Nos últimos anos, a Revista UFO, através de seu editor, co-editores e vários de seus consultores, abraçou de maneira definitiva a luta pela liberdade de informações na área ufológica em nosso país e pela abertura dos arquivos militares confidenciais e secretos relativos à presença extraterrena em nosso planeta. Pessoalmente, além de estar à frente da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, como integrante da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), também estive envolvido – quer como pesquisador, quer como divulgador – nos principais casos ufológicos que atingiram nossas Forças Armadas.
Na década passada, fui o responsável por trazer à tona o derradeiro depoimento do fotógrafo carioca Almiro Baraúna, que poucos anos antes de sua morte resolveu contar toda a verdade sobre os acontecimentos ocorridos no dia 16 de janeiro de 1958, quando um UFO em forma de disco se aproximou do navio Almirante Saldanha, de nossa Marinha, foi visto por cerca de 50 testemunhas que estavam na embarcação – a maior parte militares –, e fotografado pelo próprio Baraúna. O Almirante Saldanha realizava pesquisas marítimas na Ilha de Trindade durante o Ano Geofísico Internacional. Com a morte do fotógrafo, pude finalmente publicar em UFO, e num de meus livros, toda sua impressionante história – incluindo vários aspectos do Caso Ilha de Trindade que o serviço secreto da Marinha havia solicitado a Baraúna que mantivesse em sigilo.
Antes disso, em 1982, tive a oportunidade de conhecer o comandante Gerson Maciel de Britto, piloto do famoso vôo 169 da falida empresa aérea Vasp, que, juntamente com cerca de 150 passageiros, observou durante a madrugada do dia 08 de fevereiro daquele ano, por várias horas, um UFO de grandes proporções seguir seu Boeing 727. O que pouca gente sabe é que a presença do objeto foi registrada nas telas de radar do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I). O UFO foi confirmado pelos militares da instituição ao próprio comandante Britto, mas posteriormente negado para a imprensa por nossas autoridades. Assim, com o depoimento do comandante gravado em vídeo, defendi publicamente a veracidade do Caso Vasp, inclusive em debates com alguns dos principais astrônomos do país, céticos quanto à Ufologia, além de convidar o comandante para participar dos eventos ufológicos que organizo no Rio de Janeiro, dando-lhe oportunidade de revelar diretamente às platéias todos os detalhes do seu encontro com uma espaçonave não terrestre [Veja informações sobre os eventos mensais do autor em www.marcopetit.com].
Minha participação nos grandes momentos da Ufologia Brasileira se estendeu a outros casos, também. Após a chamada Noite Oficial dos UFOs, ocorrida em 19 de maio de 1986 e uma das mais importantes de nossa história, tive oportunidade de envolver-me diretamente com os protagonistas dos fatos. O episódio teve imensa repercussão ao se descobrir que pelo menos 21 objetos voadores não identificados foram rastreados pelos radares do Cindacta naquela noite, e perseguidos por 6 caças da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre os estados de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. Minhas investigações acabaram por me colocar frente a frente com o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Moreira Lima. Tinha sido ele quem, de maneira surpreendente, logo no dia seguinte aos fatos, apresentou-se em rede nacional de TV para descrevê-los à Nação e prometer, num prazo de 30 dias, um relatório detalhado sobre o acontecimento – que nunca foi divulgado e, incrivelmente, jamais foi sequer cobrado pela imprensa…
Promessas militares não cumpridas — Meu encontro como Moreira Lima deu-se juntamente da jornalista Rejane Schulmann, que na época colaborava com a formatação do programa Mistério, da extinta Rede Manchete de Televisão, tendo como um dos principais assuntos a Ufologia. O ex-ministro, apesar de no início da entrevista declarar que o referido relatório sobre os fatos daquela noite não havia sido divulgado porque nossos militares não tinham conseguido chegar a uma conclusão, pouco a pouco foi deixando escapar a verdade em seu depoimento, que mais uma vez estava sendo gravado e hoje faz parte de meu acervo pessoal [Veja detalhes em www.marcopetit.com].
