Muito antes de estabelecer qualquer contato com a obra de Allan Kardec, na qual encontramos o conceito de pluralidade dos mundos habitados, em meados da década de 70, quando não tinha mais de 10 anos, vivi minha primeira e mais importante experiência de contato visual com o Fenômeno UFO, na presença de mais duas testemunhas, meninas da minha vizinhança na época. Foi a mais importante experiência de avistamento que tive, dada à dimensão avantajada do objeto e à sua forma circular, com aparência espelhada, lembrando o aspecto e o brilho dos nossos atuais CDs. Era gigantesco, levando-se em conta que o avistávamos de uma distância considerável, sobre a cúpula da igreja do Sagrado Coração de Maria, no bairro do Méier, onde eu morava.
A noite estava límpida e estrelada. Diante do extremo espanto da menina que primeiro o avistou, eu e sua irmã mais nova voltamos o olhar e eletrizadas observamos quando o UFO descreveu um ligeiro movimento descendente. Depois, a estranha forma apagou nos céus, desaparecendo por detrás da silhueta da igreja. Ainda na década de 70, sobre a cúpula desta mesma igreja, houve a ocorrência mencionada por uma senhora, moradora do mesmo bairro. Ela relatou ter avistado nos céus um objeto circular estranho, muito luminoso, que passou disparado e desapareceu nas alturas. E as ocorrências não pararam aí. Houve testemunhos de vizinhos sobre avistamentos noturnos no mesmo local, de artefatos alaranjados, surgindo sem mais nem menos na escuridão profunda dos céus, que zuniam de abrupto em velocidade vertiginosa e sumiam tão inopinadamente quanto haviam aparecido.
Naquele mesmo período, também foi sensação no Rio de Janeiro uma grande “estrela” que permaneceu pendurada nos céus durante toda uma tarde, em plena luz do dia. Recordo perfeitamente do meu fascínio diante daquele espetáculo, coisa insólita que caiu no enfado de todos os que se viram atraídos ou empolgados pelo objeto no primeiro momento, tão logo se noticiou a duvidosa explicação de que a misteriosa estrela se tratava de um balão meteorológico, após a envidada providência de se arremeter ao local um caça da Força Aérea Brasileira (FAB), notoriamente para interceptar a esquisita luz. De modo enigmático, um balão que poderia ser facilmente detectado no radar e reconhecido ao binóculo, teve um avião da FAB dando caça a ele.
Estes foram apenas os primeiros casos de que tive conhecimento, ainda no período da infância, muito antes que a codificação espírita comparecesse para estimular definitivamente a minha investigação a respeito de outras mais vastas realidades da vida. O Fenômeno UFO surgiu numa época precoce, antes do meu envolvimento com o Espiritismo e seu postulado de haver no universo uma pluralidade de mundos habitados, com toda a exuberância de vida inerente à profundidade deste conceito.
Não imaginava, naqueles tempos, que as minhas observações do fenômeno se sucederiam depois, proporcionando-me um entrelaçamento com a Doutrina Espírita e uma visão mais ampla da vida situada fora do âmbito acanhado das realidades deste mundo. Hoje, estou certa de que a observação dos UFOs, cuja freqüência é tão insuspeita no nosso pequeno planeta, é prova evidente de que não estamos sós no universo. E de que tal evidência não mais permite atribuir a vida em outros mundos à crendice popular, quando temos fartamente nos céus fenômenos não naturais, aparentando tecnologia avançada, por certo não existente na Terra.
Alguns anos depois — Muito me foi dado presenciar no decurso da juventude até os dias atuais, de modo a suscitar farto campo de reflexões acerca deste assunto. Houve ocasião em que avistei do sexto andar de um edifício do Rio de Janeiro inúmeros objetos circulares luminosos e alaranjados, em disparada pelo azul escuro dos céus da noite. Um destes objetos, avançando em ziguezague em meio aos demais, cumpriu um estranho curso direcionado, levando-me a descartar a hipótese de uma chuva de asteróides. Também desse mesmo prédio, com o céu aberto de uma noite de outono, uma imensa estrela de quatro pontas, toda alaranjada, faiscou durante alguns segundos nas alturas, desaparecendo misteriosamente, de abrupto, diante da minha atenta e fascinada observação. No mesmo local ouvi testemunhos de quem avistou à distância vários pontos luminosos e multicoloridos, saindo de dentro de outra luz intensa. Tempos depois, à luz do dia, avistei sobre a Pedra do Grajaú um objeto estranho de forma triangular, que se distanciava céus afora em velocidade vertiginosa, deixando por detrás de si um esquisito rastro, colorido como um arco-íris, com faixas de policromia justapostas que lhe acompanhavam o movimento, lembrando algum campo desconhecido de energia. De modo todo particular, o objeto balançou para trás e para frente, por algumas vezes, desaparecendo em seguida, sem deixar traços de sua estranha passagem.
