
Não é a primeira vez que a Revista UFO se apresenta em eventos na Europa, onde o público ufológico se divide entre conservador e atento. Mas com certeza foi a viagem mais bem sucedida que já realizamos ao Velho Continente. O editor de UFO, A. J. Gevaerd, esteve proferindo conferências em Birminghan e Leeds, na Inglaterra, depois em Falkirk, na Escócia, e por fim em três cidades finlandesas: Tampere, Helsinki e Jyväskilä. Tudo em 16 dias de viagem, num total de 14 horas de conferências, mais de 40 mil km percorridos e cerca de 2.500 pessoas.
A turnê de UFO na Europa iniciou-se em 19 de fevereiro passado, com encontro mantido com ufólogos de Londres para troca de informações e esclarecimentos sobre o Caso Varginha – que na Europa desperta bem mais interesse entre o público leigo que nos EUA. Em 22 e 23 de fevereiro, proferimos conferência no 3rd Solihull International UFO Conference, num subúrbio de Birminghan. O evento foi dedicado a dois temas: no sábado, 22, Ufologia e casuística internacional. No domingo, 23, a chamada “conexão terrestre”, sobre enigmas terrestres, lunares e marcianos – entre eles as tais pirâmides e a esfinge no Planeta Vermelho.
Na área de Ufologia, além do editor de UFO, o terapeuta norte-americano John Carpenter apresentou extensa palestra sobre os mais de 120 casos de abdução que investigou pessoalmente, inclusive com o uso de hipnose regressiva. Três pratas-da-casa também mostraram o lado inside da Ufologia britânica. Graham Birdsall, editor da revista UFO Magazine, que patrocinou os eventos na Inglaterra e Escócia, mostrou casos extraordinários de contatos com ETs em seu país e as manobras de acobertamento – também lá – da Royal Air Force (RAF). Tonny Dodd, ufólogo veterano que já foi policial inglês por 25 anos, mostrou os mais recentes casos de mutilação de animais nas ilhas britânicas, quase tão aterradores quanto o Chupacabras do Caribe. Em seguida, Russel Callaghan, do staff da revista, mostrou técnicas de análise de fotos e filmes de UFOs.
Sobre a conexão terrestre, também estiveram em Solihull alguns dos mais reputados pesquisadores na área, entre eles os doutores Mark Carlotto e Ananda Sirisena [Editor: este último apontado como novo representante da Revista UFO no Sri Lanka]. Ambos discorreram profundamente sobre a geometria das pirâmides marcianas e da chamada Cidade de Sidônia, um conjunto de construções arquitetônicas encontradas na região de mesmo nome no Planeta Vermelho.
Platéia atenta – Ainda sobre pirâmides, mas desta vez as terrestres, falaram nesse dia os escritores John West, Graham Hancock e Roberto Bauval, todos da Inglaterra. Os temas versaram sobre a participação de seres espaciais na construção das pirâmides e no aprimoramento da civilização egípcia.
Em conjunto, estes estudiosos deram à platéia uma verdadeira aula sobre o assunto – aplaudidíssima. O evento de Solihull conseguiu reunir cerca de mil pessoas em cada um dos dias, mostrando claramente a aceitação do povo inglês para a questão ufológica e para os – já nem tão – enigmáticos passos de nossos antepassados. “Essa é a média de público que temos tido aqui nos últimos três anos”, disse Birdsall à UFO (brasileira). De fato, já estivemos lá em 1995 e o número de pessoas foi o mesmo: surpreendentes mil participantes. No evento deste ano, no entanto, Gevaerd mostrou a intimidade do Caso Varginha em palestra ricamente ilustrada, enaltecendo a importância desse caso e suas vantagens sobre a queda ufológica mais falada do planeta: Roswell. “Já é hora de encerrarmos as discussões infrutíferas e ultrapassadas sobre o Caso Roswell, que teve seu momento na história, mas já passou. Agora, vamos olhar para a frente e esmiuçar o Caso Varginha – este sim merece toda nossa atenção”, disse o editor de UFO no evento.
O mesmo trabalho se repetiu em Leeds, três dias depois, em 26 de fevereiro, e em Falkirk, já em território escocês, no dia 1° de março. Nestes outros eventos, as platéias oscilaram entre 400 e 500 pessoas – ainda assim um público espetacular. Agenda cheia foi o que aguardou Gevaerd e Carpenter nestas duas cidades, com miríades de entrevistas à Imprensa e reuniões com ufólogos locais. Em Leeds, estupenda cidade das Midlands, ambos concederam entrevista ao vivo à BBC, atraindo grande número de intelectuais para as conferências realizadas no auditório da universidade local. Um público de alto nível e muito atento compareceu ao evento.
