Dando continuidade à série de entrevistas que a Revista UFO vem publicando em suas recentes edições, com ufólogos que construíram a história da Ufologia Brasileira, chegou a vez de mostrarmos aos leitores o pensamento de um de nossos mais importantes pioneiros, um homem que deu um impulso decisivo ao estudo dos discos voadores no país: o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa. Os integrantes da Comunidade Ufológica Nacional acima de 40 anos certamente se lembrarão da figura enérgica, positiva e altiva deste “militar diferente”, como muitos se referiam a ele, e de sua defesa apaixonada por uma pesquisa séria e aprofundada do Fenômeno UFO. Mas aqueles abaixo desta idade talvez tenham sobre ele apenas uma referência vaga, sem idéia precisa do quanto este homem contribuiu para o estabelecimento da Ufologia no Brasil. A reprodução desta matéria, justamente em nossa edição número 140, serve principalmente a estes leitores.
Quando entrevistado para a edição 01 da revista PSI-UFO, uma das séries precursoras da Revista UFO, ainda em 1986, o general Uchôa estava completando 80 anos de idade, o que representa bem mais de meio século de dedicação ao estudo da Ufologia e Parapsicologia. Uma década depois, em 05 de março de 1996, ele veio a falecer, deixando uma enorme lacuna no movimento paracientífico brasileiro, que em grande parte ele ajudou a construir e cujos adeptos tinham em sua figura um líder e uma inspiração. A reprodução desta entrevista, agora, mostrará aos leitores – acima ou abaixo dos 40 anos – o quanto algumas idéias e conceitos fundamentais sobre a presença alienígena na Terra ainda se mantêm, apesar do tempo decorrido. Eles podem até se apresentar hoje revestidos de novas camadas de compreensão, mas têm a mesma essência.
Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa foi geógrafo e engenheiro civil, oficial de engenharia do Exército Brasileiro e professor de cálculo vetorial e mecânica racional da antiga Escola Militar do Realengo (RJ). Para espanto de seus contemporâneos, o “General dos UFOs”, como muitos o tratavam, foi também professor catedrático de mecânica racional na ortodoxa Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), instituição onde iniciou muitos de seus trabalhos com Ufologia e Parapsicologia. Esse alagoano de Murici se tornou uma das figuras mais ousadas dentro de ambas as áreas e ainda de inúmeras outras, onde o desafio ao conhecimento convencional o atraía. Assim, revelou ser um dos mais notáveis ufólogos que o Brasil já teve, respeitado por governos e autoridades, por militares e civis, por cientistas e religiosos.
A Ufologia Clássica, que vê apenas a materialidade dos discos voadores, tem duração curta. Precisamos logo aceitar que este fenômeno tem muitos níveis de manifestação, inclusive o espiritual
“General dos UFOs” — Em 1972, o general Uchôa fundou a entidade esotérica Associação Universal Morya, que promoveria, no ano seguinte, o I Congresso Internacional de Ufologia, em Brasília. Ainda na década de 70, também fundou a União Pioneira de Integração Social (UPIS), uma universidade que funciona regularmente até hoje na Capital Federal. Anos depois, instituiu o Centro Nacional de Estudos Ufológicos (CENEU). O General dos UFOs foi um homem com grande conhecimento e enorme bagagem científica, mas, acima de tudo, um ser humano que teve a coragem de assumir sua posição em plena Ditadura Militar, período em que iniciou sua carreira como autor de livros contundentes e polêmicos. O general Uchôa escreveu inúmeras obras, entres as quais cinco dedicadas à Ufologia e Parapsicologia. Seus principais trabalhos foram Além da Parapsicologia [Editora Horizonte, 1968], A Parapsicologia e os Discos Voadores [Editora Grupo de Expansão Cultural, 1973], Cristo para a Humanidade de Hoje [Editora Horizonte, 1980], Mergulho no Hiperespaço [Editora Horizonte, 1981] e Muito Além do Espaço e do Tempo [Editora Thesaurus, 1983].
Sempre lúcido, corajoso e de boa conversa, morando em Brasília desde 1968, o general Uchôa dedicou seus últimos dias a escrever a obra que mais gostava, Autobiografia, Uma Busca da Verdade [Edição do autor publicada um ano anterior ao seu falecimento]. Segundo ele dizia, o livro mostra como os fatos da vida foram chamando sua atenção para algo que descrevia como “uma verdade superior”. Quando perguntado sobre o que era essa verdade superior, ele respondia com seu jeito ao mesmo tempo simples e erudito de tratar as coisas: “À verdade não se chega, ela é assintótica, como duas paralelas que procuram se encontrar no infinito, mas isso nunca acontece”.
