Sobrepondo-se à “bombástica descoberta” de J. J. Benítez, temos o conhecimento de um provável pouso de UFO na noite de 12 de janeiro de 1996. Segundo declarações da própria testemunha, o empresário e piloto de ultraleve Carlos de Sousa observou a queda de um objeto desconhecido próxima à Rodovia Fernão Dias. O empresário saiu de sua cidade (São Paulo, capital) com destino a Três Corações (MG), pernoitou pelo caminho e, por volta das 04h00 da manhã, continuou sua viagem ao local aonde iria se encontrar com alguns amigos para tratar de um campeonato de vôo de ultraleves. Carlos dirigia sua pick-up Fiorino quando, cerca de cinco quilômetros antes de chegar ao trevo de entrada a Varginha, ouviu um ronco abafado de motor. Eram aproximadamente 08h00. Por pensar que se tratava de algum defeito em seu automóvel, o empresário encostou do lado oposto da Rodovia Fernão Dias, em uma área desterrada. Ao descer do veículo, Carlos viu uma estranha nave, à sua esquerda e a 120 m de altura, voando no sentido de Varginha a Três Corações.
Carlos descreveu o fenômeno que observou: “Era metálico, totalmente polido e refletia muito a luz solar. Não havia luzes coloridas, mas tinha pelo menos quatro janelas redondas de cada lado, com dez a 12 metros de comprimento e quatro a cinco metros de diâmetro. Tinha a forma de charuto levemente ovalado”. Segundo o empresário, a parte dianteira do UFO estava danificada — talvez devido a uma explosão ou impacto —, pois apresentava um buraco de aproximadamente um metro e meio de diâmetro e uma fenda na lateral direita, originária desse dano, que ia até o centro da nave. “Desta parte, exalava uma estranha fumaça esbranquiçada tipo gelo seco”, descreveu a testemunha. A nave cruzou a rodovia numa velocidade calculada entre 80 a 100 km/h e num movimento quase paralelo ao solo. Neste instante, a testemunha resolveu acompanhar o objeto, que permanecia à direita da pick-up. Após percorrer cerca de 20 quilômetros, notou que o UFO começou a cair num ângulo de 30º e, ao chocar-se com o solo, foi arrastado mata adentro até sumir por entre as árvores. Carlos, que se encontrava a cerca de um quilômetro da queda, movido pela curiosidade, após meia hora, encontrou uma estrada de fácil acesso que o levou ao local: uma espécie de campo aberto, com esparsa vegetação ao redor. A testemunha nos informou que havia destroços de vários tamanhos espalhados pela área e que esses fragmentos eram parecidos com um papel alumínio muito fino. “Peguei um pedaço, com cerca de um metro por 60 centímetros, daquele material. Era muito leve e, quando soltava no ar, caía como pena. Amassei totalmente aquela folha e, ao largá-la fiquei muito assustado, pois a mesma se desamassou e voltou ao normal, sem deixar nenhuma marca”, declarou, ainda absorto.
Mais à frente, Carlos pôde ver um helicóptero, dois caminhões com lonas do Exército, uma ambulância e três automóveis, além de 30 a 40 soldados da Polícia Militar e Exército vasculhando o local. A testemunha explicou que o cheiro ao redor era horrível, comparando-o a uma mistura de amônia com éter que, às vezes, parecia água podre. O empresário não chegou a ver os seres, mas devido à movimentação e mistério em torno do acidente, tem certeza de que não eram deste mundo. De repente, um cabo da PM veio em sua direção. “…aproximou-se, retirou o material das minhas mãos e disse: \’Vai embora, você não viu nada\’. \’Calma \’, eu falei, \’é um acidente aéreo e preciso ajudar\’. \’É um acidente, mas não é da sua conta\’, disse-me o cabo da PM. Outros soldados foram se aproximando para me intimidarem: \’Você não viu nada e não conte isso para ninguém. Suma”, contou.
Carlos retornou à Rodovia Fernão Dias e, ainda transtornado, parou à beira da estrada por mais de uma hora. Pensou em voltar mas, como estava com medo, decidiu seguir viagem. Durante horas, aquelas imagens não saíram de sua mente. Por volta de 11h00, a testemunha se encontrava em um restaurante, quando, de repente, um homem aproximou-se e pediu para que o acompanhasse até o estacionamento para “baterem um papo”. Ao sair do recinto, outros homens, à paisana, ameaçaram-no alegando que possuíam a ficha completa de sua vida e, caso abrisse a boca para contar o que tinha visto, “… iria se dar muito mal”. Carlos permaneceu no local, sozinho e completamente atordoado durante vários minutos. Na época, a vítima confidenciou o que havia presenciado apenas à sua esposa e dois amigos íntimos.
