Este artigo não é sobre distantes luzes no céu, mas sim sobre impressionantes fenômenos ufológicos que ocorrem há séculos na Polônia, a chamada “Terra de Estranhezas”. Ele é composto principalmente de fatos e de relatos de testemunhas oculares que presenciaram coisas demasiado estranhas para serem mencionadas pela mídia oficial. Tais abundantes ocorrências deram origem ao meu livro UFOs na Polônia, recém-lançado no Brasil [Código LIV-044. Biblioteca UFO, 2018], que também é uma reação a muitas obras e documentários modernos sobre Ufologia que sempre mostram os mesmos casos e antigas hipóteses. Essa tendência levou muitas pessoas a supor que a melhor parte da história ufológica da Polônia tenha acontecido nas décadas de 70 e 80, e que nada de novo tenha acontecido antes e depois disso.
Nos últimos anos, poucos casos ufológicos tiveram divulgação mundial, e mesmo assim o YouTube e outros sites de vídeo estão repletos de vídeos e relatos, a maioria anônima e parcialmente falsa, dando a impressão de que há uma grande onda ufológica ocorrendo. Essa imensa bacia de conhecimento chamada internet está se transformando, aos poucos, em uma fonte de informações desencontradas e inúteis, e de desinformação também, embora, claro, seja preciosa para aqueles que sabem como usá-la. O mesmo se dá em meu país, onde, para além de casos soltos e simples, temos uma fascinante e complexa casuística ufológica, como veremos.
A maioria dos encontros próximos e acontecimentos desconcertantes envolvendo UFOs na Polônia, que revelam a complexa natureza do Fenômeno UFO, nunca foram conhecidos no Ocidente. Os poloneses também fazem parte do mundo ocidental, claro, mas preferimos ficar entre os europeus orientais. Os fatos que vamos mencionar aqui podem soar exóticos para alguns leitores, entre eles o de que a era moderna de avistamentos de discos voadores na Polônia tenha começado em 1922. Meu livro, e consequentemente este artigo, é uma espécie de ensaio histórico sobre ocorrências ufológicas em meu país, compilado a partir da literatura ufológica e de um intenso trabalho de pesquisa.
Os primeiros avistamentos
É muito comum na Ufologia traçar paralelos entre mitologia, folclore e as modernas manifestações de UFOs. Os dados compilados e analisados pelo doutor Jacques Vallée, por exemplo, mostram que existem intrigantes similaridades entre os seres e fenômenos descritos nas antigas lendas e tradições com os modernos relatos de contatos imediatos. Isso não se restringe apenas às similaridades visuais entre “estrelas milagrosas” e “carruagens dos deuses” e os modernos discos voadores, mas também aos efeitos posteriores ao contato com tal fenômeno. Há uma linha comum em muitas lendas e contos antigos que narra como aqueles que foram tocados por seres misteriosos na forma de gnomos, anões, anjos, deuses etc, nunca mais foram os mesmos — eles ficaram confusos e como que enfeitiçados por aquilo que haviam encontrado, exatamente como os atuais abduzidos, contatados e testemunhas de eventos ufológicos. Com uma dose de imaginação, podemos encontrar características ufológicas nos antigos contos e religiões.
O povo polonês faz parte da família eslava, que inclui russos, checos, eslovacos, ucranianos, bielorrussos, sérvios, croatas, bósnios e povos de outras nações que, até hoje, ainda conseguem entender relativamente bem o idioma uns dos outros. No início da Idade Média nossos antepassados se dispersaram pelo leste e sudeste da Europa, lançando as bases para o surgimento dos primeiros estados. A Polônia surgiu no século X, mas algumas teses modernas supõem que um estado avançado da tribo de Wislanie tenha existido na parte sul do país, onde hoje se situa a Cracóvia, já no século VIII.
FONTE: UAPINFO
Foto de UFO feita em 08 de janeiro de 2006 em Zdany, na Polônia, por três homens que se deslocavam e zona rural e foram surpreendidos por esta esfera metálica no céu
Na opinião do acadêmico Andrzej Szyjewski, todas as tribos eslavas compartilhavam de crenças similares, e embora cada grupo honrasse seus próprios deuses, havia divindades que eram comuns a todos eles. Havia Swiatowit [Aquele que vê o mundo] de quatro faces e Weles ou Wolos, uma divindade subterrânea que foi descrita como um selvagem. Seu nome se conecta à palavra que significa cabelo. Infelizmente, isso é tudo o que sabemos sobre a religião dessas tribos polonesas. Após a conversão para o Cristianismo, no ano 966, os padres da Igreja Romana destruíram todas as relíquias e baniram todas as tradições relacionadas aos antigos deuses — a Igreja Católica foi a responsável pelo holocausto cultural e histórico da identidade polonesa, embora até hoje ela se recuse a admiti-lo.
Felizmente, parte das crenças e tradições pagãs sobreviveu em meio ao povo comum e é aí que podemos encontrar algumas referências veladas aos UFOs. Apesar de pensarmos que qualquer pesquisa intensa que busque encontrar paralelos entre as antigas crenças e a Ufologia Moderna acabe por levar a erros de interpretação, há algo no antigo folclore polonês que tem uma semelhança direta com objetos voadores não identificados. Ele é conhecido por diferentes nomes por todo o país. Os mais comuns são Ognik [Chama] e Swietlik [Vaga-lume].
Artefatos flamejantes
Pesquisadores encontraram pessoas de gerações mais antigas que tiveram avistamentos ufológicos e elas tendiam a descrever os objetos como um Ognik. Por exemplo, após a Segunda Guerra Mundial, uma mulher da área de Czestochowa descreveu seu encontro noturno com uma grande esfera luminosa que emitia sons de estalos. Ela imaginou que aquilo fosse um daqueles artefatos flamejantes dos quais sempre ouvira falar e levou sua experiência para o lado folclórico, e não ufológico. Portanto, há uma possibilidade em aberto que indica que muitos dos encontros com Ognik se refiram, na verdade, a UFOs.
Outro tema folclórico notável diz respeito aos Planetnicy, “o povo do céu que veio com o vento” e que acabou por cair na Terra. “Eles são descritos como sendo homens de idade avançada vestidos de linho. Outra definição os caracteriza como pequenos monstros assexuados ou como seres com corpo de criança e cabeça de velho”, segundo nos dizem Adam e Barbara Podgórscy, autores de um excelente léxico sobre a demonologia folclórica da Polônia. Para pessoas especializadas nas relações entre folclore e Ufologia, a descrição dispensa comentários.
Nos últimos anos, poucos casos ufológicos tiveram divulgação mundial, e mesmo assim o YouTube e outros sites estão repletos de vídeos e relatos, a maioria anônima e parcialmente falsa, dando a impressão de que há uma onda ufológica ocorrendo
Bogdan Baranowski, outro conhecido folclorista do país, falecido em 1993, declarou que as memórias ligadas à antiga demonologia começaram a desaparecer após a Segunda Guerra Mundial, quando o novo governo socialista, lutando contra o analfabetismo e o atraso dos habitantes das zonas rurais, iniciou um programa de modernização cultural e social. Contos antigos e histórias de fantasmas acabaram no lixo e aqueles que ainda acreditavam neles eram considerados atrasados.
