
A polêmica sobre a existência de vida inteligente em Marte começou, podemos dizer, em 1877, quando o astrônomo italiano Geovanni Schiaparelli divulgou que havia observado no planeta, com seu telescópio, uma série de linhas retas que riscavam vastas regiões daquele estranho mundo. Estas linhas foram chamadas de canais pelo astrônomo. Em seguida, outro estudioso, o astrônomo norte-americano Percival Lovel, inspirado nas observações de Schiaparelli, construiu um observatório numa área com clima ideal para observações astronômicas em Flagstaff, no Estado do Arizona, tendo como objetivo principal a observação de Marte.
Suas notas fazem menção à observação de uma vasta rede de canais, que ele acreditava ter sido construída por eventuais marcianos com o objetivo de fazer chegar a água derretida das calotas polares do planeta às cidades supostamente existentes na região equatorial de Marte. Este astrônomo acreditava que o planeta era habitado por uma raça mais antiga que a terrestre, mais avançada, mas nunca pôde comprovar isso. Com o passar do tempo, entretanto, a visão de Lovel sobre Marte foi sendo desgastada, pois outros astrônomos, com instrumentos de potência equivalente ou superior, não conseguiram observar nada de objetivo, que desse base às suas observações.
Mas o fim das discussões sobre os tais canais não tirou o interesse do mundo científico por Marte, pois os astrônomos continuavam a observar vastas áreas na superfície do planeta que mudavam de coloração, conforme a estação do ano, além de outros fenômenos incomuns. Estas transformações favoreceram durante muito tempo a idéia da presença de vida vegetal no solo do planeta vermelho. Hoje sabemos, entretanto, que tais modificações estão relacionadas à movimentação de poeira do solo, motivada por fortes ventos que varrem a superfície marciana.
A NASA Invade Marte – Em 1965, a sonda norte-americana Mariner 4 conseguiu transmitir finalmente as primeiras fotografias aproximadas de Marte. Estas mostravam um mundo bastante diferente do imaginado por Lovel e seus contemporâneos, mostravam um planeta repleto de enormes crateras causadas pelo impacto de meteoritos. Segundo a Mariner, em Marte a vida biológica, pelo menos de escala superior, parecia um sonho distante. Os estudos feitos a partir das radiofotos e uma imensidão de dados enviados pela sonda indicavam que a atmosfera do planeta era ainda menos densa do que os cientistas pensavam, composta basicamente de gás carbônico. Em pouco mais de meio século, Marte havia passado de um planeta que se pensava acolhedor, com vegetação e uma possível civilização avançada, a um planeta deserto, árido, sem água e com temperaturas muito baixas.
Vários anos se passaram até que outra sonda, a Mariner 9 (entre 1971 e 1972), chegasse realmente perto do planeta vermelho. Esta foi a primeira a orbitar Marte e a enviar dados com precisão estatística de grande valor, o que provocou uma reviravolta nos estudos do planeta. Suas radiofotos, mais de 7.000, obtidas por complexo processo eletrônico e a distâncias bem inferiores às tomadas até então, revelaram um Marte bem diferente do que se imaginava, mesmo com os estudos da época. O planeta seria cheio de vulcões, falhas geológicas e sinais de que, no passado, teve uma atmosfera bem mais densa do que a atual, com um clima mais clemente e favorável à vida. Muitas das fotos mostram inclusive uma série de leitos de rios onde, num passado ainda não bem determinado, com certeza circulava água. Isto para não falarmos de algumas fotos que parecem indicar atividades de seres inteligentes em seu solo, na forma de construções grandiosas e interessantes, mas em ruínas.