Nesta entrevista exclusiva, concedida a Dioclécio Luz, jornalista e autor de Roteiro Mágico de Brasília [Editora Codeplan, 1986], o general Uchôa não falou dos extraordinários fenômenos que presenciou, pois tudo isso está em seus livros ou em sua autobiografia. Ele abordou os caminhos da Parapsicologia e da Ufologia na época, desvendando os segredos dos seres extraterrestres e, mais importante, o que eles querem conosco. “A Ufologia Clássica, esta que vê apenas a materialidade dos discos voadores, tem tempo de duração curto. Precisamos logo aceitar que este fenômeno tem muitos níveis de manifestação, inclusive o espiritual”, vaticinou o General dos UFOs pelo menos 30 anos antes de surgir no país a polêmica sobre a espiritualidade e a Ufologia. Esta entrevista, publicada na época e republicada agora, serve como homenagem a uma das pessoas mais queridas dentro da Ufologia Brasileira em todos os tempos, não só como ser humano, mas também por sua imensa contribuição à humanidade em sua busca de respostas aos mistérios que rompem os ares, cruzam os céus, iluminam as montanhas e as pessoas.
General, iniciemos nossa conversa abordando a Parapsicologia. Qual é o estado dela hoje e o que o senhor acha das pesquisas que estão sendo feitas? O que acontece hoje é que a Parapsicologia sofre o mesmo mal da ciência em geral. Pretendendo ser científica, ela está ungida a certos princípios gerais que governam a ciência atual. Mas sucede que esta ciência de hoje, como um todo, tem muita dificuldade em conhecer algo fora da Terra.
É a técnica cartesiana de dissecar o mundo? Não, isso já ficou para trás. Newton também está superado. É lastimável o que está acontecendo no campo da Parapsicologia, porque um de seus criadores, J. B. Rhine, estabeleceu que os fatos parapsicológicos são independentes do espaço e do tempo. Ele provou, primeiro, a veracidade dos fatos parapsicológicos. E, segundo, que eles seriam os mesmos que produziriam fenômenos fora do espaço e do tempo. Agora é preciso procurar em que âmbito da realidade deveriam ocorrer os fenômenos parapsicológicos. Devemos observar se eles são perceptíveis e matematicamente provados.
O senhor percebe alguma corrente dentro da Parapsicologia que tente romper com esse estado de coisas, essa visão científica? Os parapsicólogos, em sua maioria, seguem a ciência que aí está. Eles têm horror a uma afirmação como a de que estariam passando para o lado da religião, fora das relações do mundo físico. Isso resulta de um fechamento que a ciência impõe, como o uso do laboratório. Mas eu não posso pegar certas coisas dos mundos transcendentais e colocar num laboratório.
Então, os parapsicólogos repetem os mesmos erros da ciência oficial? Sim, pois eles estão dentro da ciência oficial. E parece que não conseguirão sair deste âmbito para compreender o que há.
Parece claro que, na medida em que a Parapsicologia surgiu como uma nova ciência que lidava com conhecimento avançado e, assim, transcendia a concepção de ciência da época, era de se esperar que ela fosse permeada por uma mentalidade também revolucionária, que era o que caracterizava o trabalho de Rhine. O senhor acredita que houve distorção dos conceitos originais dele? As raízes da Parapsicologia tratavam do assunto multo mais amplamente. Mas muitos parapsicólogos não têm a mínima condição disso, principalmente os pseudo-religiosos, como o padre Quevedo, Lauro Trevisan, Frei Albino etc. Eles não passaram à frente, pois se enrascaram no método e não podem resolver os problemas da área. Se um ser encarnasse onde estivessem, ficariam doidos.
Os parapsicólogos não entendem a mediunidade? Não se pode falar em médiuns para uma ciência que não aceita o espiritismo. “Espiritismo não é ciência”, dizem eles. E os espíritos são evidentes. O parapsicólogo, este cientista, foge do espiritismo como o diabo da cruz. Mas os espíritos não têm outro mundo, eles estão aqui conosco. Se você desenvolver as faculdades mentais necessárias, passará a vê-los. Quando escrevi Mergulho no Hiperespaço, passava horas nesse campo.
