
A questão da pluralidade dos mundos habitados é capaz de envolver por completo a pessoa que queira desvendar um pouco os mistérios existentes no cosmos. O tema é tão palpitante que, além de prender a atenção, também nos faz refletir sobre coisas enigmáticas. Quando tentamos montar o jogo de memória completo, percebemos que estamos lidando com algo grandioso, verdadeiramente monumental, de aparência sem-fim. O que sabemos da vida em outros mundos? De modo apenas científico, sabemos que as naves e as sondas espaciais já lançadas, cerca de 200 missões com esse propósito até a alvorada do século XXI, não foram capazes de registrar a existência de vida. É certo que não há seres de carne e osso nos demais planetas do sistema solar.
As condições para o surgimento de vida do tipo humano, ou seja, que tenha germinado de uma simples bactéria, evolucionado para organismos complexos e chegado até o patamar inteligente, não existe em nenhum outro planeta solar. Em razão disso, há uma questão que precisa ser respondida: como explicar então a pluralidade dos mundos habitados de que fala o Espiritismo? Nos centros espíritas, nas sociedades e nas federações os espíritos continuam se manifestando. E de diversas maneiras têm dado provas de que a vida continua em outra dimensão, fora da matéria física. São as manifestações desses espíritos amigos que nos dão a certeza de que a vida no mundo espiritual é um fato real. Quem freqüenta regularmente o Espiritismo não tem dúvida disso, já teve inúmeras demonstrações práticas.
Extra e ultraterrestres — Os espíritos codificadores foram unânimes ao afirmar a existência de vida em outros mundos, quer seja num corpo material, semelhante ao do homem, vida extraterrestre, quer seja num corpo menos material, em outro estado vibratório, vida ultraterrestre. Em razão dessas informações, o espírita adquiriu melhor consciência dela e passou a postular a existência de vida em outros mundos. A própria lógica de raciocínio o induziu a isso. De fato, a astronomia divulga que a Terra é apenas um minúsculo planeta em órbita do Sol, um globo singelo na periferia de uma galáxia chamada Via Láctea, onde se estima haver mais de 200 bilhões de estrelas. Boa parte delas pode carregar consigo um cortejo de planetas. E a nossa galáxia é apenas uma das muitas existentes no cosmos. No universo observável, aquilo que no passado era classificado como nebulosas irresolúveis, sabe-se hoje que são bilhões e bilhões de outras galáxias. Nessa amplidão assombrosa, estima-se que exista uma quantidade tão monumental de planetas que seria impossível imaginar o potencial de vida e as suas variedades. Acredita-se que para o homem atravessar os assombrosos vazios interestelares, precisará avançar muito na ciência. Hoje, isso não é possível.
Todavia, podemos dizer que, assim como a vida germinou na Terra e prosperou até o patamar inteligente, em outros orbes, nas mesmas condições da Terra, a vida pode também ter feito um percurso semelhante. Planetas para isso não faltam no universo. E as informações dos espíritos sobre a existência de vida extraterrestre no cosmos nos dão lampejos de que assim deve ser. Mas além dessa vida sólida, dotada de corpo físico vulgar, os espíritos informam também a existência de um tipo de vida num outro estado vibratório, num corpo diferente da matéria densa, algo totalmente novo para nós, ou seja, uma vida que não pode ser vista pelos olhos do homem, embora o espírito esteja ali encarnado, por assim dizer.
Enfermidades e dores da carne — Segundo os espíritos, esse tipo de vida está postada nas regiões etéreas dos planetas físicos e nas profundezas etéreas do cosmos. São seres dimensionais, por assim dizer. Trata-se de vida situada em outra vibração da matéria, menos material que a carne. Em mundos adiantados, as criaturas têm um corpo mais rarefeito, que não está mais sujeito às enfermidades e às dores da carne. Contudo, ainda vivem num estágio de progresso que requer avanços na ciência e na moral. No universo, há também mundos em que seus habitantes progrediram mais num campo do que no outro. Mais na ciência do que na moral, por exemplo. Nessas esferas, embora a condição corpórea seja menos material que a terrestre, ainda assim vigora ali certo estado de imperfeição, próximo ao da Terra. Em alguns, as pesquisas científicas progrediram, mas os cotejos da personalidade ainda existem, enfraquecendo a condição moral. Noutros, a sensibilidade moral não tocou o suficiente para tratar todas as espécies de vida como a sua própria espécie. São mundos ainda de expiações e provas. Conforme ensinado pelos espíritos, a vida germina em toda parte.
Em alguns planetas, ela está presente numa forma densa. Em outros, numa bioforma menos material. Nestes últimos, vive-se ali de modo raro. A entidade é invisível ao homem, assim como o são os espíritos na Terra. Mas o ET de antimatéria vive ali num regime de pluralidade das existências, cumprindo assim sua escalada evolutiva. É dessa natureza rara que procede a maior parte dos avistamentos de UFOs. Contudo, uma parte menor da casuística é de seres densos, de ETs sólidos, seres que fazem incursões à Terra vindos de mundos tridimensionais, por um processo semelhante ao conhecido no Espiritismo como teleportação. Algo raro, tratado em detalhes no livro Um Vermelho Encarnado no Céu [Lúmen Editorial, 2006].