Em 07 de agosto último, estavam reunidos quase todos os ufólogos no Congresso de São Lourenço, em Minas Gerais, quando recebi um comunicado via telefone de um dos membros do Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zênite (G-PAZ), Valmir de Souza. Este dizia que por volta de 11:20 h, numa manhã de poucas nuvens, vários moradores do Bairro de São Caetano, em Salvador (BA), entre adultos e crianças, tinham observado um grande número de objetos esféricos (talvez 100 ou mais…) envoltos por um halo transparente, seguindo dois ou três objetos maiores, em baixa velocidade.
Os UFOs iam em direção ao nordeste e sudoeste, parecendo “ovas de peixe” a regular altitude sobre a Baía de Todos os Santos, rumo à Ilha de Itaparica e ao continente. Pouco depois, jornalistas de várias emissoras de TV de Salvador ligaram para mim, querendo marcar entrevistas. Pacientemente, expliquei que naquele momento me encontrava em Minas Gerais, impossibilitado de falar sobre o assunto. Pedi a eles que procurassem Valmir ou o ufólogo Emanuel Paranhos, que, inclusive, já estavam envolvidos nas investigações preliminares.
Cerca de 21:00 h, Valmir e Paranhos ligaram, quase no mesmo instante, para informar-me dos múltiplos avistamentos de um gigantesco UFO luminoso que atravessou grande parte do Estado da Bahia, aproveitando para pedir orientação sobre quais eram os passos a seguir. Assim, à distância, comecei a “participar” das pesquisas baianas, que agora incluíam – como há 24 anos atrás – um pouso na localidade de Dias d’Ávila, um jipão do Exército na madrugada seguinte e um avião Sêneca II da Força Aérea Brasileira (FAB) circulando na provável área de pouso do “meteorito” (segundo um astrônomo amador).
Luzes misteriosas dentro de um ônibus executivo na orla de Salvador, entre Ondina e Rio Vermelho, e de um apartamento num bairro nobre (e com toda certeza, Urandir e suas canetas laser não estavam lá). Enfim, fomos agraciados com uma extraordinária mini-onda ufológica que teve reflexos até no interior de Minas e que nos permitiu manter os participantes do evento a par dos acontecimentos.
Quero deixar o relatório dos fatos a cargo destes incansáveis pesquisadores de campo que, orgulho-me em dizer, são “cria” do G-PAZ. Embora Paranhos esteja agora à frente da Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro de Freitas (SEULF), continuamos trabalhando juntos por um motivo muito simples: além da amizade de mais de 20 anos, a Ufologia está em primeiro lugar. Nossa obrigação de trabalhar honesta e seriamente é o que conta. Obrigado, amigos, aos companheiros do G-PAZ e da SEULF, e meus mais calorosos parabéns pelo trabalho que estão realizando.
Às 18:45 h do dia 08 de agosto, três senhoras que aguardavam os seus filhos na saída de uma escola vêem passar sobre suas cabeças um objeto de cor alaranjada, de grandes proporções (como um avião ou helicóptero) voando muito baixo – à altura dos prédios –, porém sem emitir nenhum som ou barulho audíveis, na direção do nordeste e sudoeste [A porta-voz dessas senhoras é esposa de um renomado engenheiro químico. Na mesma hora, ela telefonou para o marido, assombrada com o que vira, e perguntou a ele se tinha observado a mesma coisa do apartamento onde moram, mas ele não viu].
Aproximadamente meia hora depois, às 19:20 h, o engenheiro Valmiqui Portugal Filho, diretor do Clube Espanhol da cidade, estava vistoriando a área do clube junto às piscinas, quando teve sua atenção despertada pelos gritos de alguns meninos que ali brincavam. Olhando para o alto, para onde as crianças apontavam, viu passar sobre sua cabeça, “…exatamente na vertical”, uma luz que comparou à de um semáforo visto de perto. “Não sei à que altitude estava, mas parecia estar baixo e se deslocava do nordeste para o sudoeste”, informou a testemunha, reiterando: “O objeto voava reto, isto é, não acompanhava, como seria lógico, a curvatura da Terra.
Salpicada por faíscas – “Em conseqüência disso, parecia que ele estava subindo. Estava planando reto no espaço e, de repente, simplesmente desapareceu ou se apagou”. Aquela estranha luz, conforme o relato de Valmiqui, “…era de um verde muito brilhante, quase um círculo. Ao seu redor parecia possuir um halo muito fino, meio difuso, afunilando-se atrás do objeto, formando uma cauda de mais ou menos duas vezes e meia seu diâmetro, salpicada por faíscas ou luzinhas pequenas de várias cores”.
