A população argentina passou a dividir suas atenções entre a preocupante situação política e econômica do país e um mistério que começou a ser divulgado no dia 27 de abril deste ano. Uma notícia dessa data falava de mutilações em circunstâncias peculiares, que em julho ultrapassaram a marca de 300 animais atacados. Desde o começo desses estranhos casos, Buenos Aires foi a cidade que mais registrou o fenômeno, que posteriormente se repetiu em Rio Negro, Córdoba, Rosário e La Pampa, de acordo com as denúncias que foram recebidas pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), daquele país. Num primeiro momento, a possibilidade de animais predadores, problemas sanitários ou doenças foram descartadas como causas das incríveis mortes. Os primeiros casos foram publicados no jornal La Nueva Província, que falava de diversas mutilações em animais que tiveram orelhas, boca, glândulas mamárias e genitais extraídos. Além de haver muito pouco sangue nas veias e artérias.
Nas matérias, o que mais se lia eram frases de assombro e afirmações de que nunca se viu nada parecido. Mas o que se observou na Argentina não é muito diferente do que foi registrado em outros ataques pelo mundo afora. As notícias são extremamente parecidas: animais estariam sendo mutilados por seres extraterrestres. Não se sabe, no entanto, com que finalidades…
Marcelo Ponti, 40 anos, é uma das testemunhas do fenômeno que não pôde disfarçar a preocupação ao encontrar os cadáveres de seus animais. Fazendeiro durante toda a sua vida, percorreu sua propriedade para juntar os pedaços de seus bichos, separados uns dos outros por uma distância de aproximadamente 800 m. Tratava-se de um novilho de 170 kg e de uma vaca leiteira de quase 500 kg. Segundo sua esposa Marta, os animais foram comprados dez dias antes da misteriosa chacina. Marcelo afirma que não está tão preocupado com a perda dos dois animais, que juntos somavam o valor de R$ 2.250,00. “Não é o que aconteceu, mas sim uma questão que me deixa pensando. Se essa situação continuar, não sei o que vou fazer, já que corro o risco de ser dono de nada”. A aflição do fazendeiro é apenas um reflexo dos estranhos acontecimentos que vêm se repetindo desde abril e ainda não cessaram. Na área de Coronel Bunge, distrito de Juarez, foi encontrada uma vaca com todas as características que identificam o caso: ausência de um olho, orelha, língua, vagina, ânus e maxilar.
Extirpação de Órgãos — Logo após receber o aviso, o veterinário Gustavo Arrillaga realizou o primeiro diagnóstico. Entre suas observações, constatou que o lugar onde o animal foi encontrado é pantanoso e de difícil acesso. “Se houvesse participação humana esta seria notada”, declarou. No que diz respeito às extirpações de órgãos, o doutor Arrillaga não encontra explicações. É um corte raro e similar a uma cauterização. Não há indícios de morte lenta, o animal morreu subitamente. Numa fazenda de De La Garma, município de Gonzáles Chaves, o produtor Carlos Goyocoa, 65 anos, se surpreendeu ao encontrar seu cavalo em circunstâncias idênticas, o que mostra que o fenômeno não atinge apenas bois e vacas. Seu animal tinha um corte retangular das costas ao abdômen, deixando as vísceras expostas, e outra incisão precisa que ia da nuca à cabeça. Os ossos cranianos estavam brancos, como se tivessem sido expostos ao Sol e a morte tivesse ocorrido há meses. Era de se esperar que os corpos estivessem em estado de decomposição, mas não havia sinais disso ou de animais predadores em volta. Acostumado a ver cadáveres de animais, o produtor diz que nunca encontrou nada igual. Perguntado sobre o que teria causado a morte, Carlos respondeu que não acredita em UFOs, mas que também não tem outras hipóteses.