O senhor não vê nenhuma linha quebrando esse pensamento atual da Parapsicologia? Existem alguns parapsicólogos com trabalhos muito bons por aí. Como, por exemplo, o professor Jorge André, um psiquiatra de nome, mas que é da linha espírita.
E como os parapsicólogos mais pragmáticos têm recebido esses trabalhos? Os próprios espíritas se cuidam quanto ao que escrevem, para não perderem, entre eles próprios, a condição de homens de ciência.
Interessante esse medo de não perder os laços com a ciência. Existe inclusive a postura clássica de que o meio científico nega Deus. O senhor se considera um cientista? Não, eu não sou um cientista. Mas sei que sou mais cientista que muita gente que se diz cientista por aí. Há pouco tempo recebi um dos maiores cientistas da atualidade, um especialista em física moderna e física quântica. Abordei o assunto Parapsicologia e ele não pôde opinar sobre ele, porque não entendia nada. Uma pena…
Vejo aqui na sua mesa o livro O Tao da Física [Editora Cultrix, 2000], de Fritjof Capra, no qual ele identifica uma linha comum entre a física moderna e o misticismo oriental. O senhor acredita nesse encontro? Minha opinião é de que a física quântica não pode chegar a isso. E acho também que os padres deveriam se dedicar à Parapsicologia para mostrar aos seus rebanhos o sentido superior do homem.
Não seria do âmbito da física, mas da metafísica, o problema da transcendência do homem? E, por conta disso, a Parapsicologia não deveria trocar esse rigoroso tratamento científico, sujeito a erros e interferências, em favor de uma análise mais humana, na qual se inclui até o aspecto de religiosidade? Veja, eu disse que acho que os padres deveriam se dedicar à Parapsicologia, mas no sentido de fazerem isso para mostrarem às pessoas o sentido superior da existência humana. Mas não, o que eles fazem é adotar uma concepção materialista dos seres, sejam humanos ou não humanos. Para os religiosos, a alma humana deve ser inacessível à ciência, porque eles não têm noção do que se passa nos espaços superiores da realidade. Por conta disso, transformam os fenômenos insólitos e transcendentais, ufológicos e parapsicológicos, ora em obras de anjos, ora do demônio ou de Deus.
E quanto às pesquisas que estão sendo feitas nestas áreas, o que o senhor diz? Não existe condição para complementar uma ciência nesse campo, porque a ciência não é só fato, não é só observação. Ciência é o fato relacionado com outras causas, para concomitância do tempo ou no tempo, em relações de espaço e também nas relações de sucessividade e suas dependências.
General, vamos falar agora de sua especialidade, a Ufologia. Como anda o estudo dos discos voadores e seus tripulantes? Sob o ponto de vista científico, a Ufologia está hoje mais ou menos na mesma situação da Parapsicologia.
Fala-se numa Ufologia Esotérica. O que o senhor pensa disso? As coisas são esotéricas para algumas pessoas, porque elas aceitam aquilo em que a ciência não quer colocar os olhos, coisas que acontecem em níveis ainda ocultos à percepção normal do homem. Seja através dos sentidos ou de instrumentos científicos. O que está fora do contexto científico pertence a outro nível energético, a outro nível de espaço, onde esses fatores parapsicológicos se revelam. Você pode medir as coisas pelos instrumentos e demonstrar a telepatia por aparelhos. Mas as causas, não. O que passa pela realidade desses planos superiores não são fatos normalmente percebidos. E como eles não se reproduzem a toda hora, você acaba os esquecendo ou deixando-os de lado.
Também aí o senhor não vê uma saída para esse tratamento seco, científico? Esse desejo de pegar, medir, pesar, de saber qual a cor do pijama do ser extraterrestre? Existem saídas para essa visão, mas mesmo elas ainda são muito limitadas. O campo de trabalho dessa Ufologia Clássica que vemos aí se encerra nesse ponto, e é dentro deste mesmo campo científico que ele se explica. Mas há certas coisas que não temos condição de explicar cientificamente. E como ficariam elas?
O senhor acha que a ciência nunca vai explicar os discos voadores? Nunca. O homem não concebe certos fenômenos que ocorrem nessa conjuntura material inusitada, embora seja provada.