Ainda nessa hora, Marcelo, dono de uma barraca de refrigerantes e bebidas no Parque São Braz, na Federação, viu a tal luz, sem poder definir a forma, através da porta da sua barraca, por um breve espaço de tempo devido à grande velocidade. Acrescentou também que o objeto que vinha em linha reta deu uma pequena guinada à direita, na direção do mar.
Seu Valdir, também proprietário de uma barraca na mesma área e vizinho do escritório do G-PAZ, viu da janela de sua residência “acidentalmente”, segundo suas próprias palavras, uma luz de grandes dimensões que lhe chamou a atenção devido à luminosidade e à rota transversal seguida pelos aviões que se dirigem ao Aeroporto 2 de Julho. Aquele objeto não identificado tinha cor verde muito brilhante, “…com um enorme farol dianteiro que emitia uma luz fortíssima – muito mais do que a dos aviões quando ligam os faróis de pouso. Não distingui uma forma específica, mas apenas várias luzes pequenas de cor verde, azul e vermelha, enfileiradas à sua volta”. Sua filha, que vinha da rua, também observou o fenômeno com as mesmas características.
Comboio de luzes brancas – Por volta das 11:20 h do dia anterior, Rozemary Ramos foi alertada pelo seu filho Thiago, 11, que naquele momento soltava pipa com alguns amigos, para observar no céu um agrupamento de “coisas” brancas que se deslocavam lentamente, no sentido nordeste a sudoeste. Segundo ela, assim que viu os objetos, chamou seus outros filhos: Alnilan,13, Ana Cristina, 10, e Tárcio, 8, para que eles também presenciassem os UFOs.
Na rua, outras pessoas testemunharam, curiosas e atentas, o lento “comboio” (sic). Conforme a descrição das testemunhas, os objetos eram brancos como algodão, arredondados, “…do tamanho aparente de um tomate ou um limão grande”, disse Rozemary, e tinham um halo transparente. Ainda de acordo com os relatos, os moradores do local contaram mais de 100 objetos no conjunto que ia à frente [veja ilustração à página anterior] e
mais dois isolados, um pouco afastados e parecendo ter um tamanho maior que o dos outros.
Outras testemunhas confirmaram o avistamento. A passagem dos UFOs demorou quase 15 minutos, quando, de repente, os objetos sumiram. Rozemary acrescentou que sempre acreditou na existência dos UFOs, mas aquela manifestação a deixou totalmente fascinada: “Uma coisa é você saber que existem e a outra é ver, e em tão grande número, em plena luz do dia”, declarou.
Aparentemente o fenômeno observado no dia 07 foi o preâmbulo do que aconteceria no dia seguinte, a partir das 18:30 h, quando “uma grande bola” (ou talvez devesse dizer “bolas”?) promoveu um magnífico show nos céus da Bahia. Uma ligação de Renato dos Santos, de Barreiras de Jacuruna, comunicava-nos que às 18:15 h uma imensa bola azul havia surgido por trás do cemitério local, foi em direção à praça, apagando-se ou sumindo sobre o posto local da Telebahia, deixando estupefatas mais de 20 pessoas que se encontravam no local naquele momento.
Segundo Renato, o objeto voava acima da copa das árvores e sua observação durou cerca de um minuto. Convém dizer que as árvores existentes no referido trecho, do cemitério até a praça, não ultrapassam os 20 metros de altura. Ao cruzar Barreiras de Jacuruna, aquele objeto não identificado já tinha sobrevoado a região vizinha, planando por sobre a cidade de Nazaré das Farinhas e seus arredores.
Pouso em Nazaré das Farinhas – Várias pessoas viram o objeto surgir por trás de um morro, onde localiza-se o cemitério, e seguir em direção à Igreja Matriz, e de lá rumar para o Bairro de Muritiba, onde fez várias evoluções antes de sair em direção à Ilha de Itaparica. Uma senhora entrou em choque, acreditando que o UFO tinha descido em seu quintal, devido à baixa altitude com que sobrevoou as casas. O senhor L., que vinha de carro na Estrada Santo Antônio de Jesus, sentido Nazaré das Farinhas, em companhia de sua esposa, viu o objeto voando muito baixo e lento sobre o pasto próximo à estrada.
