Há 70.000 anos os humanos modernos dividiam o planeta com Neanderthais, e quem olhasse para os céus nessa época provavelmente observou uma estrela vermelha se destacando no firmamento. Esse astro é chamado Estrela de Scholz, sua massa é equivalente a somente 9 % daquela do Sol, e atualmente se situa a 20 anos-luz de nosso Sistema Solar. Porém, ao tempo desses nossos remotos antepassados, ela passou a menos de um ano-luz de distância, cruzando a Nuvem de Oort, uma enorme bolha de cometas e pequenos asteroides que circunda nosso canto do Universo a aproximadamente essa distância. Essa passagem próxima já havia sido calculada em 2015 por uma equipe de pesquisadores, que chegaram a essa conclusão medindo o movimento e velocidade de Scholz.
A Estrela de Scholz tem uma companheira, uma anã marrom, um astro grande demais para ser um planeta, porém sem tamanho suficiente para iniciar o processo de fusão nuclear que acontece no núcleo das estrelas. O estudo que acaba de ser divulgado foi feito por uma equipe liderada por Carlos de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madri. Eles analisaram 339 cometas e asteroides de nosso sistema que possuem órbitas hiperbólicas, objetos que teoricamente podem ter vindo de fora do Sistema Solar, como o conhecido Oumuamua (confira nos links abaixo). Porém, tais corpos também podem ser nativos daqui, e lançados nessas trajetórias por interações com o próprio Sol ou planetas. Além disso, objetos da Nuvem de Oort podem ter suas trajetórias perturbadas pela própria galáxia, ou por estrelas que passem muito próximas.
A equipe espanhola analisou as órbitas com simulações numéricas, e em princípio as posições desses objetos deveriam ser distribuídas uniformemente, sendo eles nativos da Nuvem de Oort. Entretanto a equipe descobriu dados estatísticos que comprovam que as trajetórias de 36 desses corpos apontam para a mesma direção, a da Constelação de Gemini, a mesma direção na qual aconteceu o encontro com a Estrela de Scholz há 70.000 anos. Oumuamua não veio dessa direção, reforça a equipe, e portanto é genuinamente um objeto alienígena ao Sistema Solar. Os espanhóis destacam ainda seis objetos de sua lista que também podem ter origem fora de nosso sistema, incluindo o cometa Ison, que se desfez em sua passagem próxima do Sol em novembro de 2013. Outro cometa que pode ter vindo do espaço interestelar é o C/1999 U2. Ele não é observado desde 2005, mas é possível que outro objeto, C/2005 W5, seja o mesmo. A pesquisa salienta que é importante analisar os efeitos de tais interações de estrelas que passem perto de nosso Sistema Solar, fenômeno que deve se repetir em cerca de 1,35 milhões de anos, com a estrela Gliese 710.
Leia o artigo dos cientistas espanhóis
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Saiba mais:
Livro: Cataclismo
Por todos os cantos do planeta encontramos evidências de que a trajetória da espécie humana teve uma paralisação em algum momento da Antiguidade. São abundantes os artefatos e monumentos construídos há milhares de anos que parecem ter sido atingidos por este momento crucial de nossa história. O autor de Cataclismo: A Tragédia que Apagou a História Humana, o consagrado pesquisador e escritor canadense Brien Foerster, astro da série Alienígenas do Passado, do History Channel, sustenta que este episódio raro teria se dado por volta de 12 mil anos atrás.