Organização militar de cavalaria, a Ordem dos Templários, que existiu por cerca de dois séculos durante a Idade Média, não foi apenas um grupo de monges guerreiros financiados pela Igreja Católica e dependentes do papa. As atividades dos integrantes da Ordem iam muito além de fazer a guarda dos peregrinos à Terra Santa, lutar com os mouros para cristianizar infiéis ou conquistar novas terras. Na verdade, os Cavaleiros do Templo foram detentores de muitos segredos que jamais chegaram aos ouvidos de seu chefe máximo, incluindo avistamentos de discos voadores e contatos com seus tripulantes.
Esses homens ficaram na história como descobridores dos mistérios do Oriente e muito se fala dos seus tesouros materiais, mas seus conhecimentos científicos e espirituais não eram menores. Teriam sido influenciados por outras inteligências cósmicas? Igualmente, como o próprio nome indica, a Ordem tinha sabedoria para a construção de templos. Porém, de onde vinha este conhecimento?
Dentre os lugares escolhidos como base pelos Templários, a Ilha de Malta é um dos mais importantes. O local é a maior das cinco ilhas do arquipélago que constitui a atual República de Malta e está localizado no meio do Mar Mediterrâneo, ao sul da Itália, próximo à Ilha da Sicília e ao norte da África. O local sempre foi reconhecido como tendo alta incidência de atividade ufológica. No decorrer de sua turbulenta história, Malta desempenhou um papel crucial nas lutas pelo domínio do Mediterrâneo, bem como nas relações entre as culturas europeia, norte-africana e do Oriente Médio.
Além dos fatores óbvios, como localização, vantagens geoestratégicas e político-militares da ilha, podemos especular que a Ordem estivesse buscando por algo a mais na região. Acredita-se que os Templários — criadores da Maçonaria, seu maior legado — tentaram conhecer melhor nossos visitantes extraterrestres e ter acesso à sua avançada tecnologia e conhecimentos de construção para erguerem templos e fortificações, que depois se espalharam pela Europa. Assim como em muitos outros locais do planeta onde mistérios inexplicáveis, história e relatos de avistamentos de UFOs se fundem, a Ilha de Malta destaca-se aos olhos dos pesquisadores.
Mistérios de Malta
Dizem que os sicilianos migraram para o arquipélago por volta do ano 5.200 a.C. e os arqueólogos consideram as estruturas de pedra na pequena Ilha de Gozo um dos feitos mais misteriosos do mundo. Os templos de Malta e Gozo são mil anos mais antigos do que as pirâmides do Egito e foram vistos, ao menos até as descobertas em Göbleki Tepe, na Turquia, como as primeiras construções com arquitetura monumental de todo o mundo. Neles há características de uma sofisticada engenharia: paredes, espaços fechados, passarelas pavimentadas e recintos cobertos, para citarmos algumas. Além de constituírem uma obra extremamente complexa para a época, tudo foi feito de acordo com uma incrível precisão matemática. Onde teriam os Templários obtido tal avançada informação?
Os segredos do Hipogeu guardam mais um mistério. Quando escavado pela primeira vez, foram encontrados dentro dele cerca de 7.000 esqueletos cujos ossos estavam misturados a terra — apenas um foi achado inteiro, enterrado em posição fetal
Suas construções datam de muito antes da invenção da roda ou das ferramentas de metal, e sua escala fascina os peritos. As pedras monolíticas em disposição vertical ali existentes pesam, cada uma, mais de 20 toneladas. Especula-se sobre que tipo de mecanismo foi usado para içá-las, se mesmo nos dias atuais precisaríamos de uma tecnologia da qual não dispomos para realizar tais construções. As rochas foram modeladas com extrema precisão ótica, algo que ainda não conseguimos fazer — há até quem diga que Malta foi um dos primeiros locais do mundo a portar obras de nível industrial. Naturalmente, como em outros lugares do mundo, a inspiração e ajuda para realizar espantosos feitos só pode ter vindo com evoluídos seres cósmicos.