Por exemplo, a foto número 4212-15, da missão Mariner 9, documenta o que os cientistas da NASA e de fora dela apelidaram de Cidade Inca. John McCauley, um geólogo da Agência espacial norte-americana, declarou que “…estas formações são contínuas, não mostrando brechas, e erguem-se entre as planícies adjacentes como nossas muralhas da antigüidade”. O problema e que seus blocos têm entre 4 e 6 km de comprimento, ou seja, são estruturas gigantescas. Inexplicáveis também são as imensas faixas brancas e retas que foram fotografadas pela Mariner na região chamada de Tarsis. Estas pistas, como também foram apelidadas, são semelhantes às da planície de Nazca, no Peru. Cortam dezenas de quilômetros e algumas até correm paralelamente, da mesma maneira que fazem alguns sulcos profundos fotografados na mesma área, que parecem escavados no solo. Estas imagens, obtidas com grande precisão, nos fazem lembrar os canais artificiais imaginados por Lovel.
Após os resultados da missão Mariner 9, os norte-americanos lançaram ao espaço, em 1975, duas espaço-naves em direção ao planeta Marte, ambas do projeto Viking, o mais ambicioso já realizado pela NASA com naves não tripuladas. Seu orçamento só é comparável ao do programa Appolo, de naves tripuladas que foram à Lua. As sondas eram divididas em duas partes, tendo cada uma um objeto orbitador independente. Este ficaria em órbita do planeta, fotografando sua superfície, enquanto um módulo mais complexo faria a descida a Marte e pousaria em sua superfície. Estes engenhos tinham o objetivo principal de testar química e biologicamente a existência de vida no solo marciano. Era um empreendimento pretensioso, mas que traria certezas sobre o que existe ou existiu em Marte – isso se a NASA divulgasse seus resultados.
O Projeto Viking – A viagem das sondas demorou bastante e só 1976 as Vikings chegaram à Marte, depois de cobrirem mais de 100 milhões de quilômetros. Após algumas verificações feitas a partir de radiofotografias tomadas da órbita marciana, com o objetivo de buscarem pontos seguros, os módulos finalmente desceram ao planeta. Pela primeira vez na história do homem, pelo que se sabe (pode ter havido outras missões secretas com o mesmo objetivo, mas não divulgadas), duas sondas tinham pousado suavemente na superfície do planeta vermelho. Para a Viking 1 foi escolhida a região planetária chamada de Chryse, enquanto o módulo da sonda Viking 2 desceu em Utopia, mais ao norte. Cada uma das sondas possuía um braço mecânico, através do qual foram retiradas amostras do solo do planeta e testadas posteriormente através de várias experiências químicas.
Pelos critérios científicos estabelecidos antes do início da missão, duas das três experiências microbiológicas pareceram dar resultados positivos. Quando o solo de Marte foi retirado e introduzido na sonda, e depois combinado a uma espécie de sopa orgânica estéril levada da Terra, surgiram sinais evidenciando a presença de microrganismos metabolizando o alimento terrestre. Isso mostrava, além de tudo, que os eventuais microrganismos teriam metabolismo assemelhado aos da Terra. Noutro passo da experiência, quando gases da Terra foram introduzidos em amostras
do solo marciano, eles aparentemente se combinaram com alguns de seus componentes, quase como se existissem micróbios fotossintetizadores gerando matéria orgânica a partir dos gases. Os resultados, como se vê, foram fantásticos e encorajadores, mas nada que levasse a concluir sobre a existência de vida avançada no planeta.
Segundo o astrofísico Carl Sagan, um dos principais responsáveis pelo projeto Viking, sete amostras diferentes tomadas em Chryse e Utopia, regiões separadas entre si por mais de 5 mil km, deram resultados positivos. Apesar disto, a verdade é que a NASA acabou por considerar tais resultados questionáveis, parcialmente sonegando-os ao público. Hoje, quase 20 anos depois, não surgiu ainda uma definição quanto aos resultados obtidos nos testes ligados à busca de vida microbiana no solo de Marte. De qualquer maneira, devemos ressaltar que os dois pontos escolhidos para os pousos estavam longe de ser os mais indicados para busca de vida, segundo a própria NASA admite. Foram escolhidos simplesmente por serem os mais seguros, onde os riscos de acidente em meio ao processo de descida das sondas fossem os menores possíveis.
