetros. Tão distantes do Sol, elas não teriam chance se usassem painéis solares – elas só continuam funcionando porque ambas são alimentadas por um pequeno reator nuclear, que as manterá vivas ainda por vários anos.