O programa SETI@Home completou 10 anos em 2010. É um protetor de tela que utiliza o tempo ocioso dos computadores de voluntários ao redor do mundo a fim de processar informações do programa de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI), recolhidas pelo grande radiotelescópio de Arecibo.
O SETI@Home foi o protótipo a partir do qual surgiram diversos projetos de computação colaborativa. Exemplos destes vão da criação de um modelo matemático para o clima da Terra até a busca por moléculas capazes de proporcionar a cura para doenças graves. Outras disciplinas utilizam-se desse método para avançar em suas pesquisas, pois programas assim são infinitamente mais baratos que os sempre ocupados supercomputadores.
Atualmente o SETI@Home e outros programas são baseados na plataforma Infraestrutura Aberta de Berkeley para Computação em Rede (BOINC), criada pela Universidade de Berkeley e que dá suporte a vários outros projetos, como o Einstein@Home. Este é um projeto da Universidade de Winsconsin (Estados Unidos), e Instituto Max Plank de Física Gravitacional (Alemanha), a fim de buscar sinais de ondas gravitacionais previstas na Teoria da Relatividade de Albert Einstein.
Os dados processados pelo Einstein@Home são do observatório americano LIGO, e o projeto também busca sinais de pulsares baseados em informações do radiotelescópio de Arecibo. E foi anunciado que um novo pulsar foi descoberto utilizando-se do programa.
Os responsáveis foram os voluntários Chris e Helen Colvin, dos Estados Unidos, e Daniel Gebhart da Alemanha. O objeto, designado como PSR J2007+2722, é uma estrela de nêutrons com uma rotação de 41 giros por segundo. Situa-se na Via Láctea, a 17.000 anos-luz da Terra. A maioria dos astros semelhantes possui uma estrela companheira, o que não é o caso do PSR J2007+2722.
Alguns cientistas consideram que este é um pulsar antigo que perdeu o companheiro, embora não descartem ser um astro jovem, com campo magnético fraco para essa classe de objeto. O responsável pelo Einstein@Home, Bruce Allen do Instituto Max Plack, afirma que esse sucesso pode inspirar mais voluntários a se juntarem ao projeto. O artigo relatando a descoberta foi publicado pelo Science Express, a publicação online da revista Science.