Que razões trazem nossos visitantes espaciais à Terra? Interesse científico, turismo, curiosidade? Essa pergunta é uma das mais importantes e que mais implicações apresenta no estudo e compreensão da Ufologia. Estudiosos do mundo todo se dividem em tendências ou correntes de pensamento a respeito de quais seriam os motivos de os extraterrestres estarem aparecendo em nosso planeta. Alguns defendem ardorosamente a tese segundo a qual nossos visitantes seriam uma espécie de “irmãos cósmicos”, que viriam à Terra para nos alertar quanto a um cataclismo eminente e prestes a dizimar a humanidade do mapa universal. Certos defensores dessa teoria imaginam até que estes mesmos seres promoveriam uma evacuação do nosso planeta. Já outros ufólogos, mais radicais, acreditam na hipótese de que os alienígenas tenham uma essência maligna e que estejam vindo à Terra para buscar aquilo que necessitam – células, sangue e até órgãos humanos e de animais. Os defensores mais radicais dessa idéia argumentam ainda que as abduções, tão freqüentes em todo o mundo, são os meios pelos quais os visitantes satisfazem inclusive seu apetite sexual, sem a menor compaixão por nós.
É evidente que ambas as idéias são radicais e exageradas. Mas é alarmante o número de ufólogos e ufófilos do planeta que se agarram a elas como se fossem modelos perfeitos para explicar o Fenômeno UFO. Da mesma forma – felizmente – entre um e outro posicionamento existem dezenas de hipóteses que buscam tratar e compreender a questão de uma forma ponderada e, com certeza, mais responsável. No entanto, esquecem-se os ufólogos que qualquer explicação que se tente dar aos UFOs passa primeiramente pela análise de uma condição básica: nossos visitantes provêm de várias origens no universo, o que implica, obrigatoriamente, que tenham objetivos e condutas diferenciadas com relação aos seres humanos terrestres.
Assim, o problema mais grave da Ufologia passa a ser a generalização do tema, que desconsidera por completo a múltipla natureza dos extraterrestres. Tratá-los como criaturas angelicais ou intrusos sanguinários, no entanto, é ainda menos equivocado do que considerar que todos, sem distinção, façam parte da primeira ou da segunda categoria. Sim, alguns deles podem de fato ser nossos irmãos cósmicos buscando orientar nossa gente quanto aos problemas que enfrentaremos no futuro – sejam eles cataclismos ou de outros tipos. Assim como alguns podem ser mesmo “vampiros siderais” que se locupletam removendo úteros e cérebros de indefesos seres humanos.
O que falta à maioria das pessoas envolvidas em maior ou menor grau com o Fenômeno UFO – em especial os ufólogos ativos – é ter uma visão mais completa, abrangente e panorâmica da Ufologia. E dessa forma, ter uma idéia menos limitada da ação de seres extraterrestres em nosso mundo. Mente aberta às possibilidades, inclusive aquelas improváveis, é absolutamente essencial para que se compreenda melhor a complexidade do tema. Dentro da Ufologia, mesmo aquilo que é considerado impossível não pode ser desprezado. Isso, evidentemente, é um fator complicador que desestimula aqueles que, movidos por rigoroso interesse científico, se debruçam sobre a casuística e a encontram como uma verdadeira Torre de Babel.
Em Ufologia, tudo é interativo, tudo é embrionário, tudo está em evolução. A disciplina não é estática, mas se revolve sobre seus eixos de manifestação o tempo todo, causando surpresas e estupefação. O Fenômeno UFO tem uma interatividade com o meio ambiente e com os seres humanos que também é algo espantoso. As pessoas que entram em sua área de ação – sejam como meras testemunhas de observações ou como abduzidos – passam a interagir com aspectos ao mesmo tempo incomuns e fascinantes da atuação de nossos visitantes. E a evolução do tema torna-se clara quando se observa o gradativo aumento de nossa ligação com os alienígenas.
A cada dia, conforme a humanidade planetária se desenvolve e cria novas condições de entender o universo ao seu redor, aumentam as ações de tais visitantes em nosso meio. Na ponta do iceberg da rica, profunda e diversificada casuística ufológica estão as abduções – conscientes e inconscientes – e todos os seus desdobramentos. Situações de múltiplos seqüestros de uma única pessoa ou de múltiplos abduzidos para um mesmo UFO, ao mesmo tempo, por exemplo, só encontram rivais em estranheza quando se constata a inserção de implantes e manipulação genética das vítimas. Não raro, homens e mulheres levados para bordo de naves – ou então manipulados em seus próprios ambientes de residência ou trabalho – têm material genético, sêmen e óvulos, extraídos. Tais fatos, abundantes em todo o globo, por si só já seriam uma forte indicação do que estão pretendendo nossos visitantes. Mas não são apenas esses. Existem muitos outros. O que dizer, por exemplo, das situações de contatismo, em que seres humanos parecem ter algo especial, frente aos seres extraterrestres, que os leva a manter com eles contatos freqüentes durante toda a vida?
Essas são questões fascinantes, que agregam à Ufologia valores ainda mais inquietantes. Já não basta que saibamos não estarmos sós no universo. Não basta sequer que tenhamos nítida consciência de que somos visitados por seres não terrestres com fantástica regularidade. É preciso conhecer seus motivos e compreender suas ações. Esse é o objetivo dessa edição, que marca o início de uma discussão sobre um dos aspectos mais instigantes da Ufologia, e sinaliza também o retorno de uma publicação que já proporcionou momentos de glória para a Ufologia Brasileira. Ufo Especial foi lançada como série complementar da Revista Ufo, em junho de 1988, e durou até junho de 1998, quando foi interrompida. Foram 25 edições especiais em 10 anos de atividades – que agora estão de volta, com força total.