O projeto Viking confirmou também a presença de argônio na atmosfera do planeta, um gás pesado que não poderia existir lá, a não ser que Marte, no passado, tenha tido realmente uma atmosfera comparável à da Terra. Confirmou também que a calota polar norte do planeta é constituída de água congelada. Logo, existe ainda hoje água em Marte, e em quantidade muitas vezes maior do que os mais otimistas pensavam. O próprio solo do planeta apresenta água congelada e existem sinais de sua presença também em seu subsolo, isto para não falarmos da atmosfera, onde ela aparece na forma de vapor.
Solo Oxidado – Hoje, a atmosfera do planeta é composta por 95% de gás carbônico, 2,7% de nitrogênio, 1,6% de argônio e alguns traços de oxigênio. Entretanto, é evidente que Marte já possuiu uma atmosfera rica em oxigênio algum dia, pois seu solo apresenta-se extremamente oxidado, que é indicado pela sua coloração avermelhada.
Em resumo, podemos dizer que as Vikings reafirmaram todas as possibilidades de existência de condições favoráveis à vida no passado do planeta, já insinuadas pela missão Mariner 9.
Mas o projeto Viking foi muito mais além, apesar de todas as negativas oficiais da NASA, e continuou definitivamente a gerar polêmicas com as fotografias tomadas pelos módulos orbitais, inclusive (e surpreendentemente) confirmando a existência do que parecem ser construções gigantescas. Na região conhecida como Elysium, próxima ao equador marciano, foram fotografadas estruturas gigantescas, entre elas dois pares de pirâmides de base triangular. Elas foram notadas pela primeira vez em duas fotos da missão Mariner 9, a primeira obtida em 8 de fevereiro de 1972 e a segunda seis meses depois. A maior destas estruturas tem simplesmente cerca de 3 km de base e quase 1 km de altura. É um colosso.
Na área conhecida como Utopia, mais ao sul do ponto onde a Viking 2 desceu, foi fotografada uma estrutura pentagonal também de grandes dimensões, que de forma alguma poderia ser fruto ou obra da natureza, através de eventuais efeitos erosivos – explicação muito usada por alguns cientistas da NASA em suas tentativas de encobrir a realidade. A foto número 086-A-08, da NASA, ainda da região de Utopia, mostra mais sinais de atividade inteligente no solo do planeta. Nesta imagem pode ser observada claramente uma forma retangular de grandes proporções, tendo à sua direita o que parece ser uma montanha cortada em um de seus lados. Alguns viram nesta imagem sinais de mineração.
Muito interessante também é uma foto da região do Vale Kasei, um antigo vale fluvial de Marte. A foto foi feita também pelo módulo orbital da Viking e nela podemos ver o que parece ser o leito de um antigo rio. A partir de uma de suas margens, podemos observar uma série de canais que nos dão a impressão de uma área irrigada artificialmente. Um destes canais, inclusive, cruza vários dos que partem do leito principal. Isso é uma coisa muito difícil de se explicar se pensarmos em afluentes naturais. Ainda mais: denota uma engenharia semelhante à utilizada hoje, na Terra, por grandes empreendimentos de irrigação de lavouras.
Os Mistérios de Cydonia – O centro de maior controvérsia e interesse sobre os sinais de vida inteligente que indicam que Marte foi habitado no passado, quando as condições ambientais eram mais favoráveis, é a região conhecida como Cydonia. Em nenhuma outra área do planeta foram encontradas tantas evidências a favor da existência de uma antiga civilização, que pareceu ter sido muito semelhante à terrestre e com indícios de avanço tecnológico evidente. Podemos começar falando da foto n° 52-A-35, liberada pela NASA com relutância em 18 de agosto de 1976 e que lembra perfeitamente os terraços cultivados do Vale Sagrado dos Incas, nos Andes. A legenda oficial desta foto, apresentada pelo Centro de Imprensa da Agência espacial norte-americana, em Passadena, Califórnia, declara apenas: “Marcas geométricas peculiares e tão regulares que parecem quase artificiais podem ser observadas nesta foto tirada pelo orbitador da Viking 1, em 12 de agosto, a uma distância de 2.073 km. Essas marcas, que seguem os contornos do terreno, ficam numa depressão ou bacia pouco profunda, possivelmente formada por erosão causada pelo vento. Os contornos paralelos se assemelham muito com uma vista aérea de solo arado”.
