Arqueólogos descobriram num ponto do Amapá o que parece ser o maior observatório astronômico do Brasil pré-colonial. O observatório é formado por 127 blocos de granito distribuídos em intervalos regulares por uma clareira, a 16 km do município de Calçoene e a 390 km de Macapá.
Para os arqueólogos, é impossível precisar a idade do observatório. Mas, para os pesquisadores, ele teria entre 500 e 2.000 anos de idade. A estimativa foi baseada em fragmentos de cerâmica encontrados junto aos monolitos (bloco de pedra), alguns com três metros de altura. Porém, só com as escavações que começam agora será possível saber a idade do observatório.
A arqueóloga Mariana Petry Cabral, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), explica que o monumento era conhecido pela população local há muitos anos, mas jamais havia sido estudado. A importância dos idosos foi reconhecida quando técnicos do IEPA e da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração foram realizar um levantamento econômico da área e tiveram a atenção despertada pelo alinhamento das pedras.
Mariana diz que o local deveria ser uma espécie de templo e poderia ter sido usado como observatório astronômico. Já se descobriu que as pedras estão dispostas de forma a marcar o solstício de inverno e que em dezembro o Sol passa exatamente pelo meio de uma das pedras.
Sabe-se que antigos povos da Amazônia se orientavam pela posição das estrelas e as fases da Lua para plantar e realizar rituais religiosos.
Para os pesquisadores do IEPA, o monumento do Amapá é o Stonhenge da Amazônia – uma alusão ao complexo monolítico de Stonehenge, em Salisbury, sul da Inglaterra. Stonehenge é uma espécie de altar das pedras e teria sido erguido há 5.000 mil anos. Até hoje, não se sabe nem exatamente qual sua função e muito menos quem o ergueu. O modo como as pedras enormes foram levadas para o local também permanece um mistério.
O monumento da Amazônia traz os mesmos mistérios. Os arqueólogos não sabem que povo pode tê-lo construído e qual era sua função exata. A tecnologia empregada para cortar e transportar as pedras para o lugar e dispô-las em círculo é uma incógnita.
O grupo do Iepa supõe que as pedras foram levadas de barco e chegaram ao local por um braço de rio conhecido como Rego Grande.