Nosso entrevistado desta edição é mestre em história pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e especialista em história social, cultural, religiosa, das mentalidades e do imaginário. Claudio Tsuyoshi Suenaga foi o primeiro acadêmico no Brasil a defender uma dissertação de mestrado em história sobre o Fenômeno UFO. Há mais de duas décadas ele tem se dedicado a investigar sociedades secretas, seitas e movimentos religiosos do tipo gnósticos, messiânicos, milenaristas, apocalípticos, satânicos e ufológicos, bem como fenômenos sobrenaturais, paranormais e milagrosos.
Suenaga realiza ainda pesquisas arqueológicas em torno de cidades perdidas e civilizações desaparecidas e procura desvendar estratégias políticas contemporâneas relacionadas a projetos totalitários de abrangências globais que visam à instalação do que chama de “Governo Único Mundial”. O entrevistado tem vasta experiência na área jornalística, tendo colaborado com inúmeros jornais e revistas do Brasil e do exterior. É escritor com três livros publicados e dez inéditos. Nascido em São Paulo, há vários anos mora em Osaka, no Japão.
O entrevistado é autor pela Revista UFO do recente livro 50 Tons de Greys: Casos de Abduções com Relações Sexuais [Coleção Biblioteca UFO, 2019], no qual aborda ocorrências registradas em todo o mundo em que homens e mulheres foram levados para bordo de discos voadores e lá submetidos a relações sexuais com extraterrestres. Anos antes publicou, também pela UFO, Contatados, em que apresenta uma retrospectiva de todos os mais importantes casos de contatados da Ufologia Moderna, de George Adamski a Sixto Paz, de Billy Meier a Plínio Bragatto, de Aladino Félix a Claude Vorillon Räel.
Nesta entrevista, Suenaga fala sobre assuntos extremamente interessantes da fenomenologia ufológica, como o Caso Dino Kraspedon, considerado por muitos ufólogos uma fraude. “Para mim, a fraude não foi de Dino e sim de outra pessoa que se passou por ele, tendo uma revista como propagadora da mentira”, explica o pesquisador. Mas o Caso Dino Kraspedon ainda tem muito mais a apresentar, “como, por exemplo, uma ligação entre esse evento e o regime militar, período em que tivemos muitos casos ufológicos pesquisados pela ditadura”.
Recentemente, Suenaga esteve envolvido em uma polêmica ao publicar um artigo sobre o Caso Antônio Villas Boas, quando recebeu críticas de pessoas que afirmaram que ele estava negando o caso. Segundo ele, essa polêmica foi “totalmente desnecessária. Isso aconteceu porque os que atribuíram essa concordância de minha parte simplesmente não leram o artigo completo, e se leram, o interpretaram muito mal. O analfabetismo funcional é um dos maiores problemas do Brasil, senão o maior”.
Em suas décadas no Japão, Suenaga tem pesquisado monumentos megalíticos daquele país. Enfático, explica: “Tenho me dedicado a explorações em sítios arqueológicos e locais históricos, principalmente aqueles com monumentos megalíticos. Fiquei surpreso com a quantidade e a magnificência deles, em uma mostra de quanto o Japão ainda se mantém oculto do Ocidente. Aqui há muitas obras que lembram aquelas encontradas em todas as partes do mundo, até mesmo na América do Sul, como a dos incas”.
Já sobre Ufologia no país do Sol Nascente, Suenaga disse que os avistamentos são comuns, inclusive com registros nas proximidades do Palácio Imperial, em Tóquio. O entrevistado, porém, disse que o povo japonês sempre encarou com naturalidade os fenômenos como os ufológicos, pois está acostumado a conviver com aparições de fantasmas, espíritos, deidades, monstros e outras criaturas, mas destaca que “um fato curioso aqui é que praticamente inexistem casos de abdução”.
Outro tema abordado na entrevista traz à luz do Fenômeno UFO casos de pacientes em hospitais psiquiátricos que tiveram experiências ufológicas — Suenaga procurou examinar os distúrbios psiquiátricos que poderiam ter sido despertados por graves e irreversíveis traumas mentais, e nesse caso, contatos com seres desconhecidos ou objetos voadores não identificados.
Você participou da investigação de grandes casos ufológicos. Quais destacaria e por quê? Os Casos João Prestes Filho, Antonio Villas Boas, Rivalino Mafra e Sagrada Família, por motivos óbvios. De todos, o de Aladino Félix (vulgo Dino Kraspedon ou Sábado Dinotos) foi o que mais me exigiu, por anos ininterruptos, para resgatar sua história oculta que ainda precisa ser devidamente reconhecida e divulgada, já que modifica por completo a própria história recente do Brasil, da época do regime militar, no final dos anos 60. O meu livro O Brasileiro que Queria Governar o Mundo: A História Oculta de Aladino Félix (Sábado Dinotos, o Terrorista que Abalou o regime militar) há mais de duas décadas aguarda por publicação e pode ser considerado o mais boicotado da história pelas editoras.
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