Michael Carr, chefe da equipe de analistas de imagens da NASA, declarava na época que “… é difícil se pensar numa causa natural para este fenômeno, porque as trilhas são regulares demais para terem sido causadas por erosão, ventos ou chuvas”. Existem também, em Cydonia, várias estruturas que parecem claramente artificiais, todas de dimensões igualmente gigantescas e muito precisas para terem sido causadas por meios naturais. Algumas delas foram notadas pela primeira vez nas radiofotogr
afias obtidas em 25 de julho de 1976, pela mesma sonda. Nelas, um conjunto de figuras que passou a ser conhecido como A Cidade apresenta como destaque três formas piramidais de quatro lados, de dimensões comparáveis as das encontradas no Elysium, tendo à sua volta outras formações menores com todos os sinais de artificialidade característicos de construções monumentais.
A leste deste conjunto está o que passou a ser conhecido como a Esfinge Marciana, um gigantesco rosto com feições humanas aparentemente esculpido em uma rocha ou pequeno morro. Esta estrutura tem nada menos do que 1,6 km no seu eixo maior e uma altura estimada em 800 metros – uma construção fantástica. Analisando as fotos da NASA, obtidas a muito custo, podemos ver claramente a forma de uma cabeça humana voltada para o céu. A Agência, entretanto, ainda em 1976, declarava que esta figura não passava de uma rocha erodida por forças naturais que, a partir de uma posição especial do Sol, propiciava uma imagem ilusória de um rosto.
Hoje sabemos, entretanto, que existem pelo menos 11 fotos da região, todas tiradas com o Sol em diferentes posições, e em todas elas a imagem do rosto é claramente perceptível. Não há dúvidas. Análises computadorizadas das imagens, feitas independentemente da NASA, indicam a natureza artificial da estrutura. Entre estas podemos destacar os estudos realizados por Vicent DiPietro, engenheiro eletrônico especializado em processamento eletrônico de imagens, e Greg Molenaar, perito em computação da corporação Lockheed.
Computação Gráfica – A partir de quatro fotos tiradas do rosto marciano em órbitas distintas da Viking, o cientista Mark J. Carlotto, um especialista em óptica que trabalha com computação gráfica, criou uma representação tridimensional da estrutura que confirma também a interpretação de DiPietro e Molenaar, apoiando uma origem artificial para a estrutura. E óbvio que a NASA sabe muito bem disso, e bem antes destes cientistas, mas obviamente pretende manter o fato secreto pelo maior tempo possível. Suas táticas são, primeiramente, negar a informação ao público a todo custo e, se mesmo assim ela escapar, tentar dar informações desencontradas ou mesmo mentirosas, na tentativa de obscurecer as discussões sobre o assunto.
Os resultados que Carlotto conseguiu com seus estudos, incluindo os complexos procedimentos ópticos e as fórmulas matemáticas usadas na análise em três dimensões da figura, foram publicados no número de maio de 1988 da revista Applied Optics, uma publicação científica da área. Também a respeitadíssima revista New Scientist dedicou várias de suas páginas aos estudos de Carlotto e outros cientistas ligados ao fenômeno marciano, todos defendendo a idéia de que os enigmáticos objetos, figuras esculpidas ou construídas em Marte, fotografados especialmente na planície Cydonia, merecem uma melhor atenção nas próximas missões enviadas ao planeta.
