Antonio Faleiro anda por vias delicadas da Ufologia ao afirmar que a religião é apenas uma justificativa dada às pessoas e que figuras como santos, anjos, demônios e lendas do folclore são manifestações do Fenômeno UFO. Por suas afirmações, é considerado um dos mais criativos ufólogos brasileiros que mantêm uma pesquisa ativa e reconhecidamente séria no assunto. Já avistou naves em diversas experiências marcantes, o que justifica sua segurança ao tratar do assunto.
Aprendeu a gostar de Ufologia em casa, com o pai, que foi homenageado com a construção de um Observatório Ufológico homônimo, Antonio de Souza Faleiro, em 1982. O ufólogo utiliza o espaço para realizar suas pesquisas e esperar por um contato de 3º Grau. “Lá pelos idos de 1952, em Passa Tempo (MG), meu pai começou a manifestar interesse por UFOs, especialmente quando a antiga revista O Cruzeiro publicou matérias tratando do assunto. Tão logo aprendi a ler, comecei a estudar o que estava a minha volta”, afirma Faleiro.
Em 1978, iniciou-se na pesquisa de campo, embora tenha participado de inúmeros eventos ufológicos desde 1969, sempre defendendo que lendas populares como a Mãe do Ouro, o Macará, a Mula-sem-Cabeça e a própria Iemanjá – entidade cultuada pelas religiões afro-brasileiras – são apenas explicações paliativas para o fenômeno. Nessa entrevista o pesquisador, autor do livro UFOs no Brasil [LV-10], lançado em maio pela Biblioteca UFO e consultor da revista desde sua criação, fala de suas experiências sobre as manifestações do fenômeno na área rural e de suas convicções.
Faleiro, você faz uma afirmação pesada em seu livro de que a maioria das lendas e mitos folclóricos brasileiros são originários da observação de UFOs e seres extraterrestres. Como pode provar isso ao seu leitor? Explicar isso não é tão simples assim e requer muito cuidado. Mas a pesquisa que temos feito em todo o sul de Minas Gerais nos evidencia essa realidade. Lá, pessoas simples e do campo, quando observavam fenômenos ufológicos noturnos, sem saber o que seriam ao certo, deram a eles os nomes que puderam, de acordo com suas superstições ou convicções religiosas. Assim, muitas vezes uma sonda extraterrestre passou a ser chamada de Virgem de Branco, Boitatá, Saci-Pererê ou mesmo a Mula-sem-Cabeça. É uma questão cultural.
Não restam dúvidas de que nossos antepassados tiveram contatos com UFOs e seres extraterrestres, dando a eles nomes de acordo com suas superstições, cultura ou mesmo religiões. Há provas disso em todos os registros folclóricos
Como você relacionou o folclore brasileiro, tão rico em personagens, com o Fenômeno UFO? E como comprovou a validade desta teoria? Quando comecei minhas pesquisas sempre perguntava aos moradores rurais se tinham tido alguma forma de contato, mas sempre me respondiam que eles não conheciam UFOs ou discos voadores. Porém, falavam em luzes, bolas de fogo, fantasmas e assombrações, lendas e mitos. Dessa forma, deduzi que por desconhecer o fenômeno eles simplesmente o colocavam no campo do sobrenatural. Comecei a entrevistar várias pessoas e pude descobrir os locais assombrados do município de Passa Tempo e ali passei a realizar vigílias, podendo ver os discos em ação.
Que locais são esses? Sesmaria, Tombadouro, Vau, Paciência, Ribeirão e quase toda a zona rural do município. No entanto, existem regiões com uma incidência ainda maior em Minas Gerais, onde há muito minério. Mas os UFOs estão em toda a parte, especialmente à noite. Basta que nos coloquemos num ponto distante da iluminação das cidades que poderemos vê-los cruzar o céu ou fazer evoluções sobre serras e vales. É preciso ter paciência e insistir nas vigílias. Os contatos mais comuns ocorrem próximos a pequenos povoados rurais e podem ser vistos pesquisando matas, rios, lagos, pedreiras, serras, etc. O importante é insistir nas vigílias que nos mostram a atuação do fenômeno.