Alguns anos depois, passei a corresponder-me euforicamente com simpatizantes e estudiosos da Ufologia, por ter gasto toda uma viagem de volta de Magé, nos arredores do Rio de Janeiro, em noite límpida e estrelada, com o olhar preso numa estrela gigantesca e insólita que surgira sem mais nem menos ao lado da Lua. Chegando em casa, pude ainda contemplá-la. Mas na noite seguinte, não apareceu mais. Alguns pesquisadores me explicaram tratar-se de um fenômeno incomum. Nenhuma estrela daquela magnitude surgiria sem mais nem menos daquela forma, para no dia seguinte desaparecer de vez. Fora algo inédito nos céus. E mais duas testemunhas, situadas em pontos diferentes, me confirmaram ter visto o mesmo, tendo procurado entender o fenômeno. Mas ninguém entendeu de pronto. Algum tempo depois, tratando comigo do assunto após a leitura de um artigo meu sobre o caso, um ufólogo de linha espiritualista opinou ser provável que tenhamos visto, próximo à Lua, o brilho refletido de uma nave-mãe.
Os UFOs surgem de improviso — Podemos dizer que o Sol é visível nos céus, porque assim o é. A seu turno, a Lua também o é, durante a noite, porque lá está. Da mesma forma, em face dos incontáveis relatos colhidos diariamente em todos os quadrantes do globo, de nada adiantaria nestes tempos de comunicação globalizada o esforço de se sustentar o assunto UFO na esfera do delírio coletivo, da especulação nebulosa ou da mentira. Como exemplo, tenho a foto de uma enorme nave extraterrena, brilhando fantasticamente no espaço profundo, sob o impacto majestoso da luz solar, que foi batida por acaso pelo satélite Soho, da NASA, em 17 de julho de 2005, às 00h42. E mostra o Fen
ômeno UFO de modo evidente.
Assim, também um filme impressionante que recebi, intitulado O Vídeo Que Abalou o Mundo. As imagens incríveis mostram um repórter italiano, jovem e descontraído, fazendo tranqüilamente uma reportagem em pleno dia numa rua atulhada de gente, em algum lugar da Itália. O cinegrafista cumpre o seu papel, mirando a câmera no repórter. Mas, de súbito, uma correria inusitada começa em volta, desviando bruscamente não apenas a atenção do repórter que se interrompe, como também o foco da câmera do cinegrafista, que a desvia para o tumulto formado em volta pelos transeuntes. Buscando rapidamente a origem da agitação, logo a encontra. Orientado pelas pessoas que apontavam estupefatas, em meio ao corre-corre, focaliza nos céus um enorme UFO. O objeto surgira sem mais nem menos, em elevada velocidade, bem por cima de um dos prédios da cidade.
Circular na sua forma e de coloração prateada, o imenso objeto, dada à distância calculada, oscila de um lado para outro, num estranho vai e vem. O repórter, a seu turno, arranca aturdido o boné da cabeça, obviamente sem saber o que fazer. O cinegrafista, por sua vez, se demora um instante na reação, mas volta o foco para o objeto e o filma planando tranqüilamente sobre o prédio. Parecia até que os operadores do UFO estavam lá observando as reações em baixo, de modo proposital, no intuito de serem vistos e filmados. Em seguida, o elemento inclina-se suavemente e desaparece para trás dos edifícios, com a mesma rapidez que surgira.
Portanto, assim como o Sol, a Lua e as estrelas, os UFOs também estão nos céus, e quando menos se espera, piscando luzes para o investigador atento no que acontece lá em cima. Os famosos objetos voadores não identificados prosseguem tranqüilamente aparecendo em todos os lugares do planeta, por sobre campos desertos ou cidades densamente povoadas. De dia ou de noite são vistos por crianças e velhos, por executivos e ambulantes, por mulheres, motoristas e agricultores. Não há como negá-los. São fenômenos muito democráticos.
