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Entrevistas

Ufologia Transcendente

Ultima atualização: 1 de junho de 2004 00:00
Por
Equipe UFO
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Vallée é considerado um autêntico pensador da moderna Ufologia, razão pela qual afastou-se da agitação dos congressos e da mídia de um modo geral para dedicar-se mais às suas reflexões sobre o tema
Créditos: daniel rebisso

No momento em que a Revista Ufo alcança a expressiva marca de sua centésima edição, nossa costumeira entrevista também só poderia ser com um dos mais expressivos nomes do cenário ufológico mundial, Jacques Vallée. Abrindo uma brecha na sua reclusão espontânea, Vallée atendeu com extrema cordialidade o pedido de entrevista de nossa Equipe, e não se esquivou à sabatina a que foi submetido através das perguntas dos nossos “inquisidores”. Suas respostas às nossas indagações merecem ser, mais que lidas, refletidas. Vallée não é um ufólogo comum, mas alguém que tem uma intimidade sem igual com o Fenômeno UFO. Para os que iniciaram nessa jornada há mais tempo, deve rapidamente vir à memória o personagem Lacombe, de Contatos Imediatos do Terceiro Grau [1977], vivido pelo artista François Truffaut. Lacombe, o matemático franco-americano que tinha excepcional conhecimento da questão ufológica, era como Steven Spielberg via Vallée. Entre toda a trama militaresca do filme, foi delegado a Lacombe o lado transcendental da manifestação de UFOs na película.

Essa entrevista também inaugura uma nova forma de trabalho que a Equipe Ufo passa a adotar. Simplesmente, em vez de apenas um entrevistador, Vallée foi inquirido por inúmeros colegas da Comunidade Ufológica Brasileira, convocados para satisfazerem sua curiosidade sobre o trabalho de nosso convidado. Dessa forma, nossos colaboradores e consultores, pesquisadores e amigos elaboraram suas questões e as remeteram para reenvio ao entrevistado, numa espécie de “entrevista coletiva virtual”. O coordenador desse volumoso trabalho foi nosso ombudsman Carlos A. Reis, um dos ufólogos brasileiros mais identificados com a linha de atuação de Vallée. Reis não somente formulou suas próprias perguntas ao entrevistado, como procurou selecionar criteriosamente aquelas recebidas de nossos amigos, que fossem abrangentes e de interesse coletivo, e que trouxessem os esclarecimentos necessários a tantas dúvidas. Em sua tarefa, Reis foi competentemente ajudado pelo nosso coordenador de traduções Marcos Malvezzi Leal, veterano intérprete e titular da seção Memórias da Ufologia, e pela advogada Laura Elias, que já atuou como tradutora da Equipe Ufo e hoje ocupa a posição de consultora.

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Participaram desse trabalho, enviando suas perguntas, os seguintes consultores da revista: Ademar Eugênio de Mello, Alexandre de Carvalho Borges, Arismaris B. Dias, Atílio Coelho, Carlos Alberto Millan, Claudeir Covo, Elaine Villela, Eustáquio Patounas, Fernando de Aragão Ramalho, Jayme Roitman, Laura Elias, Marcos Leal, Paulo Rogério Dias, Pedro Cunha Filho, Rafael Cury, Reinaldo Stabolito, Renato Azevedo, Roberto Pintucci, Roberto S. Ferreira, Rodolfo Heltai, Rogério Chola e Vanderlei D’Agostino, Wagner Borges, Wallacy Albino e Wendell Stein. Desde a Espanha, nossos também consultores Jose António Roldán Sanchez e Marisol Roldán Sanchez também enviaram suas questões, assim como o ex-ufólogo assumido e atual astrólogo Jaime Lauda, que já foi um dos grandes nomes de nossa Ufologia, e o tradutor da Equipe Ufo Marco Aurélio Gomes Veado. Entre nossos leitores, Rogério de Paulo Silva e Ary Moura de Salles também participaram desse trabalho. A todos, nossos agradecimentos pela colaboração, na certeza de que serão parceiros em uma próxima oportunidade.