Profissionais da Faculdade de Veterinária de Tandil, que investigam as mutilações de animais em La Pampa, asseguraram ter registrado mais de 200 casos de vacas, bois, cavalos e outros animais domésticos mortos com estranhas extirpações. Um informe dos veterinários da Faculdade afirma que as mutilações foram realizadas com uma ação inteligente, e não aleatória ou natural. Numa reunião de produtores e cientistas desta universidade em Olavarría, o titular do Senasa Bernardo Cané afirmou, tentando acalmar os ânimos dos prejudicados, que nesta época é comum a morte de animais no país. Disse acreditar que os atentados poderiam ser obra de “uma misteriosa seita que realizaria práticas esotéricas”. A teoria de Cané foi recebida com cautela pelos presentes, que preferem uma explicação mais realista. Ele ainda lembrou que os Estados Unidos revelaram casos semelhantes em que as investigações realizadas não encontraram nenhuma evidência de algo inusitado. Entretanto, o técnico da Entidade Reguladora de Energia Atômica argentina, Eduardo Quintana, também afirmou que não existe nada de anormal, mas admitiu que ainda não foram realizadas investigações mais conclusivas.
A tendência clara dos argentinos é creditar as mutilações a um fenômeno que vem se repetindo com maior ou menor regularidade desde o início da Era Moderna dos Discos Voadores, em 1947. Desde essa época têm sido encontrados nos campos e fazendas das mais diversas regiões do mundo animais, geralmente domésticos ou de criação, mortos e com órgãos removidos. As características mais notórias desses atentados, que indicam uma ação inteligente, são os formatos dos cortes, sempre precisos e limpos, e a remoção de forma perfeita de vísceras inteiras. Há casos de animais que tiveram seu sangue inteiro drenado ou de muitos outros que tiveram seus genitais extraídos de forma precisa, inclusive com todas as ramificações nervosas e de circulação. São milhares os registros de tais mutilações, que ocorrem de tempos em tempos sem que sejamos capazes de prevê-las.
Quando se acumulam em determinados períodos, especialmente se concentrados numa região ou país específico, constituem o que se chama de onda – e a que atinge a Argentina nesse instante é uma das mais expressivas já verificadas. Em todos os casos conhecidos
os animais foram preservados da putrefação mesmo após dias de suas mortes e de estarem expostos às intempéries. A crença de que foram abatidos por ETs para fins de pesquisas está muito bem justificada por outro fator: geralmente, quando ocorrem mutilações em uma dada região, UFOs e sondas podem ser observados nas noites dos ataques, muitas vezes bem próximos ao solo ou pousados. Já tivemos vários testemunhos da ação de alienígenas nesses casos.
Registro e Análise Científica — O fenômeno das mutilações não é novo, mas há alguns anos foi confundido com outro, ainda mais bizarro e até então bem mais nebuloso, o Chupacabras. Ufólogos especialistas nestes temas garantem que estes são agentes diferentes. Mutilações, ao contrário do Chupacabras, têm sido cientificamente registradas e analisadas – e há um bom tempo. No dia 20 de abril de 1979, por exemplo, o ex-senador norte-americano Harrison Schmitt patrocinou uma conferência sobre o tema na cidade de Albuquerque, Novo México, informando sobre esses casos à Imprensa e autoridades. Posteriormente, o Departamento de Justiça dos EUA autorizou a Agência Federal de Investigação (FBI) a se unir nessas investigações e alguns de seus resultados foram timidamente liberados. Alega o governo norte-americano que até hoje não encontrou uma resposta que justificasse a natureza desses fenômenos. Especialistas do Instituto de Nutrição e Tecnologia de Alimentos do país também garantem que não encontraram ainda uma explicação lógica que pudesse solucionar esta questão. Ufólogos de todo o mundo afirmam que tais alegações não passam de uma face da já conhecida política de acobertamento do Fenômeno UFO.
Mas o que dizem os pesquisadores sobre o assunto? Depois de analisar mais de 40 casos e entrevistar diversos veterinários e sanitaristas, com anos de experiência no trabalho com animais, as pesquisadoras Andrea e Silvia Perez Simondini, do grupo argentino Vision Ovni, chegaram a algumas conclusões. “Tudo indica que estamos diante do mesmo fenômeno que ocorreu em alguns estados norte-americanos há trinta anos atrás”, declararam. Andrea e Silvia, conhecidas por sua experiência com UFOs e sondas na região de Victoria de Entre Rios, noroeste do país, sabem o que dizem. Ambas comunicaram-se com a Faculdade de Veterinária da Universidade de Buenos Aires para analisar minuciosamente os órgãos, tecidos e estruturas ósseas encontradas nas carcaças, além de visitarem as fazendas em busca de evidências e informações. Com isso, estabeleceram o centro geográfico do fenômeno e construíram uma espécie de rede de emergência, que conta com a participação de policiais e especialistas de Buenos Aires e La Pampa.
