Um episódio ocorrido há mais de 50 anos não seria, por si só, tão relevante para a Ufologia Brasileira se não fosse tal data um pilar para a análise de algumas coincidências no mínimo curiosas envolvendo as circunstâncias do fato — para não dizer intrigantes. A história que aqui será relatada, pela primeira vez, encontra poucos paralelos na casuística ufológica mundial. Trata-se de uma situação rara em que um veículo — um Volkswagen Fusca verde de ano 1961 — fora transportado não apenas pelo ar, mas também pelo tempo, ambos os fatos corroborados por testemunhas que ainda recordam do ocorrido e o narram com detalhes.
O principal protagonista da fantástica experiência é Romeu Tavares, homem de descendência portuguesa, hoje com 80 anos e extremamente lúcido. Na cidade ele é conhecido como Seravat Uemor, seu nome verdadeiro ao contrário, é e assim que gosta de ser chamado. Residente no município de Santana do Livramento, no extremo sul do Rio Grande do Sul e fronteira com o Uruguai, nessas oito décadas de vida Tavares sempre viveu na mesma casa e não há notícia na cidade de que algum dia tenha se metido em confusão, que sucumba a qualquer tipo de vício ou que exista qualquer coisa contra sua pessoa e credibilidade. É homem de bem, do interior, trabalhador e bem sociabilizado em sua comunidade — chegou a ser jogador profissional de futebol no Grêmio Santanense quando era jovem. Mas, como tudo na vida, o tempo se encarrega de nos adequar a novas condições e à idade, e há muito tempo Tavares teve que largar seu esporte e assumir a empresa da família, uma loja de artigos para o campo.
Foi aos 27 anos de idade, em 1967, que Romeu Tavares teve uma experiência que está até hoje muito viva em sua mente, e que apenas recentemente resolveu compartilhar com esse autor. Ficou muitos anos guardando seu segredo por medo de se expor em sua cidade e de ser ridicularizado pelos amigos e vizinhos, mas finalmente cedeu às muitas tentativas desse investigador, membro do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) [Entidade que gera conteúdo para a Revista UFO], e decidiu narrar seu espetacular caso. O fato se deu em janeiro daquele ano, um que foi particularmente ativo para a Ufologia Mundial, com ondas ufológicas ocorrendo em todas as partes — cujos reflexos também se viam no Rio Grande do Sul.
Uma aventura inesquecível
Era bem cedo de uma manhã que prometia um calor abrasador. Tavares era sócio de um grande clube na periferia da cidade e convidou seus dois sobrinhos, um de três anos e outro um pouco mais velho, para irem à tarde à piscina do referido estabelecimento se refrescarem. Porém, antes de saírem, descobriram que suas carteirinhas de sócios estavam desatualizadas e, como era domingo, a secretaria do clube não funcionava. Sua opção era seguir em frente e tentar entrar assim mesmo, convencendo a portaria. Juntaram seus apetrechos, uma câmara de ar de pneu de caminhão — muito usada naquela época —, sua bola de futebol, uma cesta com variados lanches e umas garrafas do saudoso guaraná Gazapina, e seguiram caminho até o clube. Era perto do meio-dia quando o tio e seus sobrinhos entraram no Fusca verde e partiram confiantes.
Do centro de Santana do Livramento até o Clube Balneário Santa Rita são cerca de sete quilômetros, dos quais, na época, dois eram de terra batida — hoje todo o trajeto está asfaltado. O trio chegou ao local, mas, infelizmente, teve frustrada sua intenção de mergulhar na piscina e acalmar o calor intenso, pois o porteiro do clube não permitiu que entrassem sem carteirinhas atualizadas e um novo exame médico. Tristes, sua opção foi dar meia volta e retornar para a cidade. Porém, nem Romeu Tavares, nem as crianças imaginavam o que lhes ocorreria em poucos instantes.
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