O ex-ministro acabou por revelar, como também já publiquei em UFO e noutro de meus livros, que “os fenômenos transcendiam a capacidade analítica da Aeronáutica”, e que os nossos caças estavam muito longe da envergadura tecnológica apresentada pelos UFOs. Moreira Lima disse ainda que os UFOs “chegaram, em alguns momentos, até a suplantar as possibilidades de nossos radares, por causa de sua velocidade e alterações de trajetória”. Por fim, resumindo, o ex-ministro deixou transparecer que houve um receio por parte dos militares em prosseguir com a divulgação daqueles fatos à população. Mas, no final de nosso encontro, declarou que em sua opinião a humanidade já estaria bem preparada para vivenciar um contato com as civilizações extraterrestres que nos visitam. Estive novamente com o Moreira Lima mais recentemente, poucos anos atrás, quando ele e outros militares da Aeronáutica, já aposentados, estiveram hospedados em minha pousada, no município de Conservatória (RJ), próximo à Serra da Beleza. Em tal oportunidade, conversamos longamente sobre Ufologia e ele, informalmente, chegou a revelar alguns casos de encontros registrados entre aviões militares brasileiros e objetos voadores não identificados, vividos por seus colegas de farda. O militar alertou, entretanto, que eles não estavam dispostos a falar abertamente sobre o assunto.
Missão no Rio Paraguai — Fui responsável também por conseguir evidências de outro caso envolvendo nossa Marinha e pude gravar, com licença para divulgação, o depoimento do comandante de uma embarcação da instituição que foi sobrevoada por vários UFOs durante uma missão no Rio Paraguai. Durante essa ocorrência, sem dúvida, uma das mais espetaculares da história da Ufologia Brasileira, um dos artefatos chegou a se aproximar demasiadamente do navio, no qual estavam cerca de 15 militares. Segundo seu comandante e depoente, o capitão-de-mar-e-guerra João Maria Romariz, o objeto projetou um cone de luz sobre as testemunhas, transformando a noite em dia, antes que desaparecesse.
Também é do conhecimento dos leitores da Revista UFO a minha participação no processo de divulgação da Operação Prato, a miss&atil
de;o militar secreta da FAB para pesquisa de discos voadores na Amazônia, em especial no litoral fluvial do Pará, que agora vem sendo exposta com mais detalhes no espaço Dossiê Amazônia da publicação. Juntamente com o amigo e editor A. J. Gevaerd, gravei em vídeo, poucos meses antes de sua morte, o depoimento do comandante da referida missão, o coronel Uyrangê Hollanda. Sua impactante entrevista nos permitiu ter uma visão surpreendente dos contatos mantidos por militares do I Comando Aéreo Regional (COMAR I), de Belém (PA), com naves e sondas extraterrestres, durante os quatro meses de investigação.
Por fim, também estive envolvido no levantamento do Caso Varginha, participando das investigações lideradas pelo doutor Ubirajara Franco Rodrigues, que resultaram no estabelecimento dos detalhes de um dos mais importantes casos ufológicos de todos os tempos. Em especial, participei diretamente das atividades gravando o depoimento de um dos militares da Escola de Sargento das Armas (ESA), órgão do Exército brasileiro, que teve envolvimento na captura e remoção de dois seres extraterrestres na cidade mineira. Esse cidadão, contrariando ordens superiores, resolveu colaborar com os ufólogos para que a verdade chegasse até a sociedade brasileira e – por que não dizer? – a toda a humanidade. As investigações sobre o Caso Varginha alcançaram um nível inimaginável, a princípio, mas continuam sem parar. Estou seguindo novas pistas que podem permitir revelações inéditas brevemente.
Informação diretamente da fonte — Fiz este rápido resumo de minha participação nos principais casos que envolveram os militares de nosso país para que fique bem claro que, quando falo da política de acobertamento do Fenômeno UFO e do sigilo imposto à verdade sobre o assunto – infelizmente ainda reinantes em nosso país –, não estou teorizando. Pelo contrário, falo sobre tais questões como uma pessoa que teve acesso aos fatos e sabe o que está se passando. Estive envolvido na pesquisa e divulgação de todos os episódios acima descritos, ouvindo dos próprios militares não só relatos detalhados de suas experiências pessoais nos casos descritos, como também referências ao processo de acobertamento imposto por seus superiores – que eles estavam contrariando ao revelar a verdade aos ufólogos.
Desta forma, avalio como extremamente importante a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, que está alicerçada em alguns dos casos acima narrados [Veja o Manifesto da Ufologia Brasileira na página 24]. O movimento, que já surtiu resultados, ainda tem muito a gerar em benefício de nossa comunidade ufológica. Sabemos bem que os casos a que me referi representam uma ínfima parcela do material estudado e já arquivado por nossas Forças Armadas. Muito mais informações estão sendo mantidas em sigilo pelo Exército, Marinha e, principalmente, Aeronáutica. Elas pertencem à sociedade e a campanha conduzida pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), através da Revista UFO, é a oportunidade que temos de mostrá-las à população.