As ufólogas montaram uma operação chamada 24 horas para que pudessem analisar amostras que não estivessem em estado de putrefação. De acordo com as pesquisadoras, as incisões foram feitas com um instrumento desconhecido de corte quente, já que o couro aparentava ter sido cauterizadosimultaneamente à operação. Especula-se com isso o uso de raio laser. No rosto dos animais, sobre o maxilar, observa-se no lado do corte, em forma de ferradura, toda a estrutura óssea exposta. Nas análises realizadas foi detectado um agente patôgenico azul-esverdeado e uma substância transparente cristalina que se dissolve ao contato manual. O olho retirado é sempre ao lado da intervenção cirúrgica, nunca do lado contrário. O mesmo acontece com a orelha e todo sistema auditivo. A língua dos animais mutilados aparenta quase sempre queimadura, com retirada de quase 60% da sua totalidade.
O veterinário e sanitarista Daniel Belot, do escritório do Senasa, na cidade de Salliqueló, diz não entender como foi feita a extração desses órgãos, já que as intervenções que normalmente são praticadas em operações desse tipo não foram realizadas. “Posso presumir que essas incisões foram feitas por baixo da orelha, o que parece totalmente impossível”. Nas vacas atacadas são extraídas as glândulas mamárias, ovários e órgãos reprodutores. Nos bois, o aparelho genital encontra-se totalmente queimado. Um dado relevante é a marca de desidratação dos tecidos ao redor dos cortes, o que reforça a hipótese de que tenha sido usado algum instrumento producente de calor nas extrações. Não foram detectados elementos que possam supor a existência de narcóticos ou substâncias contaminantes nas amostras estudadas. Também foram descartados o uso de bisturi ou qualquer outro aparelho comum em operações regulares, pois esses são de corte frio. As partes analisadas estão em poder da Polícia Científica Argentina, que ainda fará outros testes.
Cortes Precisos — Em alguns casos registrados em muitas fazendas do país existem diferentes incisões nos animais, com formas geométricas variadas. Por exemplo, observou-se um corte bem definido que marca a direção da região do ânus, com um diâmetro de 15 cm em forma hexagonal. Não há vestígios de sangue nos animais encontrados nos pastos, somente pequenas porções próximas da veia aorta. Também não há indícios de rastros de sangue no chão, o que é estranho se considerarmos as extrações de órgãos e tecidos. Esse é um dos pontos de maior similaridade entre as mutilações argentinas e as de outros países. Ainda segundo Andrea e Silvia Simondini, nenhum ser humano poderia realizar essas mortes sem deixar ao menos um rastro de sangue pelo chão ou vestígios do líquido do couro dos animais. Nos lugares em que os corpos foram encontrados não há sequer marcas de carro, pegadas ou pasto queimado. Alguns pesquisadores afirmam que, em princípio, deve-se supor que as mutilações não foram produzidas nos locais onde os cadáveres foram encontrados. Outros frisam que não há evidências de reação por parte dos animais. Ao sentirem os sintomas de rigidez muscular, eles agitam pernas e pés, deixando no terreno vestígios facilmente identificáveis de luta contra seus agressores. Porém, apenas num dos casos examinados notou-se uma marca rasa ao lado da carcaça, presumindo-se que tenha sido provocada pela morte súbita do animal.
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O restante dos bichos nos pastos permanecem longe dos cadáveres encontrados, o que é estranho, pois em casos de morte eles realizam uma espécie de velório. Outro fato a ser observado é a aparição de penas nas áreas das mutilações, apesar das aves de rapina não se aproximarem dos corpos mortos, mesmo depois de dias – o mesmo ocorre com outros predadores do campo. Num caso específico, uma raposa apareceu morta perto de um dos corpos, mas sua causa mortis também é desconhecida. Foram feitas medições de radioatividade, magnetismo ou eletricidade nas áreas atingidas, mas apenas pequenas alterações foram detectadas. Nos casos de Salliqueló, Casbas e Tres Lomas as interferências de campos elétricos e eletromagnéticos são constatadas com medições primárias, gerando interferência em rádios, celulares, aparelhos de Sistema de Posicionamento Global (GPS), retransmissores de rádio e televisão, como também outros medidores de campo. Mas não foi possível estabelecer valores.