Alguns desses pesquisadores, ainda que contrariando sua doutrina científica, assumem publicamente a origem artificial das formas marcianas, entres eles o cientista Richard Hoagland, autor do bestseller The Monuments of Mars, verdadeiro compêndio sobre o assunto. Foi Hoagland quem, há poucos meses, chefiou o grupo de estudiosos de Marte que acusavam a NASA de desligar propositadamente sua última sonda, que registrava informações de vida no planeta [Editor: a Revista UFO fornece um vídeo produzido por Hoagland e com centenas de imagens detalhadas dos monumentos de Marte. Vídeo de código VC-43], se traçarmos uma linha imaginária ligando a Cidade à Esfinge Marciana, temos a orientação precisa para chegarmos a uma outra estrutura interessante no solo do planeta, situada a poucos quilômetros desta última. Trata-se de um objeto reto, com cerca de 3 km de extensão, apresentando sinais de escavação em um de seus lados. “É uma figura curiosa e de forma alguma poderia ser natural”, defende Richard C. Hoagland. “Esta estrutura não faz parte do contexto geológico da região e tem características únicas”, completa. Este autor e seu colega Thomas Rautenberg, especialista em computação, defendem ainda a idéia de que tanto o rosto quanto a principal pirâmide de Cydonia foram construídas há 500 mil anos, num alinhamento com o pôr do sol na época do solstício em Marte.
O Projeto Phobos – Os estudos de Hoagland e seu grupo tiveram tanta repercussão que a própria NASA solicitou a este autor que proferisse várias conferências em seus centros para apresentar suas descobertas. Uma atitude contraditória, é certo, mas vivifica o dito popular de que, se você não pode contra eles, una-se a eles! Hoagland agora foi taxado pela atual administração da Agência espacial dos EUA como “chefe dos barulhentos cientistas-escoteiros que quer ver chifres em cabeça de cavalo”, segundo o porta-voz D. Braynt.
Também em Cydonia, não muito distante do rosto, está uma outra estrutura gigantesca, desta vez de forma pentagonal e exaustivamente detectada em várias fotos obtidas pelo orbitador das Vikings. Este objeto inclusive é bem maior que as pirâmides de quatro lados detectadas na mesma área. Não menos surpreendente é uma outra estrutura quase retangular ainda próxima da Esfinge, com cerca de 3 km no seu eixo maior e várias centenas de metros de altura. O que chama a atenção e justamente o lado voltado para o rosto marciano, que é totalmente reto, acabando nos dois extremos em curvas de 90 graus que ligam este lado aos dois menores. Mais uma vez temos a clara impressão de que esta estrutura também não é parte do contexto geológico da região.
Em julho de 1988, os soviéticos deram seguimento às suas tentativas de exploração
do planeta Marte lançando ao espaço duas sondas do projeto Phobos, um projeto com fantástico orçamento e, muito mais que os da NASA, uma identificação bem mais militar do que científica. A primeira das sondas, a Phobos 1, perdeu-se no espaço antes de chegar a Marte, tendo a segunda entrado em órbita efetiva do planeta em 1989. O objetivo principal da missão era estudar o satélite natural do planeta vermelho, justamente chamado de Phobos. Esta é uma das duas pequenas luas de Marte, que possivelmente são asteróides capturados pela gravidade do planeta e que estariam até hoje orbitando ao seu redor. A missão transcorreu sem incidentes, conforme o planejamento inicial, até que a sonda Phobos 2, que já estava em órbita de Marte, se alinhou com a lua marciana. No dia 28 de março daquele ano, a Agência Tass informava curiosa e estranhamente que havia sido perdido o contato com o aparelho, sem dar explicações convincentes a ninguém.
Perdas Soviéticas – As sondas Phobos, apesar de lançadas pelos soviéticos, eram parte de uma missão com participação de vários países europeus, com o envolvimento inclusive da Agência Espacial Européia e de importantes centros científicos franceses e alemães. A perda da Phobos 2, ainda depois da primeira, foi um grande golpe no programa espacial soviético, pois na realidade tratava-se de mais um insucesso daquela nação em suas tentativas de exploração de Marte. Ou seria alguma outra coisa? De qualquer forma, são muito interessantes algumas das imagens obtidas pela sonda antes de sua perda, com destaque para uma rede de linhas retas documentadas na região do equador marciano, junto à superfície do planeta. Este arranjo de linhas cobre cerca de 600 km².
