
Predestinado, visionário, profeta da nova era, guru e embaixador cósmico são alguns dos adjetivos atribuídos ao astrônomo amador George Adamski, um dos primeiros a relatar ter tido contato com seres de outros planetas, isso ainda no ano de 1952. Nascido na Polônia, em 1890, emigrou para os Estados Unidos quando tinha apenas um ano e meio. Serviu o Exército norte-americano entre 1913 e 1919. Em meados da década de 30 mudou-se para o sul da Califórnia e fundou o grupo religioso Ordem Real do Tibete, o que lhe rendeu inúmeras palestras sobre a “lei universal” em programas de rádio. Durante a maior parte e até o fim de sua vida, morou numa casa modesta em Palomar Gardens, na vertente meridional do Monte Palomar, Califórnia, perto da famosa Highway to the Stars [Estrada para as Estrelas], a cerca de 16 km do grande Observatório de Hale, em Mount Wilson, sede do telescópio de 200 polegadas, até então o maior do mundo.
E foi nesse cenário particularmente sugestivo que Adamski iniciou suas pesquisas sobre discos voadores. Escreveu em 1949 o livro Pioneers of Space: A Trip to the Moon, Mars and Venus [Pioneiros do Espaço: Uma Viagem à Lua, Marte e Vênus, Edpress Company, 1949]. Na obra, Adamski relata suas experiências com extraterrestres. Segundo o autor, seu interesse pelo assunto começou quando ele observava uma chuva de meteoros e viu, a olho nu, um grande objeto escuro, parecendo um gigantesco dirigível, imóvel sobre as montanhas de San Diego, Califórnia. Adamski pensou que fosse algum aparelho norte-americano de pesquisa. No entanto, o pesquisador, que no momento do fato estava acompanhado por outras pessoas, ficou surpreso ao ouvir pelo rádio a notícia de que um artefato em forma de charuto, de origem desconhecida, tinha sido visto por milhares de moradores daquela região.
O evento ocorreu em 20 de novembro de 1952. “Era pouco mais de meio-dia quando ouvimos o ruído dos motores do que parecia ser um avião. Observamos quando aquilo passou por cima de nós e desapareceu no horizonte, logo atrás da montanha. Súbita e simultaneamente voltamos o olhar para o cume da mesma, quando vimos voando alto e silenciosamente uma gigantesca nave prateada. Ela tinha a forma de um charuto, sem asas nem acessórios exteriores”. A aeronave trazia uma insígnia lateral marcada em preto, lembrando aviões militares. Foi a partir disso que Adamski perscrutou de forma contínua e obcecada os estudos ufológicos.
Mensagem e mensageiro — Adamski lançou vários livros que se tornaram referência na Ufologia: Flying Saucers Have Landed [Os Discos Voadores Aterrissaram, British Book Centre, 1953], Inside The Space Ships [Dentro das Naves Espaciais, Arco Spearman, 1955] e Flying Saucers Farewell [A Despedida dos Discos Voadores, Abelard Schuman, 1961]. Ele alega ter obtido inúmeras fotos das naves, que rodaram o mundo e até hoje constam na maioria dos sites sobre o assunto. Além disso, seu material está presente em algumas publicações editoriais, que as utilizam ora como fotos reais de discos voadores, ora como ilustrações de fraudes.
Truman Bethurum, um dos companheiros de Adamski, nasceu em 1898 e alega ter sido contatado pela primeira vez em 27 de julho de 1952. Na época, ele trabalhava em Nevada (EUA) quando foi abduzido por uma nave de 5 m de diâmetro, em que estavam cinco tripulantes extraterrestres. A bordo, foi apresentado a uma mulher muito simpática, que parecia ser a capitã do objeto voador. Segundo Bethurum, o nome dela era Aura Rhanes e depois passou a ser chamada por ele de “a rainha das mulheres” ou “beleza suprema”.
Os demais tripulantes da nave falavam fluentemente o inglês. Mais tarde ele passou a contar que os seres tinham cabelos e olhos escuros e vieram a Terra para impedir uma guerra nuclear, além de se manifestarem contra o adultério e o divórcio. Paradoxalmente, a esposa de Bethurum, incomodada com os comentários, começou a suspeitar do discurso do marido. Chateada com as entrevistas e as histórias, acusou-o de infiel e, em seguida, pediu o divórcio. Mesmo com todos esses acontecimentos Aura continuou a fazer contato com Bethurum até 1955, insistindo na propagação dos valores do matrimônio, da unidade familiar e da fidelidade.
Em sua primeira obra publicada, o ano de 1954, Aboard a Flying Saucer [A Bordo de um Disco Voador, DeVorss and Company], Bethurum fala de um planeta chamado Clarion, que seria semelhante à Terra. Ele conta suas aventuras espaciais e as diversas mensagens cósmicas que recebeu em vários livros, como por exemplo, Flying Saucer [Discos Voadores, 1953], Facing Reality [Realidade dos Revestimentos, 1959], The Voice of the Planet Clarion [A Voz do Planeta Clarion, 1961] e People of the Planet Clarion [Povos do Planeta Clarion, 1970].