Sobre Jacques Vallée há muito que se falar, e ele próprio já foi por diversas vezes apresentado nesta publicação, em várias matérias anteriores. Um dos artigos mais detalhados que se publicou sobre seu trabalho foi justamente o do ombudsman Reis, em Ufo 90, Novos Rumos para uma Velha Ufologia. Reis deixa claro o conteúdo do texto a partir do subtítulo: A Ufologia precisa ser repensada na íntegra, para se adequar à dinâmica do fenômeno que estuda. Mas vamos deixar que a própria entrevista revele mais sobre esse importante personagem. Autor de inúmeros livros, pouquíssimos deles traduzidos para o português, Vallée é considerado um autêntico pensador da moderna Ufologia, razão pela qual afastou-se da agitação dos congressos e da mídia de um modo geral, para dedicar-se mais às suas reflexões sobre o tema. É importante salientar que esse diálogo, embora limitado pelo espaço que a própria revista se impõe, deixa nas entrelinhas muito material para reflexão. Essa é a primeira de uma série de entrevistas que estará obedecendo a esse novo formato interativo, e estaremos reservando a cada nova edição sempre uma surpresa agradável para nossos leitores.

Há quase 10 anos, o senhor se afastou do meio ufológico para dedicar-se a reflexões sobre os aspectos sociais e mitológicos do fenômeno, defendendo a idéia de que desde o princípio foi feita uma leitura superficial dele e que todos nós caímos nessa armadilha. Que frutos esse isolamento proporcionou? Qual seria a releitura atual ou qual é a “anatomia do fenômeno” hoje? O afastamento foi apenas das discussões públicas sobre Ufologia, e eu continuo afastado. Mas nunca desisti da pesquisa em si. Porém, o campo tornou-se tão confuso com ramos e ideologias conflitantes, que qualquer coisa que eu dissesse como cientista se perderia na confusão. Nos últimos cinco anos, tenho sido membro do corpo consultivo do Instituto Nacional de Descoberta Científica [National Institute for the Discovery of Science ou NIDS] e consultor executivo do Centro de Registros de Fenômenos Anômalos da Aviação Nacional [National Aviation Reporting Center on Anomalous Phenomena ou NARCAP], que se especializa no estudo de avistamentos de fenômenos aéreos não identificados por pilotos. Muitos pesquisadores, hoje, estão seguindo uma estratégia parecida de trabalhar em silêncio, longe das controvérsias da mídia. Nós estamos voltando aos dias do “Colégio Invisível”, de que tratamos no passado. O quadro que continua a emergir é o de um fenômeno muito forte, que combina parâmetros físicos com efeitos psicológicos e psíquicos muito interessantes. Meu método é bastante simples e muitos dos meus leitores compartilham comigo suas experiências pessoais com o Fenômeno UFO. Estes são casos que eu não divulguei para a imprensa ou para grupos ufológicos, então tenho condições de estudá-los por inteiro sem grandes esforços. Isso permite formar minha própria opinião sobre os casos, e testar os dados com variadas hipóteses. Continuo tão fascinado quanto antes com a fenomenologia ufológica.

Jung, no seu magistral Um Mito Moderno, aventou a hipótese de os UFOs virem a ser uma forma deinteligência que adota diferentes maneiras de se manifestar, de acordo com diferentes contextos históricos. Ou seja, algo muito parecido àquilo que o senhor sempre fez questão de frisar e expor. Seu pensamento ainda é o mesmo? É difícil não ficar impressionado com o fato de que o fenômeno tem tomado várias formas através da história, desde os navios voadores de Magonia, naFrança do século 9, às naves voadoras de 1897 e os foguetes fantasmas de 1947, na Escandinávia. As características físicas básicas dos UFOs são as mesmas, porém o fenômeno foi captado de maneira diferente em cada cultura. Uma parte disto se deve simplesmente ao contexto social ao qual foi inserido, mas parece também existir algum tipo de interação entre a fenomenologia e as testemunhas. É por esta razão que eu propus a idéia de que isso representava um sistema de controle.