Ufólogos argentinos que acompanham os casos estão discutindo a hipótese de que os instrumentos utilizados para realizar tais mutilações sejam provenientes de uma nova tecnologia, já que não parecem ser os que são usados normalmente nas práticas veterinárias. “Não há ainda evidências sobre isso, mas deve-se considerar o fato de que médicos e especialistas precisam de todo um aparato para realizar intervenções até mais rústicas que essas”, declarou à Revista UFO Andrea Simondini. Além do mais, a utilização da tecnologia conhecida é improvável em virtude das condições geográficas, das necessidades de fontes geradoras de energia e das marcas no chão que seriam deixadas pelo uso dessa aparelhagem. “Quem sabe não estamos à frente de uma ciência totalmente desconhecida pela Humanidade e que nos custará muito tempo para conhecer”.
O Caso Hamilton — A preocupação dos envolvidos é apenas um reflexo dos estranhos acontecimentos. Enquanto os corpos vão sendo encontrados, a comunidade ufológica se divide e estimula uma discussão com antecedentes históricos. Os fatos podem ser instigantes, mas não são os primeiros. Na província argentina de Santa Fé, no ano de 1964, foi registrada a aparição de bezerros mutilados com todas as características atuais. Os fatos se repetiram na cidade de Venado Tuerto, em 16 de setembro de 1978, num episódio em que o abduzido Juan Oscar Pérez viu diversos animais sobre camas médicas, nos quais extraterrestres realizavam exaustivos estudos. Pouco tempo depois apareceram vários corpos mutilados na região. Esse incidente é conhecido como Caso Estância La Victoria, que foi investigado por Jacques Vallée, então cientista da NASA e membro do Projeto Mapa de Marte. Vallée considerou o caso real, e depois de suas investigações com ufólogos argentinos nos espisódios Alión, Estância La Victoria e Torres, percorreu o país estudando avistamentos de UFOs, abduções e mutilações, entre outras manifestações e diferentes tipos de contato com alienígenas. Hoje a Argentina tem seus casos de mutilação somados a uma casuística mundial que conta com milhões de incidentes semelhantes ocorridos no Brasil, Chile, Equador, Porto Rico, México, Estados Unidos, Canadá, Espanha e outros países. Ao procurarmos o registro mais antigo dessas ocorrências, encontramos um caso registrado em abril de 1897, nos Estados Unidos.
Vejamos a declaração documentada de um granjeiro de nome Hamilton, então residente na cidade de Le Roy, Kansas. Ele narrou com detalhes a possível resposta a esse mistério. Numa noite de segunda-feira, o fazendeiro acordou por volta das 22:30 h com os ruídos do gado. “Levantei-me pensando que se tratava de brincadeiras do meu cachorro. Mas ao sair, para meu total assombro, vi um disco voador descendo lentamente sobre o curral, a 200 m de casa”. Chamou seu filho Wall e o empregado Cid Heslip, que pegaram tochas e correram até o curral. A nave começou a descer até chegar a não mais que 10 m do chão e a se aproximar de uma vaca. “Sua forma era a de um cilindro, de uns 90 m de largura, com uma espécie de compartimento na parte de baixo”. Segundo o fazendeiro, o compartimento encontrava-se perto de uma substância transparente alternada com uma faixa estreita.
“Era muito iluminado em seu interior e dentro estavam seis dos seres humanos mais estranhos que já vi em minha vida. Pareciam conversar entre eles, mas não ouvíamos nada”. Disse ainda que todas as partes da nave que não eram transparentes tinham tom vermelho escuro. Permaneceram mudos devido a uma mistura de assombro e medo. Então, algum ruído atraiu a atenção dos tripulantes do objeto para sua direção. Ao notar sua presença, uma enorme turbina que estava girando lentamente na parte inferior começou a zumbir, tendo o disco subido ao céu como uma ave. “Quando estava a cerca de 100 m de nós, pareceu parar em cima de de 100 m de nós, pareceu parar em cima de um novilho de cerca de dois anos”. Um potente facho de luz iluminou o animal, quando todos foram em direção à nave e descobriram um cabo de um centímetro de largura, atado em torno do novilho. “Tentamos soltar o bicho, mas não conseguimos”. A nave ia subindo lentamente e foi sumindo a noroeste da fazenda. As testemunhas voltaram para casa assustadas e não conseguiram dormir. No dia seguinte, saíram a cavalo pela fazenda, esperando encontrar o novilho que a nave havia levado, mas nada foi achado.
