Quando as descobertas de exoplanetas se tornaram freqüentes, de 1995 para cá, cientistas consideravam que a maioria destes era a solitária companhia de suas respectivas estrelas, contudo, observações mais acuradas ,graças ao avanço das tecnologias de busca, confirmaram que a maioria dos sistemas tem múltiplos mundos. A maior parte dos planetas extrassolares localizados é de grandes mundos gasosos, tais como Júpiter e Saturno e, quando existe mais de um em um sistema solar, normalmente se encontram distantes entre si, mas pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), conseguiram encontrar dois sistemas com pares de exoplanetas gigantes ligados entre si.
Um deles é o da estrela HD 200964, a 223 anos-luz de distância. Os orbes estão tão próximos que, se não estivessem sincronizados, o sistema planetário inteiro seria destruído pelas forças gravitacionais. A distância entre esses mundos é apenas de 0,35 Unidades Astronâmicas (UA), praticamente a mesma que separa a Terra de Marte. O outro fica em 24 Sextanis, a 244 anos-luz de nós. Os planetas estão separados por 0,75 UA, ou 100 milhões de quilômetros, distância muito inferior, por exemplo, à que separa Saturno e Júpiter – de pelo menos 500 milhões de quilômetros.
O artigo que narra a descoberta e explica a dinâmica orbital dos sistemas é assinado por Eric Ford e John A. Johnson e será publicado no Astronomical Journal. Os planetas das duas estrelas se mantêm estáveis por estarem em ressonância, guardando estreita relação em seus períodos orbitais. Os mundos em 24 Sextanis estão em ressonância 2:1, onde o mundo externo completa uma volta ao redor de seu sol, enquanto seu vizinho mais interno completa duas. Já os de HD 200964 estão estáveis em um padrão de ressonância de 4:3.