BRINCADEIRAS — Uma das mais espetaculares fotos de UFOs que já se obteve até hoje — e que mostra um aspecto dos mais complexos dentro da Ufologia — foi conseguida, aparentemente, através de meras brincadeiras sem maiores conseqüências… Na realidade, obter-se uma foto de UFO é algo extremamente difícil e, normalmente, quem consegue o feito, ou não esperava por alguma coisa insólita ou simplesmente teve a sorte de estar na hora certa, no lugar certo e com uma câmara na mão, no instante em que um UFO resolveu passar. Por isso, e pela normal rapidez da ocorrência, as fotos de UFOs costumam ser pouco nítidas, geralmente tremidas e quase sempre fora de foco.
Mas, noutra ponta do fenômeno, um evento muito singular costuma ocorrer com relativa freqüência: alguém tirando uma determinada foto de algum ambiente, nada nota de estranho no espaço à sua volta, mas, ao revelar a foto, um “intruso” pode aparecer — e boa parte das fotos de UFOs são feitas assim. Este é o caso de clássicos clichês obtidos em todo o mundo, quando fotógrafos amadores e profissionais dedicam-se a obter figuras geralmente de paisagem e, ao revelarem suas fotos, dão conta de que “algo mais” aparece representado na imagem — algo que ninguém havia presenciado!
Esse é o caso especial da fotografia ao lado, que foi recebida na sede do CPDV —Centro para Pesquisas de Discos Voadores — em 1988, enviada por nosso filiado Gustavo Machado Ferreira. Gustavo nos informou que a foto foi obtida em setembro de 1987, no Recife (PE), por André Ângelo Portela, então com 17 anos. A moça que aparece na imagem é sua irmã, Maria de Fátima Portela, 26. Os dois irmãos estavam divertindo-se obtendo fotografias a esmo, no início da tarde de um dia de setembro (ainda não conhecido), próximo ao Aeroporto Internacional do Recife, exatamente em posição frontal à pista de pouso e decolagem do Aeroporto.
A idéia dos irmãos André e Fátima era, por brincadeira, obter uma foto onde um dos jatos que pousam continuamente ali pudesse aparecer. E a encomenda saiu bem melhor do que o pedido… Simplesmente, André conseguiu obter uma imagem de um Boeing 727-200 (exatamente idêntico ao pilotado pelo comandante Britto em fevereiro de 1982), da empresa paulista VASP, em pleno processo de decolagem, nos primeiros segundos de seu vôo e a cerca de 70-80 metros do solo. O Boeing aparece nitidamente, com precisão de detalhes incomum até mesmo para profissionais. Mas, o mais importante é que André conseguiu enquadrar um estranho objeto em sua foto: um verdadeiro UFO discoidal, com cúpula luminosa e até uma certa coloração amarelada e, mais ainda, a cerca de 30-40 metros da cabine de comando do Boeing!
Essa é, sem dúvidas, uma foto rara, de extrema importância, pois existem apenas algumas poucas idênticas em todo o mundo, mas seguramente nenhuma tão nítida e com detalhes tão perfeitos. O curioso é que nem André nem Fátima conseguiram ver o UFO, o que até os desapontou… Mesmo assim, através de Gustavo, aceitaram enviar a foto ao CPDV, que a submeteu à algumas análises. Nossas tentativas de localizarmos os irmãos resultou infrutíferas e, assim, não conseguimos obter o negativo da foto para análises mais completas, mas trabalhamos com o (excelente) material à disposição.
UM UFO REAL — A fotografia foi imediatamente enviada pelo CPDV ao engenheiro e ufólogo Claudeir Covo, presidente do único centro nacional habilitado a fazer análises em fotos de UFOs, o CE-PU – Centro de Estudos e Pesquisas Ufológicas, de São Paulo. Claudeir é conhecidíssimo na Ufologia brasileira, autor de vários artigos em UFO e UFO ESPECIAL e consultor do CPDV. Sua experiência com fotos ufológicas é reconhecida até no exterior e ele, pessoalmente, já analisou dezenas delas, o que o torna um verdadeiro “expert” no assunto (vide matéria especial na revista n- 1 de UFO ESPECIAL). Vejamos o que Claudeir pôde concluir sobre a foto, preliminarmente:
(1) Entre a máquina fotográfica – cujo modelo é desconhecido, assim como o filme empregado — e o UFO não há nenhum vidro que pudesse refletir, algum tipo de luz (a janela está aberta).
