Terminou na sexta-feira, 15 de setembro de 2017 às 07h55, horário da costa leste dos Estados Unidos, a missão Cassini em órbita de Saturno. Esse foi o momento em que foi recebido o último sinal da nave que mergulhava na atmosfera do gigantesco planeta, cerca de 45 segundos antes de queimar pela fricção com os gases. Batizado de Grand Finale pela NASA, a manobra bem-sucedida para destruir a nave tinha o objetivo de evitar qualquer risco de contaminação das luas possivelmente habitáveis de Saturno. Embora todos os veículos espaciais lançados a outros mundos sejam esterilizados, sempre existe a possibilidade da presença de alguns micro-organismos, razão pela qual, devido ao esgotamento das reservas de combustível para manobras, decidiu-se pelo final da missão Cassini.
A Cassini-Huygens, projeto conjunto da NASA, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Italiana (ASI), foi lançada em 15 de outubro de 1997 por um foguete Titan IVB/Centaur. Após sobrevoos em Vênus em abril de 1998 e julho de 1999, da Terra em agosto de 1999 e de Júpiter em dezembro de 2000, a Cassini chegou a Saturno em 1 de julho de 2004. A sonda de pouso Huygens, batizada em honra ao astrônomo holandês do século XVII Christiaan Huygens, descobridor da lua Titã, pousou nesse mundo em 14 de janeiro de 2005, até hoje o pouso mais distante já realizado por um engenho terrestre. Seus dados comprovaram a existência de lagos, rios e mares de hidrocarbonetos nessa lua e as informações depois descobertas pela Cassini em seus sobrevoos fizeram de Titã um forte candidato a abrigar vida extraterrestre no Sistema Solar.
A Cassini fez descobertas históricas como a primeira nave a orbitar Saturno, como tempestades em sua superfície, correntes de jato de forma hexagonal em seu polo norte, além de luas em meio a seus anéis que movimentam as partículas das quais este é feito. A nave descobriu novas luas, elevando o total para 62, nove delas ainda não batizadas. Possivelmente a maior descoberta da missão foram os gêiseres no polo de Enceladus, realizando depois várias passagens pelo material expelido e comprovando a presença de água e elementos de química orgânica. O estudo das informações ali colhidas pela Cassini permitiu aos cientistas deduzir a existência de um oceano subterrâneo na lua de cerca de 500 km de diâmetro, que se tornou como a vizinha Titã, candidata a abrigar vida alienígena.
PREPARANDO NOVAS MISSÕES PARA BUSCAR VIDA EXTRATERRESTRE
A perda de contato se deveu ao fato de a Cassini não conseguir mais, devido à fricção com a atmosfera saturnina, manter a antena apontada para a Terra. Mas seus instrumentos funcionaram até aquele momento, colhendo dados que serão analisados por muito tempo ainda, e espera-se saber mais a respeito da formação e evolução do planeta, bem como seus processos internos. Mais de 260 cientistas de 17 países trabalharam na missão, além de centenas de engenheiros, incluindo a astrônoma brasileira Rosaly Lopes, funcionária da NASA desde 1991, que na missão Galileu em Júpiter estudou os vulcões da lua Io, e com a Cassini analisou dados das luas Titã e Enceladus. O Grand Finale teve início em 22 de abril último, quando a nave iniciou uma série de órbitas cada vez mais próximas, passando entre Saturno e os anéis. Conforme os cientistas da NASA disseram, a maior parte do que sabemos hoje sobre Saturno foi descoberto pela Cassini. Serão ainda muitos anos estudando as informações de uma das mais espetaculares e bem-sucedidas missões espaciais de todos os tempos, que representou ainda um salto gigantesco na busca por vida fora da Terra.
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