O conteúdo não sofreu alterações, é o mesmo da publicação original da época. Crédito total ao jornal Cruzeiro do Sul.
“Era um objeto redondo em cima e com a base achatada, emitia luzes vermelhas na parte de cima e uma luz que não era nem verde e nem azul na parte de baixo. Era alguma coisa muito bonita de se ver, mas que deu um medo muito grande na gente, isso deu. Nós estamos acostumados a enfrentar gente como nós, mas coisas estranhas não, por isso ficamos com medo”, comenta o soldado José Pandulfo e seu colega Sérgio Costa, que na madrugada de ontem atenderam um chamado feito por Sérgio Pregnoletto. Todos eles e mais os componentes de oito viaturas presenciaram a aparição de um objeto estranho e com uma forte tonalidade, que surgiu nas imediações da avenida Coronel Nogueira Padilha.
Sérgio Pregnoletto foi o primeiro a presenciar a aparição do objeto. “Eu estava subindo a avenida Coronel Nogueira Padilha, ia entrar na garagem da minha casa, no número 90 da rua João Valentino Joel, quando apareceu uma luz estranha, quase como a luz do dia, passando por cima de mim. Me assustei e corri atrás da polícia”, relata Sérgio.
Perseguindo um OVNI
A primeira viatura policial a ser notificada foi a de número 13, dentro dela estavam os soldados Pandulfo e Sérgio Costa. Ao sair para notificar os policiais, Sérgio Pregnoletto afirma ter sido seguido pelo que ele chamou de objeto estranho e luminoso. “Meu filho ficou muito assustado pelo que viu. Achou melhor chamar a polícia pois temia que o objeto pudesse prejudicar quem estava dentro de nossa casa. Ele estava tão assustado que mal podia falar”, comenta Orlando Pregnoletto, pai de Sérgio.
A princípio, os policiais da viatura nº 13 não acreditaram muito na historia contada por Sérgio, mas como viram que ele se encontrava muito amedrontado resolveram verificar a situação. “Foi por volta das 03h15 da manhã, quando Sérgio nos procurou dizendo ter avistado um disco, um \’objeto estranho\’. Ele chegou apavorado e dizia não estar louco. Nós pegamos a viatura e subimos a Nogueira Padilha em direção ao campo do São Bento, quando chegamos lá perto vimos um objeto luminoso parado lá no alto. Perto do supermercado Ven-Ká, deu a impressão que o objeto luminoso estava seguindo a gente, depois disso ele saiu em frente e parou em cima da Momesso, e ficou parado por pouco tempo neste local”, comenta o soldado Pandulfo.
Falando por sinais
Talvez influenciados por filmes ou seriados de TV, os policiais tentaram manter um tipo de comunicação com o “objeto estranho” e, segundo eles, houve resposta por parte do objeto. “Com o holofote de nossa viatura, nós mandamos sinais de luz, e parece que o objeto respondeu. Suas luzes não se apagaram totalmente, mais dava para perceber que elas diminuíam a intensidade. Quando a gente acendia e apagava o holofote, as luzes do objeto se tornavam foscas e depois aumentavam de intensidade. Quando nós acendemos a luz vermelha da sirene parece que eles responderam claramente”, explica o soldado Sérgio Costa.
O sargento Mauricio Caruso, que também participou da aparição do objeto conta que “todas as viaturas do horário, cerca de oito, inclusive uma de Votorantim, estiveram na avenida Nogueira Padilha, presenciando o fato. Não posso chamar o que vimos de disco voador, por que depois podem dizer que fiquei louco. Mas quase 20 policias viram tudo. O que vimos não era uma estrela, pois tinha uma luminosidade diferente das outras e pelo tamanho dela, não podia ser uma estrela. Os componentes da viatura nº 13, pediram permissão a mim para que pudesse participar da busca ao objeto estranho, eu permiti, mas recomendei a eles muito cuidado. Como eles tinham avistado um objeto esquisito eu também compareci ao local. E todas as viaturas do horário também foram para lá”.