A síntese de seu pensamento sobre o fenômeno é a de que ele opera através de uma espécie de “consciência não-humana”, fazendo parte de um domínio ainda não explorado da natureza. Seria, portanto, uma expressão carregada de simbolismo de “uma outra inteligência”. Isso significa que estamos num beco sem saída? Meu amigo Aimé Michel [Ufólogo francês falecido em 1992, um dos criadores da teoria das ortotenias] pensava que nós já estávamos na verdade numa rua sem saída, muitos anos atrás. Eu discordo, porque ainda é muito cedo para se chegar a esta conclusão, uma vez que a ciência ainda não se aplicou ao estudo do Fenômeno UFO. Teoricamente, é possível que a forma de consciência envolvida – seja ela extraterrestre ou não – é tão avançada ou estranha a nós que a questão de interação seja realmente insolúvel. Afinal, nós sabemos que algumas questões matemáticas não têm respostas, de forma que esta não é uma situação nova. Recentemente, o doutor Eric Davis e eu apresentamos uma tese sobre este assunto numa conferência sobre ciência, consciência e religião na cidade do Porto, em Portugal. O título do trabalho é Incomensurabilidade, Ortodoxia e a Física de Alta Estranheza, e está disponível para pesquisa no site do NIDS [www.nidsci.org].

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O senhor acredita que atualmente estejamos errados em sermos mais quantitativos que qualitativos? Que deveríamos retomar o rumo das pesquisas que o senhor representa tão bem, que é o de buscar as hipóteses que possam explicar o fenômeno e suas manifestações mais intrigantes? É importante ser tão quantitativo quanto possível. A ciência está baseada em medidas. O desafio é determinar qual medida é significativa. Ao mesmo tempo, é saudável explorar novas hipóteses. Após 50 anos de pesquisas, é óbvio que as explicações simples para o fenômeno falharam todas.

Fazendo uma síntese de suas obras, o senhor afirma que sua maior decepção seria constatar que os UFOs realmente são de origem extraterrestre. Poderia explicar melhor este pensamento e se atualmente ele ainda persiste? Não foi exatamente isso que eu disse. Eu falei que ficaria desapontado se os UFOs se mostrassem ser nada mais que naves espaciais. Eu passei muito tempo ouvindo testemunhas de observações ufológicas e de supostos contatos, e o que elas descrevem não é uma espaçonave, mas um fenômeno físico que pode surgir do nada, mudar de forma dinamicamente e esvaecer, tornando-se transparente a qualquer instante. Um objeto que faz tudo isso é muito mais interessante “simplesmente” que uma espaçonave. Ele próprio afeta o tempo. Ele pode vir de qualquer lugar, em qualquer tempo, inclusive de nosso próprio planeta. Nós temos que amadurecer e abandonar o conceito de espaçonave, como era vista pelos filmes de ficção científica de 1950.

Teoricamente, é possível que a forma de consciência envolvida com os UFOs – seja ela extraterrestre ou não – é tão avançada ou estranha a nós que a questão de interação seja realmente insolúvel. Após 50 anos de pesquisas, é óbvio que as explicações simples para o fenômeno falharam todas

