
Em de 6 de maio de 1990 tivemos uma das mais importantes e significativas descobertas de novos círculos nas plantações de cereais da Inglaterra, fenômeno que já vem desafiando não só a ciência, mas também a Ufologia, há muito tempo. Tal descoberta incentivou os pesquisadores Pat Delgado e Colin Andrews a percorrer o local com uma equipe de filmagem da BBC, estabelecida em Birminghan. Foi também uma das primeiras vezes que se obteve resultados positivos em pesquisas junto da imprensa, e o filme da BBC documentou o que pode ser considerado o início das maiores pesquisas já realizadas sobre os círculos, tanto no ar como no chão.
A equipe da BBC destacada para a cobertura dos eventos foi a mesma que, há alguns meses, tentou sem sucesso realizar uma matéria sobre o assunto. Simplesmente, a parte de áudio de todo o seu equipamento de filmagem sofreu pane inexplicavelmente, conforme os técnicos se aproximavam dos círculos. Assim, desta vez, tiveram que examiná-los mais retiradamente, caso contrário esta nova tentativa incorreria no risco de fracassar também Com isso, resta-nos muito poucas dúvidas de que o fenômeno que cerca os misteriosos círculos realmente tenha uma espécie de “efeito especial” sobre equipamentos eletrônicos, o que é um mistério que continua a desafiar qualquer explicação científica atual ou lógica.
Vigílias noturnas ininterruptas nos campos
O óbvio excitamento e entusiasmo do pesquisador Andrews, responsável pela descoberta e por uma das maiores movimentações que o sul da Inglaterra já teve desde a Segunda Guerra Mundial, tem sua razão. A zona rural inglesa, especialmente ao sul de Londres, foi colocada sob ininterrupta prontidão, em vigílias celestes permanentes, algo que lembra um tempo não tão distante e diferente das blitz que foram realizadas durante a Segunda Guerra, quando, literalmente, milhares de voluntários participaram de um esforço maciço para patrulhar o céu e tentar localizar aviões ou bombas de Hitler. Também nessa nova movimentação, desta vez para se achar alguma explicação para os círculos, milhares de pessoas se agruparam em acampamentos espalhados por toda a região tudo na tentativa de se responder a algumas das perguntas ainda em aberto sobre o enigma.
“Vigília na plantação” é a manchete capciosa que um jornal local de Hampshire publicou para definir a movimentação nos campos ingleses um esquema que angariou a ajuda e apoio de centenas de pessoas comuns e de organizações as mais diversas, dedicadas desde à pesquisa ufológica, até a meteorológica. Nada menos do que uns cinqüenta sinalizadores voluntários concordaram em participar das operações e criaram até um código básico de experiência para auxiliar na comunicação entre os vários acampamentos instalados no local, tudo isso contando com maciça ajuda também da interessadíssima comunidade agrícola, que tem seu trabalho baseado nas colheitas que, inexplicavelmente, estão sendo “marcadas” por alguém ou alguma coisa com estes estranhos sinais, os círculos. Nada mais natural do que os agricultores – nascidos e criados no local há várias gerações sem nunca terem presenciado, antes de 1980, fenômenos como aqueles – participassem das operações, pois, afinal, suas colheitas é que são alvo dos fenômenos. Sua ajuda principal foi assegurar que os campos de cereais sejam deixados desimpedidos, à disposição dos pesquisadores, sempre que um novo círculo for achado.
O governo britânico omite suas informações
Nossa própria equipe de pesquisas, principalmente os membros do YUFOS instalados em Bristol, relativamente próximo do local, desempenhou um papel particularmente especial e ativo no processo de vigílias celestes e, no futuro, esperamos que boa parte deste trabalho possa ser conhecido por toda a população, que poderá também saber como se deu o desenvolvimento do processo de pesquisa. Igualmente, servirá também para que tenha idéia mais clara de quem ou o que é responsável pelos círculos – sejam UFOs ou outros envolvidos, já que não excluímos quaisquer hipóteses. Mais tarde, neste mesmo ano, editaremos um relatório exclusivo com o resultado de nosso trabalho e dos demais grupos na área, produzindo igualmente novo documentário para que o público leigo tenha acesso à todas as informações possíveis e necessárias para o entendimento do enigma – coisa que tanto o governo britânico, quanto suas agências estratégicas e de informação, não permitem que venha a público.
