Captado em 1977, o famoso sinal “Wow!” que intriga astrônomos de todo o mundo como uma possível evidência de vida fora da Terra pode, na verdade, ter outra explicação. De acordo com uma nova pesquisa publicada no arXiv e submetida ao The Astrophysical Journal, o fenômeno pode ter sido resultado de um raro evento cósmico.
Segundo a hipótese levantada por Abel Méndez, astrobiólogo da Universidade de Porto Rico, e conforme relatado à Live Science, o evento poderia ser resultado da explosão de uma estrela magnetar que atingiu uma nuvem de gás hidrogênio.
O que foi o sinal “WOW!”?
O sinal foi registrado pelo telescópio Big Ear, da Universidade Estadual de Ohio, durante uma varredura em busca de sinais de inteligência extraterrestre. Em agosto de 1977, o telescópio captou um forte sinal de rádio de 1.420 megahertz — a mesma frequência em que o hidrogênio, elemento mais abundante no universo, emite ondas. O sinal durou pouco mais de um minuto, porém, sua intensidade levou o astrônomo Jerry Ehman a escrever “Wow!” na impressão dos dados.
Abel Méndez e seus colegas sugerem que a escritura pode ter sido motivada por uma explosão energética de uma magnetar, ou seja, “uma estrela com campo magnético extremamente intenso”. Esse evento raro teria feito uma nuvem de hidrogênio interestelar emitir a radiação captada pelo telescópio. “É um evento muito raro”, disse Méndez à Live Science. Ele ainda destacou que o fato de os astrônomos terem detectado o sinal é surpreendente.
Apesar da empolgação com a nova hipótese, nem todos os astrônomos concordam com a ideia. Segundo uma publicação da Live Science, Michael Garrett, membro do Comitê Permanente de SETI, elogiou a criatividade da teoria, mas considerou “um tanto forçada” a ideia de que tantas coincidências ocorreram simultaneamente.
“Ele sugere um fenômeno que nunca foi observado”, afirmou Jason Wright, professor de astronomia na Penn State. O ceticismo também se deve ao fato de que o sinal não foi observado novamente em mais de quatro décadas.
Méndez e sua equipe planejam investigar mais a fundo, por meio de dados dos arquivos do telescópio Arecibo e novas observações com o Very Large Array, um conjunto de radiotelescópios no Novo México. Segundo Méndez, qualquer nova descoberta poderia lançar mais luz sobre a origem do “Wow!”.