O senhor nega com convicção as alegações sobre UFOs acidentados, seres extraterrestres resgatados e outros fatos dessa mesma linha, que considera “subcultura ufológica”. Podem-se incluir nessa categoria as abduções e os implantes? Existem várias possibilidades para essa questão. Em meados da década de 60, quando defendi pela primeira vez o estudo dos contatos imediatos – especialmente dos relatos de aterrissagem envolvendo formas de vida como as que nós tínhamos nos arquivos franceses –, a maioria dos pesquisadores se colocou francamente contra a idéia. Eu me lembro do David Jacobs [Professor de história americana na Universidade de Temple e autor de A Ameaça, 2002] argumentando que este tipo de caso traria descrédito para o campo de pesquisas que estávamos desenvolvendo. Naquela época, mesmo o Comitê Nacional de Investigações de Fenômenos Aéreos [National Investigations Committee on Aerial Phenomenon ou NICAP] era cuidadoso ao publicar seus casos de pouso de supostos UFOs pela mesma razão. Então, fico contente em ver que casos de contatos imediatos de terceiro grau (CI-3) e de abdução estão agora sendo pesquisados seriamente. Tenho buscado fazer análises de resíduos materiais de casos de contatos imediatos, e alguns indicaram a presença de vários metais. Eu continuo a conduzir estas análises e, no ano passado, viajei à Costa Rica para colher amostras de água do Lago de Cote, onde um fotógrafo do governo viu o que parecia ser um grande disco voador. Quanto ao assunto dos acidentes com UFOs, ainda estou reservando minha opinião para o futuro. Eu vi os dados de ambos os lados sobre o assunto, porém não estou pronto para chegar a uma conclusão. Já sobre os implantes, por enquanto ainda não vi nenhuma evidência de que os objetos removidos das testemunhas sejam algo extraordinário. Os médicos que consultei sobre este assunto me disseram que dermatologistas estão acostumados com este tipo de objetos nos corpos das pessoas.

O que nós chamamos de “nova Ufologia”, aquela que busca uma “resignificação” do fenômeno, que tenta resgatar o “fio de Ariadne” que se perdeu dentre tantos modelos e filosofias prontas, lança um olhar para um futuro ainda pouco definido. Quais são as perspectivas a médio e longo prazos? Existem relativamente poucos avistamentos hoje, o que torna este momento ideal para um estudo tranqüilo da Ufologia. Vários grupos de pesquisa estão ocupados colhendo e organizando arquivos de fatos ufológicos históricos, enquanto outros estão expandindo os catálogos de casos computadorizados. Toda essa atividade nos ajudará a compreender melhor os padrões subjacentes do Fenômeno UFO. Qualquer redefinição do debate tem que começar a partir desse tipo de análise sólida.

Numa entrevista, o senhor disse que, no atual estágio de desenvolvimento humano, as perguntas se tornam mais importantes que as respostas. Nesse contexto, o senhor diria que o Fenômeno UFO é um gerador auto-consciente dessas indagações? Ele trabalha como qualquer outro fenômeno da natureza. Os UFOs nos forçam a reconsiderar quem somos, qual é a história da humanidade e até a questionar o que chamamos de realidade física. Nesse sentido, o fenômeno é muito saudável.

crédito: crop clircle connector

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Os Círculos poderiam ser produzidos por algum tipo de energia direcionada a partir de uma nave pairando a certa altitude

Qual é sua opinião sobre o Caso Varginha? E qual é o acontecimento em nível mundial que o senhor considera mais impressionante? Infelizmente, não viajei ao local do incidente de Varginha, então não tenho conclusões a oferecer. Prefiro falar apenas dos casos cujos locais de manifestação eu visitei, e cujas testemunhas encontrei e entrevistei. Em um caso como o de Varginha é crucial falar com os observadores em primeira mão e compreender o contexto social em que o fato ocorreu. Mas, veja, os casos que são muito impressionantes não são necessariamente os mais interessantes do ponto de vista científico. Eu procuro estudar casos que tenham potencial de nos ensinar algo novo sobre o Fenômeno UFO. Nesse contexto, me impressionei com o Caso Valensole, ocorrido na França, em julho de 1965, e com o Caso Council Bluffs, que se passou nos Estados Unidos, em dezembro de 1977, porque em ambos as evidências são muito fortes. Mas eu teria a dizer que casos brasileiros verificados em Colares e Ilha de Mosqueiro, no litoral do Pará, foram os mais interessantes entre todos que estudei.

