
Embora o tema Nibiru seja bastante polêmico e inspire acirrados debates – salvo determinadas considerações que já são feitas há bastante tempo e vez por outra renovadas, todas sem nenhum fundamento e até mesmo com argumentos inexistentes –, vale observar mais uma plausível possibilidade.
A arqueologia, de uma forma geral, se baseia em interpretações. E tantas considerações contrárias sobre um mesmo tema – como o tal astro intruso –, são comuns nela, mais especificamente na egiptologia. Opiniões diversas são defendidas a partir de interpretações próprias. Portanto, a palavra interpretação é a chave. Sem desmerecer sua competência e a importância de seu estudo, tudo o que Zecharia Sitchin fez foi interpretar o que descobriu sobre os sumérios, de onde vem a história de Nibiru. E não poderia ser diferente. Mas para que uma interpretação seja válida como verdade determinada e absoluta, há um longo caminho a percorrer.
Simplesmente, Nibiru sofreu uma “apropriação indébita” por parte de muitos segmentos, e seu aludido significado correu o mundo, sempre aumentado e redimensionado, muitas vezes até de forma contrária ao que o próprio Sitchin postulou. Nibiru não poderia ser realmente o lar dos anunaki, como alegam alguns estudiosos? E neste caso, não poderia reunir todos os aspectos relativos a uma órbita estável numa estrela cujo conjunto resultante oferecesse as condições de vida física e biológica, tais como vistas nas tábuas sumerianas e pelos nefilim bíblicos?
Ou seja, porque Nibiru não poderia ser um planeta de outro sistema estelar, cuja civilização – os anunaki –, assim como outras, estiveram no passado da Terra e estariam por retornar? Isso parece bem provável. Enfim, por que Hercólobus, Marduk, Planeta X e tantos outros nomes para o mesmo astro não podem ser uma referência a outro corpo celeste, um astro diferente de Nibiru? E por que este corpo não poderia existir em dimensões além da nossa tridimensionalidade física, como sugere sutilmente a obra de Ramatis? Ele vai mais adiante e lança ainda a idéia de que existe uma infinidade de corpos dessa mesma natureza, exercendo funções similares e transitando pela Galáxia.
Por que Nibiru tem que ser mesmo o astro já definido como um invasor e demolidor? Nada existe que confirme isso ou o contrário. Um planeta com a excentricidadeorbital atribuída a ele dificilmente teria uma órbita elíptica, mas muito provavelmente parabólica. Num determinado momento, esta pode se transformar em hiperbólica e o astro pode deixar nosso sistema. Enfim, o que não faltam são argumentos. Mas, ao mesmo tempo, precisamos estar sempre prontos a nos render diante de uma nova possibilidade coerente ou realidade. O que realmente vai acontecer, somente saberemos em 2012, no dia 23 de dezembro daquele ano, às 23h43.
Sabemos, por enquanto, o que Nibiru não é. Ainda existe um grande caminho a percorrer para sabermos o que realmente é. E essa distância continuará abissal se não abrirmos nossas mentes ao discernimento e até mesmo à fé, seja numa luz superior, seja em nós mesmos – mas uma fé que nos dê a certeza que não estamos aqui para nos desesperarmos, e sim destinados a algo grandioso. Como sempre, a escolha é nossa. O que recebemos do cosmos é o que emanamos para ele.