
Desde os primórdios da vida humana sobre a Terra, o homem contempla o firmamento com olhos de fascinação, curiosidade e medo. Vibra-nos uma secreta intuição de que existe algo além do espesso véu que recobre a noite. O temor com que nossos ancestrais observavam os céus era amenizado nos cultos de adoração e nos sacrifícios. A aspiração humana referente a entidades supostamente “celestes” ou extraterrenas está muito longe de constituir uma particularidade do nosso tempo. Sábios e filósofos antigos e modernos, religiosos ou profanos, professaram a doutrina da pluralidade dos mundos, seja abertamente aos seus discípulos, seja em segredo, aos iniciados. Os textos antigos, do Ocidente ao Oriente, estão repletos de relatos de fenômenos espantosos e inexplicáveis, principalmente com alusões a seres vindos dos céus para trazer conhecimento ao homem. Estas aparições eram julgadas como sinais de uma grande desgraça, guerra ou pestilência.
O Livro dos Mortos do Egito, um dos textos mais antigos do mundo — remonta a cerca de 15.000 anos antes de Cristo —, testemunha uma fé profunda num mundo espiritual completamente diverso do nosso. Em certas passagens, encontramos nítidas alusões à vinda de seres incomuns, bem como a uma guerra que teria ocorrido nos céus de nosso planeta. Nele podemos ler: “Adorei e glorifiquei o disco… E falarei com o disco e com os moradores do céu. Eles dão volta no firmamento com seu disco de fogo”.
As obras Mahabarata e o Ramayana são poemas épicos da Índia, talvez os mais longos jamais escritos. O Mahabarata teria sido escrito entre 540 e 300 a.C. Nele encontramos relatos extraordinários de naves voadoras e suas evoluções sobre os céus da Índia há 4.000 anos. Já o Ramayana foi escrito por volta do ano 100 d.C., porém é baseado em tradições orais, que voltam no tempo cerca de seis a sete séculos. Ele é pródigo em referências a seres não terrenos e objetos voadores — os vimanas, aparelhos voadores que possibilitavam aos homens da Terra ascensão aos céus e aos homens do céu descerem sobre a Terra.
No Musala Parva, também de origem hindu, vamos encontrar a descrição do que teria sido um ataque nuclear ocorrido há milhares de anos: “Cuncra, voando a bordo de um vimana, lançou sobre a tríplice cidade um projétil único, carregado com a potência do universo. Um fumo incandescente, semelhante a 10.000 sóis, se elevou no seu esplendor”. E ainda, segundo o Samarangana Sutradhara, ficamos sabendo que os vimanas eram equipamentos com estrutura forte, compacta e bem moldada, em cuja composição haveria ferro, chumbo e cobre — eram capazes de voar a longas distâncias, impulsionados por motores.
Universo populoso
A Bíblia Sagrada é o livro de maior circulação no mundo e, possivelmente, o mais estudado. Ela se encontra repleta de narrativas que, analisadas com isenção de preconceitos, comportam uma de duas interpretações: a divina ou a ufológica. “Há muitas moradas na casa de meu Pai”. Esta frase, colhida no Evangelho de João, capítulo 14, versículo 1, é de uma riqueza incontestável. Trata-se, talvez, da passagem bíblica que mais diretamente mostra quão populoso é o universo, ao mesmo tempo em que evidencia que Deus é o Pai de outras civilizações dispersas pela imensidão cósmica. No Velho Testamento vamos encontrar grande abundância de relatos bastante reveladores. Façamos um apanhado geral de algumas passagens, por serem representativas do espírito deste trabalho: “E Enoque andou com o verdadeiro Deus. Depois não era mais, porque Deus o tomou”, está em Gênesis, capítulo 5, versículo 24. Mais adiante, no mesmo livro, fala-se de Noé, bisneto do profeta Enoque: “Noé era homem justo. Mostrou-se sem defeito entre os seus contemporâneos. Noé andou com o verdadeiro Deus”, em Gênesis, capítulo 6, versículo 9. No primeiro versículo, a leitura é sugestiva de abdução alienígena, enquanto que no seguinte vislumbra-se um estreito contato interpessoal com a suposta entidade. Aceitar a parte é admitir o todo — uma vez que Jesus assinalou que “nenhum homem jamais viu a Deus” (João, capítulo 1, versículo 18), ele se constitui em uma entidade muito aquém do âmbito divino.