(2) Da posição em que se encontrava o fotógrafo, no interior de um apartamento, a lente objetiva da câmara não estava sendo atingida por raios solares; conseqüentemente, descartamos a possibilidade de reflexo nas lentes — o conhecido “lens flare”.
(3) No campo visual da foto não há nenhuma fonte de luz intensa (sol, luminárias, faróis, etc); conseqüentemente, descartamos também a hipótese de uma aberração ótica do tipo “cauda de cometa” ou “coma”.
(4) As análises das sombras são as mais impressionantes: de acordo com a iluminação q do sol sobre o Boeing da VASP e sobre o ambiente da foto, podemos perfeitamente verificar sua posição, ou seja, quase \’a pique\’, ligeiramente à direita e para trás, num ângulo próximo de 90° com o solo. E as sombras produzidas pelo sol sobre o UFO coincidem perfeitamente com sua posição. Com isso, concluímos que o objeto é um sólido tridimensional e estava lá fisicamente na hora exata da obtenção da foto — não se trata de dupla exposição da foto ou de o UFO estar \’numa outra dimensão\’.
(5) Na ampliação fotográfica do UFO (detalhe ao lado), podemos ver mais perfeitamente seus detalhes, da iluminação solar e suas sombras. Da metade do UFO para cima, podemos ver a superfície à direita mais clara e amarelada, enquanto que à esquerda é sombreada, mantendo em toda a zona iluminada um gradiente de iluminação típico de uma superfície esférica. Com isso concluímos que o UFO tem formato discoidal, com cúpula em sua parte superior.
(6) As análises da foto através de microscópio ótico mostram também uma pequena saliência na parte superior da cúpula do UFO, algo como uma pequena antena ou similar.
(7) Também através do microscópio podemos ver que a imagem do UFO tem certa consistência, ou seja: tem profundidade e o objeto está longe da câmara. Isso descarta totalmente a possibilidade do objeto ser um modelo próximo à janela.
(8) As análises mostraram também que não há qualquer tipo de fio sustentando o objeto, o que indica que o mesmo não é um modelo.
(9) Nas ampliações, no entanto, não foi possível detectar qualquer tipo de escotilhas, janelas ou portas sobre a superfície do objeto.
(10) O objeto não é qualquer tipo de veículo aéreo conhecido ou convencional. E, portanto, um verdadeiro UFO!
VEREDITO — Claudeir acrescenta, no entanto, que analisando-se o positivo (a cópia revelada do negativo — a foto) sempre há alguma margem para dúvida e que sua análise preliminar, reconhece, não é 100% confiável. Sua confirmação pl
ena só poderá ser obtida através da análise do negativo, o que poderá dar-se breve, de acordo com nossos esforços em localizarmos os irmãos. Mas Claudeir arrisca um veredicto para a foto, e, com a sua experiência, dificilmente estará errado: “Até o presente momento, nossa conclusão é de que se trata de um objeto de formato discoidal, com cúpula, bem distante da câmara e de tamanho relativamente grande”.
A fotografia foi mantida inédita pelo CPDV para que se pudesse examiná-la antes de a publicarmos com a tarja de “verídica”. Assim, uma vez reconhecida a legitimidade do clichê, o fazemos especialmente nesta edição, justamente por querermos mostrar como são comuns as ocorrências que reúnem UFOs e aviões comerciais (entre outros). Neste caso, a empresa aérea VASP ganhou não só um acompanhante em seu vôo, como também uma boa publicidade grátis em nossa revista. E deverá lucrar com isso: quantos de nossos leitores não desejarão fazer uma viagem em seus Boeings para, quem sabe, tentarem ver um UFO também?!…