Provada e profana? Sim, profana. Ou, digamos assim, externa e esotérica. Um objeto voador não identificado vem, pára subitamente e depois sai em disparada num ângulo de 90º. E a Lei da Inércia, como fica? Não é possível para a ciência aceitar 90°. Como é que os UFOs suportam tais manobras? Os cientistas não sabem explicar. A ciência mostra que não há condições de habitabilidade em outros planetas, e das estrelas os UFOs também não podem vir. Mas de onde vêm, então? No início, os detratores diziam que os discos voadores vinham da Rússia, e os russos diziam que eles eram norte-americanos, até que ambos chegaram à conclusão de que não eram de lugar algum da Terra.
Isso segundo o conceito corrente de matéria. Aí é que está. Massa é objeto.
Então, o senhor acredita que vai chegar um momento em que a Ufologia Clássica terá que parar por falta de teorias que expliquem o Fenômeno UFO? Sim. Veja bem, a estrela mais próxima de nós é Alfa Centauro. Um objeto que viesse de lá na velocidade da luz chegaria aqui em quatro anos e pouco. Mas isso não é possível, pois se demonstra matematicamente – através da Teoria da Relatividade de Einstein – que a velocidade da luz não pode ser excedida. É o limite do nosso espaço. Com ela o tempo se altera, baixando seu ritmo para zero, e a massa vai ao infinito. Então, não pode. E o raciocínio científico é: se os discos voadores não são daqui nem de lá das estrelas, então não podem existir. Só que eles existem. E estão aí. A ciência foge de muitas indagações, e do Fenômeno UFO também, porque não pode explicá-lo.
Mas existe um tipo de pesquisa que utiliza os sensitivos, na qual o senhor tem uma grande experiência, a esotérica. O que diz dela? Eu a chamo “Ufologia ou pesquisa de nível avançado”.
Nela se utilizam médiuns? Não são bem médiuns. Os sujeitos podem ser sensitivos, podem perceber as coisas e não ser um intermediário – médium significa intermediário entre o que está do lado de cá e o que está do lado de lá. Quem tem faculdades superiores se integra com outros níveis da realidade.
O senhor citou a Ufologia Clássica e agora esta “Ufologia de nível avançado”. Existe outra forma de abordagem do fenômeno? Eu aceito também a pesquisa para além do normal, um pouco mais avançada ainda, porque acredito na existência de outro espaço, um ambiente completamente esotérico, oculto, que eu teria penetrado. Ainda há um nível superior a tudo, um nível esotérico espiritual.
Seria um nível de pesquisas ainda maior? Sim. Por exemplo, quando alguém – como está relatado em Mergulho no Hiperespaço – diz que veio aqui de um lugar a 800 anos-luz da Terra, em poucos segundos, teremos que falar em termos de espiritualidade super avançada. Estaríamos tentando compactuar com essa realidade, e o que se pode dizer dela é que se trata de um nível esotérico de tônica espiritual. Assim, existem os modos clássico, científico avançado, esotérico e, acima de todos, o esotérico espiritual para se entender o Fenômeno UFO. O que fiz ao longo desses anos foi só o que chamo de pesquisa esotérica.
Os parapsicólogos, em sua maioria, seguem a ciência que aí está. Eles têm horror a uma afirmação como a de que estariam passando para o lado da religião, fora das relações do mundo físico. Isso resulta de um fechamento que a ciência impõe, como o uso do laboratório. Mas eu não posso pegar certas coisas dos mundos transcendentais e colocar num laboratório
Existe o fenômeno ufológico desvinculado da espiritualidade? Sim. Por exemplo, em janeiro de 1948, alguém matou o capitão-aviador norte-americano Thomas Mantel, durante uma perseguição a um UFO, destruindo seu avião. Que espiritualidade é essa por trás da ação dos ocupantes daquela nave?
General, eis uma pergunta clássica dentro da Ufologia Esotérica: qual é a grande mensagem que os extraterrestres estão trazendo? Qual é a missão deles aqui na Terra? Eles trazem a mensagem do nosso tempo. Um certo cidadão me disse numa ocasião: “Nós já fomos como vocês e agora estamos assim. Vou levá-lo a um mundo que já foi igualzinho ao mundo de vocês”. E me levou mesmo. Agora, a grande mensagem deles está no fato como um todo, mostrando que o ser humano precisa ser humilde para que reconheça uma parte, e ainda muito pequena, do universo, dentro do qual a Terra é uma poeirinha perdida. É necessário que o homem abra seu coração e espírito para se comunicar com o próprio universo, compreendendo-o em sua grandeza, para poder caminhar e progredir. O homem deve ser humilde para ver a grandeza dos céus, as maravilhas do universo e também as do espírito.
