Os conflitos militares entre as nações, grandes ou pequenos, parecem ter a capacidade de atrair a atenção de nossos visitantes espaciais, que se mostram atentos a cada confronto que surge em nosso conturbado planeta. Em praticamente todas as guerras da história da humanidade, desde os tempos mais remotos até os mais recentes, estranhos objetos têm sido observados no cenário dos entraves. Isso tem despertado cada vez mais o interesse da Comunidade Ufológica Mundial, atenta aos fatos. Afinal, estariam os alienígenas observando nossos conflitos e guerras? Com que propósito? Embora estas perguntas permaneçam sem respostas, é certo que seres extraterrestres estão presentes onde quer que haja uma ação militar. É assim desde a Antiguidade, em períodos anteriores a Cristo, como foi durante a Idade Média, nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais, nos conflitos no Vietnã e na Coréia e, mais recentemente, durante as Guerras do Golfo e do Iraque. Lá estavam eles observando o que se passava e, em determinadas ocasiões, até interagindo com as forças combatentes.
Mas de todos os conflitos militares em que UFOs foram observados, um deles nos chama a atenção diretamente, por ter ocorrido na América do Sul: a Guerra das Malvinas. Também conhecida como Guerra do Atlântico Sul ou das Ilhas Falklands, deu-se entre a Argentina e o Reino Unido pela posse e soberania das Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. O conflito iniciou-se em 02 de abril de 1982, por ter a Argentina invadido tais territórios, considerados posses britânicas há séculos, e foi encerrado em 14 de junho. A reação dos ingleses à invasão foi imediata e enérgica, e o saldo final do confronto foi a reocupação de todas as ilhas ao elevado custo da morte de 700 soldados argentinos e 236 britânicos. Na Argentina, a derrota no conflito precipitou a queda da junta militar que governava o país em seus sombrios tempos de ditadura e a restauração da democracia no ano seguinte. Desde o início da guerra até alguns meses após seu encerramento, como que a observar o desfecho das agressões, tivemos discos voadores agitando o cenário conturbado que restou no sul do continente. Embora de curtíssima duração, a Guerra das Malvinas também entrou no rol das que contaram com abundantes avistamentos de UFOs em plena luz do dia e durante sessões de bombardeio, de ambos os lados, sempre sem interferência.
Esferas alaranjada — Alguns raros casos conhecidos foram relatados pelo ufólogo inglês Nick Redfern em seu livro FBI’s UFO Top Secrets Exposed [Os Maiores Segredos Ufológicos do FBI Expostos, Pocket Books, 1998]. Um deles dá conta de que, em meio às incursões inglesas na ilha, Paul Brigtsson, piloto de um caça Tornado da Força Aérea Real, foi perseguido por esferas de cor alaranjada. Outro aconteceu no dia 28 de maio de 1982, em pleno conflito, quando dois aviões ingleses foram surpreendidos por um grande objeto discóide. Ao tentar alcançá-lo, os pilotos somente conseguiam se aproximar um pouco para, segundos depois, ver a nave acelerar de forma incrível e sumir no horizonte [Veja longa reportagem em UFO 88].
Alguns documentos da CIA recentemente descobertos revelaram ainda que o governo britânico abriu várias investigações para tentar esclarecer esses fatos, e que em todos os casos os pilotos que relatassem algo incomum durante a Guerra das Malvinas seriam interrogados e submetidos a exames médicos. Do lado argentino, os incidentes, cada dia mais intensos, ganharam as páginas dos jornais. Na época, o coronel Charles Greffet, ministro da Defesa, chegou a relatar alguns casos ao público. Entre eles está um ocorrido em 26 de abril de 1982, quando cinco soldados argentinos que estavam nas ilhas dispararam contra um objeto que parecia pousado sobre um penhasco, pensando ser algum alvo dos ingleses. Não era. O objeto simplesmente levantou vôo e disparou no ar. No dia seguinte, outro avistamento se deu sobre o oceano, na mesma região. Naquela ocasião, a tripulação de um avião Mirage da Força Aérea Argentina não conseguiu disparar suas armas contra 10 esferas que acompanhavam sua rota. Em Buenos Aires, o jornal La Razón, de 08 de junho de 1982, pouco antes de declarada a derrota do país, descreveu o caso de dois pilotos que viram uma grande nave enquanto faziam o patrulhamento das Malvinas, já prestes a voltar à posse inglesa, como está até hoje.