Além disso, por toda a ilha se encontram marcas de estreitos caminhos para algo como um carro ou alguma estrutura com rodas. São entalhes perfeitamente paralelos, com um 1,2 m de espessura e quilômetros de comprimento. Esses carris foram construídos há milhares de anos, mas para permitirem a locomoção do quê? São tão antigos que templos foram erguidos sobre eles. Os caminhos de Malta se parecem com trilhas de transporte de maquinário pesado, mas não há nada que conheçamos na história antiga que possa nos dizer o que poderia ter deixado tais marcas ou que tipo de equipamento era levado por aqueles caminhos.
O espantoso Hipogeu
Entre os inúmeros monumentos megalíticos que se encontram em Malta, nada se compara ao famoso Hipogeu de Hal Safliene, uma gigantesca estrutura subterrânea com mais de 5.000 anos de idade e que tem propriedades intrigantes. A importância do local é tamanha que o complexo faz parte do Patrimônio Mundial da Unesco. O Hipogeu [Palavra grega que significa subterrâneo] é considerado o templo desse tipo mais antigo do mundo. E como acontece com a maioria dos grandes monumentos, foi descoberto por acaso, em 1902, durante a construção de alicerces para uma casa.
O complexo é formado por três andares escavados em rocha maciça, cujas datas de construção variam entre 3.600 a.C. no nível superior e 2.500 a.C. no inferior. Quem o fez precisou escavar cerca de 2.000 toneladas de rocha bruta. Mas com que ferramentas? Embora suas estruturas sejam quase uma réplica dos templos encontrados na superfície, o Hipogeu guarda mistérios e peculiaridades únicas, indicando ter sua construção sido inspirada por avançadas forças não terrestres. Seu primeiro andar, situado 10 m abaixo da superfície, é bastante similar às tumbas encontradas na ilha e algumas de suas salas são cavernas naturais, que foram artificialmente ampliadas. As evidências indicam ainda que esse é o mais antigo dos três níveis e que, quando seu uso não mais servia ao propósito de seus construtores, outro andar foi escavado, o que nos leva ao segundo nível, a joia da coroa do complexo. O terceiro e último andar subterrâneo foi provavelmente usado como depósito para grãos e alimentos, além de conter um imenso reservatório de água.
O segundo piso
O segundo nível do Hipogeu mostra a extraordinária habilidade no trabalho em rocha de seus construtores, algo difícil
de imaginar que tenha sido feito apenas com ferramentas de obsidiana e sílex, existentes na época. Não é exagero supor que sua construção tenha seguido pelo mesmo caminho das pirâmides egípcias, as cidades maias e astecas e outros monumentos ao redor do globo. É no segundo piso que se encontram os principais aposentos do complexo: a Sala Principal, o Santo dos Santos e a Sala do Oráculo. O primeiro aposento, ou Sala Principal, como é nomeado, possui formato quase circular e foi escavado diretamente na rocha. Nele há entradas em formato de trítio [Monumento megalítico formado por duas grandes rochas verticais que suportam uma terceira, horizontal], algumas das quais não levam a lugar algum. As paredes foram cobertas por uma camada de ocre vermelho e foi neste local que se descobriu a famosa estatueta da dama deitada, claramente relacionada aos cultos à Mãe Terra inspirados por ETs que frequentavam a Terra no passado, como advoga a Teoria dos Antigos Astronautas.
A Sala do Oráculo é ligeiramente retangular e uma de suas câmaras laterais tem a particularidade de produzir uma ressonância acústica poderosa de qualquer vocalização feita em seu interior — vemos ali o uso de avançados conhecimentos sobre a tecnologia do som. Podemos aventar a hipótese de que, além de ser usado para a comunicação, o local também pudesse servir para criar um estado alterado de consciência ou transe. Testes feitos por especialistas em arqueoacústica do SB Researchers Group, com apoio da Universidade de Trieste, na Itália, indicaram que os construtores de Malta tinham conhecimentos profundos sobre os efeitos do som no subconsciente humano e na indução de estados alterados de consciência. Talvez os construtores usassem o efeito como caminho para se ligarem a uma determinada frequência astral e se comunicarem com seus deuses celestiais.