“Estou com isso atravessado na garganta há meses”, garantiu Carlos, temeroso do que os militares ainda possam fazer contra ele ou sua família. “Eu tenho conhecimento do que são capazes. Depois que meu amigo comentou sobre o artigo da revista Planeta, de setembro de 1996, contendo o dossiê completo sobre o Caso Varginha, resolvi contar tudo”, finalizou. Após várias investigações e pesquisas, ainda não temos certeza de Carlos estar falando a verdade. Alguns pontos de seu depoimento reafirmam ou até mesmo complementam as informações que já possuímos e que ainda não foram divulgadas. No entanto, há muita divergência em certos detalhes. Apesar disso, atribuímos 50 % de credibilidade às suas declarações. Este fato pode ser relevante ao caso, pelo menos até que se prove o contrário.
Morte no Caso Varginha
Após várias investigações, obtivemos a confirmação por um porta-voz da PM de que o soldado Marco Eli Chereze, do Serviço de Inteligência da Polícia Militar, em 20 de janeiro de 1996, por volta das 20h00, participou da captura da criatura observada por Kátia, Liliane e Valquíria. Em contrapartida, o comando da PM teima em afirmar que o oficial não esteve de serviço naquele dia. A família, por sua vez, compactua com a afirmação inicial, alegando que o rapaz trabalhou sim, até às 22h00. Segundo seus familiares, naquela data, logo depois de um temporal de granizo que abateu a cidade, o jovem foi à casa de sua mãe para trocar de roupa e pediu para que avisassem sua esposa de que chegaria mais tarde em sua residência. O motivo de sua demora era um trabalho de emergência — provavelmente a caça de mais seres extraterrestres.
Temos conhecimento de que todos os bombeiros usavam luvas na captura matutina, porém não sabemos se Marco também as usava, nem se chegou a tocar na pele da estranha criatura, à noite. O fato é que, 17 dias depois, apareceu uma pequena inflamação em sua axila esquerda — o que fez com que procurasse imediatamente a enfermaria do quartel. O médico que o atendeu, tenente Robson Ferreira Melo, examinou-o e fez uma micro cirurgia no local do ferimento. Nos dias subseqüentes, o paciente passou a ter febre e fortes dores musculares. Em 11 de fevereiro de 1996, Marco foi internado no Hospital Bom Pastor, em Varginha, de onde foi posteriormente transferido, devido ao agravante quadro clínico, para o CTI do Hospital Regional. Obedecendo a ordens médicas, o militar foi enterrado
três horas depois da constatação de sua morte, ocorrida em 15 fevereiro de 1996, nas dependências do hospital. Os legistas registraram a causa mortis em sua certidão de óbito como sendo insuficiência respiratória aguda, septicemia e pneumonia bacteriana.
Sua irmã, Marta Antonio Tavares, em nome da família, solicitou a abertura de um inquérito policial na 4ª Delegacia Seccional de Polícia da cidade. O processo ainda está em andamento. Desde julho de 1996, o Instituto Médico Legal vinha se negando a apresentar o laudo da necropsia ao delegado de polícia João Pedro da Silva Filho. O laudo — que certamente já estava alterado — foi apresentado em 22 de janeiro de 1997, logo após os ufólogos denunciarem à Imprensa a negligência do IML.
A morte de Marco Eli Chereze é só mais uma peça deste enigmático quebra-cabeças. Outro detalhe que nos faz ligá-la ao Caso Varginha é que, segundo Marta, “… quando as primeiras notícias sobre o incidente foram ao ar, meu pai disse a ele que achava tudo uma mentira. Contrariado, Marco afirmava com convicção que se tratava de algo muito sério”. Meses antes de participar da captura, o soldado teria se submetido a exames médicos para prestar concurso interno no quartel. Ora, se Marco estava com a saúde perfeita, como teve uma morte tão súbita? Teria sido negligência médica? Não poderia ser algum vírus ou bactéria proveniente da estranha criatura? Ao que tudo indica, os militares sabem a causa real de sua morte, mas os parentes da vítima e o restante da população com certeza jamais ficarão sabendo.
VÍRUS EXTRAPLANETÁRIO
O falecimento de Marco Chereze talvez esteja mais interligado ao Caso Varginha quanto se pensa. Como já havia sido divulgado anteriormente o contato de dona Terezinha Gallo Clepf, 68, em abril de 1996, no zoológico de Varginha. A senhora declarou aos pesquisadores que viu uma estranha criatura, parecida com aquela capturada pelos militares. Coincidência ou não, poucos dias mais tarde morreram dois veados, uma jaguatirica, uma anta e uma arara azul. O médico veterinário do zôo, doutor Marcos A. Carvalho Mina, retirou as vísceras desses animais e as encaminhou a um laboratório de Belo Horizonte para análise. Apenas a morte de um dos veados pôde ser justificada como intoxicação alimentar, porém as causas das demais mortes permanecem desconhecidas. Para a bióloga e diretora do zoológico, doutora Leila Cabral, elas estão relacionadas com o aparecimento da estranha criatura.
Ubirajara Franco Rodrigues