Revista UFO e CBU retomam campanha histórica que já tinha gerado resultados incríveis
A Revista UFO, em conjunto com a sua parceira de longa data, a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), formada em 1997 após o I Fórum Mundial de Ufologia em Brasília como um braço da revista visando a liberação de documentos ufológicos do governo, retornaram as suas atividades neste ano de 2023 reativando a campanha “UFOs, Liberdade de Informação Já.” O sucesso da campanha iniciada em 2004 por idealização do editor Ademar Gevaerd e pelo coeditor Marco Petit foi tamanho, que seus reconhecidos resultados revelaram a existência de uma quantidade espantosa de documentos do governo brasileiro, acumulados durante décadas nos mais variados formatos.
Tem se hoje o conhecimento de dezenas de milhares de páginas, fotografias, filmagens, gravações de áudio, relatos e registros de óvnis no país, boa parte deles disponível para consulta pública no Arquivo Nacional, enviados principalmente pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Foi justamente por ação direta e ininterrupta dessa campanha, entre os anos de 2005, ano da inédita visita dos membros da CBU às instalações do VI Comando Aéreo Regional (VI COMAR) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), a 2012, ano em que entrou em vigor a Lei 12.527/2011, mais conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI); que fez com que o país entrasse definitivamente para o seleto grupo dos países a reconhecer oficialmente possuir informações sobre o tema, e a divulga-lo abertamente à população.
Foi inclusive por força desta campanha gestada e executada dentro da CBU, que o comando da FAB publicou no Diário Oficial da União a Portaria 551/GC3, em agosto de 2010. Apelidada pela imprensa de “Lei dos Discos Voadores”, essa portaria referendou exatamente o que solicitava o “Dossiê UFO Brasil”, um documento protocolado na Casa Civil da Presidência da República pela CBU três anos antes, junto a uma série de cobranças oficiais feitas à administração pública em sequência. A portaria da FAB determinava a partir de então o envio constante ao Arquivo Nacional de todo documento gerado, tratado e analisado pela Aeronáutica sobre óvnis, indicando que a campanha da CBU juntamente com a Revista UFO teria atingido seus principais objetivos.
Mesmo com a publicação da citada portaria, e com a entrada em vigência da LAI em 2012, a CBU não cessou suas atividades com relação aos objetivos propostos em UFOs, Liberdade de Informação Já. Até mesmo porque muita informação de que se tinha conhecimento – e se tem até hoje – não chegara às prateleiras e nem aos sítios do sistema de arquivos eletrônicos do Arquivo Nacional (SIAN), especialmente as vindas do Exército e da Marinha.
No intuito de perseguir também a abertura ufológica das demais Forças, a CBU conseguiu mais um feito inédito: o agendamento de uma reunião dentro do próprio Ministério da Defesa (MD), com vários oficiais das três Armas, em abril de 2013. Essa reunião da então maioria dos membros da CBU com militares nas dependências do MD foi um marco mundial, símbolo do reconhecimento oficial da ufologia e da existência de informações e documentos sensíveis, do Brasil para o mundo, como por exemplo, a busca pelas filmagens e fotografias da Operação Prato e do Caso Varginha, ainda não totalmente divulgados.
Na ocasião, o secretário da Coordenação e Organização Institucional do Ministério, doutor Ari Cardoso Matos, que presidiu o encontro, informou estar ciente de que, àquela época, ainda existiam documentos ufológicos classificados, e que o MD buscaria de todas as maneiras fazer cumprir o estabelecido nos novos regramentos da LAI.
A partir de então se começou a planejar dentro do próprio MD um grupo de trabalho (GT), formado por oficiais das três Forças Armadas e os ufólogos civis da CBU, para levantamento e tratamento das informações mais sensíveis a respeito do tema óvnis e sua subsequente divulgação à população de forma oficial e progressiva. Entretanto e infelizmente, por motivos não explicados, a consecução desse objetivo nobre do GT não logrou êxito, seguindo-se até a presente data um silêncio sepulcral do Governo Federal completando agora exatos dez anos.
O mínimo que se pode afirmar das decisões nos anos seguintes à reunião no MD, quando provocada as alçadas superiores da administração pública, é que houve dentro da governança militar um fragoroso uso de artimanhas jurídicas, em forma de decretos e decisões intencionalmente protelatórias e com objetivos obscuros, quando não a má vontade, em relação ao cumprimento da LAI.
Cairá o “Véu de Isis”?
O futuro é uma incógnita, mas em 2023 outros horizontes na governança do país parecem indicar a possibilidade de termos adiante o que se chama na ufologia holística de retirada do “véu de Isis.” Tudo indica que saímos de uma administração em que o sigilo demonstrava ser era a regra, para uma em que ele é a exceção, como deveria. Também lá fora, de forma surpreendente, temos visto nos últimos anos uma profusão de notícias relativas à astronomia planetária, em conjunto com a busca por vida, seja inteligente ou não, fora da Terra, nunca vista antes.
A revelação de filmagens feitas por ex-membros do Pentágono, foco de calorosas discussões no Congresso norte-americano sobre possível origem extraterreste dos UFOs (ou UAPs), corroboram com essas perspectivas promissoras. As oportunidades estão à mesa, basta a necessária reformulação das estratégias, sem se perder o foco.
Nesse sentido de aproveitamento das oportunidades, a Revista UFO, em conjunto com a CBU, está hoje com seu staff composto por 15 membros, vem aqui no Brasil, à semelhança de outras organizações internacionais de ufólogos civis e militares, desde o seu reagrupamento e retomada dos trabalhos em 2023, tomando várias iniciativas para o cumprimento integral da Lei de Acesso à Informação. Foram formulados mais de 20 protocolos nos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores e suas subseções, com fulcro especial na Operação Prato e no Caso Varginha, mas que certamente se estenderão para outros casos, dentro dos objetivos de UFOs, Liberdade de Informação Já.
Foi deflagrado um verdadeiro “pente fino” nos arquivos militares e civis, em centenas de documentos desclassificados após vigência da LAI e de depoimentos de envolvidos, no intuito de se encontrar as bases suficientes para o desmonte definitivo do processo de acobertamento ufológico oficial do país. Alguns desses protocolos já estão em fase final de julgamento na Controladoria Geral da União (CGU), com perspectivas reais de ganho de causa e, caso não se logre êxito, medidas judiciais não estão descartadas, posto que há assessoria jurídica acompanhando os processos.
Ao mesmo tempo, iniciativas paralelas às protocoladas na administração pública também foram estudadas, estão em andamento e passarão a ser reveladas na medida em que as informações governamentais forem surgindo, de forma a fazer com que a divulgação das ações e seus resultados não se obstaculizem mutuamente.
Ainda dentro dessas ações paralelas, a Revista UFO, como braço informativo das ações da CBU, passará a divulgar semanalmente, ou mensalmente, pequenos informes descritivos do que está sendo feito, dentro de um espaço específico para este fim, com vistas à revelação e contraposição aos meandros protelatórios e enganadores, executados por servidores do Estado, cujas posturas e atos não condizem com a ética e boa prática do que deles se espera. De maneira equânime, esperamos a mesma postura da mídia em geral, eletrônica e impressa, como se observou em momentos gloriosamente eternizados da ufologia brasileira.