O senhor esteve no Brasil em 1988 investigando algumas ocorrências relacionadas ao fenômeno Chupa-chupa, que gerou a famosa Operação Prato. O que o senhor pensa sobre aqueles acontecimentos e sobre a casuística brasileira, de um modo geral? Estes casos permanecem bem abertos em minha mente. Eles apresentam uma combinação de fenômenos físicos com efeitos psicológicos e de ferimentos reais. Eu tive o privilégio de encontrar várias testemunhas dos fatos registrados durante a onda ufológica do Pará, em 1977, e um dos médicos que tratou delas. Minha esposa [Janine Vallée] e eu também passamos várias horas com oficiais da inteligência brasileira, que viram os fenômenos que ocorriam naquela localidade, incluindo o falecido coronel Uyrangê Hollanda. Não há dúvidas sobre a seriedade e o escopo dos dados que esses militares coletaram durante a Operação Prato. Por outro lado, entre os melhores estudos de casos brasileiros que conheço está o desenvolvido por Bob Pratt, que publicou um livro sobre suas experiências [Perigo Alienígena no Brasil, código LV-14 da Coleção Biblioteca Ufo. Veja no site da publicação, ufo.com.br]. Eu escrevi o prefácio desse livro e espero voltar ao Brasil em algum momento futuro para adquirir mais experiência sobre essa situação. Em contraste com os Estados Unidos, o Governo Brasileiro sempre manteve a mente aberta sobre o fenômeno, e isso é muito saudável.

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Fazendo um exercício de imaginação, suponhamos que num futuro indefinido seja provado que não há nenhum tipo de vida extraterrestre. O que a humanidade terá ganho ou perdido nessas últimas seis décadas de pesquisa ufológica? Nós não poderemos encontrar provas de que não há vida extraterrestre, simplesmente porque o universo é grande demais. Os longos anos que dediquei a esta pesquisa se provarão úteis de qualquer forma, porque nos forçam a pensar sobre a natureza da vida em si. Hoje a biologia nos ensina que a vida pode se adaptar a condições extraordinárias, que nós nunca julgamos ser possíveis. A astronomia nos ensina que moléculas complexas, incluindo alguns dos blocos construtores do DNA, podem existir no espaço sideral.

Em um de seus livros, o senhor escreveu que o cético, ao dificultar um estudo mais organizado por parte do mundo acadêmico sobre o Fenômeno UFO, mantém grande parte das pessoas na ignorância sobre o assunto, facilitando o surgimento de cultos e seitas. Como o senhor vê essa situação, passadas algumas décadas de sua afirmação? Os céticos constituem uma categoria psicológica fascinante, em minha opinião. Nós podemos discordar com certeza da interpretação que fazem dos avistamentos ufológicos, mas é difícil entender como alguém que se diz um cientista possa ignorar os dados e se recusar a estudá-los. Um dia, algum jovem sociólogo investigará as atitudes acadêmicas de rejeição ao Fenômeno UFO e descobrirá algo extremamente fundamental sobre a metodologia científica e seus preconceitos. É saudável aproximar-se do assunto ceticamente, mas a pessoa tem que estar preparada para fazer uma pesquisa mais profunda.

Hoje sabemos que muitas vezes os céticos ferrenhos são os que mais contribuem para a desinformação e o acobertamento da realidade do fenômeno ufológico, mesmo sem saberem que estão fazendo. Em sua opinião, o que podemos realmente esperar dessa questão? Existe uma situação bastante perturbadora nisso que você fala. Na medida em que o fenômeno é sempre apresentado como uma manifestação extraterrestre, nós podemos nunca chegar à verdade, e nos trancamos num dilema. Para muitos ufólogos e para a mídia em geral, um UFO é sinônimo de inteligência extraterrestre. Mas esta é apenas uma hipótese entre muitas que existem para explicar a origem e natureza dos objetos voadores não identificados. Uma vez que não existe prova de que o fenômeno seja de fato extraterrestre, na acepção legítima do termo, muitos cientistas se afastaram dele. Eles não querem ser parte de um acobertamento, mas o resultado de sua rejeição é o mesmo, porque contribuem para uma atitude acadêmica que refuta os dados. O corolário para eles é que, sendo os UFOs sinônimo de inteligência extraterrestre, e esta não tendo sido comprovada ainda, a conclusão é de que simplesmente não existem UFOs. Ora, isso é um absurdo!

