Depois da descoberta dos primeiros agroglifos em Ipuaçu, em 09 de novembro de 2008, algumas pessoas começaram a brincar com a Ufologia séria, procurando forjar os sinais, seja para descrédito do fenômeno ou de seus pesquisadores. Os moradores da vizinha cidade de Xanxerê encontraram, na manhã de 16 de novembro, um círculo com características ligeiramente parecidas com os de Ipuaçu em uma plantação de trigo que fica próxima ao campus da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). O fato intrigou centenas de pessoas, que foram até o local, depredando-o em poucos minutos [Veja edições UFO 149 e 151, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br].
Mas, mesmo antes de ser destruído pelos curiosos, foi fácil identificar a fraude. Uma análise feita pela Equipe UFO, a partir das fotos enviadas pelo repórter fotográfico Áureo Galvani, da Rede Princesa de Comunicação, mostrou ser evidente a fabricação. Na verdade, não era nem sequer parecido com os legítimos, exceto pelo aspecto circular com um anel em volta, mas tudo visivelmente forjado. Os tamanhos eram diferentes, assim como a forma como as plantas foram dobradas. Enfim, as características gerais eram totalmente diversas.
Mesmo assim, o proprietário da plantação não gostou da brincadeira e decidiu processar o autor do estrago, que recebeu uma sentença condenatória no mês de outubro de 2009, sendo obrigado a ressarcir os prejuízos e ainda pagar algumas cestas básicas a comunidades carentes de Xanxerê. Essa é a primeira vez na história que se vê algo assim, sendo que na Inglaterra, onde o fenômeno é inúmeras vezes mais popular, são conhecidos poucos pedidos de indenização a quem falsificou um agroglifo e destruiu uma plantação alheia — e lá a taxa de fraudes no fenômeno pode chegar a 90%, segundo o ufólogo Colin Andrews, consultor da Revista UFO e expert no assunto.
Aqui, o circlemaker brasileiro não teve chance. Não apenas foi denunciado como também condenado. Mas talvez nem precisasse, visto ele ter sido humilhado pelo resultado de seu próprio trabalho, um desenho mal enjambrado e grosseiro, imediatamente descartado como um real agroglifo. O curioso é que os críticos dos casos legítimos — os mesmos que nunca se deram ao trabalho de conhecer o fenômeno in locu — usaram esse exemplo tosco para condenar os casos de sinais perfeitamente simétricos e extremamente bem feitos.