As imagens, entretanto, não foram captadas através da câmera óptica da Phobos, mas sim através da câmera que opera em infravermelho, que documenta os objetos através do calor que irradiam. É extremamente improvável que uma fonte natural de calor, como uma concentração de minerais radioativos no subsolo, por exemplo, pudesse criar um desenho tão geometricamente perfeito como aquele. Alguma das linhas são largas suficientemente para parecerem retângulos. Estas imagens nos fazem pensar sobre a possibilidade da existência de algum tipo de atividade ainda hoje presente no solo marciano. Resta saber se esta atividade é ligada à mesma civilização responsável pelas construções, hoje em ruínas, ou a uma outra, que poderia estar utilizando o planeta como base na atualidade.
A Tradição dos Hopis – Voltando a falar sobre o que aparentemente são vestígios de uma antiga civilização em um passado remoto em Marte, devemos ressaltar que algumas tradições ritualísticas de tribos terrestres antigas podem servir para compreensão inclusive de mecanismos que interviram naquele planeta, gerando as modificações ambientais em Marte que contribuíram possivelmente para o fim da antiga civilização que se acredita ter existido no planeta.
Os índios hopis, por exemplo, defendem a idéia de que seus ancestrais emigraram para a Terra vindos de Marte e Maltek, um planeta que ficaria numa órbita próxima à nossa. Isso teria ocorrido devido à destruição deste último planeta por seus “maldosos habitantes”, como diz sua lenda. Podemos concluir, portanto, baseados no que se sabe de científico e de folclórico, que foi justamente a desintegração, a destruição de Maltek por algum agente externo ou interno (choque asteróides, cometas?) que gerou o fim das condições que permitiam a manutenção da civilização presente no planeta vermelho. Com isso, eles teriam migrado para a Terra, como garantem os hopis.
Pois justamente entre as órbitas de Marte e Júpiter, num grande vago lacunar do Sistema Solar, existe hoje uma região repleta de pequenos corpos celestes, o chamado Cinturão de Asteróides. São milhares de corpos celestes de poucos centímetros a centenas de quilômetros de diâmetro, verdadeiros fragmentos e estilhaços de algum corpo bem maior, desintegrado de alguma forma. Segundo nossa Astronomia, isso é bem mais que provável: o Cinturão de Asteróides é resultante da desintegração de um antigo planeta que possivelmente ocupava a 5ª órbita solar, entre Marte e Júpiter. Sua explosão, afirmam os hopis, baseados em suas lendas milenares, foi originada pelos próprios habitantes de Maltek, “que fizeram mal uso de energias e poderes a eles confiados”. Segundo a ciência, o planeta simplesmente chocou-se com algum corpo celeste desgovernado.
Em janeiro de 1975, um estudante de Geologia encontrou no deserto de Karakun, a nordeste de Ashkhabad, pequenos pedaços de material semelhante a vidro e que brilhavam nas areias do local. Apanhou alguns e mostrou ao líder da expedição, o geólogo soviético Pavel Floresk, que logo reconheceu que se tratavam de tectitas (minúsculos meteoritos). Sabemos que os meteoritos que caem na Terra têm duas origens principais.
São originários ora de cometas cujas massas se espalharam ao longo de suas antigas órbitas, ora provêm do Cinturão de Asteróides, penetrando na parte interior de nosso Sistema Solar a partir de fantásticas perturbações gravitacionais provocadas principalmente por Júpiter.
Impactos no Solo – Inicialmente, tentou-se explicar a vitrificação encontrada nas tectitas como sendo resultantes de temperaturas geradas pela passagem destes objetos por nossa atmosfera, ou mesmo o impacto no solo. Entretanto, experiências confirmaram que as temperaturas geradas pela passagem por nossa atmosfera ou mesmo o impacto no solo estão longe das necessárias para produzir o efeito em tal magnit
ude. Recentemente descobriu-se tectitas depois que o forno termonuclear Tokomak-10 foi aceso. As temperaturas que produziram estas tectitas foram da ordem de milhões de graus centígrados Quando foram comparadas às provenientes do Cinturão de Asteróides, não restaram dúvidas de que estas últimas tiveram origem também termonuclear. A partir desta descoberta, ganhou força na ex-União Soviética a idéia da existência de um antigo planeta entre Marte e Júpiter, como também sua destruição em meio a uma guerra nuclear.