Três dias depois de Leeds, nova jornada levaria os ufólogos 300 km ao norte, para a cinzenta Falkirk, cidade situada entre Glasgow e Edimburgo. Nova numerosa platéia aguardava atenta as revelações sobre o Caso Varginha e sobre o processo de abdução múltipla estudado por Carpenter, em meio ao seu trabalho como um dos diretores da Mutual UFO Network (MUFON). Carpenter surpreende pela exatidão de seu método, comprovando com facilidade que o fenômeno da abdução é mundial. “Não tenho a menor dúvida de que as pessoas são abduzidas igualmente nos mais diversos países, do Canadá ao Zaire, do Japão à Guatemala”, declarou à Revista UFO. O estudioso cedeu vários de seus trabalhos para publicação neste veículo, apenas aguardando tradução.
Durante estada na Grã-Bretanha, o editor de UFO pôde conhecer as instalações de sua equivalente inglesa, a UFO Magazine, hoje com tiragem de 60 mil exemplares por edição, que se esgotam rapidamente quando vão às bancas – uma realidade bem diferente da brasileira, onde 14 mil exemplares vão às bancas todos os meses, mas apenas 6 mil são efetivamente vendidos. A equipe da revista inglesa [Editor: veja box] tem realizado um trabalho exemplar, fazendo com que a publicação já circule em nada menos do que 20 países. Seu escritório é moderno, espaçoso e aparelhado com o que há de mais atual em termos de computação. Não é à toa que a publicação é líder mundial na área, batendo até mesmo – e de longe – as concorrentes norte-americanas.
Isolamento ufológico – Depois de Falkirk, Carpenter voltou para os Estados Unidos, dando por encerrada sua turnê. Mas o editor de UFO ainda teria compromissos em mais três cidades, desta vez na gélida Finlândia, sob temperaturas que oscilaram entre 5 e 10 graus negativos. Novamente, agenda cheia de compromissos, desde encontros com ufólogos locais e russos até apresentações na Imprensa do país – em 05 de março passado, Gevaerd se apresentou por 20 minutos, em horário nobre, num programa de entrevistas ao vivo para a MTV finlandesa. “Encontrar pela primeira vez o público finlandês foi uma surpresa. Não imaginava que fosse tão interessado no assunto UFO”, disse Gevaerd à MTV. De fato, o país é um dos mais longínquos rincões da Europa, faz divisa com a Rússia, vive oito meses por ano abaixo de zero e tem metade de seu território dentro do Círculo Polar Ártico.
Em circunstâncias tão desfavoráveis, a Finlândia vive um triste isolamento ufológico do resto do continente – e até dos demais países escandinavos, bem mais ativos na área. Nesse aspecto, a visita do editor de UFO foi muito importante, pois reuniu-se com ufólogos e grupos locais, dando-lhes uma injeção de ânimo. Ao fim de cinco dias no país, já se podia contemplar os resultados: novos grupos surgindo e novas conferências já marcadas. O patrocinador dos eventos no país, o médico Timo Koskeniemmi, garante que promoverá uma retomada da Finlândia no cenário internacional. “Queremos que o mundo saiba que os UFOs são muito assíduos em nosso país, também”. Não há a menor dúvida, assim como do interesse dos finlandeses pelo assunto. Tanto que, nas três conferências realizadas, falamos para centenas de pessoas.
Após reunião com ufólogos de Tampere, a noroeste do país, proferimos conferência de 3 horas e dezenas de slides sobre a situação ufológica brasileira – sempre com tradução simultânea, assim como nas demais conferências. Os principais casos de contatos com UFOs e abduções no Brasil foram apresentados para uma platéia de alto nível, visivelmente interessada e faminta por informações. Gevaerd concentrou o trabalho no Caso Varginha, dando aos finlandeses o mesmo relato aprofundado sobre o assunto que, na semana anterior, deixara as platéias britânicas estupefatas.
“Até então só tínhamos informação sobre Varginha através da Internet, que tem também muitas lacunas. Agora sabemos o quanto o caso é importante e merecedor da atenção mundial”, disse Lasse Ahonen, presidente do Suomen Ufotutkijat, o grupo mais expressivo da Finlândia. Em seguida, nova viagem para o sul do país, desta vez para conferência em Helsinki, no auditório do Centro Social Finlandês.
O trabalho lá repetiu-se da mesma forma, desta vez com alguns dos principais pioneiros da Ufologia Finlandesa na platéia – muitos já aposentados, mas todos nomes de grande expressão. Por fim, outra viagem seria feita para o norte do país, agora para Jyväskilä, importante pólo madeireiro europeu, para a última apresentação da Revista UFO durante essa turnê. O saldo de toda a viagem foi altamente positivo: UFO estabeleceu novos e importantes canais de comunicação e intercâmbio com ufólogos expressivos de vários países e reforçou os já existentes. Agora, mais oito viagens internacionais a cerca de duas dúzias de países estão agendadas para os próximos meses. Haja tempo!