A pergunta mais freqüente e que mais intriga curiosos e especialistas em Ufologia é esta: “Se os ex-traterrestres realmente existem, por que ainda não estabeleceram contato oficial conosco?” A falta de contatos de massa, aparecimentos em praças públicas ou outros eventos rocambolescos é também usada pelos céticos como argumento para se pressionar os ufólogos. Essa é uma questão importante. Assim, movido pela curiosidade – e não por uma eventual tentativa de desacreditar o assunto – eu mesmo fiz essa pergunta a um amigo piloto de jatos comerciais, alguns anos atrás. Como ele havia tido vários avistamentos de UFOs, julguei que seria uma boa pessoa para responder a questão. E sua resposta foi interessante, falando-me mais a fundo sobre o assunto. Meu amigo foi direto: “E nós, por acaso, algum dia tentamos manter contato com as formigas de nosso próprio quintal?”
Existe uma lógica cruel nessa resposta. Nós, humanos e terráqueos, nos consideramos naturalmente inteligentes, civilizados e altamente capacitados em termos tecnológicos. Não passa pela cabeça da esmagadora maioria dos mortais que seres extraterrestres possam ser muito mais avançados que nós – talvez um pouco, talvez bastante. Da mesma forma, nunca imaginamos que a relação entre nós e eles possa ser semelhante, em distância e natureza, à nossa com as formigas. Mas pode sim, infelizmente. Outro aspecto sutil desse questionamento pressupõe a inexistência de contatos efetivos entre humanos e aliens. Ele mostra como está subentendido o fato de que não existem tais contatos. No entanto, uma das grandes unanimidades entre pesquisadores de Ufologia é de que há contatos, sim. Não em nível planetário, como um evento de massa, mas em outros níveis, com pessoas e governos, individualmente. E esses contatos vêm ocorrendo não há 10 ou 100 anos, mas há muitos séculos e até milênios.
Uma das práticas mais interessantes para quem gosta de Ufologia é inverter os pontos de vista, observando a Terra e os humanos sob a ótica deles, os extraterrestres, e não com nossos próprios olhos. Tal exercício nos permite ter uma visão muito mais lúcida de muitas coisas – entre elas o que andamos fazendo aqui no planeta. Em meu livro, Revelações [Veja UFO 69], realizo essa prática em dois capítulos, de modos diferentes. Num deles faço uma entrevista com um ET imaginário, revelando suas opiniões sobre nós, e, noutro, faço um ensaio especulativo sobre como iremos nos comportar quando mantivermos contato com uma civilização menos avançada de algum outro planeta. Já se pensou nisso, ou seja, em seres menos avançados do que nós no Universo?
Olhando as coisas do ponto de vista deles, dos seres extraterrestres, deixamos de lado condicionamentos improdutivos, como o de que somos muito inteligentes e estamos no centro do Cosmos. Recentemente, um internauta norte-americano escreveu uma interessante reflexão sobre o assunto e a colocou num site da Internet. Para ele, existem três condições básicas para o contato oficial. A primeira é a questão de maturidade científica: nenhuma civilização avançada arriscaria manter contato direto e oficial com outra que não tivesse desenvolvido uma visão mais científica acerca do Universo. Ora, se o fato de outros seres vivos virem do céu causa medo ou crenças religiosas, é evidente que não poderia haver um entendimento apropriado entre os contatados.
A segunda condição é uma questão de maturidade política e social: civilizações mais adiantadas não podem conceber e aceitar como possíveis amigas àquelas que, como nós, dividem-se em interesses, governos, etnias, nacionalismos, religiões, etc, e matam-se em nome disso, disputando pequenas fatias do planeta.
Rompendo Barreiras – Para haver alguma chance de contato, teremos, antes de mais nada, que desenvolver uma civilização que seja verdadeiramente planetária. Isso parece lógico e óbvio, mas se analisarmos nossas condições atuais, veremos que estamos infinitamente longe de preenchermos tais requisitos. A terceira condição é a de que precisa haver um entendimento mútuo entre as duas partes, contatantes e contatados. Enquanto o medo nos fizer achar que estamos diante de uma invasão, e não de um contato, ele será inviável.
Como o leitor imagina que seriam as reações da população se uma imensa nave extraterrestre descesse em pleno Central Park, em Nova York, ou na Praça da Sé, em São Paulo, ou ainda na Praça Vermelha, em Moscou? O mundo mergulharia num imenso caos, com certeza. Mas acrescento um detalhe: nossas estruturas sociais, econômicas e religiosas são muito frágeis ainda, e todo o nosso sistema de vida que conhecemos se desmontaria diante de uma introdução brusca de novos valores. Por isso, creio que tal introdução, quando ocorrer efetivamente, será feita aos poucos, no decorrer do tempo – se é que já não está sendo!