O fotógrafo Almiro Baraúna, por exemplo, revelou a este autor que pôde examinar, durante sua visita ao setor de serviço secreto da Marinha, em meio às investigações do Caso Ilha da Trindade, uma enorme quantidade de fotos de UFOs relacionadas não só a episódios ufológicos ocorridos em nosso país, mas também investigados pelas Forças Armadas de outras nações – com as quais a Marinha brasileira vinha mantendo contatos, na época, para troca de informações e documentação. Muitas das fotos a que Baraúna teve acesso, segundo revelou, mostravam claramente naves em forma de disco fotografadas em plena luz do dia. Como se vê, o acobertamento de informações não ocorre apenas no Brasil, mas em muitos lugares do mundo.
Quando a CBU deflagrou o movimento pela liberdade de informações ufológicas, muitos ufólogos chegaram a duvidar da possibilidade de eventual êxito que essa iniciativa teria. Alguns foram até contra seu lançamento e manutenção, com críticas aos trabalhos. Mas nada disso esmoreceu a intenção da referida comissão em ver os segredos militares revelados. Tanto que, durante mais de um ano, divulgamos através de UFO e também da mídia não especializada nossas pretensões e o desejo de que os arquivos confidenciais e secretos das Forças Armadas fossem abertos à população. Muitos veículos de comunicação nos deram ouvidos e, principalmente, espaço.
Documentos conhecidos — Pessoalmente, coloquei à disposição da imprensa, em várias oportunidades, cópias de alguns documentos sigilosos e secretos da Força Aérea Brasileira (FAB), de nosso arquivo pessoal [O leitor pode ter acesso a mais de 400 páginas deles através do site da Revista UFO, ufo.com.br]. Esses documentos confirmam não só a existência dos UFOs, mas também a vigência de uma política de acobertamento em nosso país. Em função dessa iniciativa, o jornal O Dia, do Rio de Janeiro, gerou três matérias de grande impacto sobre o tema – duas de uma página e uma terceira com uma página e meia. Além de divulgarem a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, os artigos acabaram por revelar que algumas autoridades militares consultadas reconheceram a autenticidade da documentação. Como parte do processo posto em movimento, os membros da CBU também divulgaram a campanha através de suas participações em programas de TV e rádio, ampliando consideravelmente sua abrangência.
No auge da campanha, o editor de UFO, A J. Gevaerd, bateu forte na questão do sigilo aos UFOs na imprensa, através de suas apresentações em programas do mesmo tipo, e foi especialmente feliz ao fazê-lo também numa entrevista concedida ao jornal Correio Brasiliense, de Brasília, que acabara por revelar um fato de que se tinha apenas pouco conhecimento: a Aeronáutica não apenas negava que os discos voadores existissem como forçava testemunhas e vítimas de ataques do chupa-chupa, no Pará, a também negarem sua ação. Prova disso são os depoimentos a Gevaerd do jornalista Carlos Mendes, de O Liberal, de Belém, e da médica Wellaide Cecim Carvalho, a serem publicados na seção Dossiê Amazônia, nesta e nas próximas edições.
Vai chegar o dia em que nossas autoridades não conseguirão mais esconder a verdade e terão que admitir à população que somos ‘visitados’
– Gerson Britto
Enfim, a política da FAB, dedicada ao acobertamento de fatos ufológicos, passou a ser cada vez mais conhecida e contestada graças à campanha pela liberdade de informações. Tanto que, logo em seguida a publicação da entrevista do editor ao Correio Brasiliense, a R
evista UFO foi contatada pela primeira vez pelos militares e começou a ser preparado o histórico encontro do dia 20 de maio, quando os membros da CBU acabaram sendo recebidos por nossas autoridades aeronáuticas para conhecer as instalações do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). Na visita que fizemos, tivemos oportunidade de examinar documentos confidenciais relacionados à Operação Prato, à Noite Oficial dos UFOs e ainda uma pasta referente a um caso de avião seguido por um UFO de grandes dimensões ainda em 1954, tendo o comandante Nagib Ayub, da Varig, como envolvido.