Censura aos meios de comunicação — Como no caso de outros conflitos armados, a imprensa teve grande participação no conhecimento desses fatos pela população. O Diário do Povo da cidade de Tandil, na província de Buenos Aires, de 13 de maio de 1982, por exemplo, descreveu o pouso de um UFO na base militar local. Pela profusão de notícias sobre tais casos que eram publicadas, parecia que os militares argentinos estavam tão concentrados na estúpida guerra que desencadearam, numa tentativa desesperada e suicida de ganhar prestígio da população, que esqueceram-se de censurar os meios de comunicação, tradicionalmente amordaçados durante as ditaduras, quando o assunto discos voadores é proibido. Ufólogos do país vizinho relataram ao mundo inúmeros acontecimentos que eram descritos pelas redes de TV e emissoras de rádio argentinas. Já os governantes ingleses foram mais prudentes, e atendendo à sua histórica tradição de combatentes, mantiveram a imprensa em silêncio.
Mesmo passadas mais de duas décadas, ainda há inúmeros segredos envolvendo a Guerra das Malvinas, e a maioria deles refere-se à presença alienígena nas ilhas em que o conflito se deu. Mas, aos poucos, novos casos vão sendo trazidos à tona pela ação principalmente de ufólogos e grupos argentinos, que reviram o passado em busca de detalhes da verdadeira monitoração que nossos visitantes espaciais fizeram no sul do continente. Alguns novos dados foram revelados recentemente pelo ufólogo Mário Luiz Bracamonte, jornalista e diretor do Centro Ovnilógico Riocuartense (COR), de Córdoba. Perseguindo o tema há vários anos, Bracamonte estabeleceu relações pessoais e profissionais com muitos ex-combatentes e veteranos da famigerada guerra, os quais lhe confidenciaram alguns episódios secretos. Em recentes artigos, o ufólogo tratou de ocorrências significativas nas regiões do conflito, mas fez questão de ressaltar a diferença entre os termos “ex-combatentes” e “veteranos de guerra”. “O primeiro se refere aos que lutaram nas ilhas, indistintamente, enquanto o segundo diz respeito a todos os militares efetivos, incluindo combatentes, sem distinção de categoria, que tomaram parte no conflito”, diz Bracamonte.
A noite que virou dia — Entre os casos mais espantosos de que se teve conhecimento está o ocorrido na noite de 15 ou 16 de abril de 1982, quando uma patrulha do Exército argentino se encontrava estacionada no sul do país e recebeu ordens de patrulhar uma zona de fazendas onde se criava gado lanífero, no sopé dos contrafortes da Cordilheira dos Andes. O objetivo da missão era prevenir
possíveis infiltrações de militares britânicos vindos do sul do Chile, numa vasta área aberta de fronteira. “Por razões oficiais, estou proibido de fornecer as coordenadas geográficas, bem como não considero prudente revelar os nomes e a filiação dos militares envolvidos”, ressalvou o ufólogo. Segundo ele, a patrulha era formada por cinco militares – um tenente, um suboficial e três soldados recrutas – e seguiu para o local a bordo de um caminhão Unimog próprio para uso em qualquer tipo de terreno. Quando se encontravam em um vale, os soldados observaram na direção oeste uma intensa luminosidade que explodiu de repente. No momento, ninguém soube dizer o que seria aquilo.
Supondo se tratar de um míssil, o militar superior ordenou a parada total do veículo e o seu abandono imediato. Todos buscaram refúgio entre a vegetação, enquanto a luminosidade aumentava de intensidade até “deixar a noite como se fosse dia”, segundo um dos presentes, embora fossem já quase 23h00. A luz era tão poderosa que os soldados puderam observar detalhadamente como um grupo de ovelhas fugia em disparada, assustadas com o fenômeno. “O curioso é que o suposto ‘míssil’ não se fez visível nem explodiu. O único som que se escutava era o dos animais em debandada e os ruídos característicos do equipamento móvel de rádio que portavam”, afirmou Bracamonte. Instantes depois, uma espécie de cilindro voador pairou a uma altura de apenas 100 m sobre a patrulha e desapareceu rapidamente na direção leste. Os militares ficaram mudos de espanto. O superior ordenou que regressassem ao caminhão e os proibiu de contar o fato a quem quer que fosse, pelo menos até que se apurasse a origem daquilo. Bracamonte revela que a história lhe foi relatada diretamente pelo ex-suboficial do grupo, que não pode identificar. “Ele acrescentou que depois do conflito ficou sabendo que outros efetivos do Exército e da Força Aérea Argentinas tinham visto UFOs nas ilhas, mas que nunca pôde encontrá-los”.