ETs Antropomórficos — Este incidente tem similares em todo o mundo e contém algumas possíveis explicações para as mutilações, tais como a presença de um objeto voador silencioso, sua cor vermelha, a utilização de
algo giratório como parte do sistema de propulsão, o formato de cilindro e o interior iluminado por um estranho brilho. Todas são características já observadas noutras ocasiões, além do potente facho de luz empregado pelos tripulantes da nave, que também têm características antropomórficas e parecem se comunicar entre si. O pioneiro investigador Frank Edwards analisou vários incidentes de 1897, concluindo que o Caso Hamilton é verídico. Linda Moulton Howe, produtora de filmes e documentários ufológicos, desenvolveu várias investigações nos Estados Unidos acerca de mutilações ocorridas em 39 estados daquele país. Desde 09 de setembro de 1967, em Alamosa, no Colorado, quando um cavalo foi encontrado mutilado e teve suas orelhas removidas no rancho de Harry King, até os casos mais atuais.
As diversas investigações realizadas por Howe lhe renderam um Prêmio Emmy pelo documentário A Strange Harvest [Estranha Colheita], um programa investigativo para a televisão acerca do mistério. Suas conclusões são de que cientistas e investigadores enfrentam algo desconhecido. “Os cortes são perfeitos. A retirada de órgãos vitais, sem restos de sangue ou sequer vestígios de sangramento, denunciam que o trabalho foi realizado por uma tecnologia superior a nossa”, declara Linda. Segundo ela, já são mais de 20 mil animais mutilados com precisão cirúrgica surpreendente, numa superfície estimada em mais de 3,3 milhões de km2 – aproximadamente um terço de todo o território norte-americano. Para o doutor John Altshuler, a situação faz concluir que os procedimentos cirúrgicos aplicados nesses animais ocorreram rapidamente. “Provavelmente tem sido usado um instrumento de corte com calor elevado”, afirma. Conclusões idênticas foram tiradas por alguns médicos e especialistas que investigaram esses casos.
Suposições — Quase sempre se registra a presença de luzes nas proximidades dos campos onde foram encontrados corpos. Segundo Silvia Simondini, isso não significa necessariamente que tenha sido obra de extraterrestres. “Não há evidências que comprovem essa suposição ou qualquer suposta aparição do Chupacabras”. Ela está a par dos detalhes do que está acontecendo nos campos argentinos e garante que existem outros parâmetros importantes para essa investigação, que podem levar a uma leitura precipitada dos fatos. Segundo Silvia, o mais importante nesse momento são as provas, mas não há ainda quem possa afirmar nada conclusivo sobre o tema. “Nosso grupo, o Vision Ovni, continuará com as investigações dos mais importantes casos do país”, esclareceu a pesquisadora.
A verdade é que esses fatos têm sido regularmente relacionados ao Fenômeno UFO e ao Chupacabras. Na noite de 26 de abril passado, estranhas luzes apareceram sobre a cidade de Salliqueló e, na manhã seguinte, em Buenos Aires, três animais foram encontrados mortos com sinais de intervenção cirúrgica. Segundo a reportagem de um canal local, os donos da propriedade encontraram os corpos logo após o aparecimento das luzes. Diversos avistamentos foram registrados nesse período, como o caso de Martin Oliver, Rubén Chihan e Antonio Rodo, residentes em Cachi. Todos viram um objeto cilíndrico medindo mais de 100 m no dia 01 de maio. Eles afirmam que estavam pescando no Lago Tin Tin quando notaram uma estranha luz vindo do oeste na direção da cidade de Payogasta. “Foi então que vimos aquele objeto, brilhando como um espelho que reflete a luz do Sol. Voava lentamente a uns 200 m do solo”.