Uma realidade enigmática — Causam perplexidade e dúvida científica as características insólitas do Fenômeno UFO. Por que surgem e desaparecem com tanta rapidez, como num passe de mágica? Há pouco tempo, em plena luz do dia, tive disso um demonstrativo claro, quando um objeto de aspecto prateado, em forma de bumerangue, surgiu no céu numa manhã de domingo, imóvel nas alturas. Era um dia de céu limpo, com pouca nebulosidade. Não havia nenhuma chance de se tratar de qualquer balão flutuante que se esgueirasse por trás de uma nebulosidade, para reaparecer depois de alguns momentos. Tão logo peguei um binóculo e o enquadrei nas lentes, e ele desapareceu. Aparentemente, evaporou-se, dado que não observei seu deslocamento para qualquer direção. Foi como se o objeto posasse propositalmente para uma fotografia e, de pronto, se visse detectado, caísse na não existência.
Em razão desse procedimento misterioso, pergunta-se: haveria possibilidade científica de os alienígenas dominarem as energias sutis, fato que lhes facultaria atuar na intimidade da matéria e construir esses veículos, propiciando-lhes materialização e desmaterialização instantânea nos avistamentos? O que seria a constante presença de névoas esbranquiçadas que camuflam esses objetos em aparecimento e desaparecimento abrupto? Seria isso o indício de algum recurso científico de ocultação, de camuflagem incompreensível à nossa ciência ainda presa a instrumentos de verificação e a energias tão primárias?
Causam perplexidade e dúvida científica as características insólitas do Fenômeno UFO. Por que surgem e desaparecem com tanta rapidez, como num passe de mágica? Há pouco tempo, em plena luz do dia, tive disso um demonstrativo claro, quando um objeto prateado surgiu numa manhã de domingo
É preciso refletir! Tenho um exemplo prático disso. Há alguns anos, um avistamento me aconteceu em Casimiro de Abreu, na presença de mais três testemunhas. Altas horas da noite, quando nos achávamos hospedados em um condomínio situado numa das praias do lugar. Um UFO de forma circular e luminosidade azulada, muito intensa, passava tranqüilamente acima de nós, desfilando na abóbada estrelada daquele local ermo, a salvo das luzes artificiais. Após alguns instantes em que o observávamos sob intenso fascínio, do nada surgiu no céu um fiapo de névoa esbranquiçada, por detrás da qual o objeto passou e, misteriosamente, sumiu. E há pouco tempo, nos céus noturnos sobre a minha residência, no bairro da Tijuca, eu e meu filho avistamos um outro UFO circular, alaranjado, surgindo de uma bruma estranha. Na escuridão da noite, a luz descreveu um rápido movimento em ziguezague, fez curva abrupta para a esquerda e desapareceu por detrás da estranha neblina. Por certo, essa névoa tinha muito a ver com o seu processo de aparecimento e desaparecimento. Trata-se de uma tecnologia desconhecida, que usa de fluído imponderável aos nossos sentidos.
O que dizem os espíritos — Esses fatos insólitos vieram respaldar os princípios expostos em O Livro dos Espíritos, onde Allan Kardec registrou: “A matéria existe em estados que para vós são desconhecidos. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que não cause nenhuma impressão aos vossos sentidos; entretanto, é sempre matéria, embora para vós não o seja. (…) É preciso também acrescentar: conforme a disposição das moléculas, como vês, por exemplo, num corpo opaco, que pode tornar-se transparente e vice-versa”. Em outras palavras, segundo os espíritos, é real a possibilidade de os habitantes de mundos menos materiais manipularem a matéria dita rarefeita, fazendo materialização e desmaterialização de objetos, e assim oferecendo base para admitirmos um tipo de vida manifestada de maneira diversa, em esferas onde a matéria se apresentaria sublimada, em função de variações de vibração e freqüência.