Como é do conhecimento dos leitores de UFO, o encontro com os militares foi documentado pelo programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, que serviu de testemunha de tudo que aconteceu em Brasília. É evidente que a presença da Globo, através do jornalista Luiz Petry e sua equipe, só aconteceu devido ao interesse da FAB em revelar para a população os detalhes de nossa visita ao Cindacta e Comdabra, como uma forma de dar satisfação ao pleito dos ufólogos. Não é preciso dizer que a cobertura realizada pelo Fantástico casou grande impacto na opinião pública de nosso país, que passou a ver a Ufologia com outros olhos. Pela primeira vez a Aeronáutica reconhecia explicitamente o trabalho dos ufólogos civis, a existência de um vasto arquivo sobre a presença de objetos voadores não identificados no espaço aéreo brasileiro e que estes fatos vinham sendo mantidos longe dos olhos do povo.
Durante o encontro com os militares, como já foi noticiado na Revista UFO e no próprio Fantástico, o editor entregou solene e oficialmente ao brigadeiro Telles Ribeiro, chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), as solicitações dos ufólogos brasileiros, ali representando a comunidade nacional dedicada ao assunto. Tais solicitações estavam contidas em cartas formais, as quais foram juntadas cópias do Manifesto da Ufologia Brasileira, e se referiam à abertura definitiva dos arquivos militares da FAB e à criação de um organismo misto de investigação ufológica, de alto nível, com a presença de militares e civis, coordenados para buscar de maneira definitiva as respostas para questão ufológica.
Repercussão estrondosa — As cartas estavam endereçadas e deveriam ser encaminhadas ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Defesa José Alencar e ao comandante da Aeronáutica brigadeiro-do-ar Luiz Carlos da Silva Bueno. Na oportunidade, Telles Ribeiro garantiu em alto e bom som, perante a equipe do Fantástico, que todas as autoridades acima receberiam o documento em poucos dias. Pois bem, estamos chegando a 5 meses da data em que as correspondências foram entregues e não tivemos a oportunidade de contemplar sequer uma comunicação acusando seu recebimento. O que aconteceu?
Poucas semanas atrás, em 25 de agosto, a Rede Globo voltou a tratar de Ufologia ao veicular no programa Linha Direta Mistério um documentário especial sobre a Operação Prato. O programa, que começou a ser formatado com o total apoio da Revista UFO e a participação direta de seu editor, deste autor e de outros consultores, também alcançou uma repercussão estrondosa. Pela primeira vez, forneci autorização para que uma emissora de televisão utilizasse uma das entrevistas que gravei com o comandante da Operação, o coronel Uyrangê Hollanda – e ela acabou virando a espinha dorsal do programa. O resultado final, apesar das declarações de algumas pessoas ouvidas, mostrou que o fenômeno chupa-chupa foi uma das maiores ondas de aparições de UFOs de que se tem notícia, e os encontros de nossos militares com as naves e sondas extraterrestres viraram rotina durante a missão militar.
O notório no programa foi que, apesar de a Globo ter buscado uma declaração oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) em relação ao caso – por ser a instituição uma das maiores interessadas em esclarecer a verdade e por estar profundamente envolvida na questão do chupa-chupa –, tal manifestação não foi conseguida. A FAB não se interessou em se manifestar. A produção do Linha Direta Mistério enviou ao Cecomsaer um questionário com 30 questões para serem respondidas por nossas autoridades militares, mas nenhuma resposta foi sequer recebida. Em vez disso, a Aeronáutica se limitou a emitir uma nota oficial cujo teor, depois do encontro com os militares em Brasília, é simplesmente um atentado à nossa inteligência e um desrespeito aos seus próprios militares, que participaram das investigações na Amazônia e obtiveram centenas de fotografias e filmagens de UFOs – inclusive a curta distância e expondo-se a um risco substancial.
Comentando a visita dos membros da CBU às instalações do Cindacta e Comdabra, a partir de “provocação” da própria Globo, a nota oficial do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica limitou-se a descrever que tudo não passou de “uma visita para que os ufólogos conhecessem o funcionamento dos órgãos que controlam o espaço aéreo brasileiro”. Foram ignoradas até mesmo as palavras do brigadeiro Telles Ribeiro, proferidas logo que fomos recebidos no auditório do Cindacta: “Não temos nada a esconder sobre os UFOs e reconhecemos o trabalho dos ufólogos como sério e responsável”. Referindo-se aos arquivos relacionados ao registro de objetos voadores não identificados no país, Telles Ribeiro declarou em 20 de maio que “o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, nos ordenou que abríssemos todas as pastas e portas aos ufólogos”.