Descobertas recentes na área de fractais apontam que a ressonância não linear de ondas sonoras, micro-ondas e ondas magnéticas pode alterar a matéria de maneiras inimagináveis. Há décadas se discute a hipótese de que os antigos conheciam a tecnologia acústica e a utilizaram para erguer e fundir blocos de várias toneladas, assim como se discute a origem de tal conhecimento. Talvez os Templários também a buscassem e por isso tenham escolhido Malta com tanto critério, possivelmente com auxílio externo. Hoje, a tecnologia acústica é utilizada em praticamente tudo e tem sido estudada a fundo. Ainda estamos nos primeiros passos de seu desenvolvimento, mas os registros de antigas escrituras, bem como o estudo das mais antigas construções com essas propriedades revelam que os antigos estavam muito à frente de nosso tempo.
Crânios alongados
A sala conhecida como Santo dos Santos é outro quebra-cabeças de difícil solução. Embora todo o complexo tenha sido usado como santuário, cemitério e templo iniciático, é no Santo dos Santos que essa última característica fica mais evidente. A sala, no coração do Hipogeu, foi construída de forma que o nascer do Sol no solstício de inverno incida diretamente sobre ela, expandindo-se para áreas mais distantes. Composto por três grandes trítios encaixados, o local é cercado por pequenas câmaras encavadas na rocha, onde, supõe-se, ficavam os iniciados, encolhidos em posição fetal, enquanto um sacerdote ou xamã falava na Sala do Oráculo. O som que viaja pelas galerias, quando chega a essas câmaras, adquire a mesma frequência das batidas do coração humano. A explicação para tal sofisticação no uso da tecnologia do som é algo que nem mesmo a ciência atual se arrisca a dar. Também não há resposta para o fato de que um povo, cujos conhecimentos rudimentares sequer incluíam o uso do metal, tivesse tal capacidade em engenharia e matemática.
Os segredos do Hipogeu, entretanto, guardam mais um mistério. Quando foi escavado pela primeira vez, foram encontrados dentro dele cerca de 7.000 esqueletos cujos ossos estavam misturados a terra — apenas um foi encontrado inteiro, enterrado em posição fetal. A característica que mais chamou a atenção dos pesquisados foi o fato de os crânios terem formato alongado, lembrando técnicas de deformação aplicadas por inúmeras culturas antigas. No entanto, entre os poucos crânios que foram recuperados intactos, um destacou-se de imediato por não ter a fossa mediana, junção que corre na parte superior do crânio. Essa característica foi considerada impossível por médicos e anatomistas, pois enfatiza o inquietante fato de ser esse um crânio naturalmente alongado e não deformado por placas ou outros artifícios. Algumas culturas terrestres, como a de Paracas, no Peru, alongavam os crânios de seus integrantes para que se parecessem com seres extraterrestres, mas isso não ocorre em Malta, onde nenhum instrumento foi usado para obter semelhante resultado.
Até 1985, seis crânios vindos das escavações em Malta estavam em exposição no Museu Nacional de Arqueologia de Valletta, capital da ilha, até desaparecerem misteriosamente. E não apenas os crânios, mas também os outros 7.000 esqueletos encontrados. O que testemunha a existência dos crânios são antigas fotos tiradas pelos doutores Anton Mifsud e Charles Savona Ventura, juntamente com as descrições detalhadas que fizeram em livros sobre as anomalias, como alongamentos, partições temporais anormalmente desenvolvidas, perfurações e regiões occipitais inchadas.
Há ainda uma nota publicada em uma edição da revista National Geographic, de 1920, que confirma a existência dos crânios de Malta. Diz a revista: “A partir da análise dos esqueletos da era da pedra polida, parece que os primeiros habitantes de Malta pertenciam a uma raça de cabeças alongadas, de estatura menor do que a média, semelhante aos primeiros povos do Egito que se espalharam para oeste, ao longo da costa da África, de onde alguns foram para Malta e Sicília e outros para a Sardenha e Espanha”. Estamos falando de seres extraterrestres mais uma vez? Os cavaleiros da Ordem do Templo, buscadores incansáveis da antiga sabedoria e detentores de segredos milenares, tinham muitas razões para escolherem Malta como uma de suas bases. O que descobriram na ilha, entretanto, perdeu-se no tempo, mas não é despropositado imaginar que buscassem conhecimentos vindos de outros mundos para se especializarem ainda mais na arte da construção de templos.