Vastas e insuspeitas dimensões — Em corroboração à teoria espírita, os estudos de pesquisadores da transcomunicação instrumental (TCI), dão-nos conta de outras realidades, para além do alcance dos nossos sentidos e dos nossos recursos tradicionais de investigação, observável por intermédio de som, vídeo e documentação fotográfica obtida com o uso de aparelhos especiais. A partir dessas constatações poderíamos admitir a procedência de visitantes alienígenas oriundos de estâncias do universo, onde a vida se manifesta sob parâmetros mais sutis, para além da nossa percepção confinada às limitações do nosso habitat de
massa sólida. De fato, nas experiências com TCI nota-se que trabalhadores de laboratórios da vida invisível, empenhados em provar a existência dessas vastas e insuspeitas dimensões em que a vida se desenrola, possibilitam aos pesquisadores a obtenção de farto material de vídeo, em que assomam paisagens etéreas, imagens de humanos desencarnados e de outras espécies de vida de linhagem não humana. Em razão disso, podemos considerar naquelas paragens a existência de um tipo de vida semelhante ao nosso e até com variações, mas acontecendo em mundos paralelos, de padrão vibratório mais sutil, conforme nos ensina a Doutrina Espírita.
Sob esta ótica, o espírito Emmanuel, pela psicografia do nosso saudoso Chico Xavier, menciona a transmigração de populações entre os mundos, aludindo, na obra A Caminho da Luz [FEB, 1939], evento acontecido na Terra há milênios do nosso calendário. Naquela época, o nosso mundo teria acolhido milhares de espíritos provenientes de um orbe da estrela Capella, na Constelação do Cocheiro [Auriga], mundo mais avançado que o nosso na época, mas precisando expurgar de seu seio a população retardatária do ponto de vista moral, que não mais se coadunava com os avanços coletivos, causando danos à economia evolutiva do local. Tais espíritos, segundo Emmanuel, teriam vindo reencarnar neste mundo que se achava em sua fase primitiva, para incrementar, com seu cabedal evolutivo, o avanço dos habitantes deste planeta. De fato, no correr dos milênios, fizeram emergir as primeiras civilizações de que temos conhecimento no curso da história humana. Aqui deixaram sua marca e voltaram depois ao orbe natal.
Há no movimento espírita quem considere a presença entre nós, vestindo um corpo de carne, de espíritos provindos de vários mundos do universo, para cumprirem os requisitos de sua trajetória evolutiva. Os espíritos da codificação kardequiana fazem referência a isso. Informam que muitos habitantes da Terra estavam antes em outros orbes físicos do infinito, tendo vindo encarnar neste planeta. E outros estagiavam em mundos menos materiais, em dimensões paralelas, cuja vida se desenrola em condições vibratórias que as limitações dos nossos sentidos não alcançam, permanecendo, para nós, em estado invisível. Essa vinda constante de espíritos estrangeiros não só possibilita o aumento populacional da Terra, mas o aumento dos avistamentos de UFOs, porque eles também visitam os que aqui vieram encarnar. Conforme os registros de Kardec, as vidas nos demais planetas solares se desenrolam de modo distinto da Terra, sob padrões de manifestação material mais refinados vibratoriamente, constituindo aquele tipo de existência cujos panoramas se fazem invisíveis aos nossos sentidos.
Entre o suspense secular envolvendo o Fenômeno UFO e a aura de mistério conseqüente do acobertamento que as autoridades mundiais impõem ao assunto, pairam incertezas acerca de uma elucidação completa que deslindaria não apenas os debates sobre a realidade da vida inteligente em outros mundos, mas também as intenções que se escondem por detrás das visitas contínuas dessas naves à Terra.
Em meio às revelações surpreendentes de avistamentos do Fenômeno UFO, dando conta de luzes coloridas e de objetos bizarros cruzando os céus, quer seja à luz do dia ou na escuridão profunda da noite, permanece o questionamento inquietante sobre o quê, no fim das contas, motivaria a visita de civilizações de orbes tão distantes do nosso planeta. Estamos ainda mergulhados num pandemônio de dilemas locais de solução extremamente difícil, envolvendo guerras, miséria e doenças. Com que propósito eles nos visitariam? Por que não estabelecem contato efetivo conosco? Por que, na maior parte das vezes, as naves se limitam a aparecer nas alturas, aos olhares perplexos de muitas pessoas? O móbil de suas presenças é benigno ou representa algum tipo de ameaça à população terrena?
Nos dias de hoje, misturado aos estudos ufológicos mais ortodoxos e fiéis aos métodos científicos da casuística, há inúmeras ramificações que buscam os seus próprios métodos para alcançarem explicação satisfatória ao esclarecimento do Fenômeno UFO e responder a todas essas perguntas. Do pesquisador de campo devidamente equipado, que faz vigília em locais tidos como portais de entrada, e passando pelo ufólogo criterioso que extraí conclusões em provas documentais, chegamos aos que encontram no entrelaçamento do Espiritismo com o Fenômeno UFO a chave para resolução dessa pendência milenar, presente na Terra desde os primórdios, em compasso com o próprio avanço da humanidade. Este último é o nosso caso, pois com os recursos da Doutrina Espírita, as indagações são respondidas.
