O primeiro relato de aparição mariana tem registro no ano 39 d.C., quando Maria ainda vivia com João em Éfeso. Ela teria aparecido na Espanha para o apóstolo Tiago. Já nos séculos seguintes, até 1900, houve relatos de mais de 500 aparições. O que realmente surpreende é que vem ocorrendo uma quantidade exorbitante de testemunhos de observações a partir do século XX. Entre o período de 1900 a 1960, foram notificados 13 casos. A partir de 1960 até 1970, foram mais 43 testemunhos. Vale ressaltar que após 1970 foram registradas pelo menos 1.500 declarações oficiais em mais de 30 países nos cinco continentes. Além de aparições de Maria, também há relatos de anjos, santos, imagens que falam, choram, sangram e exalam perfumes. Nessas ocasiões são apresentados prodígios da natureza terrestre, do Sol, mudanças de clima, temperatura, nuvens, névoa, luzes, sons e cores. Vejamos alguns casos:
Guadalupe, México — Em 1531, Juan Diego passava pela Colina de Tepeyac, localizada perto da capital mexicana, quando ouviu uma suave melodia em pleno ar. Olhou e viu sobre uma nuvem branca uma linda senhora resplandecente de luz, envolta em um arco-íris.
La Salette, França — Em 19 de setembro de 1846, duas crianças — Maximino Giraud e Melanie Calvat — originárias de Corps, pastoreavam suas vacas nos arredores do lugarejo de La Salette. Melanie afirmou: “Vi uma magnífica luz mais brilhante que o Sol e mal pude dizer estas palavras: ‘Maximino, vê lá embaixo? Ah, meu Deus!’ Olhava bem fixamente aquela claridade que era imóvel, como se tivesse desabrochado. Percebi então outra luminosidade, bem mais brilhante e em movimento, e nela uma belíssima dama sentada sobre o nosso ‘Paraíso’ [Pequeno amontoado de pedras feito pelas duas crianças]. A Virgem falava então em dialeto”.
Lourdes, França — Em 08 de dezembro de 1854, numa cavidade de rochedo, uma moita se agitava como se houvesse muito vento sobre ela. Quase ao mesmo tempo saiu do interior da gruta uma nuvem dourada e, logo a seguir, uma senhora nova e bela. Era mais linda que todas as criaturas, como nunca se tinha visto antes. Veio pôr-se à entrada da concavidade, por cima do tufo de mato.
Fátima, Portugal — Em vários meses de 1917, Lúcia de Jesus dos Santos e seus primos Francisco e Jacinta Marto, residentes em Fátima, presenciaram a aparição de uma “donzela formosíssima”. Ela parecia ter 18 anos de idade e vinha rodeada de claridade fulgurante, tanto que as crianças, na primeira vez, se assustaram e pensaram em fugir [Veja matéria nesta edição]. O vestido da senhora era de uma “alvura puríssima de neve”, assim como o manto “orlado de ouro” que lhe cobria a cabeça e a maior parte do corpo. O rosto era de uma riqueza de linhas irrepreensíveis, com um ar sobrenatural e divino. As crianças surpresas pararam bem perto da senhora, dentro da luz que a envolvia, próximo a uma azinheira. Os presentes notaram uma nuvenzinha de cor acinzentada pairando sobre a árvore e perceberam também que o Sol se ofuscou e um vento fresco soprou, aliviando o calor daquele auge de verão. Em seguida, começou a se elevar e desapareceu na direção do nascente. Nesse momento, a senhora abriu as mãos e fez com que elas refletissem no astro. Após isso, começou então a se elevar, desaparecendo no firmamento.
Enquanto subia, o reflexo de sua própria luz era projetado. No momento em que se elevava da azinheira e rumava para o nascente, o Sol apareceu por entre as nuvens como um grande disco prateado brilhando com fulgor fora do comum, mas sem cegar a vista. Logo começou a girar rapidamente, de modo vertiginoso. Depois parou algum tempo e recomeçou a rodar velozmente sobre si mesmo, como uma imensa bola de fogo. Seus bordos se tornaram, a certa altura, avermelhados e ele espalhou pelo céu chamas de fogo num redemoinho espantoso. A luz dessas labaredas se refletia nos rostos do público, árvores, nos objetos todos, os quais tomavam cores e tons diversos, esverdeados, azulados, avermelhados, alaranjados etc.
