Quase toda semana, um personagem de nossa Ufologia freqüenta os mais diversos programas da televisão brasileira, de todas as redes do país, além de ser requisitado regularmente para entrevistas a emissoras de outras nações. Enfrenta auditórios dos mais diversos tipos e aceita debater Ufologia com os mais destacados entrevistadores – alguns até sarcásticos e debochados. Mas ele tira isso de letra, mostrando sem sombras de dúvida que Ufologia é coisa séria e que os alienígenas estão de fato aqui, na Terra, observando-nos.
Na mídia impressa sua presença também é notada com grande destaque, tendo publicado incontáveis matérias ou dado entrevistas para as mais variadas publicações nacionais, voltadas para públicos heterogêneos. \”O importante é mostrar que a Ufologia é praticada com dedicação e seriedade, por gente que sabe o que faz\”, diz ele. Em sua lógica, quanto mais firmemente apresentado na Imprensa, mais o Fenômeno UFO reterá o respeito do chamado povão – que de uns tempos para cá, como resultado de tamanha divulgação, já não se pergunta se os UFOs existem de fato.
Tal personagem é o engenheiro Claudeir Covo, um dos mais sérios e atuantes ufólogos do país, responsável por expressiva quantidade de casos bem pesquisados e documentados. Claudeir se especializou logo cedo em análises de fotos e filmagens de UFOs, aproveitando sua formação profissional. Hoje, é um dos principais investigadores de implantes em nosso país. Foi um dos pesquisadores do Caso Varginha e, junto ao também engenheiro Ricardo Varela, desvendou o mistério da sonda de Capão Redondo. Desde 1996, Claudeir é co-editor de UFO e nos recebeu nesta entrevista.
Claudeir, você está presente na Imprensa várias vezes por semana e no há quem não o reconheça como ufólogo. Como essa notoriedade alterou sua vida social e profissional? Quase toda semana, pelo menos uma vez, dou depoimento a algum órgão da Imprensa – seja televisão, rádio, revista ou jornal, nacional ou internacional. Antigamente, os jornalistas vinham até a minha casa, talvez para me conhecer pessoalmente e assim verificar se sou uma pessoa normal e não algum maluco da Ufologia. Hoje, já bem conhecido da Imprensa, me entrevistam por telefone. Muitas vezes já tive que estacionar no acostamento da Via Anchieta ou da Castelo Branco, indo ou voltando do serviço, para participar ao vivo de algum programa de rádio via celular. Quanto à minha vida social e profissional, no entanto, tamanha atividade não alterou em nada minha rotina, uma vez que continuo sendo e sempre serei a pessoa simples e humilde que meus pais me ensinaram a ser. Hoje é muito comum alguém se aproximar de mim e perguntar, conhecendo-me de algum lugar, ainda que sem saber de onde: você trabalhou na empresa tal? Você estudou na escola tal? Meu irmão e minhas irmãs, depois que dão a conhecer seu sobrenome Covo, é muito comum serem questionados a meu respeito. \”Você conhece o ufólogo Claudeir Covo?\” perguntam. Dou muitas risadas com isso. Infelizmente, existe o lado negativo dessa popularidade, quando pessoas com muita inveja – sei lá por que razão – acabam inventando calúnias a meu respeito. Mas é o preço que se paga por ser uma pessoa de vida pública…
Você já disse que acha importante o trabalho na mídia, mas reconhece que ela tem segmentos que tentam desmoralizar os ufólogos. Você acha que isso prejudica a Ufologia? Na mídia, sempre houve e sempre haverá aqueles jornalistas ou apresentadores que acreditam no Fenômeno UFO e aqueles que não acreditam. Nos últimos anos, a Imprensa, de uma forma geral, tem aberto muito espaço para a Ufologia. Infelizmente, também abre espaço para aqueles que se dizem ufólogos, quando na realidade são meros aproveitadores da boa fé das pessoas. No final, sempre será o telespectador que irá tirar as suas próprias conclusões e discernir entre o que está certo e o que está errado.
Você começou sua carreira ufológica como analista de fotos e filmes de UFOs. Por que seu interesse neste assunto? Em 1966, com apenas 16 anos de idade, comecei a me interessar e a estudar a Ufologia, assim como a Parapsicologia. Entre meus 4 e 12 anos de idade, juntamente com meus irmãos e vizinhos, presenciamos alguns estranhos fenômenos em nossa residência, como visões e sons típicos da Parapsicologia. Provavelmente, foi por causa dessa vivência bem cedo em minha vida, envolvendo muito medo, é que fui levado a pesquisar o desconhecido. Eu queria achar explicações para tais fenômenos e tais pesquisas me levaram a fundar, em 1975, o Centro de Estudos e Pesquisas Ufológicas (CEPU), que foi substituído em 1994 pelo Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA). Desde meus 12 anos de idade eu brincava com fotografia. Na época eu tinha um amigo cujo pai possuía um laboratório fotográfico em preto e branco. Eu e este amigo passávamos horas pensando em fazer truques fotográficos. Em 1977, já formado engenheiro, comecei a trabalhar em uma empresa no campo de desenvolvimento de prismas de lentes de faróis e lanternas automotivas. Tive que estudar ótica por quatro anos, por conta própria. Em 1981, juntamente com Carlos Alberto Reis, Jaime Lauda e Lúcio Manfredi [Ufólogos ativos nos anos 80 e hoje afastados da pesquisa], começaram meus primeiros trabalhos públicos na Ufologia. Unindo minha experiência em fotografia e minha área de atuação profissional, fiz várias fotos de falsos UFOs para mostrar ao público como é fácil enganar as pessoas. Foi nessa época que comecei a entrar na área de análises de fotografias ufológicas e, depois, de vídeos. Em 1984, minhas primeiras publicações a respeito, na revista Planeta, foram trabalhos técnicos muito importantes para os analistas de fotos ufológicas – UFOs Fantasmas e Análises Computadorizadas eram seus títulos. Tenho em meus arquivos mais de 5 mil fotos e cerca de 400 vídeos de UFOs. Já analisei algumas centenas de fotografias e várias dezenas de vídeos, mas, lamentavelmente, algo em torno de 90% delas não têm nada a ver com UFOs, e sim com fenômenos físicos.