Mas o que dizem as autoridades a respeito do assunto? Uma curiosa posição oficial do Senasa e dos cientistas encarregados da investigação tornou-se pública no dia 01 de julho, quando enviados da entidade explicaram que as centenas de animais tinham, na verdade, sido vítimas de doenças normais para essa época do ano. Disseram ainda que os animais mutilados foram atacados por roedores, raposas e outros predadores que costumam comer carcaças… Justificaram suas absurdas colocações afirmando terem conversado com cientistas encarregados de um caso parecido que ocorreu na década de 70, no Texas, e que o resultado da pesquisa foi semelhante. Os jornais argentinos publicaram a resposta oficial como definitiva e foi descartada qualquer outra possibilidade de se discutir o assunto. O presidente do Senasa desconsiderou publicamente a possibilidade de envolvimento extraterrestre, do Chupacabras ou de rituais satânicos. Segundo ele, o que o levou a essa conclusão são as evidências encontradas perto dos cadáveres, como penas, fezes de ratos e raposas.
Assim explicadas, da forma que lembra a política de acobertamento mundial, todas as mutilações foram creditadas a meros predadores. Uma simulação dos ataques chegou a ser montada e os cientistas mostraram que em três minutos um único rato é capaz de comer uma língua de vaca inteira. Esse rato foi descrito como grande, com pêlos marrom-escuros, voraz e extremamente agressivo. Dizem que é um dos predadores que mais se proliferaram nos últimos tempos na Argentina, pretendendo com isso encerrar o assunto e fazer a população voltar a preocupar-se apenas com o lastimável estado econômico do país.
Mas solução oficial do caso foi recebida com incredulidade pela Comunidade Ufológica Mundial, que acompanha a situação do país vizinho com atenção. Muitos ufólogos não acreditam na explicação oficial e questionam as condições em que as vacas morreram e o período entre as mortes. A única causa naturalque poderia, em tese, explicar a morte instantânea de 10 ou 20 vacas, é a queda de um forte raio durante tempestades, quando os animais se abrigam embaixo de árvores, que atraem a eletricidade. Uma situação parecida é quando os animais estão alinhados com a cerca de arame e a eletricidade do raio corre pelo fio, matando vários deles em série. Em ambos os casos, no entanto, não existe a menor dúvida da causa mortis. Os ufólogos brasileiros questionam a razão de se noticiar a extração de órgãos dos animais atingidos com perfeição cirúrgica, se o fato seria ignorado depois pelas autoridades.
Também questionam a afirmação de que se tratava de animais predadores, feita pelos técnicos do Senasa, se antes haviam sido descartadas causas naturais, doenças ou problemas sanitários. Ainda que essas fossem explicações le
gítimas para o fenômeno, elas levam os estudiosos a questionarem a demora para as autoridades encontrarem uma solução tão simples, já que as doenças do gado são amplamente conhecidas pelos veterinários, criadores e sanitaristas, bem como a ação dos predadores. Em momento algum, no entanto, o Senasa ou a Imprensa divulgou o nome da doença. O ufólogo e editor do portal Rastreador News, [www.rastreadornews.com] Alexandre Gutierrez, consultor de UFO, afirma que as autoridades argentinas estão buscando uma solução mais simples, mas acabaram encontrando uma solução simplista.
Arrogância Estatal — O veterinário argentino Horácio Blanchard, que analisou muitas mutilações, reforça essa opinião, além de afirmar que o Senasa está sendo também arrogante. Blanchard acredita que o órgão deve continuar as pesquisas até que se descubra definitivamente o fato gerador das mutilações, e não descartar outras possibilidades a priori. “Nenhum cidadão deve tolerar a arrogância dos funcionários de órgãos estaduais”, disse o veterinário em referência aos erros cometidos pela instituição durante a crise da febre aftosa. Ele ainda destacou que com o frio morreram seis animais em sua fazenda, todos com pneumonia, mas questiona o fato de somente um de seus animais ter sido atacado pelo predador em questão. “Será difícil de explicar a razão dos outros estarem bem”, ironiza. Blanchard não questiona a explicação do Senasa, mas as razões dos casos acontecerem somente agora, já que os predadores e animais sempre estiveram no campo. Ainda frisa que o trabalho deve continuar para que se possa descobrir os motivos ou um suposto desequilíbrio ecológico no país. “Não quero polemizar. Sou veterinário há 30 anos e há 30 anos moro no campo. Nunca vi nada assim”, finalizou.
