O principal encarregado pela segurança da Nasa foi contra a decisão da agência de levar adiante o lançamento do ônibus espacial Discovery em julho, mesmo sem consertar o problema de queda da espuma isolante, que poderia ter conseqüências catastróficas. Mas o funcionário diz que não recorrerá da decisão de lançar a nave – e nem pedirá demissão – porque não crê que a vida dos astronautas esteja em perigo.
“Está feito”, disse o chefe de segurança da Nasa, Bryan O´Connor, em entrevista à Associated Press. O´Connor, ele próprio um ex-comandante de ônibus espacial, se declarou incomodado com o prosseguimento do lançamento previsto para 1º de julho, mas que aceitou o plano porque a Nasa se comprometeu a refugiar os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) e esperar por uma missão de resgate, caso a espuma cause danos à nave.
Ele e o gerente do programa de ônibus espaciais, Wayne Hale, que trabalham a décadas com as naves, disseram que não se lembram de nenhum outro lançamento que tenha ocorrido a despeito das objeções do encarregado de segurança. Há dez anos, O´Connor se demitiu da chefia do programa de ônibus espaciais por discordar de uma reforma que, segundo ele, ameaçaria a segurança da tripulação. Mas ele disse que sua discordância, agora, não é tão grave: “Nem chegou perto”.
Foi o dano causado ao isolamento da nave por um pedaço de espuma solta que levou à desintegração da nave Columbia, em 2003. A despeito das extensas reformas realizadas desde então no tanque externo de combustível dos ônibus espaciais – de onde a espuma se desprendera – pedaços de material voltaram a cair do tanque durante o lançamento da Discovery no ano passado.
Segundo O´Connor, a decisão de prosseguir com o lançamento deste ano, mesmo sem uma solução definitiva para o problema da espuma, aumenta o risco da missão.