Em seu livro você menciona muito as sondas. Mas qual a incidência destes avistamentos? Existe algum registro de naves-mãe? As sondas são constantemente vistas nas zonas rurais brasileiras, principalmente à noite, muitas vezes sem a presença de naves, já que são programadas para agir sem elas, e são deixadas num determinado ponto para saírem em suas pesquisas nesse período. No entanto, a incidência de naves-mãe que visitam nosso planeta é pequena, pois de tempos em tempos elas vêm à Terra, cumprindo a missão de trazer naves menores, porém tripuladas, e posteriormente, recolhê-las. Mas há casos do indivíduo ter avistado uma nave-mãe e deduzir que se tratava de uma sonda, já que o contorno desse tipo de nave não é claro, enxerga-se apenas uma luz.
Como você explica a questão dessas luzes tão incomuns? Ainda são uma incógnita para nós, porque os tripulantes as utilizam para muitas finalidades. Quase sempre, à noite, podem ser vistos apenas seus holofotes acesos e não a nave detalhadamente. Dessa forma, acostumou-se a dizer que se trata de uma sonda, mas na realidade é apenas uma das várias luzes da nave-mãe. Já pesquisamos contatos em que essas luzes disparadas por UFOs provocaram desmaios em pessoas e animais. Algumas curam, maltratam ou ferem o observador. Outras chegaram a matar pessoas. Às vezes agem como se fossem inteligentes. Não há como relacionar o tamanho com a distância em que são vistas. Quanto à velocidade, quando os UFOs estão voando lentamente, na maioria das vezes aparentam uma cor avermelhada ou amarelada, principalmente à baixa altitude. Já quando voam a grande altitude e com muita velocidade, a luz emitida é azulada.
Você encontrou efeitos físicos da presença de UFOs tanto nas pessoas como no lugar? Sim. Já foram encontrados muitos efeitos físicos da presença de UFOs em locais que pousam ou voam à baixa altura, como esmagamento da vegetação por suas hastes de aterrissagem ou mesmo ninhos de discos, capim queimado, folhas, etc. Quanto às pessoas, já pesquisamos muitos contatos de 2° Grau em que o contatado apresenta irritação nos olhos, fica abatido, com dores de cabeça, diarréia, além dos sintomas psicológicos, como o trauma.
Você conhece algum caso específico desse tipo? No Brasil ocorreu um fato em Crixás (GO), em 13 de outubro de 1967. Inácio levou um tiro de luz verde no ombro esquerdo, vindo a falecer 59 dias depois, com leucemia. Esse é um caso clássico de uma luz disparada do UFO contra uma pessoa, ocasionando sua morte dias após do contato. Existem outros espisódios ocorridos em diversos países, por isso não se trata de um fato isolado.
Mas há registros desses casos na sua área de pesquisa? Pode ser que exista, mas quase sempre o contatado jamais se lembra do que pode ter ocorrido a ele. Somente uma regressão poderia nos mostrar a verdade. E moradores rurais geralmente têm medo de fazer regressão.
Na área rural, os relatos sobre avistamentos e contatos parecem ser muito comuns, embora sejam transformados em contos e lendas populares. Qual a diferença desses contatos em áreas rurais para o de grandes centros urbanos? Nos centros urbanos o pessoal está mais familiarizado com o assunto UFO, tem mais acesso às informações. Já na zona rural eles têm pouco conhecimento de ficção científica, viagens espaciais e por isso colocam os contatos no campo sobrenatural. No entanto, essas lendas não são recentes, ao contrário, háséculos são transmitidas de geração para geração. Por exemplo, a incidência de abduções e implantes na região é desconhecida por nós. Todavia, quanto às abduções, elas devem existir certamente, mas ainda não foram pesquisadas por nós ou outras pessoas da área. É importante observar que a zona rural é mais visada devido às certas particularidades, já que os UFOs sentem-se muito atraídos por locais onde se fazem queimadas à noite. Essas ações, por causarem iluminação, sempre os seduzem. Acreditamos que são atraídos por esse motivo e passam a pesquisar os efeitos das queimadas no solo.Até uma construção diferente numa cidade interiorana lhes chama a atenção, como por exemplo um galpão coberto por telhas de alumínio, que brilham ao Sol.
