Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, acreditam ter chegado próximos à resolução de um mistério de centenas de anos: decifrar o cordão com nós usados pelos incas antigos. Em estudo publicado pela revista Science, os pesquisadores Gary Urton e Carrie Brezine dizem que um grupo de nós parece identificar um palácio, marcando a primeira palavra identificável da extinta civilização sul-americana. Apesar de os incas terem desenvolvido uma complexa civilização na região andina, eles não deixaram documentos escritos. O que os conquistadores espanhóis encontraram eram apenas longos cordões coloridos com nós, conhecidos como khipus. Acredita-se que os khipus eram usados para registrar informações, mas nunca antes eles haviam sido decifrados.
Urton e Brezine disseram ter isolado um grupo padrão de três nós que seria a representação para o palácio de Puruchuco, numa cidade inca próxima à atual capital do Peru, Lima. A impressão dos pesquisadores até hoje era de que os cordões eram usados apenas para registrar informações numéricas, porque alguns dos nós parecem representar números. O império inca era hierárquico, e as mensagens às autoridades sobre pagamentos de tributos ou sobre os suprimentos do Estado eram importantes. Os pesquisadores, que analisaram 21 khipus por computador, acreditam que a descoberta pode permitir que outros khipus sejam decifrados. Ainda não está claro, porém, se os 700 khipus que sobreviveram ao tempo contêm muitas informações ou relatos históricos.