Cerca de três vezes o astro, que na verdade se tratava de um objeto voador em manobras abaixo das nuvens e que naquele momento cobria todo o céu, girando loucamente diante dos olhos de todos, se precipitou em ziguezague sobre a terra. A multidão, apavorada e aterrorizada, pedia a Deus perdão por seus pecados e misericórdia. O fato durou cerca de 10 minutos. Todos o viram e ninguém ousou colocá-lo em dúvida, nem mesmo os livre-pensadores e agnósticos que ali haviam aparecido por curiosidade ou para zombar da credulidade popular. Não se tratou, como mais tarde imaginaram pessoas sem fé, de um fenômeno de sugestão ou excitação coletiva, porque foi visto à cerca de 40 km de distância por muitas pessoas que estavam fora do local das aparições e, portanto, longe da área de influência de uma pretensa sugestão ou excitação popular. Um pormenor espantoso foi notado por muitos: as roupas que se encontravam encharcadas pela chuva no início do fenômeno haviam secado prodigiosamente minutos depois.
Madri, Espanha — No dia 18 de junho de 1961, quatro jovens entre 11 e 12 anos – Conchita, Jacinta, Maria Dolores (Mari-Loli) e Maria Cruz (Mari-Cruz) – brincavam juntas nos arredores de sua aldeia quando ouviram um barulho estranho, algo como uma trovoada. Inopinadamente, um anjo deslumbrante estacou a frente delas. Aterrorizadas e em pânico as quatro correram instintivamente em direção à igreja da aldeia. Naquela ocasião, anunciavam a vinda de Nossa Senhora do Carmo para o dia 02 de julho seguinte. Por volta das 18h00, as jovens se encaminharam para o local onde tinham visto o ser. Pouco antes de chegarem, a Virgem apareceu tendo ao seu lado dois anjos, um deles reconhecido pelas meninas como São Miguel Arcanjo. Entrementes, pairava por sobre a senhora um gigantesco “olho” (provável objeto), que na opinião das garotas seria o de Deus. No dia esperado a santa foi ao encontro delas, com um vestido branco, manto azul e escapulário no pulso direito. Tinha cabelos castanho-escuros, rosto alongado, boca delicada e muito linda, segundo Conchita. Para a testemunha a voz também era bonita e impossível de imitar, “mulher alguma se parece com ela, tanto na voz, como no rosto”, afirmou.
De cabeças decaídas para trás e sem ver para onde iriam, as moças marchavam de braços dados para frente e para trás, sem a menor dificuldade, por sobre o terreno acidentado e perigoso, algumas vezes com passos tão rápidos que
os espectadores não conseguiam acompanhá-las. Uma testemunha, a senhorita Ascención de Luís, descreveu em 18 de março de 1962 num relatório um desses “vôos” das jovens. “A partir da aldeia, escalando a rampa rochosa até o pequeno bosque de pinheiros que pendia na direção da aldeia, a menina subia e descia a ladeira numa velocidade incrível”, destacou. Por vezes as garotas faziam lembrar aviões planando no ar, quando aparentemente sobrevoavam o terreno de braços estendidos, tocando apenas o chão com as pontas dos pés.
Medjugorje, Croácia — No dia 24 de junho de 1981 um acontecimento bastante raro transformaria a vida de outras seis pessoas em Medjugorje, pequena localidade cuja religião é predominantemente a católica [Veja matéria nesta edição]. Antes da chegada de Nossa Senhora apareceu por três vezes uma luz, sendo esse o sinal que antecedeu o acontecimento. A Virgem veio vestida com um manto cinza e véu branco. Seus cabelos eram pretos e tinha olhos azuis, sendo uma mulher extremamente linda. E quando perguntada por que era tão bonita, a santa respondeu às jovens videntes: “Sou bela porque amo”. Segundo as testemunhas, ela ensinou “que a beleza exterior nasce no coração, vem do nosso interior, quando amamos”.