No seu livro você tenta desmistificar a questão de deuses, demônios e espíritos. Acredita que com isso a Ufologia possa ser vista com mais seriedade? Sim, mas se houvesse mais oportunidade na mídia para a seriedade e honestidade dos ufólogos. Se no trabalho realizado por eles fossem mostradas as investigações sérias, seria diferente. Alguns grandes veículos da mídia se interessam apenas por sensacionalismo e só dão oportunidade a picaretas, que ocupam preciosas horas dos canais de televisão.
Como você imagina que as pessoas reagirão à idéia de que entidades como Iemanjá, muito cultuada nas religiões afro-brasileiras, se trate de um UFO em forma cônica, extremamente iluminado ou um facho de luz? É claro que não acreditarão. Muitos dirão até que eu sou um louco ou herege, pois é muito difícil desvincular o assunto da religiosidade. Há séculos as religiões estão implantadas em nosso mundo e transformar o que se supõe ser uma entidade religiosa em um facho de luz ou uma nave cônica ou até mesmo um contato com ETs, de uma hora para outra, é muito difícil. É preciso que a pessoa pesquise profundamente o assunto e passe a enxergar a realidade por si mesma. No entanto, não perderá a fé em Deus, pelo contrário, essa fé será muito maior porque veremos o quanto Ele é onipotente e complexo. Iemanjá, como foi citado, pode se tratar de um UFO cônico ou em forma de sino, profusamente iluminado, dando a impressão de ser uma mulher vestida dos pés à cabeça, com um tecido brilhante, pairando sobre a água. Também pode ser um facho de luz, um holofote de UFO dirigido para baixo, em forma de cone, enquanto o corpo está às escuras. Para desaparecer, bastaria que a nave desligasse tal facho para que a imagem – Iemanjá no caso – sumisse misteriosamente.
Quando você se desvinculou de sua consciência religiosa? Antes de qualquer coisa é preciso acreditar que Deus existe e é diferente de tudo que nos foi ensinado e que não estamos blasfemando quando temos de ir contra os dogmas religiosos. Teremos de imaginar Deus como o criador de tudo que existe no Cosmos, que programou tudo isso para o ser inteligente, mas sem procurar descobrir como Ele é, porque para nossa mente Ele ainda é muito complexo. É necessário um estudo das religiões, a fim de procurar as pistas que nos levem a contatar seres extraterrestres. Dessa forma, nossa mente vai se abrindo pouco a pouco, permitindo que enxerguemos toda a verdade que está diante dos nossos olhos há milênios.
Como as pessoas reagem diante de tais afirmações? As pessoas reagem criando rótulos, como herege ou louco, mas elas têm razão, pois sem descobrir a verdade sozinhas, estudando as religiões, não se pode admitir o fato de que seres extraterrestres tenham sido considerados como entidades divinas.
Você acredita que todas as manifestações religiosas fazem parte do Fenômeno UFO? Sim, porque a Humanidade não tem condição de imaginar o que é Deus realmente e interpretam esses contatos como atos divinos. E mesmo os seres extraterrestres mais evoluídos também não devem ter uma explicação racional de quem seja Deus. O assunto é muito mais complexo e grandioso do que podemos supor. Todos os seres inteligentes do Cosmos buscam essa verdade fascinante, pois é inegável que fomos criados por uma inteligência superior, assim como o Universo. E essa Inteligência não fica alterando o que criou. É um programa imutável e perfeito que foi gerado para cumprir objetivos ainda não descobertos. Devemos melhorar para atingirmos o nível de perfeição exigido. Quando isso acontecer, talvez possamos compreender o que Deus é. Acredito que isso ocorra através de sucessivas reencarnações em diversos mundos do Cosmos.