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Sinais serve como espetáculo

A. J. Gevaerd
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Shyamalan e Gibson durante o ?making of? de Sinais. Ambos são interessados pela temática ufológica, mas Shyamalan se mostra aficcionado pelos círculos ingleses
Créditos: CORTESIA BUENA VISTA

A Imprensa mundial finalmente acordou para o fenômeno dos círculos ingleses graças a Hollywood. O filme Sinais, dirigido pelo indiano M. Night Shyamalan e estrelado por Mel Gibson, tem o mérito de levar a milhões de pessoas em todo o mundo a realidade dessas misteriosas figuras. Jornais e revistas de grande porte fizeram uma razoável cobertura da película, que atingiu gigantesca vendagem nos EUA com apenas algumas semanas de exibição. No Brasil, até a revista Veja, tradicionalmente refratária ao tema e a assuntos insólitos em geral, categoria em que enquadra a Ufologia, dedicou bastante espaço para comentar o filme. Isso é curioso, pois foi essa publicação que há quase uma década deu por encerrado o assunto dos círculos com a história dos sexagenários Dave e Doug, que assumiram a autoria de alguns desenhos toscos e mal feitos.

Embora a mídia tenha feito um excelente trabalho ao divulgar o filme, deixou a desejar no que se refere ao fenômeno dos círculos em si, que é extremamente mais importante do que o filme que inspira. Neste aspecto, nossos jornais e revistas falharam, como se o tema fosse uma curiosidade suficiente apenas para gerar o roteiro de uma atração de Hollywood, nada mais. O filme é bem feito, como era de se esperar do caprichoso Shyamalan, que já dirigiu suspenses como Corpo Fechado e Sexto Sentido. Mas não corresponde à expectativa gerada nos espectadores enquanto, meses antes, assistiam aos traillers que o anunciava. Neles se passava a idéia de que ficaria claro, quando o filme estivesse em cartaz, que os sinais nas plantações inglesas representavam a chegada definitiva de ETs.

Superficialidade —
Sinais passou longe disso, mostrando um filme que abordou a questão dos círculos de maneira que beira o superficial – embora, para padrões cinematográficos, um superficial de tirar o fôlego quando se refere aos efeitos especiais. E contém algumas incorreções, especialmente quando apresenta dados sobre os círculos que diferem da realidade. Perdeu-se a chance de se buscar um resultado semelhante ao que Contatos Imediatos do Terceiro Grau teve com platéias do mundo inteiro em 1977, quando deu ao Fenômeno UFO maior notoriedade. A população mundial passou a ter mais certeza de que o assunto dos discos voadores era sério após o filme, mas talvez não tenha igual certeza sobre os círculos após Sinais. E olhe que a pretensão de Shyamalan era a de reproduzir o feito de Contatos Imediatos, que garante ser seu agente inspirador. Ponto para Spielberg, cuja obra dificilmente será igualada.

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crédito: Buenas Vista

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Mesmo não convencendo estudiosos do tema, por sua superficialidade, Sinais desperta a população para a existência dos círculos ingleses, que já se manifestam há mais de duas décadas e somam mais de 12 mil formações até hoje. O fenômeno é um dos mais importantes e espetaculares existentes na atualidade. Embora intensamente pesquisado, ainda merece maior atenção da Imprensa, que apenas eventualmente veicula informações sobre o assunto. Quando a mídia voltar a tratar do tema, espera-se que não seja apenas para comentar um novo espetáculo sobre os círculos, mas, sim, suas implicações para a Humanidade.

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TÓPICO(S):
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Ademar José Gevaerd (Maringá, 19 de março de 1962 – Curitiba, 9 de dezembro de 2022) foi um ufólogo brasileiro, editor da Revista UFO, publicação do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), entidade do qual também foi fundador e presidente. Também é director brasileiro da Mutual UFO Network (MUFON). Ele representou o Brasil no Center for UFO Studies e foi diretor para a América Latina do Annual International UFO Congress. Esteve em diversas redes brasileiras de TV, além do Discovery Channel, National Geographic Channel e no History Channel, tendo discursado em muitas cidades do Brasil e em outros 50 países, além de ter realizado mais de 700 investigações de campo dos casos de Ovnis no Brasil. Era considerado um dos maiores ufólogos do mundo, uma das personalidades máximas do Brasil nesse assunto, membro de várias associações internacionais de ufologia. Considerado um dos mais respeitados ufólogos, é conhecido por seu empenho em tentar amparar todo fenômeno ufológico com o maior número possível de provas e testes. Ainda na década de 1980, foi convidado pelo Dr. J. Allen Hynek para representar no Brasil o Center for UFO Studies (CUFOS). Gevaerd sofreu uma queda em casa, no dia 30 de novembro de 2022, vindo a morrer no dia 9 de dezembro de 2022 no Hospital Pilar em Curitiba.