A NASA anunciou que sua nave pioneira ACS3 já começa a “velejar” como um barco a vela no espaço, navegando apenas com energia solar.
Conhecida como Sistema de Vela Solar de Compósito Avançado (Advanced Composite Solar Sail System), ou ACS3, a nave espacial conseguiu abrir todas as suas velas e com isso a missão de velejar pelo espaço foi considerado um sucesso.
Em abril, a NASA criou a missão de velejar pelo espaço para testar novos materiais e estruturas que utilizam fótons do Sol para se movimentar. No entanto, poucos meses após o primeiro lançamento, a nave empacou quando um monitor de energia detector correntes motoras acima do esperado, pausando o processo de içar velas.
Agora, na segunda tentativa, a nave conseguiu içar suas velas com sucesso, se abrindo totalmente e ocupando um espaço maior que uma quadra de tênis.
A vela precisa ser grande assim, com mais de 80 metros quadrados, para gerar propulsão suficiente e, ao mesmo tempo, obter altitude necessária para orbitar. A fase inicial da missão da nave, segundo a NASA, terá duração de dois meses e vai consistir em reduzir e aumentar a órbita da nave usando apenas a pressão do Sol nas velas.
A NASA afirma que esses testes serão úteis para fornecer “informações valiosas que podem ajudar a guiar o desenvolvimento de conceitos futuros de operações e designs de naves com velas solares em missões no espaço”.
Pois bem, para os que tem uma boa memória, em outubro de 2017, um objeto misterioso cruzou o nosso sistema solar e vários telescópios seguiram sua trajetória por três noites, até que o perderam de vista.
Não era um objeto normal. Media 400 metros de comprimento, sua largura era dez vezes menor e sua superfície era avermelhada. Ele girava rapidamente, tinha uma trajetória caótica e seu brilho mudava de maneira abrupta.
Os astrônomos do Pan-Starrs, da Universidade do Havaí – projeto cujo objetivo é mapear o céu constantemente em busca de objetos que possam apresentar risco de colisão com a Terra – foram os primeiros a observá-lo e deram a ele o nome de Oumuamua, que significa “mensageiro de muito longe que chega primeiro”, em havaiano.
Inicialmente, a discussão sobre o que era o Oumuamua teve duas respostas possíveis: um cometa ou um asteróide.
Mas uma teoria ganhou força, e continua sendo discutida: de que o Oumuamua seja um objeto extraterrestre artificial.
Os astrônomos Shmuel Bialy e Abraham Loeb, autores do novo estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters, querem dizer que “Oumuamua pode ser uma sonda totalmente operacional enviada intencionalmente para as proximidades da Terra por uma civilização alienígena”.
Ou pode se tratar de “um resto de equipamento tecnológico avançado”, especificamente uma vela solar, um dispositivo que é impulsionado pela radiação solar ou pelo plasma do vento solar.
Isso mesmo, lá em 2017 Loeb e Bilay levantaram a possibilidade dessa “espaçonave extraterrestre” ser algo que a NASA acabou de testar e que deu certo!
“Este é o primeiro objeto descoberto no sistema solar que se originou fora do sistema solar. Desde a sua descoberta, Oumuamua tem mostrado características incomuns que o tornam um objeto raro, pertencente a uma classe de objetos não vista antes”, disse Loeb à BBC à época, “O que poderia causar o excesso de aceleração do Oumuamua? Essa é a questão fundamental que tentamos responder. Se não é a cauda de um cometa que o empurra, o que mais poderia ser? Nossa hipótese é de que se trata da radiação solar”.
Loeb compara o Oumuamua com velas solares criadas por nossa civilização, como a IKAROS, primeira sonda interplanetária impulsionada com uma vela solar, lançada pelo Agência de Exploração Aeroespacial do Japão em 2010 com destino ao planeta Vênus.
E então, teremos em breve o nosso próprio Oumuamua?