Desrespeito aos próprios militares — Especificamente em relação à Operação Prato, a nota oficial enviada à produção do Linha Direta Mistério é ainda mais ofensiva. E o desrespeito aos seus próprios militares se configura quando a Aeronáutica não reconhece, como deveria, que eles foram enviados em missão oficial e confidencial rumo ao total desconhecido. A nota simplesmente informa que a missão militar “produziu uma coletânea de relatórios sem aparente embasamento científico”. Ela não faz sequer menção às centenas de fotografias e várias filmagens obtidas na selva pela equipe do coronel Uyrangê Hollanda, que conhecemos de longa data e que, em parte, pudemos examinar em nossa visita ao Comdabra
. Por fim, a nota nem mesmo cita o nome do comandante da Operação Prato, em mais uma tentativa de minimizar o impacto que certamente o programa teria ao ser levado ao ar. Continuou nos atos dos militares da FAB, portanto, a política de acobertamento ufológico em nosso país.
Como se sabe, a onda ufológica ocorrida na Amazônia no segundo semestre de 1977 – caracterizada principalmente pela ação do chupa-chupa – foi intensamente investigada pela Aeronáutica e tem em vários de seus aspectos tudo aquilo que os militares e os governos das principais nações do planeta não estão dispostos a assumir nem divulgar, e menos ainda enfrentar frontalmente. Observações diárias de UFOs, milhares de testemunhas, efeitos físicos e fisiológicos sobre a população, óbitos de pessoas atingidas por raios provenientes das naves, pânico frente ao desconhecido, levando as pessoas a abandonarem as localidades onde residiam, e, por fim, o encontro direto entre os militares e o fenômeno, de uma maneira sem paralelo na história da humanidade, pelo menos até onde sabemos. Isso tudo para não falarmos da interpretação óbvia para o que acabou acontecendo: os militares do I Comando Aéreo Regional (COMAR I) aparentemente foram “escolhidos” pelas inteligências responsáveis por aquelas manifestações para que demonstrassem, de maneira definitiva, sua presença em “nosso” planeta. Sé é que ainda podemos chamar a Terra desta maneira.
Fatos da maior gravidade — Existem sinais evidentes de que os contatos de nossos militares com tais inteligências podem ter ido muito além do que até agora supomos. Como já se divulgou antes na Revista UFO, segundo o que foi revelado pelo próprio coronel Uyrangê Hollanda, certos detalhes que acabaram por aparecer em algumas das fotos obtidas durante a Operação Prato não estavam inteiramente na memória consciente dos participantes da missão. O próprio Uyrangê e um de seus principais comandados chegaram a descobrir a presença de artefatos não-terrestres que haviam sido introduzidos de maneira misteriosa em seus corpos. Implantes?
O fim abrupto da operação é um enigma e também um sinal da preocupação das altas esferas militares de nosso país. Em vez de ter ocorrido como sinal de um eventual desinteresse pela continuidade das investigações por parte dos militares do I COMAR, ou ainda da cúpula da Aeronáutica, em Brasília, o encerramento precoce da missão militar teve na verdade uma motivação bem mais simples, e ao mesmo tempo estratégica: o medo do que pudesse estar por acontecer aos militares na selva, em meio ao processo de aproximação definitiva que se delineava claramente entre esses e as inteligências responsáveis pelas naves e sondas que atacavam no Pará.
Estes são fatos da maior gravidade. Depois do que vivenciamos durante nossa visita a Brasília, e o que já conhecíamos antes sobre o envolvimento de nossos militares com o Fenômeno UFO, não podemos mais aceitar o silêncio de nossas autoridades. Elas terão que enfrentar a realidade, cedo ou tarde. Certas declarações de militares feitas aos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos e ao jornalista Luiz Petry, nas dependências do Cindacta, no Comdabra e mesmo no Ministério da Defesa, onde almoçamos com alguns dos integrantes da Aeronáutica que nos recepcionaram, devem ser analisadas com mais atenção. Segundo o major Antonio Lorenzo, um de nossos anfitriões, mesmo nos casos em que um objeto voador não identificado chega a ser perseguido por nossos caças, “quando o artefato desaparece, se encerra o papel da Força Aérea”. Lorenzo garante que a finalização do interesse militar pelo intruso é “um procedimento padrão”.