Tive o privilégio de encontrar várias testemunhas dos fatos registrados durante a onda ufológica do Pará, em 1977, e um dos médicos que tratou delas. Não há dúvidas sobre a seriedade e o escopo dos dados que os militares chefiados por Uyrangê Hollanda coletaram durante a Operação Prato

Qual é sua opinião sobre o uso da hipnose na investigação de supostos abduzidos? Estou preocupado com o uso da hipnose nesses trabalhos, devido ao perigo óbvio de reforçar ou plantar falsa memória nos pacientes que tenham sido abduzidos ou que se pensa que foram. Eu acho isso anticientífico e antiético. E o que é pior, algo que contribui para destruir os dados sólidos que nós estamos tentando recuperar e conservar sobre o Fenômeno UFO. Eu estudei 70 casos de abdução, tendo passado dois dias com Betty e Barney Hill e com o doutor Benjamin Simon, que conduziu as hipnoses em ambos. O doutor Simon foi taxativo em assegurar que a experiência do caso Hill era real para Betty e Barney. Porém, nenhuma conclusão sobre a realidade física do encontro poderia ser esboçada a partir disso. Sua preocupação era a terapia que aplicava ao casal, não a pesquisa ufológica. Nos últimos 10 anos, muitos ufólogos hipnotizaram milhares de abduzidos, e nós ainda não sabemos nada sobre a natureza do fenômeno. Minha impressão é que esta metodologia é errada.

O que o senhor tem a nos dizer sobre os círculos ingleses? Pelo que tenho visto, os efeitos que causam tais desenhos nas plantações daquele país poderiam ser produzidos por algum tipo de raio de energia direcionado a partir de uma nave pairando a certa altitude, um veículo que fosse pouco observável – não um satélite orbital, mas sim uma aeronave remota não pilotada ou algum dirigível sólido e pequeno. Parece plausível assumir a hipótese de que a inteligência militar esteja testando uma nova arma energética, e a está testando fazendo os desenhos. Entretanto, não sou um expert nesses sistemas, por isso mantenho a mente aberta a possibilidades.

Em seu livro Confrontos [1979], há o interessantíssimo relato do Doutor X, ferido de guerra que após um suposto contato com um UFO, teria apresentado uma espantosa cura espontânea. Na sua opinião, poderia haver alguma outra explicação para tal fenômeno que não a origem extraterrestre? Houve de fato uma relação entre a melhora clínica do Doutor X e o avistamento ufológico próximo à sua casa? Esta é uma pergunta interessante, mas os dados que eu tenho sobre o caso precisam permanecer confidenciais por mais algum tempo. Eu continuei a estudar o caso por anos, encontrando-me várias vezes com o Doutor X e sua família. Janine e eu até passamos nossas férias com eles. A testemunha tem sido muito generosa em ceder seu tempo a essa investigação e quero respeitar seu desejo de manter certos detalhes do fato em âmbito particular. O incidente foi pesquisado por outros estudiosos internacionais também, dentre os quais Aimé Michel. Em 1958, o Doutor X servia no exército da França, quando foi ferido pela explosão de uma mina. Isso viria a lhe causar deficiência no lado direito do corpo e fortes dores. Dez anos mais tarde, ele estava cortando lenha em sua casa quando fez um movimento em falso e se cortou na perna. A hemorragia foi intensa e logo o local inflamou. Ele foi tratado imediatamente, mas as dores na área do ferimento perduraram algum tempo.

