Em 25 de fevereiro de 1985, dois agricultores de Royan, na França, assistiram à queda de um objeto no campo a menos de 50 metros de um dos observadores. O objeto, metálico e cilíndrico, tinha aproximadamente 50 cm de extensão e 15 cm de diâmetro. Os produtores alertaram imediatamente a polícia, e esta em seguida chamou a brigada da base aérea mais próxima. Assim que esfriou, o objeto foi levado para a base aérea. As primeiras investigações feitas pelo Geipan (tomada de depoimentos, contato com outras bases aéreas próximas – Cognac e Cazaux – e pesquisas em outros centros de estudos, como o de Landes) não permitiram identificar o objeto. O certo era que não se tratava de nenhum míssil francês ou estrangeiro e nem resquícios de alguma atividade militar nas proximidades.
Depois de um pedido de informações ao Comando de Defesa Norte-Americano (Norad, na sigla em inglês), os pesquisadores concluíram provisoriamente que o cilindro seria o andar propulsor do satélite Cosmos 1629, lançado no dia 21 de fevereiro e que provavelmente teria voltado ao solo naquele dia 25. Estudos mais aprofundados feitos mais tarde sobre o objeto, no entanto, mostraram que se tratava de um elemento propulsor que havia permanecido por um longo tempo em um meio úmido. Outra constatação capital: as indicações e marcas provavam que o objeto era de origem germânica e apresentava as siglas do Terceiro Reich, encerrado em 1945 na Alemanha. Ou seja, não se tratava de um pedaço espacial, mas de um elemento abandonado depois da Segunda Guerra e que espontaneamente explodiu.
Um terceiro estudo permitiu identificar o objeto como sendo a parte traseira de um lançador de chamas usado nos campos de batalha. A pesquisa determinou igualmente o ponto de partida deste instrumento: entre 3,3 mil e 3,6 mil metros ao norte do local onde ele foi cair 40 anos depois de lançado. Essa hipótese foi confirmada depois de uma análise sobre os movimentos do Exército alemão na França no fim da Segunda Guerra Mundial. A zona corresponde exatamente àquela descrita nos arquivos que registram a ocupação germânica na França. O estudo foi considerado encerrado cinco anos após o início das pesquisas.