Puma Punku: um dos grandes mistérios do continente

Todas as informações que ofereço em minhas palestras ou assuntos sobre os quais falo normalmente são acessíveis nos meios públicos. Nada do que eu falo é informação secreta.

Stephen Bassett
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Algumas das inexplicáveis pedras moldadas de Puma Punku, fabricadas com andesito e encaixadas perfeitamente
Créditos: ARQUIVO UFO

Puma Punku, também chamado Pumapunku ou Puma Puncu, é um sítio arqueológico composto de um grande complexo de templos e monumentos localizado em Tiwanaku, Bolívia, quase fronteira com o Peru. O nome Puma Punku é originário da língua indígena aymará e significa “a área ou a porta do puma”. O complexo arqueológico consiste também em esplanadas e artefatos formados com pedra de estilo megalítico. O sítio principal tem 789 m de comprimento por 485 m de largura. A borda oeste de Puma Punku é ocupada pela chama Plataforma Lítica, um terraço de pedra de 25,8 m de extensão. O local é pavimentado com múltiplos blocos de enormes pedras.

A Plataforma Lítica contém a maior pedra encontrada em todo o sítio arqueológico de Puma Punku e Tiwanaku. Baseado nas propriedades da rocha da qual foi extraída, é estimado que essa única pedra tenha 131 toneladas. O núcleo das construções em Puma Punku consiste em argila, enquanto o acabamento é de areia e pedregulhos. Escavações no sítio documentaram a existência de cinco épocas distintas de construção, além de pequenas reformas e remodelagens ocorridas em outras épocas.

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Falta de provas

Durante seu apogeu, acredita-se que Puma Punku era um local adornado com placas de metal polido, cerâmicas de cores brilhantes e ornamentado com quadros e peles, frequentado por sacerdotes e pela elite, que se vestiam com roupas cerimoniais e joias exóticas. A compreensão da natureza deste complexo arqueológico ainda é limitada devido à sua antiguidade, à falta de provas escritas e ao atual estado de elevada deterioração, tanto pelo desgaste natural como também devida à depredação causada por visitantes e saqueadores.

Determinar a idade do complexo de Puma Punku tem sido o foco de pesquisadores desde a descoberta do sítio arqueológico. O especialista andino e professor de antropologia W. H. Isbell determinou por meio de testes com radiocarbono que a construção de uma das camadas mais antigas ocorreu entre os anos de 535 a 600 a.C. Fora isso, muito pouco se sabe sobre sua idade — como foram várias etapas de construção, todas elas com uma tecnologia avançadíssima, é possível que tenham envolvido várias culturas que habitaram os Altiplanos Bolivianos, entre elas os incas e aymarás, estes que são considerados o povo o mais antigo da América. Inúmeros estudiosos das culturas andinas afirmam que os aymarás foram importante precursores do Império Inca.

O gigantesco complexo de Tiwanaku, onde se insere Puma Punku, é um dos mais extraordinários sítios arqueológicos do continente. A região surgiu como uma grande área de atividade econômica, religiosa e política próxima ao Titicaca. Um primeiro olhar sobre Puma Punku faz com que se imagine como tudo aquilo foi construído por uma civilização que ainda não tinha algumas tecnologias essenciais, como a roda — os cortes nas são precisos, os ângulos delas são retos e os blocos parecem terem sido cortados em série ou com equipamentos elétricos.

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