Identidades resguardadas — Em 2002, num encontro, Bracamonte perguntou ao seu informante sobre o tamanho aparente do objeto observado. O ex-suboficial respondeu que “media cerca 20 m de comprimento por uns 2 m de altura, e que se parecia muito com a fuselagem de um avião, mas sem as asas e o leme da cauda”. O UFO passou tão rápido sobre eles que não puderam discernir outros detalhes. Os demais membros daquela patrulha, todos reintegrados à vida civil, vivem atualmente no sul do Argentina, alguns na cidade de Rio Gallegos, outros em Rio Grande. O informante de Bracamonte, que vive e desenvolve tarefas particulares no município de Rio Cuarto, na província de Córdoba, nunca mais voltou a ver objetos voadores não identificados. Ele relata que há muitos casos semelhantes, com mais ou menos proximidade dos inusitados artefatos, mas que os protagonistas das experiências preferem mantê-los ocultos e suas identidades reservadas, mesmo após mais de duas décadas de reinstalação da democracia no país vizinho.
O ex- suboficial acrescentou apenas que sabia que o tenente daquela patrulha é hoje gerente de uma empresa petrolífera no sul da Argentina, e que estava prestes a se aposentar. O ufólogo e jornalista Bracamonte considera este um caso de grande envergadura dentro da polêmica questão da Guerra das Malvinas. “O episódio chega a surpreender, mas não foi o único envolvendo UFOs durante o conflito”, diz. Os governos costumam manter em segredo durante 25 ou 30 anos informações sobre seus conflitos armados que, se reveladas, seriam especialmente sensíveis para a opinião pública. No caso das informações classificadas como “segredo de guerra”, do confronto no sul do continente, hoje nas mãos do governo britânico, parece que tão cedo não será possível conhecê-las. Quando encerrada a disputa, os ingleses determinaram que a revelação dos fatos pertinentes à ela – incluindo a observação de artefatos voadores não identificados – somente poderá ocorrer no ano de 2082.
Mas se o caso da patrulha surpreende, ainda mais espanto causou o testemunho de um soldado que viveu o flagelo da Guerra das Malvinas, recentemente revelado pela ufóloga e comerciante argentina Sylvia Perez Simondini, diretora do grupo Visión Ovni, que tem sua base de operações na cidade de Victoria, província de Entre Rios, reconhecidamente uma das áreas de maior casuística ufológica do país. Assim como Bracamonte, Sylvia – junto de sua filha, a também ufóloga Andrea – tenta há anos conhecer detalhes de ocorrências envolvendo discos voadores durante o conflito que assolou o país. “Na ocasião, eu residia em Comodoro Rivadávia, que não era muito distante das Malvinas, e acompanhei de perto o desenrolar dos fatos”, relata. Ela descreveu ainda ter tido uma observação ufológica em sua cidade natal. Sylvia conheceu o soldado que relatou o incidente recentemente e apurou que sua vida mudou após ter vivido fenômenos além de sua compreensão, durante o conflito.
“Tê-lo entrevistado, no dia 14 de janeiro de 2006, foi uma experiência peculiar para mim, uma vez que sua emoção não deixava espaço para dúvidas”, registrou. Por questões de segurança, Sylvia também não revelou o verdadeiro nome de seu informante, chamando-o apenas de Ramón. Ela conta que, logo após desencadeada a Guerra das Malvinas, no começo de abril de 1982, Ramón e seus companheiros de tropa foram destacados para realizar um levantamento dos aspectos atinentes à segurança da Estância El Condor, situada em um vale de cerca de quatro hectares na margem do Rio Gallegos e cortada pela Rodovia 3 – atualmente propriedade de um grande industrial argentino. As operações foram desenvolvidas em circunstâncias extremas entre os dias 04 e 10 daquele mês. Na ocasião, o clima de tensão no país vizinho era enorme, pois a população começava a perceber que o conflito, visto com brios patrióticos, a princípio, se desenhava rapidamente como uma tragédia iminente, pois o oponente reagira de maneira implacável à tomada das ilhas. “Por isso, todas as operações militares, mesmo fora da zona de conflito, eram conduzidas com muito cuidado e extremo sigilo”, conta Sylvia.