Aleksander Zavaritsky, da extinta Academia de Ciências da União Soviética (hoje transformada em Academia Russa de Ciências), chegou mesmo a reconstituir teoricamente este planeta, que recebe também o nome grego de Phaeton (fantasma), popularizado pelo acadêmico Sergei Orloff. Tal reconstituição foi feita a partir das pesquisas em vários meteoritos encontrados em nosso planeta. Segundo Zavaritsky, este mundo foi semelhante à Terra em muitos sentidos. A existência de Phaeton – o Maltek dos índios hopis – e sua destruição numa terrível guerra termonuclear foi endossada inclusive pelo falecido professor e astrônomo Félix Ziguel, durante muitos anos professor de Cosmologia do Instituto de Aviação de Moscou e conhecido internacionalmente na comunidade ufológica como um dos pioneiros desta ciência.
Observando com atenção as crateras de impacto na superfície de Marte, notamos facilmente, a partir do desgaste produzido pela erosão, que foram produzidas nas mais diferentes épocas. Algumas estão tão erodidas que quase não são mais percebidas senão por avançadas técnicas de computação. Outras foram desgastadas indiscutivelmente por torrentes de água, antes existentes no planeta. Mas remontam no mínimo à época em que existia este elemento em estado líquido e em grande abundância na superfície de Marte, algo que pode ter sido há 100, 500 ou 10 mil milhões de anos atrás… Existem também numerosas fotos que mostram crateras mais recentes nos leitos secos dos rios. Essas são particularmente interessantes.
Buscando Compreensão – Em Cydonia, por exemplo, encontram-se também crateras das mais variadas épocas, mas através de ampliações maiores de algumas das radiofotos soviéticas e da NASA, notamos que a superfície da região (como a de outras partes do planeta) está repleta de crateras pequenas, apresentando exatamente o mesmo padrão de desgaste. Foram produzidas, portanto, basicamente na mesma época que as anteriormente estudadas. As próprias estruturas tidas como artificiais (entre elas a Esfinge, as pirâmides etc), na região, estão igualmente perfuradas por impactos de pequenos meteoritos. Se compararmos a área ocupada pelas construções com uma área equivalente em tamanho da superfície do planeta nas proximidades, notaremos que aquela apresenta um número comparável de crateras. Fica claro, mais uma vez, que estas edificações foram erigidas em época bem anterior ao que parece ter sido um bombardeio de meteoritos, gerado possivelmente pela desintegração do planeta Maltek dos índios hopis. Teorias absurdas? Nem tanto, se as analisarmos detidamente.
Acreditamos também que todas as crateras de impacto, de dimensões avantajadas e mais recentes, encontradas em grande número nas mais diferentes regiões da superfície de Marte, foram originadas por fragmentos do planeta desintegrado. Geraram uma destruição possivelmente maior que a passível de ser produzida por todas as ogivas nucleares existentes na Terra hoje. Se examinarmos o mapa topográfico de Marte, verificaremos que os sinais da antiga civilização presente em Marte no passado foram encontrados, até agora, justamente nas áreas de menor concentração de crateras de impacto. Com isso, não pretendemos afirmar de maneira definitiva que as condições ambientais em Marte se modificaram totalmente em termos imediatos a partir da desintegração do planeta Maltek. Mas observando as fotos do planeta, temos esta impressão.
Se realmente houve tal fenômeno, a quantidade de poeira expelida para a atmosfera pelos impactos dos meteoritos certamente seria suficiente para gerar uma camada refletora, capaz de impedir inclusive que os raios solares chegassem até o solo marciano. Se isto foi um fato, em questão de poucos dias as condições ambientais, principalmente as temperaturas, sofreriam uma profunda transformação em Marte. Sabemos hoje, por exemplo, que boa parte da atmosfera que o planeta possuiu no passado encontra-se congelada nos pólos.