“Era um negócio oval e grande, maior do que um avião, e tinha na frente o que pareciam ser janelas iluminadas por um azul intenso. De repente ele acelerou e criou uma cauda de luz. Fiquei com muito medo depois da manifestação e R., que vinha comigo, escondeu-se debaixo do carro, porque quando vi aquela coisa, encostei no canto da estrada”. Por vários dias L. sentiu o corpo “como se tivesse tomado uma surra”, conforme ele próprio definiu.
Esse mesmo objeto, momentos antes, tinha seguido de perto um ônibus de estudantes de Muniz Ferreira, além de ter pousado por breves momentos na fazenda do senhor G., onde quatro funcionários tentaram se aproximar – em vão, pois a luz era muito forte e, além disso, mudava de lugar. O objeto permaneceu lá por quase dez minutos. Isso nos foi reportado por Silvana Giudice, nora do senhor G., que por coincidência também se encontrava na fazenda.
No dia 09 de agosto, deu-se um fenômeno muito estranho dentro de um apartamento em pleno Bairro da Graça, em Salvador. Dona Eidi, seu esposo e duas tias, senhoras de meia idade, encontravam-se sentados na sala, junto à janela quando, de repente, dona Eidi observou uma estranha luz retangular, de aproximadamente 12 x 6 cm, de cor “rosa carregada” no meio da blusa de sua tia que se encontrava ao lado do esposo. Ao que parece, a senhora, no início, não deu maior importância e inconscientemente tentou “afastá-la” com a mão enquanto conversavam.
Símbolo esotérico – Repentinamente, a luz deslocou-se por sobre o peito da senhora. As testemunhas até brincaram que “podia ser um ET”, já que o desenho na frente da blusa era um símbolo esotérico e poderia ter sido reconhecido pelo suposto ET. No meio da gozação, a luz pareceu pular até uma parede lateral. Depois foi até o piso, desaparecendo em seguida, como se tivesse sido desligada.
Quando encontrei os donos do apartamento, tive oportunidade de observar em detalhes a janela e a vizinhança, constatando que o ângulo de penetração da luz, se fosse um reflexo natural (embora fossem 20:30 h no dia da ocorrência), tinha sido muito agudo e com uma faixa de transparência da vidraça muito restrita, isso devido a um vaso com uma planta bastante alta. Além disso, o único prédio desse lado da rua que permitiria a alguém fazer uma brincadeira de espelho, por exemplo, está a uns 30 m de distância e não apresenta janelas desse lado, além de o telhado estar muito acima.
Por outro lado, uma luz muito intensa para fazer esse efeito – tão perfeitamente retangular – teria fatalmente projetado a sombra das folhas da planta antes mencionada. Em todo caso, resta uma grande interrogação. Uma fonte militar informou que na noite de 12 para 13 de agosto foi visto um grande UFO pairando sobre o hangar principal da Base Aérea, e no dia 09 de setembro, de madrugada, outro objeto oval, muito luminoso, pairou durante alguns momentos sobre a Base Aérea realizando a seguir uma violenta manobra em “L”, subindo e desaparecendo.
No dia seguinte, produziu-se um blecaute apenas na área do aeroporto e da base, que impediu até os geradores de emergência de funcionarem. Ao chegar, a equipe de manutenção foi barrada pelos militares. Aparentemente não funcionavam nem os meios de comunicação – o que produziu grandes transtornos aos vôos comerciais.
Na manhã seguinte, chegaram à Base Aérea oito Mirage de Anápolis, um Super Puma, e dois helicópteros Esquilo. À tarde, foram embora. Em 11 de setembro, às 18:30 h, em Riachão de Jacuípe, um UFO muito luminoso sobrevoou mais uma vez o curral e a casa da Fazenda Volta do Rio. Às 20:45 h, João Jorge e eu observamos duas sondas a uns 500 metros.
No dia 17, às 18:45 h, um UFO do tamanho da lua cheia sobrevoou o Bairro de São Caetano. Em 30 de setembro, às 16:50 h, foram avistados dois charutos voando em formação e à grande altitude (talvez a mais de 15.000 m) rumo sul a norte. Em 02 de setembro, foi filmado um outro objeto luminoso, cujas imagens ainda não vimos. Nos dias 04 e 05, três aviões da FAB sobrevoaram a fazenda antes mencionada à baixíssima altitude em pleno dia. Dona Ritângela, esposa do “Vaqueiro”, disse que estavam tão baixos que “podia ver perfeitamente as janelas da frente e os imensos faróis nas asas, que estavam apagados por ser dia”.