Introdução da Equipe UFO – O que apresentaremos nesta matéria nada mais é do que outra exemplificação do Fenômeno UFO em suas aparições misteriosas para o mundo habitado por humanos. Mas o que a torna particularmente interessante é o fato de ter tantas testemunhas de sua passagem. E claro que todos os que estudam ou conhecem um pouco de Ufologia já viram ou ouviram falar de acontecimentos como o que este artigo descreve. Em todo mundo, pesquisadores têm centenas de registros e milhares de indícios do interesse de alienígenas por nossos aviões. Eles surgem do nada, causam uma grande confusão na mente dos passageiros que os vêem atônitos (quando não fazem o mesmo com pilotos e tripulação) e depois simplesmente somem. Nossas edições anteriores já trataram desse assunto. UFO Especial n° 3, por exemplo, expôs detalhadamente o Caso VASP Vôo 169, em que um disco voador perseguiu o Boeing da empresa paulista por mais de 3 horas, em 1982. Já UFO n° 14 mostra documentos até então secretos da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre o assunto, com reprodução até das telas de radar que rastrearam UFOs sobre Anápolis (GO).
Esta edição, como várias outras, mostrou também que as autoridades brasileiras ainda praticam o jogo de esconde-esconde com o público, sonegando informações. Nesse aspecto, nossa saudosa edição PSI-UFO n° 1 (antecessora de UFO), apresentou o fantástico caso de maio de 1986, quando vários UFOs colossais seguiram jatos da FAB. De fato, a informação de que a FAB possui um organismo dedicado aos UFOs não é mais segredo desde 1987, quando o Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) decidiu publicar não só a notícia, mas também detalhes completos sobre a atuação, estrutura e funcionamento deste órgão, o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI). Inclusive, publicou fac-símiles de vários documentos e relatórios de pesquisas ufológicas desenvolvidas por nossas autoridades aeronáuticas. Muitas delas envolvendo aviões seguindo e sendo seguidos por UFOs.
É exaustivamente sabido, também, que as forças armadas de todo o mundo captam UFOs com certa regularidade em seus radares e enviam caças a jato para perseguirem-nos. É igualmente conhecido o fato de que as autoridades aeronáuticas (civis e militares) de vários países recebem denúncias de pilotos de linhas áreas comerciais, reclamações de que estão sendo seguidos por UFOs. O caso apresentado a seguir, levantado por nosso colaborador do Paraguai, é um exemplo vivo disso. Um exemplo que nos faz relembrar o fantástico Caso Vasp, que reabriu portas para a Ufologia Brasileira. Nossas autoridades tupiniquins também passam por estas experiências quando ocupam as salas refrigeradas dos Núcleos de Proteção ao Vôo, vulgarmente conhecidos como torres de controle, nos principais aeroportos do país. Embora não admitam… Mas como tudo tem seu fim, as barreiras do sigilo vão vagarosamente sendo rompidas e, pouco a pouco, vamos tendo acesso a documentos secretos que mostram fatos interessantíssimos. Assim como existem dificuldades para se obter essas informações no Brasil – que só são possíveis porque alguns militares acreditam que a população deve ser informada do que acontece no país, o mesmo ocorre em outros países do mundo.
A reportagem a seguir, feita pelo paraguaio Jorge Ramires, há vários anos representante do CBPDV e da entidade norte-americana Mutual UFO Network em seu país, deixa claro que somente pessoas apaixonadas pela Ufologia, que verdadeiramente se predispõem a enfrentar inúmeras dificuldades, conseguem arrancar informações tão valiosas, precisas e verdadeiras de testemunhas que ocultaram, por algum motivo, do resto do mundo, histórias tão fantásticas quanto à de naves extraterrestres avançadíssimas e movidas por tecnologia sequer imaginada por nós, seguindo aviões de carreira em todo o globo com um interesse idêntico ao de uma criança de 3 anos por um balão de festa do aniversário.