O que os envolvidos nas investigações esperam é que o caso não se encerre assim. Seria interessante que as pesquisas descobrissem ao certo que razões lógicas envolvem as mutilações ou determinassem os hábitos desses predadores – se forem verdadeiras as explicações oficiais. Mas o que não se encaixa nessa possível solução são alguns fatos novos. E enquanto não há uma explicação para a situação, que ainda parece caótica, um investigador das forças armadas norte-americanas surgiu misteriosamente no Aeroporto de San Fernando, no interior da Argentina, com uma misteriosa missão. Comparado ao personagem do seriado Arquivo X, o militar representava um reforço na busca por soluções que não estivessem ligadas ao Fenômeno UFO e ao Chupacabras.
Simultaneamente, corpos mutilados começaram a aparecer também nos campos do Uruguai com as mesmas características dos casos argentinos. Segundo informação de Hipólito Tapié, o diretor do órgão Saúde Animal, do Ministério do Gado uruguaio, os animais foram encontrados em Durazno e Cordona. Técnicos governamentais já recolheram dados para pesquisa. “Nossos funcionários extraíram amostras em busca de resultados. Mas não há muito que fazer”, afirmou Tapié.
Problemas sanitários foram descartados e o ministério continua preocupado. Isso se qualifica como algo curioso, pois confirma que os casos uruguaios não foram causados por questões de saúde, já que não há indícios de enfermidades no campo, segundo o diretor do órgão. Durante o fechamento dessa edição, Inglaterra e Estados Unidos passaram a registrar ocorrências semelhantes. Há trinta anos os norte-americanos não puderam identificar o que causou muitas mortes em seus rebanhos, assim como os atônitos pesquisadores argentinos da atualidade. Naquela época, como agora, a explicação oficial continua creditando as mortes dos animais à ação de predadores. Ao que tudo indica, essa questão não será resolvida tão cedo e a estranha equação de luzes, mutilações e mistérios não terá resultado. E essa crise, não há panelaço que resolva.
Como são as mutilações
por Equipe UFO
Muitas características peculiares identificam animais mutilados, possivelmente por seres extraterrestres, e os diferem daqueles que tiveram morte casual ou mesmo acidental. Veja abaixo os principais identificadores das mutilações.
Incisões Precisas — Os cortes nos animas para remoção de órgãos são feitos com um instrumento desconhecido e producente de calor, deixando os tecidos desidratados e aparentemente cauterizados. Foram descartados o uso de bisturi ou qualquer outro aparelho comum, já que estes são de corte “frio”.
Agentes Patogênicos — Nas análises das carcaças dos animais foi detectado um estranho agente patôgenico azul-esverdeado e uma substância transparente cristalina, que se dissolve ao contato manual.
Cabeça e Ossos Faciais — No rosto e crânio dos animais pode-se encontrar a estrutura óssea exposta. Alguns deles ficam com ossos faciais esbranquiçados, o que geralmente aconteceria depois de meses da morte e contínua exposição às intempéries.
Olhos e Ouvidos — O olho que falta aos animais é sempre retirado do lado em que se realiza a intervenção, nunca do lado contrário, bem como a orelha e todo o sistema auditivo. Alguns apresentam um corte que se estende da nuca à cabeça.
Falta da Língua — As línguas dos animais vitimados, quando não totalmente extirpadas, aparentam queimadura ou retirada de quase 60% da sua totalidade.
Genitais — Nas vacas são retiradas as glândulas mamárias e os órgãos reprodutores. Nos bois, o aparelho genital encontra-se totalmente queimado. Há casos raros em que o pênis e o saco escrotal são removidos.
Ânus — Alguns animais apresentam cortes com formas geométricas variadas. Observou-se um corte bem definido que marca a direção da região do ânus, com um diâmetro de 15 cm em forma hexagonal.
Sangue Drenado — Não há vestígios de sangue próximo aos cortes ou mesmo no cour
o dos animais, somente na veia aorta.
Substâncias Incomuns — Não foram detectados elementos que possam supor o uso de narcóticos ou substâncias contaminantes nos tecidos e órgãos estudados.
Ausência de Vestígios — Não existem rastros de sangue no chão, próximo de onde as mutilações ocorreram. Não há marcas de carro, pegadas ou pasto queimado.
Falta de Reação — Ao sentirem os sintomas de rigidez muscular, os animais quando são atacados agitam pernas e pés, deixando no terreno vestígios facilmente identificáveis. Em nenhum caso de mutilação esses sinais foram descobertos.
Comportamento do Rebanho — Os demais animais presentes no pasto onde se dão as mutilações não se aproximam do cadáver exposto.