As autoridades que conhecemos em Brasília declararam coisas espantosas. Inclusive o major-brigadeiro Atheneu Azambuja, autoridade máxima do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). “Apesar de serem detectados por nossos radares e de existirem registros da presença de objetos voadores não identificados em nosso céu, nós [Os militares] não nos consideramos em condições de dar um tratamento científico ou uma resposta apropriada para o que está acontecendo em nosso país”, disse Azambuja, referindo-se a algo que, na verdade, ocorre em termos mundiais.
Naves metálicas e discóides — Ao mesmo tempo, outros militares de elevada patente, como o ex-ministro da Aeronáutica, brigadeiro Moreira Lima, falam em particular e jamais em público – como aconteceu em meu mais recente encontro com ele –, de casos em que foram observadas, em plena luz do dia, naves metálicas de grandes proporções, em forma de disco e claramente controladas por inteligências avançadas. É evidente que não só nossas Forças Armadas, mas também as de várias outras nações, sabem que se tratam de veículos enviados e controlados por outras civilizações do universo.
No caso de nosso país, a partir do momento que os alvos são identificados como tráfegos desconhecidos – ou “tráfego hotel”, no jargão dos militares –, nossos caças são normalmente acionados e partem em missão de identificação e interceptação dos intrusos. O curioso é que, se não forem identificados como aeronaves de origem terrestre, e se acabarem por desaparecer no espaço, o assunto será encerrado pela Aeronáutica, sem maiores conseqüências, como declarou o major Lorenzo ao Fantástico. Nem um tiro de advertência deve ser dado. Falando claramente, não se atira em UFOs em nosso país. Fica claro para qualquer pessoa com uma boa dose de informação, que a FAB sabe muito bem com quem ou o quê está lidando. E justamente por isso prefere não correr riscos desnecessários, atirando em objetos provenientes de civilizações detentoras de uma tecnologia que mais parece magia, se comparada a terrestre.
Falta de coragem — Em resumo, o que se contempla é que os UFOs podem penetrar e invadir nosso espaço aéreo, seus tripulantes podem seqüestrar pessoas para finalidades ainda discutíveis, levar populações ao pânico (como aconteceu na Amazônia), interferir no controle de tráfego aéreo (gerando problemas para a segurança da aviação civil, como em maio de 1986) e depois partir sem deixar rastro. Isso tudo é “permitido” para que o
s responsáveis pelo controle e defesa de nosso Território possam continuar com sua política obscura de acobertamento, baseada na falta de coragem em assumir a verdade. E a verdade é sua incapacidade de controlar nossa integridade territorial e se envolver seriamente num processo de preparação para o dia do derradeiro encontro que haveremos de ter com as civilizações extraterrestres que nos visitam. Usando um exemplo mais simples, seria como se a polícia, depois de perseguir criminosos, vendo-os desaparecessem, encerrasse o caso.
Nossas autoridades devem ter em mente que um dia esses “fugitivos” poderão decidir não mais partir, quando estaremos diante de uma situação extremamente perigosa. Assim, se não tomarmos logo as medidas necessárias para esclarecer de maneira definitiva a população brasileira e, em escala global, toda a humanidade quanto ao fato de estarmos sendo observados e contatados por civilizações de origem externa ao planeta, detentoras de uma tecnologia e ciência no mínimo milhares de anos à nossa frente, poderemos correr sérios riscos no futuro. Um ponto muito importante nesse processo é nossa impressão de que, em grande parte, nossos visitantes parecem ser amistosos, apesar de algumas interpretações pessimistas, mas, de fato, na maioria das vezes, suas ações são questionáveis.
Se a Força Aérea Brasileira quer insistir com a idéia de que não é responsável por explicar o que existe por trás dos UFOs em nosso país, ou que não possui qualificações técnicas ou científicas para investigá-los, como foi dito aos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos em sua visita a Brasília, então que tome a decisão mais acertada: a abertura de fato de seus arquivos secretos e a constituição de um organismo de alto nível, militar e civil, para investigar oficialmente o assunto. Estas são nossas solicitações, encaminhadas ao comandante da Aeronáutica, ao ministro da Defesa, e ao próprio presidente da República, sem que tenhamos tido a chance de conhecer seus resultados. Simplesmente, a verdade não pode mais ser negada.