Qual foi o filme ou foto de UFO que mais o impressionou e por quê? Temos muitos vídeos de boa qualidade vindos do exterior e outros ótimos feitos no Brasil. Para mim, o filme obtido por Heraldo Canalis, da empresa Mikson, em maio de 1986, é o melhor registro de UFO que já analisei. O recente vídeo de Capão Redondo também é um excelente registro de uma sonda ufológica.
Hoje você se dedica a investigar abduções. Por que migrou para esta área da Ufologia, após ter se consagrado analista de fotografias? Eu ainda continuo a analisar fotos de UFOs, mas esta é uma área ingrata. As pessoas me procuram com fotografias ou filmagens de luzes no céu e querem que eu afirme que são realmente naves extraterrestres. Quando tenho que dizer que não são, alguns aceitam resignados e outros viram meus inimigos! Alguns chegam a dizer que eu sou um \”antiufólogo\”, somente porque dei minha opinião profissional… Já as abduções e os implantes, para mim, são alguns dos aspectos mais importantes da Ufologia, pois resultam do contato direto da testemunha com tripulantes de UFOs.
O importante é mostrar ao público que Ufologia é coisa séria e praticada por gente de bem
Que evidências você acha mais inabaláveis de que as abduções são um fato real? Não tenho dúvidas de que as abduções são um fato real, pelas circunstâncias quase que padronizadas em todos os países, pelas marcas no corpo, pelas hipnoses, pelos detalhes relatados pelas testemunhas e principalmente pelo trauma que essa experiência causa.
Você esteve envolvido na pesquisa do Caso Varginha. O que acha que ficou faltando nela e como você espera que será o desfecho do caso? Fui convidado a participar das pesquisas do caso pelo Ubirajara Franco Rodrigues, que é meu amigo pessoal e um dos mais sérios, éticos e responsáveis ufólogos deste país. Acredito que os investigadores do caso chegaram muito perto de saberem e revelarem toda a verdade, mas o Serviço de Inteligência do Exército (S2), juntamente com militares norte-americanos, foram mais rápidos e organizados do que nós, conseguindo esconder muita coisa e espalhar gozação perante o público. Provavelmente, o desfecho do caso se dará quando os militares que participaram das operações abrirem a boca para a Imprensa, e não apenas para os ufólogos, como fizeram. Mas isso não irá acontecer tão cedo…
Você acha que um dia teremos um contato oficial e definitivo com ETs? Acredito que sim, mas antes a Ciência terá que provar a existência de vida extraterrestre inteligente no Universo – e isso irá ocorrer através dos radiotelescópios. Depois teremos que provar que essa inteligência está nos visitando em discos voadores, para o que também teremos que ter apoio oficial da Ciência. Nessa altura, as forças armadas estarão abrindo suas portas e revelando seus segredos sobre o assunto. Só depois disso tudo é que iremos ter um contato oficial e definitivo com extraterrestres. Eu continuarei a pesquisar os UFOs até que descubra o máximo que puder a seu respeito.
Quem faz Ufologia
Fazer Ufologia é encarado como uma missão por muita gente. O ufólogo, em geral, é nato. Quem pratica Ufologia quase sempre é gente que sempre o fez e espera que sempre irá fazê-lo. Dessa forma, o universo dos ufólogos não poderia ser mais heterogêneo. Pessoas de todas as formações, condições sociais, profissões, etnias e religiões – em praticamente todos os rincões do planeta – fazem Ufologia. E muitos o fazem com qualidade exemplar.
Este é o caso de Chuvisco e Tic Tac, uma dupla de palhaços e animadores de festa de João Pessoa (PB), filiados ao Centro Paraibano de Ufologia (CPB). Cláudio Quintans é Chuvisco e Maria do Socorro Carvalho é Tic Tac – ambos ufólogos de mão cheia que tomaram parte das grandes investigações na Paraíba, demonstrando grande competência e provando que Ufologia pode e deve ser praticada por todo mundo. Parabéns à dupla!
Alguns dos funcionários da Equipe UFO se destacam, mas ninguém conseguiu tanto quanto nossa ex-redatora e atual correspondente Danielle Naves de Oliveira, que trabalhou na revista entre 1994 e 1998. Ela hoje faz pós-graduação em Jornalismo na Sorbonne, a conceituada instituição francesa que tem em seus quadros as melhores cabeças do planeta. Formada em Mato Grosso do Sul, Danny agora brilha em Paris. E levou a UFO com ela!