Na noite de 02 de novembro de 1968, ainda sofrendo seqüelas do recente acidente, o Doutor X foi despertado pelo choro de seu filho e foi ao quarto para ver o que se passava. Qual não foi sua surpresa ao ver a criança de pé no berço e apontando para um clarão intenso que se movia no céu. Ele foi até a sacada e deparou com dois grandes objetos discóides de cor prateada na parte superior, mas com o fundo lembrando as cores do pôr-do-Sol. O fenômeno se moveu para uma posição quase acima de sua cabeça e um facho de luz atingiu-o em cheio. O Doutor X ouviu uma espécie de estalo e o objeto subitamente desapareceu. Em minutos, notou que não sentia dor alguma, nem do recente corte, nem do antigo ferimento de guerra.

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Quando eu me aproximei da Ufologia, nos anos 60, pensei que a hipótese extraterrestre era a melhor de todas as que havia para explicar o fenômeno, e disse isso em meus primeiros dois livros. Mas fui forçado a mudar de opinião porque os dados que coletei contradizem essa hipótese

O senhor tem sido criticado pela comunidade ufológica mundial por se abster de uma explicação cartesiana para os UFOs como, por exemplo, sua procedência extraterrestre. Qual é a sua opinião atualmente? O método cartesiano começa com os dados e passa por um refreamento para se chegar a conclusões. Isso é exatamente o oposto do que a maioria da comunidade ufológica mundial está fazendo para conhecer o Fenômeno UFO. Descartes disse: “Eu não direi que nada é verdade a menos que eu tenha evidências de que realmente é”. Quando eu me aproximei desse campo de estudos, nos anos 60, pensei que a hipótese extraterrestre era a melhor de todas as que havia, e disse isso em meus primeiros dois livros. Mas fui forçado a mudar de opinião porque os dados que coletei contradizem essa hipótese. Se nós queremos persistir na concepção extraterrestre, devemos estar conscientes dessas contradições. É assim que o método cartesiano funciona.

O cinema, de Contatos Imediatos a ET, e a televisão, de Arquivo X a Taken, exercem forte influência como veículos formadores de opinião. E em se tratando de UFOs, as seqüelas sociológicas costumam ser profundas. Na sua visão, essa é uma influência negativa ou positiva? A influência da expressão artística raramente é boa ou má, ela simplesmente reflete a imaginação da sociedade humana. Steven Spielberg e outros diretores expandiram nossa visão do mundo através de sua arte, mas eu não creio que eles estão tentando influenciar as crenças sociais. Um antigo filme como Forbidden Planet [Planeta Proibido] permanece como um fantástico precursor neste campo.

No seu livro Messengers of Deception [Mensageiros do Engano, 1980], o senhor aborda a figura do major Donald E. Keyhoe, que teria sido vigiado de perto pela CIA até sua morte. A obra de Keyhoe, The Flying Saucer Conspiracy [A Conspiração dos Discos Voadores, 1955], causou um espanto inesperado nas pessoas que acreditam em UFOs, o que deve ter ajudado muito as agências nos quesitos desinformação e guerra psicológica. Dentro deste contexto, o senhor acredita que o doutor Joseph Allen Hynek também foi um “útil descartável” para a Força Aérea Norte-Americana (USAF) mesmo sem saber? O mesmo teria acontecido com o senhor, em determinada época? Conforme nos tornamos menos ingênuos sobre o posicionamento dos vários governos neste campo, torna-se claro que as agências de inteligência têm um interesse real no monitoramento dos relatos ufológicos. Pesquisadores como o norte-americano Richard Dolan, que escreveu o livro UFO and the National Security State [UFOs e o Estado de Segurança Nacional, 2002], mostrou a extensão deste interesse e também seu abuso – eu escrevi o prefácio deste livro. Está claro que vários governos – e não apenas o dos Estados Unidos – têm usado o fenômeno e a crença popular nos UFOs para encobrir outras atividades. Por exemplo, as autoridades soviéticas realmente encorajavam as pessoas a acreditarem que havia UFOs numa certa região da Rússia, porque isso proporcionava uma explicação conveniente sobre alguns testes espaciais ilegais que lá eram realizados. O doutor Hynek e eu sempre estivemos cientes do potencial destas manipulações, e é por esta razão que também sempre nos recusamos a chegar a conclusões quando há a ausência de provas científicas. Em meu livro Revelations [Revelações, 1991], relatei o quanto Hynek e eu estivemos perto de fazer certas declarações, com a implicação de que o Pentágono então revelaria a prova da realidade ufológica. No entanto, nós nunca dissemos no que aquela prova consistiria, e nos recusamos a cooperar com o que nós pensávamos ser desinformação. Muitos ufólogos criticaram esta atitude e a interpretaram como sendo muito tímida. Eu creio que os dados históricos mostrarão que nós estávamos certos em sermos cuidadosos.