Qual é a relação entre os discos voadores e esse final de século e de ciclo? O caminho, nesses tempos, orienta-se para um objetivo cósmico.
O senhor acredita na possibilidade de uma guerra nuclear? Tudo está indicando que irá ocorrer, e isso se prende a uma coisa muito mais ampla, muito mais abrangente. Existe o karma individual e o coletivo, que precisam ser pagos. Isso é verdadeiro. A humanidade está num atraso tão grande, há tanta maldade e tanta guerra por aí, que fatalmente isso ocorrerá. Os Estados Unidos têm uma organização tão formidável, mas se apóiam num governo que dispõe de um arsenal capaz de destruir o mundo num segundo.
E está tentando, tentando… Sim, existem milhões de norte-americanos trabalhando na confecção de armas atômicas. Isto é um crime perante a humanidade. Na Rússia é a mesma coisa, apesar de ser também um país nobre. Tenho uma grande admiração pelo povo russo. Mas tudo indica que o mundo precisa mesmo de uma hecatombe dessas, para valer mesmo. E ocorrerá para começarmos tudo de novo, do zero. Desta vez na linha da espiritualidade.
E onde os seres extraterrestres “aterrissam” dentro de tudo isso? Os ETs estão procurando influenciar o homem com sua presença, para que ele se dê conta disso tudo e se modifique.
O senhor acha que eles vão interferir, mesmo que seja em nível não físico, no caso de uma guerra nuclear? Não, de forma alguma. E nem poderiam. Interferir como? Interferir pode ser contra a lei universal. Os mestres declaram: “Nunca haveremos de querer que as aquisições do espírito humano pertençam a nós”.
A Bíblia fala em arrebatamento nos momentos culminantes do Apocalipse. Ele se daria através de naves alienígenas? Não, ele não ocorrerá. A lei é a lei. Eles são seres avançados. Como já ocorreu em determinados momentos da humanidade, irão proteger os humanos mais evoluídos, mas não através de arrebatamento. Não parece ter fundamento uma ascensão exclusiva para os “escolhidos”, que seriam salvos enquanto o resto ficaria para ver tudo pegar fogo.
O que é mais importante nisso tudo? A Teosofia. Mas quem a conhece hoje em dia? Aqui no Brasil você não encontra 100 teósofos. Encontra padres, jamais teósofos de verdade. Veja que beleza é a igreja, mas quem não é dela é seu inimigo. Por isso, as igrejas são luciféricas.
Um UFO vem, pára e sai em disparada num ângulo de 90º. E a Lei da Inércia, como fica? Como é que os UFOs suportam tais manobras? Os cientistas não sabem explicar. A ciência mostra que não há habitabilidade em outros planetas, e das estrelas os UFOs não podem vir. Mas de onde vêm, então?
Mas, Lúcifer não seria um anjo de luz… Pois é. Mas digo que a igreja é luciférica no mal sentido. Na verdade, Lúcifer é o Espírito Santo. O nome vem do latim e significa “condutor da luz”. Na cosmogenia teosófica, o Espírito Santo é a raiz do poder divino, que vem trazendo ao universo a vibração da energia e da matéria celestial.
Há mais de 50 anos o senhor lida com Parapsicologia, com Ufologia, espiritismo e áreas do gênero. Afinal, qual foi o maior ensinamento que o senhor tirou disso tudo? O maior ensinamento que recebi foi o de compreender que devo ser absolutamente humilde diante o infinito do universo, perante Deus. Ser absolutamente humilde e nunca julgar alguém além do que é, ou seja, sua dignidade como criatura de Deus. Esotericamente falando, a maravilha que se aprende é o que eu chamo de “divino paradoxo”.
O que é isso? O divino paradoxo, na forma como eu o entendo, é o homem aprender que, mesmo com suas dimensões infinitamente pequenas, nele se encerra o germe da natureza divina. Por ser uma fagulha do poder divino, ele possui as virtudes do infinito Deus. As virtudes e capacidades estão reunidas numa fagulha. E essa fagulha é, paradoxalmente, o próprio Deus realizado no ser humano. Acontece que essa fagulha divina pode um dia atingir a culminância da consciência divina. Quando isso acontecer, o indivíduo terá a capacidade de ver o universo através da consciência de Deus. Ou seja, será quando o indivíduo passará a ser Deus.