No entanto, deparei-me recentemente com muito relatos que sugeriam que alguns contos de luzes fantasmas e de seres misteriosos podem ter resultado de encontros reais — as pessoas que os compartilharam eram a prova viva da hipótese de Vallée sobre o vínculo entre as antigas tradições e os modernos relatos de UFOs. Há algum tempo conversei com pessoas que viviam nas proximidades da Reserva Sokole Góry, que, na década de 80, testemunharam várias luzes inexplicáveis “dançando” sobre os campos de maneira anormal. O avistamento não podia ser explicado de maneira normal, portanto eles presumiram que fosse
um Swietlik, que, de acordo com as lendas, costumava assombrar a área. Em 2004, no mesmo local, foi registrado o avistamento de um UFO quadrado e brilhante, em plena luz do dia.
Estranho ser brilhante
Em 1969, entre as cidades de Piensk e Lasów, um grupo de jovens que voltava do cinema teve um encontro com um estranho ser brilhante que surgiu sob um carvalho. Ele foi descrito como tendo uma cabeça cinza sem traços, um torso azul brilhante — talvez alguma vestimenta — e pairando sobre o solo. O grupo, então, correu em direção à entidade e começou a persegui-la. Caso o encontro tivesse ocorrido algumas décadas antes, ele certamente seria interpretado como uma aparição ou intervenção angelical. O caso foi relatado por Marian Borszki, uma das testemunhas principais.
O Dziennik Zachodni publicou o relato de um homem do sul da Polônia que em sua infância, na década de 50, teve um encontro com estranhos “seres parecidos com demônios”, segundo disse. Seus pais tinham saído para trabalhar no campo e ele havia ficado para guardar a casa. Em algum momento ele ligou o rádio para se distrair e ouviu estranhos sons. Quando percebeu que o mesmo tipo de ruído vinha também do lado de fora da casa, olhou pela janela e se deparou com dois seres muito magros, de pele cinza e grandes olhos. Então, desmaiou de susto. O rapaz ficou tão chocado com o que havia visto que jamais esqueceu a experiência — ele presumiu que os seres deviam ser “algum tipo de demônio”, figuras muito populares no folclore polonês, uma vez que nada sabia sobre UFOs e extraterrestres.
Relatos similares mostram que algumas pessoas ainda interpretam suas experiências ufológicas sob a perspectiva folclórica, e é muito difícil determinar até que ponto os UFOs deram início aos mitos e folclores originais, sejam eles eslavos ou não. Essa é uma matéria totalmente especulativa, embora haja algumas histórias muito provocantes na tradição e nos livros antigos. E há exemplos modernos também, como a confusão feita entre um avistamento de UFO e uma aparição religiosa, em 1984. Um homem da região de Lisiec Maly, próxima à cidade de Konin, viu um UFO esférico com uma haste vertical nas proximidades de um santuário da Virgem Maria — e interpretou o avistamento como sendo um sinal dos céus, algum tipo de “olho divino” e construiu um memorial para o UFO ao lado da imagem religiosa.
UFOs na história
Os primeiros registros históricos poloneses falando sobre fenômenos aéreos anômalos datam do começo da Idade Média e estão profundamente assentados nos contextos mental e cultural da época. Tratam-se, em sua maioria, de registros de cronistas que descrevem acontecimentos milagrosos sob a forma de misteriosos cometas, estrelas ou sinais vistos no céu. É importante mencionar que o povo polonês, durante sucessivas eras, foi absolutamente obcecado por astronomia e artes ocultas e muitas pessoas eram especialistas em examinar o céu com cuidado, aguardando os presságios celestes, dentre os quais os cometas, ou “estrelas com cauda” eram o pior e mais perigoso.
Muitas descrições complexas surgiram no século XVII, um período de grande revolução para o país. Após ocorrer a unificação com o Grande Ducado da Lituânia, a Polônia tornou-se uma das mais fortes nações europeias. Porém, simultaneamente, envolveu-se em conflitos quase permanentes com a Rússia, Suécia, Turquia e Crimeia. Esses conflitos deixaram o país despovoado, economicamente devastado e politicamente dividido em facções. Em 1618, na região de Szczecin, um pastor de cabras chamado Klaus Neuman teve um interessante encontro com uma luz voadora.
Segundo um artigo sobre UFOs históricos publicado por Jerzy Podralski, em 1979, no jornal Glos Szczecinski, o pastor relatou que “observou uma estranha luz no céu e, então, algo parecido com um pombo desceu e se transformou em um menino aparentando ter quatro anos, vestido com uma camisa branca que falava com a testemunha. Após algum tempo o menino desapareceu e o pastor viu alguma coisa que parecia com uma estrela subir”.
FONTE: NATGEO
Ilustração de uma entidade Swietlik segundo a imaginação dos habitantes do sul da Polônia, que acreditam que tais seres sejam apenas demônios
O mesmo Podralski encontrou registros que datam de 1637 e narram que, “às 03h00, um ponto branco e muito luminoso foi visto sobre Szczecin e um objeto flamejante surgiu no meio dele. Ele era vermelho na parte inferior e branco na superior”. O objeto estava ejetando grandes raios de fogo e grandes cordas vermelhas em toda a sua volta — movia-se erraticamente e em determinado momento desceu sobre um moinho e os soldados que estavam na casa da guarda saíram imediatamente.
Uma carta do último grande rei polonês, Jan III Sobieski, de 1683, fornece o que parece ser um sólido relato de UFO. O monarca, que estava envolvido em uma grande batalha com os turcos que haviam começado a sitiar Viena, escreveu para sua esposa que, “às 07h00 de uma manhã perfeita e muito brilhante, algo que se parecia com um pequeno arco-íris apareceu e adquiriu a forma da Lua vista alguns dias após a fase de Lua nova. A coisa era extraordinária. Estávamos indo para o oeste e aquilo apareceu atrás de nós. Então, virou para leste, à esquerda do Sol. Algo como um X ou um U começou a emergir daquela quase Lua. Tudo durou cerca de 30 minutos”.
“Anéis e pilares pulsando”
O primeiro relato moderno sobre fenômenos aéreos anômalos na Polônia data do século XIX e vem das regiões de Szczebrzeszyn e Pisz, onde meteorologistas notaram “anéis e pilares de fogo pulsando e emitindo luz”, segundo a descrição de um deles. Arek Miazga, ufólogo da área de Rzeszów, descobriu um relato muito interessante do final do século XIX. No jornal Czas, de 20 de abril de 1892, um repórter escreveu uma nota sobre um estranho avistamento que aconteceu em Przemysl, na área sudeste da Polônia, então pertencente ao Império Austro-Húngaro.
Dizia a nota que, “no último sábado, foi observado em Przemysl um ponto brilhante que apareceu sobre Jaroslaw, na direção nordeste. O objeto tinha a forma esférica e ejetou para cima e para baixo feixes de luz de radiância elétrica e formato cônico”. Com o auxílio de binóculos tornou-se claro que não era um planeta e nem uma estrela, uma vez que o artefato estava pairando no ar a cerca de 400 m sobre a superfície e começou a circundar uma área de aproximadamente 4.000 m. “Supõe-se que fosse um balão, cuja tripulação tenha tentado fazer algum tipo de experiência com lâmpadas elétricas”, completou a nota.