Discos Voadores mais uma vez aparecem num aeroporto internacional e deixam todos amedrontados. Qual seria sua intenção? Testar os equipamentos de navegação aérea mais modernos que existem aqui, na Terra? Foi através de um programa de rádio, do qual sou locutor, que tive a oportunidade de entrar em contato com o caso mais espetacular de observação de UFO acontecido no Paraguai. O relato me foi passado num dia em que, por coincidência, entrevistava um representante local Centro de Estudos de UFOs (CUFOS), dos EUA. Aproveitávamos para conversar informalmente enquanto os comerciais estavam no ar quando notei, do outro lado do vidro da cabine de locução, o operador tentando chamar minha atenção, pois havia uma chamada telefônica urgente.
Pensei que fosse mais uma das ligações que atendo normalmente, durante a programação, de pessoas interessadas em participar do programa ou fazer perguntas sobre UFOs (o interesse no assunto, no Paraguai, é muito maior do que se imagina). A pessoa que me ligou, um homem, afirmou ter informações interessantíssimas para passar-me, mas queria conversar particularmente. Quando foi visitar-me, em meu escritório de Ufologia, esclareceu que as informações que estava fornecendo não eram completas, mas referiam-se a um caso de UFO recentemente registrado no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, da capital paraguaia.
Um Evento Recente – Com exceções raríssimas, as pessoas nos informam, após ou durante os programas na rádio, sobre fatos passados há muito tempo – cinco, dez anos atrás. Todos os que trabalham com Ufologia têm consciência de como e difícil mostrar e provar alguma coisa ocorrida há tanto tempo, especialmente se desejamos fazer uma investigação séria e minuciosa. Para começar, é mais provável que a testemunha da ocorrência tenha mudado de endereço ou de cidade, morrido ou simplesmente não se lembre muito bem do incidente. Esse evento relatado por meu informante, no entanto, era verdadeiramente recente. Fiz as primeiras investigações através de contatos com militares paraguaios, coisa que não é muito simples. Depois de passar pela segurança e burocracia de nossas autoridades, onde deixei minha câmara fotográfica e carteira de identidade, adentrei nos escritórios do aeroporto de Assunção e encontrei o comandante Dario Dávalos, que era o responsável pelo tráfego aéreo naquele momento. Aparentando 35 anos, magro, olhos grandes, o comandante ouviu atentamente o motivo da minha visita.
Curiosamente, olhou para as páginas da revista da Mutual UFO Network que eu havia levado (onde constava meu nome como o representante da organização americana no país), na esperança de ver quebrado o receio dele em declarar algo além do que seus superiores consentissem. Pouquíssimas vezes autoridades paraguaias fizeram algum tipo de afirmação sobre UFOs, contra ou a favor, pois o assunto nunca foi prioridade para um país em regime ditatorial, como o nosso viveu por tantos anos. Para minha surpresa, o comandante era muito comunicativo e demonstrou grande interesse pelo assunto. Fiquei ainda mais surpreso quando, ao perguntar-lhe diretamente sobre um possível incidente ocorrido no aeroporto, conforme meu informante falou, recebi dele uma resposta afirmativa.
Dávalos pediu à sua secretária que localizasse um relatório recente onde, de acordo com suas próprias palavras, “poderíamos ler a data exata do evento e as condições em que ocorreram”. Este seria o primeiro passo para localizarmos os responsáveis pelo controle do tráfego aéreo no aeroporto, na noite da ocorrência. Continuando a ter surpresas pela inesperada receptividade e atenção, realmente havia no documento dois dos nomes que estávamos procurando. Cesar Escobar era um deles, o piloto do avião Cessna que foi acompanhado por um UFO por uma distância de mais 170 km. Caso interessantíssimo e que já rastreava há algum tempo, sem muito sucesso. Não foi difícil descobrir que esta história tornou-se a mais comentada nos corredores do Departamento de Controle de Tráfego Aéreo Paraguaio, em outras repartições do aeroporto e entre todos os pilotos civis e militares que lá fazem seu serviço. No entanto, o caso nunca veio a público.