Prontos para interagir? — Os mesmos espíritos que nos confirmam a pluralidade dos mundos habitados, também nos asseveram que o conhecimento de dimensões invisíveis e o da exuberância da vida no universo, somente nos serão oferecidos à medida que nos façamos aptos para interagir sabiamente com o novo. É provável que isso só ocorra num estágio em que já tenhamos adquirido maestria suficiente para lidar com os já numerosos desafios circunscritos ao ambiente do nosso próprio mundo, oferecendo soluções que demonstrem aos visitantes mais avançados, provenientes da imensa orquestração dos globos espalhados no cosmos, a nossa capacidade para harmonizar as condições de convivência com os nossos semelhantes. Em O Livro dos Espíritos, o codificador Allan Kardec perguntou: “O homem penetrará um dia no mistério das coisas que lhe são ocultas?” Ao que teve como resposta do Espírito Verdade: “O véu se levanta para ele à medida que se depura; mas, para compreender algumas coisas, o homem precisa de faculdades, dons que ainda não possuí!”
Por outro lado, vivemos tempos difíceis, e de modo algum é admissível que a realidade destes acontecimentos em nosso mundo não atenda a uma finalidade importante. É bem pouco provável que os UFOs estejam pipocando em toda a parte do globo, à guisa de mero turismo extraterreno de quem, proveniente de regiões ultra-avançadas da galáxia, deseja espairecer um pouco, espiando o que anda acontecendo nos mundos espalhados pelo universo afora sem fazer absolutamente nada. Por certo, pretendem algo, e, com efeito, estão realizando.
Condições adequadas de sobrevivência — A razão nos sopra que devem existir motivos. Pois quem se daria ao trabalho de se demover de outras paragens, supostamente mais evoluídas, distantes milhares de anos-luz da Terra, para somente observar a desordem que impera por aqui? Observa-se u
m homérico desrespeito à vida planetária. Os habitantes terrenos agridem frontalmente o meio ambiente, ignorando os tratados internacionais e as medidas que buscam salvar a vida e as condições adequadas de sobrevivência no mundo, em nome de conveniências econômicas e de favorecimentos de uma mentalidade imperialista mesquinha. Por certo, se são avançados, os nossos visitantes devem ter visto tudo isso.
Torna-se, portanto, bem pouco provável que mesmo as civilizações extraterrestres porventura menos avançadas moralmente quisessem perder o seu tempo assistindo, nos nossos céus, a tamanha demonstração de insanidade e incúria, e o tamanho atestado de loucura suicida, sem tirar nenhum proveito disso. Embora com a nossa incisiva reprovação, vendo eles o que fazemos, talvez a civilização dos cinzas não se julgue tão insana quanto a nossa, a civilização humana.
Existe mais lógica, portanto, em se supor que alguma finalidade útil e mais importante demove os visitantes celestes que, se mais avançados são, certamente entendem bem o valor da vida no universo. Pois, habituados à visão monumental da diversidade de vida no cosmos, é previsível que atribuam também à vida que povoa o nosso orbe a justa importância, decidindo-se, assim, a envidar algum auxílio ao nosso entendimento factual do que outrora já fora muito oportunamente enfatizado pelo Greenpeace: “No dia em que o último peixe morrer nos rios e mares, finalmente a humanidade compreenderá que dinheiro não se come!”
Essas reflexões, portanto, nos autorizam deduzir que só de posse de maior visão interior e de desenvoltura na solução das questões que se nos apresentam no raio mais próximo de nossa vivência, seríamos aptos e dignos de desfrutar do direito de conviver em harmonia com os povos de outras dimensões e de um sem-número de outros mundos que povoam os céus do infinito. Talvez os alienígenas detenham disso a noção plena. Talvez, percorrendo os céus a bordo dessas naves enigmáticas, intentem, por enquanto, somente estudo e algum auxílio endereçado a um dado nível espiritual humano. Por ora, talvez sustentem esta contingência de mistério não solucionado em torno de suas aparições e de seus propósitos, à espera de um tempo propício a uma coexistência plena, sábia e edificante, para maior regozijo e proveito de todos nós, habitantes da Terra e de outras paragens incógnitas da imensidão do cosmos.