Predadores — Em nenhum caso foi encontrado sinal de predadores em volta dos corpos. Num caso específico, uma raposa apareceu morta perto de uma carcaça, mas sua causa mortis também é desconhecida.
Interferências — Não há modificação significativa nos campos radioativos, magnéticos ou elétricos das regiões atingidas. Foram detectadas pequenas interferências em rádios, celulares, aparelhos de Sistema de Posicionamento Global (GPS), retransmissoras de rádio e tevê.
Chupacabras são cogitados
por Equipe UFO
Desde 1993 a figura de um monstro alado, com dentes afiados, corpo peludo e chifres tem assustado as populações de vários países. Centenas de pessoas garantem ter visto tal criatura e milhares de animais foram mutilados de forma inexplicada em lugares onde o ser era observado. Simultaneamente, passou a ser comum o registro de sondas ufológicas e até discos voadores nas regiões em que o fenômeno se manifestava. A Imprensa fez grande estardalhaço com os poucos fatos disponíveis, sempre atribuindo o episódio a um suposto e voraz alienígena. Em agosto e setembro de 1999, nas edições 66 e 67 de UFO, respectivamente, foi feita uma abordagem completa do assunto. Pesquisadores escolhidos pela revista apresentaram suas diferentes visões sobre o tema. Na primeira parte dos debates, Carlos Machado falou de suas pesquisas e conclusões, que foram publicadas no livro Olhos de Dragão: Reflexões para uma Nova Realidade. Defendendo uma posição favorável à realidade da criatura e sua procedência extraterrestre, Machado fez inúmeras diligências pelos estados do sul do país e coletou informações que embasaram sua opinião favorável.
Na segunda parte, os dirigentes do Centro de Estudos e Pesquisas Exobiológicas (CEPEX), Eduardo e Osvaldo Mondini, mostraram os prós e contras da questão e suas diversas conclusões, baseadas num trabalho de pesquisa de campo. Porém, se posicionaram de forma contrária à origem extraterrestre do animal. Ao apresentar essa série de reportagens, a revista se dispôs a elucidar o assunto e valorizar a discussão. Nesse momento em que essa estranha onda de mutilações ocorre na Argentina e parece estar se espalhando pela América Latina e outros países, é válido rever alguns dos argumentos dos melhores investigadores da área.
Segundo Carlos Machado, os laudos oficiais ignoraram a hipótese de o fenômeno indicar a presença de um animal desconhecido dos padrões biológicos da Ciência. “Ainda houve a omissão de informações referentes a necrópsias realizadas nos animais mortos”, afirma. Em alguns casos as explicações das autoridades não são satisfatórias e nenhuma das circunstâncias bizarras que envolveram o ataque foi realmente elucidada.
Obliteração de Evidências — Além disso, segundo o estudioso, as autoridades negaram e até desviaram a atenção da opinião pública quanto às atividades de um predador violento e possivelmente perigoso, expondo os cidadãos a risco de vida, pois emitiram laudos falsos e obliteraram provas fotográficas, testemunhais e periciais. Observando a ação do governo, em resumo, presume-se que os responsáveis não teriam alternativas se abandonassem o caso ou o deixassem sem solução a população atônita. “Depois que os laudos oficiais de representantes de vários órgãos governamentais brasileiros foram conhecidos, as pessoas acalmaram-se quanto ao Chupacabras, mas não se convenceram das explicações”, garante Machado.
Para os pesquisadores do CEPEX, o que se pode entender a respeito desses ataques é que, a partir dos dados colhidos, 97% dos casos tiveram explicações lógicas. Para os estudiosos, os animais foram agredidos por jaguatiricas, suçuaranas ou cachorros-do-mato. “Os 3% restantes não foram esclarecidos nem pelos ufólogos, zoólogos ou veterinários”, dizem os Mondini. Pode-se afirmar que esses ataques são semelhantes, mas com características diferentes, pois em nenhum caso se constatou a total ausência de sangue dos animais e somente em alguns foi possível examinar as prováveis mutilações.
O fato é que os investigadores do CEPEX preferem acatar a explicação de que os animais atacados tenham sido mutilados na forma clássica da Ufologia, já que havia precedentes de avistamentos de luzes não identificadas antes dos ataques. Os leitores que desejarem adquirir as edições citadas neste box podem fazê-lo através do encarte Suplementos Ufológicos, dessa edição.