Naquele mesmo dia em 1981, quando era realizada a festa de São João Batista, Mirjana e Ivanka passeavam nas encostas do Monte Podbrdo [Que significa ao pé da colina]. Ao cair da tarde viram no local uma silhueta luminosa de uma moça, com semblante radiante, pairando a uns 40 cm acima do solo. As jovens ficaram amedrontadas, voltaram correndo para casa e relataram a todos o que havia acontecido. Ivanka, Mirjana, Vicka e Ivan, que já tinham visto aquela senhora no dia anterior, voltaram à colina. Haviam combinado que caso tornassem a perceber alguma coisa iriam chamar Marija Pavlovic (a descrente do fenômeno) e Jakov Colo. Em Medjugorje têm aparecido vários sinais, observados também por outras pessoas e não apenas os seis videntes. A maior parte desses casos se deu no Monte Krizevac, também conhecido como a Colina das Aparições, diante da cruz de cimento a qual foi vista girar sobre si mesma, às vezes vertiginosamente em todas as direções do céu, para o norte, sul, leste e oeste.
Alguns confirmaram ter avistado junto à cruz uma figura feminina, envolta numa intensa luz que tornava inconfundível seus delineamentos. Em 02 de agosto de 1981, a multidão que se encontrava em peregrinação observou ao entardecer o Sol girar sobre si mesmo, se aproximando e afastando velozmente do lugar das aparições. Foi muito parecido com o milagre presenciado em Fátima, no dia 13 de outubro de 1917, e confirmado por mais de 70 mil pessoas. Depois viram o astro girando dentro de um coração, tendo abaixo outros seis menores. Espantados e assustados, os presentes começaram a rezar e chorar. Alguns até fugiram. Desceu, em seguida, uma nuvem luminosa sobre o Monte das Aparições. Decorrido algum tempo ela se afastou, indo em direção ao Sol, que por sua vez transmutou e desapareceu. O fato durou de 10 a 15 minutos e foi apreciado por cerca de 1.500 pessoas, que naquele momento se encontravam reunidas no local.
Anéis em torno do Sol — No dia seguinte, outro fenômeno ocorreu: o Sol de repente se tornou pálido. Ao seu redor giravam anéis e raios vermelhos que desciam sobre a Igreja de Medjugorje. Entrementes, surgiu uma nuvem grande e muito densa que pousou sobre a cruz, onde ficou por uns dois ou três minutos. Repentinamente, porém, se dissolveu, dando lugar a uma belíssima figura de mulher. Três dias depois, aproximadamente às 18h15, foi visto no lugar do crucifixo uma hóstia e sobre ele outro brilhante objeto cruciforme. Também foi observada a existência da palavra mir [Paz], escrita em letras grandes “com o fogo do céu”. No Monte Krizevac apareceu nos dias 21, 22 e 26 de outubro e 19 de dezembro de 1981, uma luz em forma de coluna, assumindo às vezes a aparência da letra T e depois cedendo lugar a uma jovem luminosa. “Ao invés da coluna branca, vi a silhueta de uma mulher vestida com um hábito cinzento, muito doce e luminoso, um pouco parecido com a luz de néon”, afirma o frei Stanko Vasilj, que se encontrava em Medjugorje no dia 22 de outubro.
Inúmeras são as testemunhas que viram, desde as distantes aldeias de Miletina, Citluk e Gradina, uma brilhante figura feminina sobre Krizevac. O acontecimento operou-se em diferentes horas do dia e os peregrinos de passagem por Medjugorje puderam observá-lo mais de uma vez. Em 28 de outubro de 1981, no lugar onde ocorreu a primeira aparição, surgiu repentinamente uma chama gigantesca que durou 10 a 15 minutos no ar. Muitas pessoas puderam vê-la, até mesmo um policial que estava no local para impedir o acesso da população ao monte. Ele ficou intrigado e foi verificar, mas não encontrou qualquer indício de fogo ou cinza. Depois vieram os bombeiros, que também não descobriram nenhum vestígio de incêndio. Os professores Emmanuel Moore, físico nuclear, e Paul Ameze, eletroquímico, testaram as radiações da cruz de Medjugorje e constataram radioatividade e ionização dez vezes superior à média — 1.500 a 1.700 íons negativos, em vez dos 150, considerados normais.