Há um emocionante incidente ufológico ocorrido em outro remoto lago da União Soviética, mas pouco se sabe sobre ele no Ocidente. A fonte para esse caso é o livro Mi Ukhodim Polesdnimi [Nós Somos os Últimos A Partir, Molodaya Gvardia, 1966], de V. Demidov. O autor, que era membro da Comissão para Estudos de Fenômenos Anômalos da União Soviética, investigou o acontecimento e escreveu, em 1963, o primeiro artigo a aparecer na imprensa sobre o assunto. Em 1993, ele escreveu um artigo de acompanhamento do episódio, publicado em 1997.
Como outras ocorrências ufológicas já relatadas nesta edição nos vários que mostramos em nosso livro OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos [Código LIV-036 da Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br], é difícil se alegar fenômenos naturais como sendo a causa dos acontecimentos. Devido às distâncias envolvidas e à dificuldade de acesso, muitas vezes incidentes nas regiões do Círculo Ártico não eram registrados ou demoravam para serem investigados. Neste caso em particular, as pesquisas foram feitas e os resultados deixaram mais perguntas do que respostas.
Um impressionante acontecimento
Na manhã de 27 de abril de 1961, dois inspetores de uma serraria embarcaram para verificar as represas da região. À noite, eles chegaram a um lago chamado Korb Ozero, na Carélia. Após a inspeção, pernoitaram a cerca de 6 km do local. Na manhã seguinte, um dos inspetores, Vasily Brodsky, descobriu algo espantoso: todos os traços de sua presença no lago na noite anterior haviam desaparecido e no lugar deles havia um buraco com 18 m de comprimento, 25 m de largura e 5 m de profundidade. O buraco tinha algo parecido com “uma boca com paredes inclinadas voltada para a encosta ou penhasco da praia”, segundo a testemunha, e havia uma parte derretida no lago. Ninguém, incluindo os dois inspetores e os moradores locais, ouvira qualquer coisa na noite anterior.
Demidov chegou ao local acompanhado de um mergulhador, após ser convocado por um telegrama de Brodsky — eles viram pedaços de gelo cor de esmeralda flutuando na água, alguns dos quais tinham, dentro deles, um material parecido com fibras. A água também apresentava uma espuma acinzentada que continha numerosas bolinhas. Demidov disse que as bolinhas eram negras e ocas e se pareciam com grãos de milho queimados, que se desintegravam ao toque. As amostras também foram enviadas a outros laboratórios.
Nenhuma tecnologia conhecida
O mergulhador Antonov Tikhonov começou a examinar o fundo do lago e o encontrou coberto com solo congelado e pedaços de gelo quebrado. Aparentemente, o que quer que tenha ocorrido ali foi tão repentino que o gelo, pressionado para baixo pelo solo, não teve tempo de subir à superfície — e isso explicava sua ausência na água. Tikhonov também encontrou uma misteriosa trilha com 20 m de comprimento em cuja extremidade havia uma formação de solo cilíndrica, como se um objeto em forma de pipa tivesse se movido pelo fundo, empurrado o solo para frente, parado e de repente desaparecido. Para além da parte descongelada do lago, o fundo está normal.
O Instituto Tecnológico de Leningrado examinou o gelo, o material parecido com fibra e as bolinhas negras. Os técnicos não conseguiram explicar por que o gelo estava com cor de esmeralda. A fibra continha magnésio, alumínio, cálcio, bário e titânio. E as bolinhas, quando estudadas em microscópio, mostraram possuir um brilho metálico e uma estrutura parecida com a dos cristais — elas não eram solúveis em nenhum ácido a que foram submetidas. Os cientistas concluíram que tinham origem não orgânica e não natural. Na verdade, o professor Dmitrov Aleskovisk, que examinou as amostras, disse à Demidov que não só aquele material tinha origem não natural, como sequer podia imaginar uma tecnologia capaz de produzi-lo.
Nenhuma radiação anormal
Outra estranheza que havia caído junto com o solo para dentro do lago era uma pequena placa com 1 mm de espessura, 2 cm de comprimento e 0,5 cm de largura, cuja análise espectral e química revelou conter ferro, sílica e aditivos de platina, titânio e alumínio — nenhuma radiação anormal foi detectada. O mergulhador também notou que a quantidade de solo que havia caído no lago era menor do que seria esperado. O gelo em volta da parte descongelada não continha restos de solo. Mas o que aconteceu com o solo que faltava? Esta era uma questão que ninguém se aventurava a responder, por motivos óbvios.
Segundo Demidov, altos funcionários do governo e da KGB estavam muito interessados no caso, muito embora o incidente tenha demorado anos para ser revelado. Os oficiais e soldados que primeiro viram aquilo, assim como os principais laboratórios de pesquisa e os especialistas em meteoritos, químicos, especialistas em relâmpagos globulares e em outros assuntos, não puderam explicar exatamente o que havia acontecido. Demidov soube, então, que nem a KGB, nem o governo e nem as Forças Armadas tinham sido responsáveis pelo evento em Korb Ozero.
Segundo o citado cientista e autor Chernobrov, ainda existem vestígios da força misteriosa que agiu no lago. De 1961 a 1979, várias expedições trabalharam na região, uma das quais foi liderada pelo famoso ufólogo Yuri Raitarovsky. A expedição provou de modo conclusivo que o que quer que tenha se acidentado contra o solo não era um míssil, nem um relâmpago e nem nada explosivo. Então, o que houve ali?