Desaparecimento da Sonda – Depois das dificuldades surgidas dentro do projeto Phobos, as esperanças de novas descobertas em Marte passaram a ser concentradas na sonda norte-americana Mars Observer (observadora de Marte), que no final de agosto deste ano entraria em órbita ao redor do planeta. A sonda, apesar de não possuir um módulo de descida como as antigas Vikings, poderia fotografar o solo do planeta com uma resolução imensamente superior a das sondas que lá chegaram em 1976. E poderia revelar estruturas bem menores em seu solo, como também fornecer imagens ainda mais detalhadas da região de Cydonia – centro, como vimos, das nossas atenções. Mas momentos antes de entrar em órbita em Marte, no dia 21 de agosto passado, depois de onze meses de seu lançamento, a NASA informa ao mundo que foi perdido o contato com a Mars. Suspeitíssimo.
Surgiram variadas explicações apressadas e mal elaboradas para o misterioso silêncio da Mars Observer. Para alguns técnicos e cientistas aeroespaciais, um lote de transistores utilizado na nave estaria com defeito e seria a causa. Realmente uma explicação ridícula, pois o custo do aparelho foi fabuloso, da ordem de bilhões de dólares, e não se colocaria isso em risco por alguns transistores mal testados. O historiador espacial James Oberg, autor de vários livros sobre a exploração de Marte e grande cético da questão ufológica, defendeu a idéia de que a sonda simplesmente explodiu em meio às manobras finais de aproximação do planeta. Já Richard Hoagland, já citado, juntamente com mais cinco cientistas do grupo intitulado Missão Marte (que nada tem a ver com a NASA), tendo entre eles David Weeb, que nos últimos quinze anos trabalhou em vários órgãos do governo norte-americano (inclusive integrando a Comissão Nacional sobre o Espaço), acusou a NASA publicamente de estar escondendo há dezessete anos as descobertas fei
tas em Marte, relativas a uma antiga civilização no planeta. Cobraram da NASA a divulgação do fato ao público e de todas as fotos do projeto Viking.
Chegou-se mesmo a se levantar a idéia de que a sonda estaria ainda operacional, só que transmitindo numa freqüência secreta, utilizada com o objetivo de sonegar criminosamente à Humanidade as provas definitivas da existência em Marte de uma antiga civilização extraterrestre. Talvez até hoje existindo e vivendo no planeta vermelho. Vimos neste artigo que desde o projeto Viking nenhuma sonda que foi enviada por nossa civilização para exploração daquele planeta conseguiu cumprir sua missão. A Phobos 2 deixou de transmitir logo após ter fotografado em suas proximidades uma estranha forma. Agora a Mars Observer fica inexplicavelmente muda, justamente momentos antes de iniciar sua missão e transmitir uma imensidão de informações. Isso sem falar nos certos, porém desconhecidos, programas secretos de exploração de Marte, sobre os quais nada temos para informar.
Outra hipótese para explicar o silêncio das sondas, embora menos ortodoxa, está circulando em várias comunidades científicas e paracientíficas do Primeiro Mundo: existiriam ainda hoje, em Marte, remanescentes de uma antiga civilização silenciando nossas sondas, com o objetivo de se manter longe dos olhos da Humanidade terrestre? Essa é uma questão igualmente interessante, embora distante de uma definição a curto prazo. Para este autor, e evidente que a NASA sabe o que procurar e onde procurar – se já não encontrou o que procura! A própria órbita original programada para a Mars Observer a colocaria muitas vezes, por exemplo, sobre a região de Cydonia. De qualquer forma, em 1994, quando Marte voltar a ficar numa posição favorável, os russos lançarão mais uma sonda em direção ao planeta. A partir desta missão talvez a Humanidade finalmente seja informada oficialmente dos fatos. Talvez venha a saber que, num passado não tão distante, o quarto planeta de nosso sistema solar hospedou uma civilização avançada. Talvez venha a saber que alguns de nós, terrestres, viemos de lá, como os hopis acreditam. Agora é aguardar para saber.
Discos Voadores e a Origem da Humanidade
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