Neste meio tempo, segundo informações seguidas pelos que testemunharam o fato, o objeto estranho e luminoso havia se deslocado para as proximidades da pedreira da Julio&Julio. E lá o objeto permaneceu parado. Carlos Doles, que acompanhava a viatura vinda de Votorantim, conta o que viu: “Estávamos nas proximidades da pedreira Julio&Julio. Não era apenas uma, mas cinco luzes. A primeira mais forte, ficava no centro. As outras quatro eram menores e rodeavam a maior. Com binóculos viamos apenas uma decomposição de cores”. Esta decomposição de cores também foi avistada pelos policias, que disseram serem cores bem diferentes “das que estamos habituados a ver”. Segundo Pandulfo, o objeto voador oscilava e pela descrição feita, tinha a forma de uma meia Lua, e dele saiam raios luminosos, verdes, vermelhos e azuis da parte superior e inferior do objeto.
Carlos continua o seu relato: “Quando a viatura estava me levando para o local, um dos policiais, pelo rádio nos comunicou que havia dado um sinal com o holofote ao objeto. E recebeu resposta. Depois procurou dar mais sinais, não obtendo resposta”.
Outros objetos
Os policiais permaneceram até depois das quatro horas da manhã na pedreira da Julio&Julio, examinando o local. Durante este tempo o objeto permaneceu imóvel, em uma altura considerável. Os policiais tentaram acompanhar o objeto, que para eles, parecia estar próximo. “Nós resolvemos seguir o objeto, pois ele parecia que estava perto, mas na verdade estava bem alto. Eu tive a impressão de que ele baixou um pouco, todo mundo estava comentando sobre o assunto, não posso dizer precisamente se ele baixou ou subiu. Se realmente o objeto chegasse a descer, não sei dizer o que faria, mas eu acho que todo mundo sairia correndo, porque a gente não está acostumado a enfrentar coisas estranhas”, completa o sargento Caruso.
Segundo os policiais, eles não foram os únicos a avistar o objeto. Outras pessoas viram um estranho objeto voador e luminoso, nas proximidades do bairro Trujillo. Alguns investigadores da delegacia de polícia também chegaram a ver por volta das seis horas da manhã uma estranha luminosidade no céu. Os policiais Pandulfo e Sérgio Costa acompanhados de Carlos Doles, depois das quatro horas da manhã de ontem, seguiram até a avenida Gabriel Pizza, onde ficaram observando o objeto até as seis horas da manhã. De acordo com informações cedidas por eles, as estrelas já haviam desaparecido, mas os objetos continuam com a luminosidade ainda intensa, depois com a claridade do dia deixou de ter tanta luminosidade.
O que se deve fazer
Renato Lourenço, membro da Associação de Pesquisas Exológicas (APEX) – estudo da biologia extraterrestre – de São Paulo declarou que não se pode prever quando e nem como poderão aparecer estes tipos de objetos. Segundo ele, os Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) têm um comportamento inusitado, que em nada se assemelham aos satélites artificiais ou a sondas metereológicas. “Eles podem estar em um determinado momento à sua frente e depois desaparecer e retornar às suas costas. Os OVNIs podem ter diversas formas, como um disco, uma p
era, uma bola de fogo. Geralmente eles apresentam uma iluminação do tipo dos faróis, com várias luzes em sua fuselagem ou com uma bola de luz pulsante que aparece e desaparece”, explica Renato Lourenço.
Quando se avistar estes tipos de objetos, o observador, quando possível, deverá informar o fato de acordo com o que viu, sem acrescentar ou retirar nada. Se possível anotar o local da aparição, os ruídos, luminosidade, velocidade, cor e dimensão dos objetos. Anotar os efeitos causados e as condições do tempo. Todas as informações deste tipo podem ser enviadas para a Associação, que mais tarde checará os dados com outras fontes, fazendo uma pesquisa do ocorrido em diversas localidades.
Esta matéria foi publicada em 09 de janeiro de 1979, na edição nº 21.363 do jornal Cruzeiro do Sul.
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