Comunicação Dramática – Quando mencionei aos pilotos que tentava encontrar o endereço de Cesar Escobar, antes de obtê-lo com Dávalos, fui prevenido de que ele não queria falar sobre o assunto, ou não podia falar sobre o acontecido. Como já imaginava, não seria fácil encontrá-lo e convencê-lo a contar o que lhe aconteceu. Mesmo assim, finalmente consegui chegar ao seu endereço, uma oficina onde encontrei-o mais solícito do que o julgava. Depois de um certo tempo de conversas, quando certificou-se que eu não era um repórter vindo da cidade, mas um estudioso do assunto, decidiu contar-me o que aconteceu na noite de 8 de junho de 1991. Fomos aos fundos da oficina, onde havia um pequeno escritório com caixa espalhadas para todos os lados, e ouvi seu depoimento.
“Eram mais ou menos dezoito horas quando decolei com o Cessna de uma fazenda localizada a poucos quilômetros de Concepción, levando dois passageiros, dois \’gringos\’ (neste caso, dois alemães). Um deles era o dono da fazenda e fui seu piloto por alguns anos”. Enquanto falava, Escobar mexia rapidamente a testa, movia suas mãos e continuava: “…eu costumava sintonizar no rádio a freqüência usada no aeroporto o tempo todo, para ouvir a comunicação de todos os aviões que estavam voando. Não sei exatamente quanto tempo se passou desde que sintonizei essa freqüência mas, enquanto conversava com os passageiros, comecei a prestar atenção na comunicação entre uma avião das Linhas Aéreas Paraguaias (LAP) e o operador de tráfego aéreo de Assunção”. Escobar achava que o avião da LAP ia para Bolívia, mas na verdade ia para Miami, quando o piloto contou à torre de controle que havia algum tipo de tráfego convergente em sua rota – em linguagem aeronáutica, isto significa que outro avião estava voando em sentido contrário ao seu.
O que chamou a atenção do piloto e dos passageiros do Cessna era que o comandante do Boeing da LAP conversava com a torre em tom nervoso e insistia que queria saber o que era aquele objeto. “No começo, a conversa transcorreu normalmente, mas o comandante da LAP começou a alterar a voz porque estava ficando nervoso…” Escobar podia ouvir tudo perfeitamente. “Primeiro pensei que fosse um avião perdido em sua rota, mas aí eu ouvi o operador na torre de controle perguntar ao piloto do avião da LAP se ainda podia ver o objeto à curta distância, ao que este respondeu afirmativa e agitadamente. \’Eu o vejo bem a minha frente\’, disse-lhes”.
No relatório que li, constava que os funcionários da área de controle de tráfego aéreo chegaram a entrar em contato com a Bolívia para saber se oficiais de lá poderiam informar algo sobre o assunto, mas a resposta foi negativa. Enquanto isso, na tela do radar do aeroporto, o sinal do objeto visto pelo comandante da LAP e toda sua tripulação apareceu claramente.
Encontro com o Insólito – Vamos deixar que Cesar Escobar continue a narrar sua história, quando teve a oportunidade de ouvir uma estranha mas interessantíssima conversa no rádio entre a torre de controle do aeroporto em Assunção e o avião da LAP, sem suspeitar que poucos minutos depois ele seria capaz de ver por si mesmo o estranho objeto causador de tanta confusão. O piloto continuou: “…lembro-me perfeitamente que, num determinado momento, o piloto relatou à torre de controle que o objeto se movia violentamente em direção à esquerda. Então, de repente, o objeto subiu um pouco, pelo que pude deduzir, porque o comandante estava dizendo que o tinha a dez horas naquele momento [Editor: isto significa que o objeto estava acima e à esquerda, de acordo com a terminologia aeronáutica]”.
