Em breve poderemos detectar pela primeira vez civilizações alienígenas, observando se exoplanetas possuem satélites em órbita. A construção de tais artefatos é vista por muitos cientistas como um passo natural no desenvolvimento de uma sociedade, e aqui na Terra eles são usados para comunicações, pesquisa científica, navegação, meteorologia, espionagem e diversos outros propósitos. Satélites de comunicação são inseridos em órbitas geoestacionárias, a cerca de 36.000 km de altitude, ficando assim estacionários em relação a um determinado ponto da superfície terrestre. Conforme estudo publicado no The Astrophysical Journal e disponível no site arXiv (veja nos links abaixo) de autoria de Hector Socas-Navarro, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, se existirem civilizações somente um pouco mais adiantadas que nós em exoplanetas próximos, elas poderão ter um grande número de satélites geoestacionários em órbita.
Esse anel de estruturas seria então denso o suficiente para que, teoricamente, possa ser detectável por nossos telescópios em terra e no espaço atualmente disponíveis. Navarro explica que instrumentos como o telescópio espacial Kepler e o recém-lançado Tess poderiam detectar tais estruturas, sejam formadas por milhares de satélites em órbita, sejam objetos maiores como cidades orbitais. O cientista chamou tais estruturas hipotéticas de Exoanéis de Clarke (CEB na sigla em inglês), em homenagem ao autor de ficção científica e divulgador Arthur C. Clarke (16/12/1917 – 19/03/2008). Kepler e Tess trabalham com o método do trânsito, detectando a diminuição no brilho de uma estrela quando um exoplaneta em órbita passa diante dela.
Se o planeta possui material em quantidade suficiente em órbita, esse anel de matéria provocará uma pequena diminuição no brilho estelar antes e depois que o próprio planeta realize um trânsito. Anéis ao redor de exoplanetas já foram descobertos dessa maneira. Navarro argumenta que uma estrutura composta por satélites artificiais poderia ser detectada da mesma forma, e medindo a distância destes em relação à superfície do mundo alienígena sua natureza artificial poderia ser determinada. Satélites geoestacionários teriam que ficar em uma órbita muito específica para serem efetivos, dependendo do tamanho e massa do exoplaneta, e assim esse dado determinaria que fossem objetos criados por uma civilização extraterrestre, e não uma formação natural.
DETECTANDO TECNOLOGIAS ALIENÍGENAS COM OS INSTRUMENTOS ATUAIS
Navarro argumenta ainda a favor da construção, pelos alienígenas, de cidades orbitais ou elevadores espaciais, que igualmente precisariam ser geoestacionários. O cientista aponta que exoplanetas orbitando anãs vermelhas a até 100 anos-luz da Terra seriam ideais para essa pesquisa, e que é mais simples buscar tecnologias alienígenas que já conhecemos, como satélites artificiais. Como ainda não conhecemos que avanços tecnológicos podem ser produzidos por civilizações muito mais adiantadas que nós, Navarro sugere que vale a pena realizar a pesquisa que sugere. Há hoje cerca de 1738 satélites em órbita da Terra, e que um mundo alienígena com um bilhão de vezes esse total poderia ser localizado pelo Kepler ou pelo Tess. O cientista resume que um CEB deveria ter satélites de um metro espalhados a cada 100 metros, cidades de um quilômetro espaçadas a cada 100 km ou uma mistura dos dois para serem detectáveis por nós.
Leia o artigo de Hector Socas-Navarro
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Saiba mais:
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Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.
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