crédito: steve neil

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Os Aliens usariam um universo paralelo ou outras dimensões, embora a maioria dos ufólogos rejeite tal tese como se fosse ficção científica

Após tantos anos de pesquisa, de acesso a dados laboratoriais, à documentação e troca de informações com cientistas e pesquisadores renomados, o senhor chegou a alguma conclusão sobre a realidade física dos UFOs? Justifica-se tanto preconceito por parte da comunidade científica tradicional? Existe um círculo vicioso aqui. Nunca se fez ciência em Ufologia. Poucos cientistas – como Hynek e eu, os doutores Pierre Guerin e Claude Poher, na França, e os doutores James McDonald, Peter Sturrock, Richard Haines e McCampbell, nos Estados Unidos – usam seus conhecimentos de homens de ciência para abordar o assunto. Mas isso não tem relação com o que realmente poderia ser considerado um esforço científico multidisciplinar e competitivo para se compreender o Fenômeno UFO. Todos esses cientistas têm dirigido grandes esforços em pesquisas nacionais, dentro de campos acadêmicos convencionais, mas nós nunca tivemos a oportunidade de fazer o mesmo com o fenômeno. E enquanto isso não for feito, não teremos condições de chegar a qualquer conclusão séria, e assim o preconceito continuará – a menos que a evidência se torne tão grande que a opinião pública forçará uma mudança neste sistema. Uma das preocupações que deveríamos ter é que a primeira geração de cientistas que preconizou essa pesquisa está morta ou envelhecendo. Mesmo que seus arquivos sejam preservados, o que raramente acontece, suas idéias dentro da história e desenvolvimento da Ufologia estarão perdidas. Também existem muitos dados que coletamos, acumulamos e nunca foram publicados.

Qual é sua opinião quanto ao estudo da Ufologia também sob os as-pectos do \”ver\” e \”sentir\” os UFOs e os seres extraterrestres no que seriam a 4ª, 5ª e quem sabe até outras dimensões? Nós não sabemos quantas dimensões existem. Tudo que sabemos é que a noção simples de um universo quadri-dimensional de espaço-tempo não é suficiente para explicar efeitos físicos como os conhecemos hoje. Quando sugerimos que os UFOs não devem ser simplesmente de outro planeta, mas que usariam um universo paralelo ou outras dimensões, a maioria dos ufólogos rejeitou tal tese como se fosse uma ridícula ficção científica. Naquela época, estas idéias eram marginais dentro da física, mas hoje elas são parte dos objetivos acadêmicos. O que acontece com a consciência humana quando ela funciona além das dimensões físicas conhecidas é uma questão muito interessante. Parapsicólo-gos estão tentando desenvolver modelos de estudo deste funcionamento, especi-almente com experimentos de visão re-mota nos Estados Unidos e na Rússia, e com estudos de experiências de quase morte. Minha impressão é de que neces-sitaremos desenvolver novas ferramentas de pesquisa antes de irmos além dos resultados estatísticos apresentados até agora. Sou muito impaciente com estatísticas!

TÓPICO(S):Edição 100
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