“Depois disso, o objeto desceu novamente, mas só por pouco tempo, enquanto o comandante desesperado perguntava se \’aquilo era o inferno ou o que\’, uma luz que brilhava terrivelmente forte perto dele, segundo ele próprio disse à torre. Tudo aquilo era muito estranho”. Escobar prosseguiu dizendo que a comunicação entre o piloto da LAP e o operador na torre de controle foi longa e, se a luz viesse de algum outro avião, este deveria ter cruzado com ele há muito tempo. Mesmo assim. Escobar ponderou que mesmo um avião militar não teria características de vôo e luz tão intensa quanto aquele objeto. “O mais chocante foi quando ouvi o piloto informar que o objeto estava alinhado na direção do avião e passou sobre ele numa velocidade inacreditável”.
Enquanto tentava assimilar o que se passava e estava ouvindo atentamente, junto de seus passageiros. Escobar viu uma forte luz branca e azulada que lhe chamou a atenção à sua direita. “Aconteceu tão rapidamente que não tive tempo de entender coisa alguma – não acreditava que o objeto ao meu lado era o mesmo que passou pelo avião da LAP”. Segundo nosso entrevistado, os passageiros começaram a se assustar com aquilo e, quando chegou neste ponto crítico de seu depoimento, percebi que Escobar esfregava os braços baixando os olhos timidamente, confessando-me que sempre se arrepia ao lembrar-se desse fato, não importando onde estivesse. Não era para menos. Com isso, tentei tranqüilizá-lo apresentando-lhe depoimentos de muitos outros pilotos em todo o mundo. Queria que soubesse que ele não estava sozinho e que muita gente já passou por isso.
Agitação a Bordo – A narrativa prendia totalmente minha atenção também. “Comecei a me preocupar quando os passageiros perguntaram o que era aquele objeto e por que estava voando tão perto de nós e eu não sabia o que responder a eles. Estavam agitados e começaram a ficar nervosos. Naquele momento, recebi uma mensagem do operador de radar do aeroporto de Assunção perguntado-me se havia tráfego aéreo à minha direita. Minha resposta foi afirmativa, quando então pediu-me para fazer uma descrição do que via. Eu então respondi que não conseguiria descrevê-lo ainda”. O fato de Escobar ter recebido o chamado do controlador de radar indica claramente que o objeto era visto na tela, perto do Cessna. Isto foi confirmado por José Chavez, um dos homens encarregados do radar naquela noite, na pesquisa que empreendi sobre o assunto.
Os instrumentos ficaram loucos e o Cessna, com seu piloto e os dois passageiros, foi acompanhado durante 25 minutos pelo UFO. Por essa razão, Escobar agora teve tempo suficiente para observá-lo e analisar sua forma especialmente por ser um piloto experiente Perguntei a ele a forma do objeto e a distância estimada em que estava. “Tive a impressão de que era oval, mas não posso afirmar com certeza. De qualquer forma, presumo que estava há um pouco menos que 400 metros do avião. Houve momentos em que fiquei realmente desesperado, porque o objeto se aproximava cada vez mais e mais, e todos os instrumentos ficaram loucos. Eu estava especialmente concentrado no visor de direção automática (ADE), que movia-se descontroladamente, sem especificar qualquer direção. Se continuasse desta forma, eu teria muitos problemas para saber para onde estava indo”, contou-me, cada vez mais confiante na pesquisa que faria sobre o assunto.
“Foi neste momento que a luz se moveu um pouco mais para longe e tudo ficou bem novamente. Assim, repeti seu movimento algumas vezes, o que achava ser uma jogada esperta para, se houvesse alguém inteligente dentro do estranho objeto, saber que eu sabia exatamente o que estava fazendo comigo. Mas nunca senti tanto medo em minha vida de aviador, pois jamais acreditei que estas coisas existissem…” Escobar terminou a narrativa dizendo que o objeto o seguiu até que começou a descer em direção ao Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, de Assunção. Quando isto aconteceu, por volta das 19h22, o operador da torre que estava no posto naquela noite, e que autorizou o pouso do Cessna, era Anibal Gabigan, conhecido profissional especializado em tráfego aéreo em São Paulo e com mais de dez anos de experiência neste trabalho (e é também piloto civil).
