Este blog nasceu com o intuito de explorar duas áreas de atuação com as quais a Ufologia possui uma grande proximidade, que vem a ser a Ciência e a Ficção Científica. Ambas, aliás, estão profundamente ligadas no gênero da Ficção Científica desde as obras do grande mestre e pioneiro Julio Verne, que inclusive recomendo já que estão disponíveis nas bancas. Clicando aqui, pode-se visualizar informações a respeito.
Verne escrevia ficção como forma de popularizar a ciência, o que conseguiu brilhantemente, inaugurando o subgênero da ficção hard, solidamente baseada nos conhecimentos científicos. Já seu contemporâneo, H.G. Wells, também foi pioneiro na ficção soft, em que os elementos científicos serviam apenas como fundação básica para uma literatura mais especulativa que ultrapassava os limites do conhecimento científico estabelecido.
As duas vertentes da ficção científica permanecem até hoje dividindo o coração de leitores, espectadores e fãs. Finda esta explicação, já que os posts anteriores deste blog, dedicado a Ufologia, Ciência e Ficção Científica, tiveram como tema esta última, chegou a vez de falarmos de Ciência. Especificamente, como foi obtida a extraordinária foto que ilustra este texto. Como muitos leitores bem podem ter desconfiado, trata-se de mais uma proeza do magnífico Telescópio Hubble.
Desde que foi colocado no espaço pelo ônibus espacial Discovery, na missão STS-31 em 24 de julho de 1990, o Hubble revolucionou nosso conhecimento a respeito do universo. Além das belas fotos que encantaram o mundo, o telescópio, batizado em honra ao astrônomo Edwin Hubble, forneceu para a comunidade astronômica uma quantidade inimaginável de informações.
Por volta de 2003, após mais uma missão de õnibus espacial que lhe fez uma manutenção, o Hubble foi equipado com a câmera WFPC2 (Câmera Planetária de Campo Amplo). Entre 24 de setembro de 2003 e 16 de janeiro de 2004 o telescópio foi seguidamente apontado e captou imagens de um pequeno quadrante no céu, uma área em que os mais potentes telescópios de então viam como totalmente vazia, na direção da constelação de Fornax.
O resultado foi a imagem que ilustra este post, conhecida como HUDF (Hubble Ultra Deep Field, ou Imagem de Campo Ultra Profundo do Hubble). Ela é a imagem mais profunda já obtida do universo, e contém cerca de 10.000 objetos, a maioria dos quais galáxias formadas entre 400 e 800 milhões de anós após o Big Bang. Este foi a explosão primordial que teria dado origem ao nosso universo, e que o próprio Hubble ajudou os cientistas a determinar que ocorreu aproximadamente há 13.7 bilhões de anos.
Para ser postada aqui, essa espetacular fotografia teve que ser reduzida. Clicando aqui, na página da Wikipedia dedicada a HUDF, uma versão muito maior, com 18 MB, pode ser conferida. A Imagem de Campo Profundo comprova que, com nosso universo tendo uma fração de sua idade atual, já existiam galáxias formadas por bilhóes de estrelas. Seguramente já havia planetas, e talvez até vida. Como escrevi em outro artigo, para o site Aumanack do qual sou co-editor quando do aniversário de 18 anos do Hubble em órbita, mesmo que ainda não tenhamos as fabulosas naves estelares da Ficção Científica, máquinas como o Hubble já permitem que exploremos o universo, e façamos descobertas fascinantes como esta.