Os esforços do jornalista para explicar o avistamento com a teoria da lâmpada elétrica em um balão faz dele um precursor do moderno ceticismo em relação à Ufologia — e o que é interessante é que a mesma hipótese acompanhou outros relatos de avistamento na cidade de Rzeszów, onde, em 1913, um estranho objeto foi observado por duas vezes. O jornal Glos Rzeszowski relatou que o artefato visto em julho “estava lançando raios de luz nos prédios abaixo e logo desapareceu na distância”. Esses informes formam os blocos fundamentais de informações para a Era Moderna da Ufologia. Entretanto, na Polônia, esta era não começou depois da Segunda Guerra, mas muito antes, logo após o país voltar a ser independente, em 1918.
Relatos pré-guerra modernos
O primeiro caso moderno de avistamento de um disco voador, e que em minha opinião inaugurou a Era Moderna da Ufologia no país, veio de Targówek, um distrito de Varsóvia, e detalha uma manifestação a curta distância de uma nave em forma de disco ocorrido em junho ou julho de 1922. A seguir, veremos o impressionante relato da testemunha. Vejamos:
“Eu estava passeando em Targówek com minha tia e meu cunhado quando vimos uma coisa descer
do céu, acompanhada de um assobio. Tínhamos certeza de que iria bater no chão, mas de alguma forma aquilo conseguiu pairar no ar, a cerca de 2 a 3 m do solo. Era enorme, com formato de uma bola ligeiramente achatada, lembrando dois pratos unidos pelas bordas. Parecia feito de alumínio ou de algum metal prateado e cinza. Estava observando o artefato a uma distância entre 100 e 150 m. Vendo com atenção, notei que as duas partes do artefato eram separadas por um tipo de anel que girava, enquanto as outras permaneciam estáticas. Logo depois o anel também parou de girar e vi uma coisa que parecia ser parte das janelas e tive a impressão de que a tripulação da nave estava nos observando. Eu tinha certeza de que o objeto ia pousar e que entraríamos nele, mas, depois de algum tempo, ele disparou em um ângulo de cerca de 45° e ouvimos o som de uma grande explosão. Esse evento foi testemunhado por centenas de pessoas”.
O Caso Targówek foi descrito no livro dos autores Bronislaw Rzepecki e Krzysztof Piechota UFO nad Polska [UFOs Sobre a Polônia. Bialystok Publishers, 1996]. Rzepecki e Piechota obtiveram alguns outros relatos sobre avistamentos ufológicos clássicos ocorridos antes de 1947. Um dos mais incomuns envolveu um possível pouso, com avistamento de ocupantes fora da nave, em 1926 ou 1927. Em seu livro Spotkania z UFO w Polsce [Contatos Imediatos com UFOs na Polônia. Tarnów Editors, 1995], Rzepecki escreve que:
“Em 23 de agosto de 1989 me encontrei com Zofia Lutz e a entrevistei sobre o incidente. Os fatos se deram nos prados entre Brzezie e Ujazd, próximos a Zabierzów, na região da Cracóvia. A testemunha tinha 14 anos na época. Naquele dia, por volta das 15h00, ela saiu para cuidar das vacas criadas por sua família. De repente, os animais pararam e puxaram as correntes, obrigando a menina a recuar. Ela olhou na direção de Ujazd e viu, a aproximadamente 200 m de distância, três objetos esféricos pousados ou pairando muito próximos ao solo. Em frente de cada um deles havia um pequeno ser. Os UFOs eram da cor de cimento e a testemunha viu uma pequena linha vertical mais escura em cada um deles, que imaginou fossem algum tipo de abertura. Segundo o relato de Zofia, os ocupantes eram mais baixos do que ela e usavam uniformes esverdeados”.
Entre os relatos ufológicos poloneses mais antigos escolhi esses por terem características muito parecidas com os modernos — é difícil determinar a verdadeira escala dos fenômenos ufológicos entre o final do século XIX e a década de 30 do século passado devido à falta de informações e referências. Como não havia uma discussão pública e aberta sobre o assunto, muitas testemunhas não enviavam seus relatos para os jornais. Apenas muitas décadas depois, quando a mídia passou a cobrir e a discutir o assunto, é que as pessoas começaram a contatar os ufólogos, dizendo “também vimos algo parecido com isso”.
Independentemente da verdadeira natureza do Fenômeno UFO — se ele é essencialmente paranormal, como afirma John Keel, ou puramente extraterrestre, como diz Stanton Friedman —, parece que há casos suficientes para que se retroaja a data de início da Era Moderna da Ufologia para antes de 1947. Esse passo não é apenas simbólico, mas também tem sérias implicações na compreensão da fenomenologia ufológica. Há muitos pesquisadores que tentam explicá-lo com declarações simplistas, alegando que os discos voadores são apenas um produto cultural fruto da Guerra Fria e da corrida espacial. Mas casos como os que apresentamos provam que não importa o que sejam os UFOs, eles com certeza já estavam por aqui antes da Guerra Fria.
Relatos em tempos de guerra
A história da Polônia é um perpétuo conto de guerra, mas nenhum outro conflito foi tão cruel e devastador para o país como a Segunda Guerra Mundial, o período mais traumático de nossa história. Atacado pelas forças alemãs em 01 de setembro de 1939, o país foi logo abandonado por seus aliados do Ocidente e seu inepto governo fugiu para a Romênia, com a campanha de guerra ainda em curso. Mas, mesmo em uma época de calamidades, como foi a invasão alemã à Polônia, houve incríveis avistamentos de UFOs. Muitos pesquisadores ligam a época aos famosos foo fighters, as luzes fantasmas que precederam os discos voadores e que pareciam brincar de gato e rato com os pilotos tanto das forças aliadas quanto inimigas. Entretanto, nos registros da Ufologia Polonesa há alguns casos extraordinários pouco conhecidos, que ocorreram entre 1939 e 1945, que envolveram, inclusive, um avistamento durante combate.
Um peculiar incidente é o pouso de Nowiny, que vem dos arquivos dos pesquisadores citados Piechota e Rzepecki. Em 1987, os dois se encontraram com a única das cinco testemunhas originais do evento que ainda estava viva e que à época dos fatos tinha 16 anos. O caso aconteceu em 1943 ou 1944, na pequena aldeia de Nowiny, localizada na área de Chelm, região leste do país. Os pesquisadores não conseguiram definir o exato início dos acontecimentos, embora provavelmente tudo tenha começado quando um estranho objeto pousou a 100 m da cabana das testemunhas — duas delas decidiram se aproximar do UFO em forma de cogumelo e, ao chegarem perto, conheceram seus estranhos passageiros. Segundo os pesquisadores, “o objeto se assemelhava a um poste de amarração com um chapéu em cima, ou seja, tinha uma cabine semicircular sobre um cilindro. Havia uma fileira de janelas, uma porta deslizante e uma pequena escada. A parte cilíndrica tinha cerca de 3,5 m de altura e a parte superior ou cabine, algo em torno de um metro de altura por 4 m de largura”.
Uma das testemunhas declarou que havia 8 ou 9 seres perto do artefato, cuja descrição e comportamento são bem típicos de relatos pós-guerra — os humanoides de Nowiny tinham aproximadamente 1,40 m de altura e se assemelhavam a humanos. Sua pele era rosa e quando sorriam suas bocas formavam uma meia-lua. Eles usavam um capacete amarrado sob o queixo e roupas compostas por duas peças. Ainda de acordo com os pesquisadores, “o idioma dos seres soava como japonês, era estridente e incompreensível. Com gestos, eles tentaram fazer as testemunhas entrar na nave, mas os dois se recusaram, também com gestos. Finalmente, um dos seres acenou com a mão, fazendo com que os dois homens caíssem ao chão. Logo após eles entrarem no UFO, o objeto sibilou, vibrou e então, acompanhado de um zumbido alto, disparou para o céu”.
O avistamento de Bzowski
Kazimierz Bzowski, falecido em 2005 aos 80 anos, era um proeminente ufólogo e publicitário de Varsóvia. Em um determinado momento de sua carreira, o pesquisador percebeu que os UFOs não podiam ser totalmente compreendidos dentro dos limites da ciência convencional, e decidiu examinar alguns pontos de alta incidência ufológica usando radiestesia. Com a ajuda do engenheiro Miloslaw Wilk, Bzowski formulou uma teoria na tentativa de conectar a atividade dos UFOs às alterações das energias sutis da Terra — sua tese era tão complexa quanto a Teoria da Relatividade e poucas pessoas conseguiram entendê-la, mas ele postulava que o planeta estaria cercado por uma teia energética, pontilhada de “furos” ou “pontos” que permitiriam a manifestação dos UFOs.
Temos na Polônia os Planetnicy, ‘o povo do céu que veio com o vento’ e que acabou por cair na Terra. Eles são descritos como sendo homens de idade avançada vestidos de linho. Outra definição os caracteriza como pequenos monstros assexuados
Bzowski viu algo que mudou sua vida e que, provavelmente, inspirou o trabalho ufológico que o pesquisador empreendeu muitos anos mais tarde. Em 09 de abril de 1943, pouco mais de uma semana antes do levante judaico contra os nazistas, ele e seus companheiros tentavam determinar o paradeiro das forças alemãs observando um setor do gueto consumido pelas chamas. Por volta das 17h00, os rapazes viram um estranho aparelho aéreo se ap
roximando da área e decidiram examiná-lo mais de perto com binóculos — viram então uma esfera com bordas bem definidas, dentro das quais havia tiras emaranhadas, visíveis nas cores framboesa e verde-azulado. O objeto se movia erraticamente, subindo e descendo repetidamente. Os experientes observadores calcularam que se deslocava com a velocidade de um avião alemão Fieseler Storch, ou seja, a 96 km/h.
UFO na Batalha de Wielopole
Bzowski, que descreveu seu encontro em 2002, estimou que o artefato estava a 60 m de altitude e tinha 7,5 m de diâmetro. A parte mais interessante de seu avistamento, porém, ainda estava para acontecer. Os alemães e os pistoleiros lituanos que atiravam contra as pessoas que apareciam nas janelas das casas em chamas — não os rebeldes, mas aqueles que tentavam escapar do fogo —, pararam quase simultaneamente quando a esfera saiu da fumaça e se posicionaram na Bonifraterska, um setor bem visível a Bzowski e seus colegas. “Todos os soldados dispararam contra o artefato e os disparos duraram alguns minutos. Eu vi balas que pareciam passar através da esfera, sem causar-lhe qualquer dano”, relatou Bzowski. A nave continuou flutuando acima deles até que alterou seu curso e dirigiu-se para a Cidade Velha. Pouco tempo depois parou e em seguida disparou em uma velocidade tremenda, até desaparecer de vista.
No verão de 1944 houve o avistamento, na região de Czudec, de um “escudo de fogo” nos céus, que foi testemunhado por Kraus Marcus, que o descreveu em uma carta à revista Nieznany Swiat. Naquele dia, em companhia de seu irmão e de seu pai, um veterano da Primeira Guerra Mundial, Marcus e seus parentes correram para observar a batalha que acontecia para conquistar Wielopole Skrzynskie, localizada em uma colina a aproximadamente 9 km de distância. Ele lembrou-se de ver faixas de balas, embora naquela ocasião a batalha estivesse bem tranquila. Percebendo que não havia muito o que assistir, os meninos e o pai decidiram voltar para casa e foi naquele momento que algo muito incomum apareceu no ar.
Segundo Marcus, “de trás das colinas ao sul apareceu um objeto em forma de escudo vermelho como um tijolo. Seu diâmetro era a metade da Lua cheia e ele voava horizontalmente na direção sul-norte sobre os cumes das colinas, entre 200 e 250 m, com uma velocidade constante”. O artefato girava enquanto se movia e ele teve a impressão de que rolava sobre si mesmo a cada dois segundos. O escudo tinha cor muito intensa, mas não brilhava nem irradiava luz. O vale onde Marcus vivia tem cerca de 8 km de largura e aquele aparelho levou apenas 15 ou 20 segundos para atravessá-lo. “Nosso pai, que era um soldado experiente e fora artilheiro na guerra entre a Polônia e os bolcheviques, parecia perplexo. Ele disse que poderia ser algo de artilharia, mas que era impossível que uma coisa daquelas pudesse ter um voo horizontal”, completou.
Foo fighter visto do solo
Os misteriosos foo fighters, as estranhas esferas de luz que assombravam os aviadores no final do conflito, não foram os únicos elementos estranhos na dinâmica da guerra. Os relatos variavam, mas, em dezembro de 1944, o Quartel-general dos Aliados, em Paris, emitiu um comunicado dizendo que aqueles avistamentos poderiam indicar que a Força Aérea Alemã estava testando algum tipo de nova arma aérea — o temor, felizmente, era injustificado, uma vez que não houve qualquer atitude hostil por parte dos foo fighters, enquanto, por outro lado, parecia óbvio que eles eram inteligentemente controlados.
A contribuição polonesa para estes casos é bastante extensa. O primeiro avistamento de uma bola esverdeada, envolvida em estranhas manobras sobre o Oceano Índico, foi relatado em setembro de 1941 pela tripulação de um navio polonês chamado S. S. Pulaski, que levava soldados britânicos. Michael Netine, ator britânico que serviu por algum tempo na Real Força Aérea (RAF), disse ter entrevistado pilotos de esquadrões poloneses que viram foo fighters durante uma missão sobre o campo de testes alemão, em Pennemunde.
FONTE: UFO SIGHTINGS DAILY
Objeto voador não identificado fotografado em Brzostek, em 26 de julho de 2003. A imagem foi analiza e dada como autêntica
Ufólogos poloneses reuniram alguns relatos adicionais sobre o fenômeno. O caso mais interessante veio do arquivo de Andrzej Trepka e foi relatado por Zenon Sergisz, que teve um avistamento diurno durante a Revolta de Varsóvia, em meados de agosto de 1944. Por volta das 11h00, durante um intervalo nas operações de combate, ele estava admirando o tempo claro e ensolarado. De repente, sua atenção foi atraída para um enorme bombardeiro alemão e três pequenos pontos no céu refletindo os raios solares. Quando a aeronave partiu, Sergisz teve a impressão de que aqueles artefatos começaram a descer — em segundos, baixaram sua altitude a tal ponto que desapareceram atrás de alguns edifícios próximos, mas logo começaram a se erguer em ângulo reto e desapareceram mais uma vez.
A descrição que Sergisz fez do fato é marcante: “Eu fiquei completamente perplexo com o que vi. O bombardeiro estava a cerca de 480 m acima da cidade. E logo abaixo, talvez a apenas alguns metros acima do solo, aqueles objetos faziam uma rota de voo invertida. Eles pareciam esferas achatadas, menores do que o avião, e se assemelhavam a algo entre uma lente e uma moeda”. O que quer que fossem aqueles aparelhos, imitavam a estratégia dos foo fighters de “brincar” com as aeronaves, sem atacá-las. Outros encontros poloneses envolveram avistamentos em Varsóvia, em 1942, Czestochowa, 1944, e Ostrzeszów, 1945, mas eram menos complexos e relatados por pessoas que não os presenciaram. Os relatos que mostramos aqui são aqueles que envolvem fenômenos que, sem dúvida, podem ser classificados como ufológicos.
Casos do pós-guerra
Embora o primeiro avistamento moderno de UFO na Polônia tenha acontecido em 1922, as publicações iniciais sobre fenômenos e objetos aéreos anômalos só começaram a aparecer nos jornais na década de 50, no período de degelo cultural que ocorreu após a morte de Stalin. O autor daqueles artigos, Kazimierz Zalewski, e um pesquisador da época, Andrzej Trepka, foram verdadeiros pioneiros na Ufologia Polonesa. Já a explosão do interesse pelos UFOs ocorreu no final da década de 50, quando a imprensa — embora totalmente controlada pelo Estado — começou a publicar regularmente relatos sobre o fenômeno. O problema dos UFOs havia sido considerado, por parte da conservadora e materialista sociedade polonesa, como algum tipo de capricho ou extravagância, mas logo as cartas das testemunhas oculares, que inundavam as redações, obrigaram alguns a mudarem de ideia.
A primeira década após o final da Segunda Guerra Mundial foi difícil para a Polônia, uma vez que envolveu a mudança do sistema político para o socialismo e também a adesão do país ao Bloco Oriental. O stalinismo, na Polônia, foi um período de intensa luta política, à qual muitos aderiram. Mas o problema mais grave foi a devastação do país e a necessidade de reformas em muitas áreas diferentes. A atmosfera durante a era stalinista não permitia que houvesse pesquisas ufológicas, mas tudo mudou depois de 1953, com o estabelecimento do Tratado de Varsóvia. Em 1955, adotou-se uma política de se fechar a porta governamental a qualquer assunto que se relacionasse aos UFOs.
Disse a testemunha: ‘Estava observando o artefato a uma distância entre 100 e 150 m. Vendo aquilo com atenção, notei que as duas partes do estranho artefato eram separadas por um tipo de anel que girava, enquanto as outras permaneciam estáticas’
A partir de então o Exército e as Forças Especiais polonesas reuniram, e devem ter analisado, alguns relatos que tinham importância para a segurança nacional — mas todo
s os resultados foram mantidos em segredo e compartilhados apenas com Moscou. Esse estado de coisas permaneceu até 1989, quando começaram as reformas democráticas, mas a verdade é que até hoje o Governo Polonês não toca neste assunto. E nenhum político do país jamais fez algum comentário sobre UFOs. Assim, infelizmente, pouco se sabe sobre os avistamentos poloneses no período diretamente pré-guerra. A maioria dos relatos de avistamentos permanece nos arquivos de ufólogos. Dos casos que conhecemos, escolhemos os mais interessantes ocorridos no período entre 1946 e 1959. A segunda data marca um incidente verdadeiramente desconcertante, que deu origem à persistente lenda de um UFO no porto de Gdynia.
Em 2011, o pesquisador Miazga entrevistou uma senhora na casa dos 70 anos de nome Zofia Dutz, que alegou ter observado, logo após a guerra e em companhia de outras pessoas, um disco que emanava forte luz. O objeto teria surgido sobre um pomar na região de Sanok, na área leste da Polônia, em plena luz do dia. Apesar de sua idade, Zofia tinha lembranças muito claras do incidente, que envolveu um artefato que ela descreveu como “muito diferente dos aviões vistos durante a guerra”. Em seu relato, ela disse que “tudo aconteceu logo depois da guerra, na Cidade Velha, onde morávamos. Havia um pomar e naquele dia um homem idoso, que era o proprietário do lugar, foi até lá colher algumas ameixas. De repente ele gritou para nós: Venham dar uma olhada nisso! Havia uma espécie de embarcação ali, próxima ao solo, que era inteiramente vermelha e parecia o Sol, embora fosse muito mais achatada. Muitas pessoas viram, mas foi há tanto tempo. Ele estava voando sobre a região, subindo e descendo sem parar”. Zofia não se lembrava como e quando o UFO partiu.
Sem junções ou furos
Em 16 de agosto de 1949, uma moça da região de Wola Drzewiecka seguindo a caminho de casa viu um estranho objeto escuro e esverdeado, que comparou a “duas tigelas unidas pelas bordas exteriores”, com um metro e meio de diâmetro. A superfície do artefato era lisa e assemelhava-se a metal fundido, sem junções ou furos. Curiosa, a menina se aproximou do artefato, esticou o braço direito e delicadamente tocou a superfície do UFO com o indicador. Escreveu a testemunha em 1982:
“Eu podia sentir pequenas vibrações vindas do aparelho. Pela perspectiva de hoje, diria que se assemelhavam a pequenos choques elétricos. Puxei meu braço rapidamente e vi que a ponta de meu dedo estava avermelhada como se tivesse sido queimada. Olhei para aquilo e ouvi um som baixo e metálico. Ele, então, começou a girar e se ergueu do solo, desaparecendo a 150 m de altitude. Antes que ele se fosse, eu, mais distante, vi uma esfera muito grande e brilhante, do tamanho do Sol poente. O artefato que toquei partiu para o sul, em direção à estrada que liga a localidade de Drzewce a Slupia, onde estava a esfera brilhante. Tudo durou cerca de três minutos, mas a bola permaneceu naquele lugar por vários dias. Meu pai disse que era um balão, mas não me lembro de tê-lo visto em movimento. E ao anoitecer ele parecia menos brilhante”.
FONTE: EDITORIA DE ARTE
Sondas ufológicas são abundantemente observadas em todos os pontos da Polônia e países daquela região
Seria possível que um objeto permanecesse tanto tempo parado no ar? Outra garota, que em 1954 se aproximou de um objeto longo e metálico no bosque, recordou apenas uma parte de sua experiência — ela foi encontrada inconsciente em uma clareira e lembrava-se de ter entrado em uma “embarcação cilíndrica tripulada por seres estranhos”, conforme disse. Infelizmente, há poucos detalhes disponíveis sobre esse caso. Os primeiros casos de abdução ufológica na Polônia — anteriores ao Caso Villas Boas, no Brasil, e ao Caso Hill, nos Estados Unidos — ocorreram no verão de 1954, em Wegierska Górka, uma vila no sul do país. O citado pesquisador Rzepecki disse que se deparou com o caso em 1986.
Ele escreveu que a testemunha E. W., então com 11 anos de idade, havia saído juntamente com outras crianças para colher cogumelos, algo que é muito comum no país. Segundo Rzepecki, a testemunha se lembrava de ter ouvido um “comando mental” para se separar do grupo e correr para uma clareira próxima, que tinha algo como 10 m de largura. Assim que chegou ao local, ela viu um grande objeto metálico em forma de tubo que pairava sobre o chão — havia uma abertura na fuselagem e a menina se encaminhou para ela, com movimentos robóticos e involuntários.
Painéis ligados às paredes
A testemunha disse que, “enquanto se encaminhava para o UFO, vi um ser parado na porta da nave. Ele tinha cerca de 1,65 m de altura, pele branca e olhos parecidos com os dos humanos. Havia uma roupa apertada cobrindo todo o corpo do estranho e apenas o rosto era visível. Ele também parecia ter uma espécie de calombo ou caroço nas costas”. Ainda segundo a descrição dada por E. W., a parte interna da nave assemelhava-se a alumínio polido e tinha quatro painéis ligados às paredes, com humanoides manipulando cada um deles — estes seres eram menores do que aquele que recebeu a testemunha, medindo 1,5 m de altura e usavam macacões cinzas. Cerca de um minuto depois, ela recebeu outro comando mental para que se sentasse a 60 cm de distância de um pilar metálico cinza, que ia do teto até o chão. Essa era a última coisa de que se lembrava.
Apesar da descrição pormenorizada e de o caso de Wegierska Górka ter ocorrido antes dos episódios de Villas Boas e Hill, não se pode compará-lo a estes, principalmente pelo grande tempo decorrido entre os fatos e o processo de registro. Outro evento foi apresentado pelo jornal Echo Krakowa, que relatou que em 04 de novembro de 1957, por volta das 19h30, muitos moradores observaram um disco que media cerca de 1/6 do tamanho da Lua. Em 10 de novembro, pessoas de Skaryszew, local do maior mercado de cavalos da Europa, notaram um enorme objeto em forma de charuto com cores radiantes que viajava lentamente para o oeste, deixando os habitantes espantados. Algumas semanas depois desse incidente, uma luz vermelha em movimento assustou as pessoas em Bielsko Biala. Como a testemunha Elzbieta Kusnierz disse: “Sua luz era tão intensa que a neve na área foi iluminada de bordô”.
Parecia que a região Beskidy, onde também a Bielsko Biala está localizada, estava experimentando uma intensa onda ufológica na época. Entre outros relatos registrados ali, encontra-se o do senhor R. G., que observou da varanda de sua casa, em Milówka, três esferas simétricas em janeiro de 1957. Ainda do mesmo período vem uma nota muito interessante escrita por Julian Zielinski, da aldeia de Rodaki. Disse ele que, “nas noites de 22 e 23 de janeiro de 1957, entre as 22h05 e 01h25, uma coisa terrível pôde ser vista no céu. Seis pilares ardentes e horizontais corriam de oeste para leste. Três deles voltaram na segunda noite. O fenômeno foi testemunhado por uma multidão de pessoas”. Junto com Grzegorz Tarczynski, encontrei as únicas testemunhas vivas deste incidente, a senhora Zofia Oruba e a filha de Julian, mas era impossível determinar se o avistamento fora causado por um fenômeno atmosférico raro ou se fora um evento anômalo real — Zofia lembrou, no entanto, que os objetos estavam em movimento aparente e não estacionários.
Queda de UFO em Gdynia
O ano de 1959 é simbólico dentro da Ufologia Polonesa e marca o incidente mais importante daquela época — a lendária queda de um UFO no Porto de Gdynia. A verdade por trás dessa história é bastante complicada, como normalmente acontece em todos os casos que envolvem a queda de um UFO. A princípio, podemos dizer com certa certeza que algo realmente mergulhou nas águas geladas da bacia de Gdynia, mas o resto não é assim tão simples de avaliar.
Temos três fontes principais de infor
mação sobre o incidente no porto. A primeira, e mais importante, envolve os relatos da imprensa e das testemunhas oculares, o único material fático desse caso. Outro grupo contém informações duvidosas, vindas de fontes estrangeiras alegando que um ser alienígena foi encontrado em uma praia do Mar Báltico por guardas marítimos. A terceira fonte é o folclore contemporâneo, que deu à luz uma lenda a respeito do “Caso Roswell Polonês”, como foi chamado, baseada em relatos de pessoas sempre anônimas, que teriam dito isso ou aquilo.
O idioma dos seres soava como japonês, estridente e incompreensível. Com gestos, tentaram fazer as testemunhas entrar na nave, mas os dois se recusaram, também com gestos. Finalmente, um dos seres acenou, fazendo com que os dois homens caíssem ao chão
O que sabemos sobre o caso é que em 21 de janeiro de 1959, por volta das 06h00, os trabalhadores das docas do Porto de Gdynia ouviram um penetrante estrondo metálico, descrito por Jan Roczynski e Tadeusz Mikusinski como “um som de raspagem, bem parecido com a fricção entre duas peças de metal”. Jan Blok, que trabalhava a bordo do navio Jaroslaw Dabrowski, notou a polícia federal procurando por algo que alegadamente havia caído nas águas da bacia. “A coisa passou acima da minha cabeça. Era grande e tinha uma cor meio rosada, com uma cauda larga, mas não longa, e ardente. Antes que eu tivesse tempo de dar um passo para trás, aquela coisa esquisita desapareceu na água”, declarou Blok. Outra testemunha de nome Jan Kuczynski, um operador de empilhadeira, disse que o artefato tinha cerca de um metro de comprimento, era semicircular e cor-de-rosa, mas que gradualmente a cor foi se tornando vermelha.
Outras descrições envolvem comparações com um cone ou mesmo com um barril flamejante. O objeto caiu na quarta bacia do Porto de Gdynia. Outro operador de empilhadeira, Stanislaw Kolodziejski, afirmou que o aparelho evidentemente perturbou a superfície das águas — havia muitas outras pessoas que viram o objeto em voo e seus relatos apareceram no jornal Wieczór Wybrzeza. Uma chamada da imprensa de 23 de janeiro dizia que “Wlodzimierz e Jadwiga Plonczkier, de Gdynia, viram na parte nordeste do céu, aproximadamente às 06h05, um disco voador de forma circular. O objeto tinha uma cor alaranjada e bordas rosadas. Depois de um tempo, desapareceu atrás dos edifícios”. As datas das observações de Plonczkier e de outros trabalhadores variam, mas isso pode ter sido resultado de um erro editorial e, claro, há a possibilidade de que UFOs tenham sido observados por um período mais longo naquela região.
Procurando o companheiro
Rumores persistentes e o caos nas informações deram origem a várias histórias não confirmadas — a mais popular é a de que um artefato, que supostamente pairou sobre o porto por vários dias após o acidente, estava procurando o “companheiro” perdido. Outro boato afirmava que o exótico objeto fora puxado para fora da água, confiscado pelos militares poloneses e mais tarde enviado para Moscou. Quando a era da internet começou, até mesmo alegadas fotos do incidente surgiram. Digitando as palavras Gdynia e UFO no site Google Images, se podem ver algumas fotos em preto e branco de um corpo luminoso sobre uma estrutura não identificada, que se parece com o porto em questão. A foto, de fato, vem do arquivo de Bzowski e retrata um alegado UFO não sobre Gdynia, mas sobre Varsóvia.
A melhor explicação convencional que encontrou para os misteriosos relatos foi a de que se tratou de um meteorito. Andrzej S. Pilski, especialista em rochas espaciais, escreveu em 1999 que o evento de Gdynia foi causado por um meteorito de ferro que se encaixou no fundo lamacento da bacia e nunca foi localizado. No entanto, verificou-se que há um funcionário do porto que conhece todos os mistérios do UFO de Gdynia. O engenheiro Jon Alojzy declarou que “o objeto era um recipiente cilíndrico feito de algum tipo de película de vidro e preenchido por uma substância rosada, mais pesada do que a água. Nossa equipe de laboratório teve medo de verificar. Depois da Segunda Guerra Mundial, o fundo do mar estava repleto de todos os tipos de lixo, como os gases fosgênio e mostarda. No fim, o problema se resolveu quando um homem do serviço de segurança apareceu e simplesmente o tirou de lá”.
A lenda sobre um suposto sobrevivente alienígena encontrado em uma praia do Mar Báltico nasceu muito longe de Gdynia. Suas raízes podem ser atribuídas ao livro de Arthur Shuttlewood, The Flying Saucers [Os Discos Voadores. Sphere Press, 1976], do qual derivou a história de um certo Antoni Szachnowski, um ufólogo polonês que morava em Londres, que por sua vez ouviu sobre o caso de um médico que teria examinado o alienígena na Polônia e, então, emigrado para a Grã-Bretanha. Na verdade, ninguém sabia nada sobre ele na Polônia. Em suma, a história diz que dois guardas costeiros encontraram uma figura masculina agindo estranhamente e que teria falado com eles em uma linguagem inconcebível — o exame hospitalar mostrou que o estranho era, provavelmente, não humano. Determinou-se que ele tinha órgãos internos em posições diferentes das dos humanos e dedos adicionais. O ser estava em condição crítica e os médicos precisaram remover sua capa metálica — quando tiraram uma espécie de bracelete que o humanoide usava, o ser morreu. Essa fantástica história ganhou grande popularidade e é, agora, parte integrante da lenda de Gdynia.
Os anos esquecidos
Em 1961 foi publicada a obra Latajace Talerze [Discos Voadores. Burhz Editors], de Janusz Thor, o primeiro livro polonês sobre UFOs, lançado em anos de intenso interesse público sobre o assunto. Na opinião de alguns pesquisadores do país, as duas décadas seguintes foram um período de “seca ufológica” na Polônia. Rzepecki e Piechota afirmaram, sem rodeios, que aquela foi uma época monótona, sem casos de interesse ou relevância. Os registros listam uma dúzia de casos nos anos 60 e em seguida um discreto aumento no número de avistamentos na década de 70, pavimentando o caminho para uma grande onda ufológica que ocorreu entre 1978 e 1982.
Mas será mesmo que a década de 60 não teve avistamentos de UFOs? Minha pesquisa descobriu muitos relatos interessantes que permanecem disponíveis em algumas publicações, e várias testemunhas só compartilharam suas experiências daquele período agora, no século XXI. Um dos episódios ufológicos mais interessantes ocorreu em 1961, quando um objeto esférico brilhante surgiu sobre Varsóvia e permaneceu parado no mesmo lugar por horas. Provavelmente foi o primeiro de vários casos relatados pela imprensa sobre avistamentos em massa na Polônia. O jornal Express Wieczorny reproduziu a fotografia feita por um repórter mostrando uma estranha “mancha de luz” pairando sobre Varsóvia com as seguintes informações: “Na tarde de sexta-feira, os moradores de Varsóvia ficaram surpresos com um evento sensacional que durou três horas. Por volta das 19h00, eles notaram um grande objeto brilhante no céu. O rumor se espalhou e logo todos se perguntavam se aquilo seria o Sputnik, um disco voador ou o segmento de um foguete espacial. As controvérsias se intensificaram quando uma aeronave apareceu próxima ao objeto”.
Repórteres mencionaram que imediatamente chamaram o observatório local e o comando da Força Aérea Polonesa. De acordo com as primeiras hipóteses, aquilo era um balão meteorológico defeituoso que estava caindo de volta à Terra. Mas o Instituto Nacional de Hidrologia e Meteorologia afirmou que essa era uma explicação improvável — apesar da informação da imprensa de que a observação durou três horas, o artefato permaneceu no ar por cerca de oito horas, finalmente desaparecendo por volta das 22h20.
“Eu não tenho ideia”
Um ufólogo polonês, em artigo para uma já extinta revista da área, destacou alguns
elementos intrigantes nos relatos das testemunhas oculares. De acordo com estimativas, o UFO que pairava muito alto no céu e permanecia claramente visível — era muito maior do que a aeronave vista próxima a ele. O relato do senhor Stanislaw Salinski, de Varsóvia, garante que o Exército ficou muito mais confuso pelo incidente do que foi reconhecido oficialmente. Salinski afirmou: “Naquele dia brilhante e sem nuvens, eu estava no meu caminho para casa e, por volta das 14h00, quando seguia pela Floresta Bielanski, inesperadamente encontrei soldados que estavam procurando alguma coisa na área no cerrado”.
Um deles respondeu à sua pergunta sobre o que estavam buscando, dizendo: “Eu não tenho ideia. Eles nos pediram para procurar algum objeto que caiu. Então eu vi sobre o bosque, e muito alto no ar, um estranho objeto esférico brilhando intensamente com luzes coloridas, do branco ao azul e vermelho. Parecia pairar e estava constantemente girando ao redor de si mesmo, com inúmeras luzes piscando em cores diferentes”.
FONTE: CZAS TAJEMNIC
O historiador Bogdan Baranowski [E] e o ufólogo Arek Miazga estão à frente de investigações de ocorrências ufológicas em todo o país
Ainda segundo o relato da testemunha, ela pegou os binóculos e, para seu grande espanto, viu que o artefato se movia muito lentamente, como se fosse empurrado por uma ligeira brisa. “Por volta das 15h30, ele passou diretamente sobre mim e só sumiu as 20h30, ainda emitindo uma luz forte, mesmo após o Sol se pôr”. Sobre o artefato em si, com binóculos ele conseguiu discernir que não era totalmente esférico — era um pouco em forma de polígono e não estava girando. Apenas alguns segmentos estavam mudando de cor constantemente. Tais elementos também eram poligonais, mais ou menos parecidos como uma bola de futebol. Em direção oeste havia o Aeroporto Militar de Bemowo, e quando o UFO começou a se deslocar para lá, 3 ou 4 aeronaves militares tentaram interceptá-lo. “O artefato ainda pairava sobre a área no momento. Além disso, quando um dos aviões estava a cerca de 9 ou 10 km de altitude, pude estimar o tamanho do aparelho, que era quatro ou mais vezes maior do que eles, isso ele estando aproximadamente a tal altitude”, completou a testemunha.
Em 2012, o já citado Arek Miazga recebeu uma carta de outro indivíduo que se lembrava do incidente. Na época menino de 10 anos, ele observou uma bola de cor brilhante composta por alguns elementos retangulares que permaneceram visíveis por algum tempo — e também se lembrava de que um caça Mig apareceu na área. A imprensa central sugeriu que o objeto pudesse ser um balão de comunicação japonês que escapara durante o trabalho técnico, antes dos Jogos Olímpicos de 1964, e, em seguida, milagrosamente, reapareceu milhares de quilômetros a oeste, sobre a capital da Polônia.
Outros casos interessantes
Outros dois episódios que aconteceram nos “anos esquecidos” da história ufológica polonesa envolvem os primeiros avistamentos dos chamados triângulos voadores. Um deles vem do citado livro de Jacques Vallée, que afirma que em 1959, na região de Kolobrzeg, na Pomerânia, soldados poloneses observaram um artefato em forma de triângulo isósceles emergindo da água, decolando e fazendo muito barulho acima do mar, antes de partir. O comprimento do UFO foi estimado em cerca de 11 m. O caso é desconhecido por quaisquer fontes polonesas. Outra história, esta mencionada no livro de Miazga, ocorreu no verão de 1968, em Rzeszów, e foi testemunhada por três adolescentes que notaram um UFO triangular sobrevoando as casas na Rua Staszic. Era um triângulo irregular que emitia um suave zumbido e voava lentamente sobre a área, em direção oeste. De acordo com o relato das pessoas, era difícil ver o objeto devido à sua cor escura, embora em sua parte inferior houvesse alguns “bulbos” de cores brilhantes. Quase meio século depois, os mesmos aparelhos seriam observados na Polônia, durante uma onda ufológica de 2013.
De 1966 a 1972, os moradores da localidade de Dolhobrody, próxima a Bialystok, relataram vários avistamentos de um fenômeno de luz em forma de cogumelo sobre a aldeia, que aparecia tanto à noite quanto durante o dia, mas infelizmente muito pouco é conhecido sobre esses incidentes. Outro caso atípico ocorreu em 1974, em Janowice, e foi testemunhado pela família de Kazimierz Duda, que alugara um apartamento em um prédio da escola da aldeia. Duda disse que em uma noite de outono sua atenção foi atraída por sons estranhos que pareciam estalos de eletricidade estática — ele saiu e viu um objeto retangular escuro que estava parado atrás da cerca. Na superfície do UFO havia algo que a testemunha descreveu como “faíscas dançantes”.
A partir de então o Exército e as Forças Especiais poloneses reuniram, e devem ter analisado, alguns relatos que tinham importância para a segurança nacional — mas todos os resultados foram mantidos em segredo e compartilhados apenas com Moscou
O medo na mente de Duda foi rapidamente substituído por uma feroz curiosidade e ele decidiu se aproximar do artefato e até mesmo deixou seus papéis no quintal. Mas, de repente, o retângulo voador começou a subir e parou a cerca de 5 m acima do solo, emanou um estalo muito alto acompanhado de faíscas intensas e, em seguida decolou, se afastando em um ângulo estranho. Na publicação Obecnosc UFO [Presença UFO. Gdansk Press, 1983] Zbigniew Blania Bolnar discutiu um intrigante encontro próximo que ocorreu entre as localidades de Kargowa e Wolsztyn. Em 17 de setembro de 1977, um casal em lua de mel estava voltando de sua viagem para a Suíça em seu Volkswagen. Quando se aproximavam de Kargowa, por volta das 02h00, notaram duas luzes incomuns, mas as ignoraram e continuaram a viagem por mais um quilômetro, quando então ocorreu algo muito incomum. Explicou uma das testemunhas:
“Um objeto com a forma de duas esferas se aproximou de nós a uma velocidade enorme e indescritível, e pairou sobre o nosso carro sem perturbar o motor ou o sistema elétrico. Parei e tentei dar uma olhada melhor no artefato. Só posso compará-lo a dois ‘abajures’ brilhantes. Um deles era ligeiramente maior do que o outro e emitia uma luz forte e branca, embora não deslumbrante. A outra luz também era intensa, mas de cor amarelo-alaranjada. Ambos os artefatos se comportaram como se estivessem ligados entre si e ficaram a uma distância de 2 m de nós”.
A reação do UFO
O rapaz afirmou que parou o automóvel para verificar a reação do UFO que os seguiu por aproximadamente 10 km, ficando entre 6 e 9 m de distância dele — o motorista mencionou que ele estava quase hipnotizado pelo encontro. Em Wolsztyn, onde o casal vivia, “os abajures” levantaram voo e partiram em velocidade muito elevada. Há ainda mais exemplos de encontros com discos voadores clássicos ou Ognik, como mencionado antes. Um deles aconteceu com Mieczyslaw Strzechowski, um conhecido etnólogo polonês que compartilhou sua história comigo. Em seu relato, ele detalhou um encontro com uma bola ardente que envolveu uma viagem, um episódio de tempo perdido e uma experiência do que foi denominado de Fator Oz pela ufóloga britânica Jenny Randles.
A testemunha explicou sua experiência da seguinte forma: “Na primeira metade da década de 60, eu era adolescente e considerado na comunidade local como um garoto estável e bom aluno. Naquele dia eu estava sozinho em nossa casa, que era em um prédio antigo, e tínhamos que atravessar todo o edifício para acender as luzes. Ao fazê-lo, concentrei minha atenção no peitoril da janela, que era branco como neve, mas então começou a ficar mais e mais rosado. Minha curiosidade mudou para pânico porque me lembrei de uma série de incêndios que haviam ocorrido na região. Fogo foi a minha primeira impressão. Em
pânico, corri para fora. As luzes da rua estavam desligadas. Parei e logo percebi que aquilo não era fogo nenhum”.
Ainda segundo ele, “uma esfera que irradiava uma luz vermelha flutuava lentamente acima de mim. Sua superfície não era lisa, mas parecia cortada por algumas ondulações e rugas. Vi sua luz refletindo nas peças cerâmicas de postes elétricos que estavam perto. Tenho a impressão de que estava vivo, sabe? Assisti àquilo com a mente completamente absorvida. Eu não podia ver nem ouvir mais nada. Estava em algum tipo de estupor. Também não sentia frio. A esfera lentamente se afastou e, em seguida, começou a desaparecer gradualmente”. Strzechowski acrescentou que, olhando para a superfície da esfera, teve a impressão de que ela estava “fervendo como lava vulcânica”. Mas o aspecto mais chocante desse incidente foi a rua vazia, sem vida, que costumava ficar lotada de trânsito. É essa experiência que Randles denominou de o Fator Oz.
Relatos contemporâneos
“Como pode ser que só eu tenha testemunhado aquele fenômeno? No dia seguinte ninguém falava nada sobre o assunto na cidade. Eu me pergunto em que tipo de ‘reino’ estava quando observei aquela esfera?”, questiona-se. O relato de Strzechowski foi gravado em 2013 e deve ser dito que ele não se diferencia muito dos relatos contemporâneos, embora tudo tenha se passado há várias décadas. Também deve ser observado que a atmosfera para a discussão pública sobre experiências ufológicas ainda não é muito boa na Polônia. Por motivos desconhecidos, após a adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em 1999, os UFOs se tornaram um verdadeiro tabu.
FONTE: RAFAEL AMORIM
Artefato não identificado semelhante ao observado em 17 de setembro de 1977 por um casal em lua de mel voltando de sua viagem para a Suíça
Pode ser chocante para alguns, mas é mais provável se encontrar nas notícias da TV polonesa menções a milagres resultantes das orações a um Papa falecido do que relatos sobre UFOs. Os principais jornalistas da TV — que se tornaram inacreditavelmente estúpidos nos últimos anos — procuram sempre as notícias sensacionalistas, e por alguma razão desconhecida eles se abstêm de cobrir relatos sérios sobre UFOs. As testemunhas que são corajosas o suficiente para tornar públicos os seus avistamentos na mídia polonesa atual se arriscam a se exporem ao ridículo, mas eu e meus colegas pesquisadores continuaremos a apoiá-las, apesar da atitude ridícula da imprensa e do público sobre o assunto.