UFO Sobre o Aeroporto – O assunto ficava cada vez mais interessante. A cada nova entrevista que fazia (e fiz muitas!), novos nomes eram mencionados e eu, como todo apaixonado pela Ufologia, buscava através destas pessoas informações frescas. Foi assim que, enfrentando as dificuldades que apareciam, consegui entrar em contato com Aníbal Gabigan.
Numa entrevista emocionada, ele contou-me o que sentia sobre aquela noite. “Lembro-me perfeitamente dela, pois estava esfriando e o céu se encontrava completamente aberto e claro. Recebi uma chamada do controlador de radar dizendo que o Cessna pilotado por Escobar estava pronto para aterrissar, que era acompanhado por um estranho objeto e me perguntando se eu podia vê-lo. Quase que imediatamente vi o objeto voador luminoso perto do Cessna. Depois que o avião aterrissou, ordenei ao meu ajudante que desligasse todas as luzes do campo de pouso e as ligasse novamente para o objeto ver, e ele assim o fez”.
Gabigan disse que, durante o tempo em que o objeto permaneceu parado sobre o aeroporto, a uns 600 metros acima do campo de pouso, pôde-se confirmar sua posição através da leitura do radar. “O homem do radar era o Chavez, que pedia confirmação visual do objeto e a quem respondi que podia ver o estranho objeto claramente”, completou. No topo da torre de controle do Aeroporto Silvio Pettirossi há uma plataforma e de lá Gabigan podia ver o UFO melhor, especialmente através dos fortes binóculos que usava. “Chegando na plataforma, deitei-me no chão apoiando a cabeça num pequeno tijolo. Olhei para o objeto atentamente, com binóculos e sem eles, durante 4 ou 5 minutos. O todo tempo em que permaneceu lá, o UFO emanava uma luz avermelhada, que podia ser vista sem nenhuma dificuldade”, descreveu.
Nesse momento de sua narrativa, notei que Aníbal Gabigan usava um tom confidente: sua história era absolutamente coerente e tentava esclarecer todos os detalhes. Fomos então até a plataforma, onde ele deitou-se no chão para mostrar a posição em que ficou naquela noite – e ressaltou que o objeto estava perfeitamente claro e fácil de ser visto, pois se encontrava no início do campo de pouso. No topo da torre há um vento forte e tive que me segurar para tirar algumas fotos dessa excepcional testemunha, que me mostrou o lugar onde o objeto estivera estacionado. Gabigan acrescentou, enquanto eu tirava as fotos. “… que aquela forte luz avermelhada ainda estava lá, absolutamente parada quando, de repente, algo espetacular aconteceu. Vindo do lugar onde estava o objeto, um raio luminoso em direção oeste alcançou toda linha do horizonte. Aquele raio durou uma fração de segundo e era como se, apesar disso, estivesse desenhando linhas com um marcador uma perfeita linha amarela indo até onde se podia ver, na direção oeste”.
Velocidade Atordoante – Perguntei a ele se havia ouvido algum barulho e a resposta foi negativa. Não ouviu nada. Entusiasmadamente. Gabigan finalizou: “…era realmente atordoante. A velocidade do objeto era incrível. Eu estava chocado, pois nunca havia visto algo parecido. Desci imediatamente e ouvi Chavez me chamando desesperadamente, para perguntar se havia visto e ouvido tudo aquilo. O objeto deu uma volta registrada pelo radar em cinco segundos e depois reduziu sua velocidade para 150 milhas n&aac
ute;uticas, o que significa 210 km h”. De acordo com Chavez, que observava tudo em sua tela, o radar não pôde captar toda a movimentação do objeto e marcar com exatidão sua velocidade, apesar de que, na última volta do radar, o objeto tinha desaparecido da tela a 150 milhas/h. O experiente controlador de tráfego aéreo adicionou que mesmo que aquilo acontecesse outra vez teria muito medo. “Porque é inexplicável o que esteve em frente a nós por certamente cinco minutos; não se podia tirar uma simples fotografia”, disse-me em frente a Gabigan.