Sabemos, por acompanhamento do fenômeno há anos, que o interesse pelos círculos nas plantações tem se expandido até a setores que, pelo menos aparentemente, nada têm a ver com o assunto ou nunca se interessaram por questões suprafísicas ou paranormais. Dentre estes segmentos da ciência acadêmica, alguns dos mais altos escalões científicos do governo britânico não só têm se dedicado, ainda que ostensiva e sigilosamente, à pesquisa dos círculos, como estão, tal como nós, desorientados com as características absolutamente desconcertantes e desafiadoras que este fenômeno abriga. As formações circulares do sul da Inglaterra também passaram a surgir em vários outros países do mundo, o que levou as autoridades do Reino Unido a manifestarem algumas opiniões, mesmo que singelas. Para se ter uma idéia, até mesmo o príncipe Charles pediu expressamente aos Departamentos de Ciência e Tecnologia britânicos para ser mantido informado do desenvolvimento das pesquisas no assunto. Infelizmente, nada declarou – ainda – a respeito. Mas, como tem o hábito de se manifestar sobre os mais variados assuntos, principalmente a Ecologia, aguardamos para breve algum comentário “real” do herdeiro do trono britânico…
Objetos não identificados e os círculos
Um interessante artigo sobre os círculos foi escrito pelo repórter-ufólogo Andi Spicer e publicado no jornal The Observer, aqui da Inglaterra, recentemente. Nele, Spicer penetra profundamente na questão, indo até a níveis que seus colegas consideram exagerados. Mas, sob o ponto de vista ufológico, Spicer está realizando um bom trabalho, tentando descrobrir o que há por trás disso tudo. As “chaves para o mistério dos círculos estão ainda longe de nosso alcance”, especula o articulista, “mas cada vez menos!” Spicer levantou o fato de que meteorologistas japoneses e ingleses estariam investigando conjuntamente um estranho objeto não identificado, que tem sobrevoado e cruzado o Oceano Pacífico a extrema velocidade, justamente nas datas em que foram constatadas as formações dos mais intrigantes círculos nas plantações inglesas.
Um navio oceanográfico do Instituto de Pesquisa da Universidade de Tóquio estava navegando no Pacífico, há poucos meses, quando seu sofisticado equipamento de
radar detectou um objeto de grandes proporções inexplicavelmente viajando na direção norte – e a mais de quatro vezes a velocidade do som, o que exclui praticamente 99% dos equipamentos secretos dos governos. Mais ainda, com sua direção sendo estática e sem variações, exclui-se totalmente a possibilidade de tratar-se de um artefato do espaço exterior, como um meteoro. Além disso, o radar descartou por conta própria, através de seu sistema computadorizado de identificação de alvos, a hipótese de ser um avião, principalmente por causa de seu imenso tamanho, algo perto de 400 metros de envergadura (um Boeing 747, um dos maiores aviões conhecidos, tem menos de um quarto dessas dimensões).
Logo depois de transpirar a informação, os cientistas japoneses trataram imediatamente de colocar “panos quentes” nas discussões, identificando o estranho e gigantesco objeto como nada mais que “um redemoinho de gases rarefeitos e materializados (gaseificados), causado por condições atmosféricas absolutamente anômalas e ainda não totalmente conhecidas”. Este fenômeno, ainda segundo os japoneses, seria similar ao das chamadas “bolas de luz” que se acredita serem geradas por mini-tornados de ar carregado de eletricidade – embora não tenham conseguido explicar exatamente como isso funcionaria… Esses “vórtices” de energia, quando materializados, podem até ser luminescentes à noite, permitindo serem vistos à grandes distâncias. “Este fenômeno é erroneamente tomado como um UFO”, apressou-se em declarar o pesquisador atmosférico Dr. Terence Meaden, diretor da Organização de Pesquisa de Tempestades e Tornados, de Oxford, em auxílio dos japoneses. No entanto, também o Dr. Meaden não sabe como explicar o surgimento dos fenômeno e sua relação com as formações circulares. (Alguém poderia perguntar ainda: “E por que no sul da Inglaterra?”)
