Nesses 50 anos de Era Moderna dos discos voadores, do Estado da Bahia, podemos citar alguns marcos e fases bem distintas. Em 1947, havia pequenas notas publicadas em jornais e rádios sobre avistamentos e demais manifestações do Fenômeno UFO que, às vezes, eram até veiculadas, embora em tom jocoso, pelos jornalistas locais. Entretanto, em 1959, um acontecimento ufológico mereceu projeção nacional e mundial: o Caso Piatã, divulgado, na época, pela revista O Cruzeiro, através do jornalista João Martins, que com o passar dos anos se tornou um clássico da Ufologia Mundial. Em 1957, justamente entre os anos em que foram registradas as primeiras referências de avistamentos ufológicos no mundo, foi noticiado o fato ocorrido entre as localidades de Santo Antônio de Jesus e São Roque do Paraguassu, envolvendo quatro testemunhas que viajavam num cano e foram seguidas por discos voadores.
A partir desse primeiro, apareceram mais e mais casos para compor a história não só da Ufologia Brasileira, mas da Mundial, inclusive. Com o início da chamada Era Espacial, em 1968, o interesse por temas ligados ao espaço cresceu entre a população. Nesse ínterim, o recém chegado publicitário argentino Alberto Romero começava a escrever para o Jornal da Bahia sobre astronáutica, espaço e UFOs. Era o começo da Ufologia Baiana como movimento organizado. Já no fim dos anos 60, a série semanal norte-americana Os Invasores, estrelada por David Vincent, fazia o maior sucesso na TV; sendo dignos de registro também os seriados Jornada nas estrelas e Perdidos no espaço, com episódios envolvendo viagens espaciais, alienígenas etc. Tudo em preto e branco, naturalmente… Com o surgimento de mais um canal de TV em 1970, foi possível a apresentação do primeiro programa local exclusivo sobre discos voadores e ETs, o Alfa 4, feito, inicialmente, pelo humorista Paulo Silvino e a seguir por Léo Amorim.
Para fortalecer ainda mais a pesquisa ufológica baiana, no início da década de 70, aparecem grupos de estudos, clubes de ciências e é fundado o Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zênite (G-PAZ). Paralelamente, o jornalista e professor Adinoel Mota Maia mantém, com sucesso, sua coluna Ficção e Realidade, versando assuntos científicos com algumas pinceladas sobre UFOs. Com a onda de avistamentos iniciada em 1968 até meados de 1969, o assunto fica em evidência ocupando espaço nas redes de comunicação nacionais. No ano seguinte, entram em cena os primeiros contatados: Paulo Fernandes, Jaime Marinho, doutor Alceu etc.
Em 1972, Alberto Romero comanda o programa Vamos Analisar, na TV Itapuã. Neste programa era debatida a Ufologia em seus múltiplos aspectos, trazendo ufólogos como Walter Bühler, Húlvio B. Aleixo, Guilherme Wirz, general Uchôa, além de Andrade Sobrinho, Cláudio Ribeiro, Aloísio Magalhães, doutor Walmor Barreto e Ricardo Chemas. Por ter alcançado uma eminência surpreendente em tão pouco tempo, o tema deu oportunidade para, em 1975, o G-PAZ realizar o 1° Evento Ufológico Público, com um número estimado em três mil participantes. Visando uma repercussão ainda maior, o Centro de Estudos Exobiológicos Ashtar Sheran (CEEAS), fundado em 1973, ganha novo impulso nos anos 80 e passa a desenvolver intensos trabalhos sob o comando da pedagoga Ana Santos.
UFOs GANHAM ESPAÇO NACIONAL — O próximo programa imbuído em divulgar o Fenômeno UFO foi Fato em foco, um especial criado pela TV Educativa em 1992 e produzido por Luiz Ademir, com a participação de ufólogos e testemunhas locais. Depois, em 1995, realiza-se o programa de entrevistas Frente a frente, cujo primeiro entrevistado foi Alberto Romero. Durante a onda ufológica de Conceição do Almeida, o jornalista Mário Kertz fez uma tripla entrevista em seu programa matinal na Rádio Cidade, com Ana Santos, Romero e Paranhos, que alcançou uma grande audiência. Antes disso, porém, a Ufologia Baiana atinge o ápice com a onda em Mucuri, na Chapada Diamantina, e ganha espaço nacional em TVs, rádios, jornais e na Internet — destacando-se o programa Fantástico, da Rede Globo, com matérias produzidas por José Raimundo e Luiz Petry. Dessa forma, os ufólogos locais passam a ser mais respeitados e há grande interesse da opinião pública sobre os fatos ocorridos na Chapada.
Recentemente, motivada pelas aparições consecutivas em todo o Estado, a TV Bahia dedicou quase todo um programa à questão ufológica. Também na Internet tem aparecido páginas sobre os UFOs, demonstrando que cada vez mais eles ocupam espaço na mídia baiana. Além disso, a partir de 1992, o CEEAS organiza, com o apoio das revistas UFO e UFO Especial, a Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil (ANUB) e patrocinadores, os congressos baianos de Ufologia com grande sucesso. Supera qualquer expectativa ao reunir em Salvador grandes nomes da Ufologia Nacional [Editor: o próximo congresso será realizado entre os dias 25 e 28 de setembro em Salvador].