O caso ocorreu em torno das 02h00 ou 03h00 de uma madrugada fria em que, inclusive, nevava na região de Rio Gallegos. A maioria dos militares convocados para as operações dormia, enquanto alguns montavam guarda. De repente, um dos soldados de guarda começou a bater desesperadamente na porta do recinto em que os demais dormiam. Seu pavor era tamanho que todos ficaram
preocupados, e Ramón chegou a pensar que ele tivesse visto um monstro ou coisa parecida. Assim que abriram a porta, os militares tiveram seus olhos ofuscados por uma claridade intensa de cor branca, semelhante a dos refletores de um campo de futebol, que estava pouco adiante. A claridade provinha de uma nave gigantesca, de formato oval e com várias luzes em volta, que pairava do lado de fora. O centro do objeto parecia transparente, já que as estrelas eram visíveis naquele ponto. “Mas talvez aquilo fosse apenas o efeito da ilusão de óptica produzida pelas luzes laterais do UFO, que giravam com um movimento muito suave”, disse Ramón.
Tranqüilidade e clima ameno — O que mais chamou sua atenção é que debaixo do objeto não estava nevando. “Em torno dele soprava um vento forte, mas no círculo onde estava a nave reinava a tranqüilidade e um clima ameno”. Alguns soldados saíram do bunker em que dormiam, enquanto Ramón e outros permaneceram dentro dele admirando aquele incrível objeto por cerca de 15 minutos. Após isso, o veículo fez um movimento muito suave e desapareceu entre as colinas, em grande velocidade e poucos segundos. O fato mais insólito é que, quando o UFO desapareceu, a neve e o vento retornaram com mais intensidade do que antes. Apesar de tudo, Ramón disse não ter sentido medo, mas estranha sensação de tranqüilidade. Todos os soldados ficaram se entreolhando assustados, sem pronunciar palavra alguma. Na manhã seguinte, um helicóptero do Exército chegou ao local trazendo militares que não pareciam argentinos, mas norte-americanos! Os estrangeiros reuniram os soldados e os transferiram a um setor do Regimento de Infantaria Mecanizado 24. Daí os levaram a um recinto onde retiraram todos os armamentos e equipamentos que portavam, deixando-os somente de camisetas, calças e botinas, sem os cadarços.
Lavagem cerebral — O propósito daquela estranha reunião viria a ser revelado em seguida. Uma hora e meia depois de iniciada, os militares norte-americanos levaram os argentinos a um outro recinto ao lado, onde tentaram insistentemente lhes incutir que aquilo que tinham visto na gélida madrugada anterior nada mais era do que um novo armamento inglês e que, portanto, não deviam comentar nada com ninguém. Para Ramón, no entanto, aquilo não era possível, pois as características, o formato e principalmente a maneira como o artefato permaneceu no local não coincidia com nenhum veículo bélico fabricado por qualquer nação do planeta. E mesmo os assustados militares argentinos saberiam distinguir as coisas.
Os militares norte-americanos transferiram os soldados novamente de lugar, desta vez para um recinto ainda maior, tipo galpão, onde se encontraram com uma outra tropa do Exército e alguns suboficiais. Ramón conhecia de vista um sargento que ali estava. “Nas ocasiões anteriores em que o vi, ele havia se portado de forma muita enérgica, mas agora, ali, ele estava totalmente abatido e alquebrado”, disse à Sylvia. Mesmo assim, Ramón dirigiu-se a ele e perguntou-lhe o que havia sucedido, e soube então que o UFO tinha sobrevoado as colinas e tomado o caminho da Rodovia 3. O sargento contou ainda que se encontrava à frente de dois caminhões do Exército, e que no exato instante em que o objeto passou por cima deles, um dos veículos sumiu para reaparecer a mais de três quilômetros de distância. Ou seja, o motorista e todos os soldados foram teletransportados junto com o veículo para um ponto mais adiante, e não se sabe quanto tempo durou seu sumiço. Daquele recinto, o Comando do Exército argentino separou Ramón e os demais soldados de maneira independente, de modo que cada um foi deslocado para uma frente de batalha diferente, e nunca mais voltaram a se ver.