Os círculos são feitos da noite para o dia
Apesar das contraditórias e superficiais explicações, algumas vantagens podemos tirar da descoberta: a de que os pesquisadores japoneses estão tão interessados e intrigados com os círculos quanto nós, britânicos! Uma dessas vantagens é um fato novo: há uma perfeita correlação entre os avistamentos ufológicos japoneses com os perfeitos círculos que amassam as plantações e que aparecem da noite para o dia, tanto em toda a Europa, quanto também na América do Norte e até no Japão – quem ou o que provoca a formação dos círculos o faz de maneira basicamente idêntica em todos os diferentes cantos do mundo. O mesmo “modus operandi” é empregado, não importa a nação! O Dr. Meaden, assim como os japoneses, não consegue entender isso e se confunde com sua própria retórica: acredita que os círculos são feitos pelo colapso dos vórtices materializados, semelhantes aos observados cruzando o Pacífico, porém não explica exatamente como estes fenômenos formariam círculos tão perfeitos, às vezes com anéis ou em conjuntos muitas vezes complexos, de 4, 6, 8 ou mais formações. Com o auxílio de um físico da Universidade de Wasede, em Tóquio, o prof. Yoshi-Hiko Otsuki, foram identificadas algumas condições para a formação de um vórtice e estudados todos os registros de avistamentos dos círculos nas plantações, mas nada de conclusivo se apurou!
Segundo Otsuki e Meaden, o ar precisa permanecer estável se um redemoinho estiver se formando. “Uma noite calma de verão, quando o ar está parado, é o ideal”, afirma Meaden, garantindo que forma-se um vento leve, algumas vezes de uma frente fria, que substitui o ar calmo. Quando o vento atinge uma colina, varre-a em círculos, totalmente, criando turbilhões. Um redemoinho se forma imediatamente da turbulência do ar à algumas milhas da direção do vento. Tal efeito comprimiria as plantações de trigo e outras em pontos específicos e em forma de círculos, no exato momento em que o vórtice se desfaz e mergulha no solo… A teoria é bem plausível, mas a prática não ajuda a comprová-la, já que a maioria das formações nos campos são conjuntos geométricos absolutamente precisos e, em algumas ocasiões, compõem-se não só de círculos e anéis, mas também de triângulos e retângulos. Seriam redemoinhos ou vórtices triângulares ou retângulares os responsáveis por estes círculos? Duvidável.
Pictogramas nos campos, com formas incríveis
Agora, os misteriosos círculos têm aparecido também e com inusitada freqüência num tipo de plantação onde antes não eram tão comuns: os campos de feno – e mais espetaculares do que nunca! Pictogramas com os mais impressionantes e variados formatos têm sido encontrados, tais como um em forma de chave e com nada menos do que 200 metros de comprimento, que surgiu de um dia para o outro em um campo de propriedade do próprio Ministério inglês da Defesa, em Wiltshire. A forma incomum vem somar-se à vasta galeria de formas e tipos que estão sendo detidamente estudadas por pesquisadores de todo o globo. Apesar de que se especula muito se o enigma pode ser misteriosamente formado por coisas tão estranhas como miniaturas de redemoinhos, infecções por fungos ou mesmo por barulhentos ouriços, ainda muito pouco se sabe sobre sua origem.
Colin Andrews, atualmente considerado um dos maiores peritos em círculos da Inglaterra, afirmou num congresso em Londres que “as formações circulares são tão caprichosamente elaboradas que não podem, em hipótese alguma, ser obra de embusteiros. Parecem ser criadas por alguma espécie de energia, utilizada por algum tipo de inteligência como uma tentativa de se comunicar com a humanidade”. Mas o enigma fica estático, não se reduz com as explicações e continuamos sem saber exatamente o que são os círculos, por que estão sendo “desenhados” nos campos e por quem. Para contribuir com as pesquisas, operadores cinematográficos britânicos e equipes do Japão, Canadá, Estados Unidos e Alemanha farão vigílias de 24 horas por dia, durante três semanas, nos campo em Alton Barnes, para tentar registrar em filme a causa dos círculos. Andrews, que coordena o grupo Circles Phenomenon Research (Pesquisa do Fenômeno dos Círculos), garantiu que há relatos de avistamentos de UFOs em Wiltshire, exatamente sobre os círculos, e que sua organização está agora pesquisando a ligação entre os dois fenômenos. “Estamos observando um campo de energia capaz de arremessar, de longe, plantas vivas à uma distância de mais de 40 metros” Vamos aguardar para ver mais evidências.