Satisfeitíssimo com o que tinha obtido no aeroporto, restava agora tentar localizar e entrevistar o comandante ou outro membro da tripulação do Boeing da LAP, o que também achava que não seria fácil. Mas, como foi com Escobar, não tive muitas dificuldades para chegar até o coronel da Aeronáutica Paraguaia Angel David Fariña, o experiente piloto das Linhas Aéreas Paraguaias que, de vários anos para cá, tem feito principalmente vôos internacionais para a companhia, ocupando a função de copiloto do jato. Foi impossível chegar ao comandante, mas Fariña bastou. O coronel é uma pessoa franca e direta, e atendeu-me muito bem, sem demonstrar receio de fazer afirmações quanto ao que viu. Parece que são os novos ares da política paraguaia que estão tirando um pouco da sisudez dos militares e autoridades nacionais.
O coronel Fariña concedeu-me uma entrevista com exclusividade para a Revista UFO, mas antes devo dizer que a LAP me fez esperar quase dois meses para que a entrevista com ele fosse acertada. No começo, o representante da LAP contou-me que os relatórios arquivados sobre aquele vôo, de n° 702, haviam sido destruídos, de acordo com normas internas da companhia e que, além disso, já havia passado um longo tempo desde o ocorrido… De qualquer forma, o copiloto do avião, que ia de Assunção para Miami, deu declarações interessantes. A entrevista com ele foi marcada pela própria LAP, através de um senhor chamado Melob, que ligou-me para saber se ainda estava interessado no depoimento do coronel. É curiosa a diferença na forma de tratamento que recebi da LAP em dois meses. Parece que levaram meu trabalho a sério…
Entrevista com o Coronel – Em 26 de agosto do ano passado, finalmente, encontrei Fariña em sua casa, quando conversamos detidamente sobre sua experiência. Ele contou-me que o comandante do avião, o coronel Maciel, não pôde ver o objeto porque não estava na cabine no momento da aparição, mas tinha ido ao banheiro. Mesmo assim, saindo rapidamente de lá, pôde ainda perceber apenas que uma luz muito incomum estava sendo observada pelo resto da tripulação. Quando voltou à cabine, Fariña e o engenheiro de vôo disseram-lhe o que aconteceu. O coronel confirmou o plano de vôo e disse que a observação foi feita por volta de 30 minutos depois da decolagem, quase sobre a região de Filadélfia, uma cidade no Chaco Paraguaio. Confirmou também que havia pedido à torre de controle do aeroporto informações sobre o que tinha à frente e que, mesmo depois de entrarem em contato com a Bolívia, não sabiam o que responder.
O coronel disse também que o objeto tinha uma forte luz avermelhada e forma oval, mas não pôde confirmar a que altitude o objeto voou acima do avião, mesmo porque é muito difícil fazer cálculos exatos. “O que sei é que estava muito, mas muito perto de nós”, disse-me. Disso não tinha a menor dúvida. Quando indaguei sobre sua tranqüilidade (e dos demais integrantes da equipe de vôo), Fariña falou-me que estava bem descansado e preparado. Tinha o hábito de relaxar bastante sempre que tinha que voar períodos muito longos. Estranhamente, evitou falar da agitação e nervosismo que Escobar detectou em sua voz, quando dialogava com a torre de controle. “Foi apenas a exaltação do momento”. Finalmente falou de amenidades, como o fato de que a temperatura fora do avião era de 40 a 45 graus negativos, insistindo que, no dia seguinte, voaria para a Europa e não tinha tempo. Precisava fazer seu relaxamento. Entretanto, deixou-me tirar algumas fotos em sua cabine antes de partir.