O universo além de misterioso, é cheio de surpresas. Quando parece que começamos a compreendê-lo, ele surpreende a todos com novidades inusitadas. Quantos desses mistérios já serão conhecidos de outras civilizações, só podemos especular, mas se queremos nos comunicar com seres que viajam pelo cosmos, também precisamos aprender.
Os astrônomos tendem a ter um senso de tempo um pouco diferente do que o resto de nós. Eles estudam regularmente eventos que aconteceram há milhões ou bilhões de anos atrás e objetos que existem há longo tempo.
Mas, uma estrela de nêutrons recentemente descoberta, conhecida como Swift J1818.0-1607, mudou tudo de forma notável. Um novo estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters estima que ela tenha apenas cerca de 240 anos, uma recém-nascida para os padrões cósmicos.
O Observatório Neil Gehrels Swift da NASA avistou o jovem objeto em 12 de março, quando lançou uma explosão maciça de raios-X. Estudos de acompanhamento do observatório XMM-Newton da Agência Espacial Europeia e do telescópio NuSTAR da NASA, revelaram mais características físicas da estrela de nêutrons, incluindo aquelas usadas para estimar sua idade.
Magnetar, uma pepita rara
Nascimento de um magnetar em concepção artística. Crédito: TecMundo
Uma estrela de nêutrons é uma pepita incrivelmente densa de material estelar, que resta após uma estrela massiva se tornar supernova e explodir. Na verdade, elas são alguns dos objetos mais densos do universo, perdendo apenas para os buracos negros.
Para se ter uma ideia, uma colher de chá de material estelar de nêutrons pesaria 4 bilhões de toneladas na Terra. Os átomos dentro de uma estrela de nêutrons são esmagados com tanta força que se comportam de maneiras não encontradas em nenhum outro lugar.
A Swift J1818.0-1607 comporta o dobro da massa de nosso Sol, em um volume mais de um trilhão de vezes menor.
Com um campo magnético até 1.000 vezes mais forte que uma estrela de nêutrons típica, e cerca de 100 milhões de vezes mais forte do que os ímãs mais poderosos produzidos por seres humanos, o Swift J1818.0-1607 pertence a uma classe especial de objetos chamados magnetares, os objetos mais magnéticos do universo.
O passado no presente
Ex-presidente dos Estaos Unidos George Washington Crédito: Mundo da Política
E ela parece ser o magnetar mais jovem já descoberto. Se sua idade for confirmada, isso significa que a luz da explosão estelar que a formou teria atingido a Terra na época em que George Washington se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos.
“Esse objeto está nos mostrando um período anterior à vida de um magnetar, muito antes de sua formação”, disse Nanda Rea, pesquisadora do Instituto de Ciências Espaciais de Barcelona e principal pesquisadora das campanhas de observação dos observatórios XMM Newton e NuSTAR.
A jovem estrela Swift J1818.0-1607 está localizada na constelação de Sagitário e é relativamente próximo da Terra, a apenas 16.000 anos-luz de distância. Isso significa que o que estamos vendo a luz que a estrela de nêutrons emitiu cerca de 16.000 anos atrás, quando tinha cerca de 240 anos.
Conforme lembra o consultor da UFO, o geomorfólogo e astrônomo amador Dino Nascimento, “o estudo astronômico é também um estudo histórico, pois quando observamos um objeto a anos luz estamos, na verdade, observando algo do passado”.
Muitos modelos científicos sugerem que as propriedades físicas e os comportamentos dos magnetares mudam à medida que envelhecem, e que os magnetares podem ser mais ativos quando mais jovens. Portanto, encontrar uma amostra mais jovem assim tão perto ajudará a refinar esses modelos.
Fonte: Phys.org
Assista, abaixo, um video do Space Today sobre magnetares: