Já se passaram quase 15 anos desde que a sonda Cassini-Huygens da NASA enviou um módulo para a superfície da maior lua de Saturno, Titã – e muito do que aprendemos sobre o misterioso mundo oceânico deriva dessa missão. Mas a NASA está planejando mudar isso. Um projeto financiado pelo Instituto de Astrobiologia, liderado por pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, tentará descobrir se a vida poderia existir nos oceanos na lua gelada – e se sua atmosfera espessa poderia sustentá-la. A questão é se hidrocarbonetos complexos poderiam existir na superfície de Titã, graças à combinação de gases encontrados na atmosfera, incluindo hidrogênio, metano e nitrogênio.
A notícia é publicada depois que a NASA anunciou que enviará um pequeno drone para a lua de Saturno, Titã, para explorar sua superfície. Embora a NASA planeje lançar a missão em 2026, o drone não chegará lá antes de 2034. Mas há muitas coisas que podemos coletar de dados anteriores coletados pela Cassini-Huygens – porque suspeitamos que Titã está coberta de oceanos em primeiro lugar. Mike Malaska, vice-investigador principal do projeto no Laboratório de Propulsão a Jato, disse à revista Astrobiology: “O que não sabemos é a composição exata do oceano, sua densidade, seu perfil térmico, a estrutura geral da crosta gelada em cima dele“.
O ambicioso projeto de cinco anos do Instituto de Astrobiologia formou uma equipe de 30 membros para explorar a lua de Saturno. Os dados virão, cortesia da missão da NASA Cassini-Huygens e do Atacama Large Millimeter / submillimeter Array no Chile, um observatório que a NASA têm usado para estudar a atmosfera de Titã. “Nossa ciência está seguindo as moléculas orgânicas em seu caminho do topo da atmosfera onde são construídas, através da crosta, até o oceano, e, se há biologia acontecendo lá embaixo, como esses orgânicos sobrem até a superfície e tornar-se visível“, disse Malaska.
O projeto tem quatro objetivos principais. Primeiro, a equipe quer entender como as moléculas são transportadas da superfície de Titã para seus oceanos. Em segundo lugar, eles querem descobrir se os orgânicos complexos são capazes de sobreviver nos vastos oceanos da subsuperfície de Titã. Terceiro – dependendo de como os dois primeiros objetivos forem – o próximo passo é explorar quanta energia química está disponível para a vida metabolizar. Finalmente, a equipe quer encontrar uma maneira de detectar as bioassinaturas que permanecem no oceano – uma tarefa particularmente complicada, já que os oceanos de Titã são cobertos por uma casca externa e uma atmosfera rica em orgânicos.
Se tudo correr conforme o planejado, o drone-helicóptero Dragonfly da NASA vai aterrissar no mundo oceânico distante daqui 15 anos. Até lá, provavelmente teremos uma compreensão muito melhor do que aguarda a espaçonave por lá.
Fonte: Futurism
Leia mais em A habitabilidade de Titã e seu oceano [ Revista Astrobiologia ]
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