Diz um sábio ditado que quando queremos uma coisa que nos é muito cara, justa e verdadeira, o universo conspira a nosso favor. De fato, é o que podemos perceber com os progressos atingidos pela campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, especialmente com o conteúdo do último lote de documentos liberados pelo Governo Brasileiro em 04 maio, que hoje repousa no Arquivo Nacional, em Brasília. É lá que agora se encontra a maior quantidade de dados sobre a ação dos discos voadores em Território Brasileiro. E por incrível que pareça, a revelação acontece justamente no momento em que esta vitoriosa campanha recebe os piores ataques de setores retrógrados de nossa Ufologia, os mesmos que acham que este tipo de estudo não sai do lugar.
Como relembrar é viver, não custa nada dizer que os que assim se comportam são os mesmos ufólogos e “ex-ufólogos” que nada fizeram pelo acesso a informações sigilosas pretendidas pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Pura ironia do destino. Neste sentido, a nova abertura parece até uma resposta às críticas que a campanha recebeu em sua trajetória, em especial, e mais recentemente, as proferidas pelo ufólogo e advogado mineiro Ubirajara Franco Rodrigues, contidas na entrevista veiculada nas últimas edições [Veja edições UFO 153 e 154]. Suas argumentações, como a de outros críticos, são confrontadas com os fatos que a Ufologia Brasileira agora apresenta, que servem para mostrar que a persistência traz bons frutos.
Neste aspecto, uma resposta a Rodrigues cabe para todos os que criticaram a campanha com argumentações assemelhadas. As dele, por exemplo, são consideradas por este autor como evasivas e inconseqüentes. Evasivas porque, no tocante aos rumos que a CBU deu à campanha, Rodrigues faz afirmações infundadas sobre as petições protocoladas na Casa Civil da Presidência da República. Em suas afirmações à Revista UFO, ele não via – ou não queria ver – em que ponto o Dossiê UFO Brasil aponta os casos pleiteados e diz exatamente onde documentos oficiais e comprobatórios relativos a eles se encontram. Complementando a evasão por meio de sofismas, negou-se a colaborar com o movimento, como fez desde o início, em 2004, quando ainda era consultor jurídico da publicação. Isso levou a CBU a buscar estratégias com advogados que pouco conheciam de Ufologia.
E inconseqüentes porque, mesmo que não tenham sido intencionais, as declarações do advogado prejudicaram um dos alvos cruciais da campanha: o Caso Varginha, ocorrência amplamente conhecida da Ufologia Brasileira, que teve o Exército envolvido na remoção dos destroços de uma nave acidentada e captura de seus tripulantes – fatos apresentados à Nação justamente por Rodrigues. Pois sua denúncia fazia tanto sentido, antes dele mudar de posição, que o próprio Exército tem o caso em seus registros com o codinome “ET de Varginha”. Suas afirmações não somente colocam em dúvida se o episódio tem conotações ufológicas, como jogam nova cortina de fumaça sobre o já espesso manto nebuloso que cobre tal ocorrência, sugerindo que os militares estariam certos em manter o sigilo sobre o que ocorreu no sul de Minas.
Já sabemos que as pastas secretas dos militares vêm sendo abertas em ordem cronológica de classificação, o que sugere que talvez ainda neste ano tenhamos a liberação dos documentos referentes aos anos 80 e 90 – e estes necessariamente devem conter material sobre Varginha, de 1996. Mas, por outro lado, o que pensarão e como agirão os militares do Exército, que mantêm os documentos do Caso Varginha ocultos, quando averiguam o comportamento e as declarações de um dos principais investigadores desta fenomenal ocorrência? Por isso, no mínimo, são falaciosas, inapropriadas e absurdas as declarações do renomado professor de Varginha sobre o que ocorre na Ufologia Brasileira. Tal fato se reveste de maior responsabilidade quando Rodrigues se refere aos ufólogos que mantêm firme o propósito e o estudo de ícones do passado, que sempre mantiveram acesa a chama da verdade, como se fossem atores infantis de suposto religiosismo que só existe no seu pensamento.
Resposta imediata e precisa
Tão logo foi publicada a referida entrevista, eis que surgem no Arquivo Nacional nada menos do que 631 páginas de pura nitroglicerina ufológica, propiciadas pelo Dossiê UFO Brasil e seu anexo, apelidado pelos ufólogos de Vírus do Macaco. Estas informações, enviadas pelo Ministério da Defesa aos arquivos públicos, através do Comando da Aeronáutica, representam mais que o dobro do que havia sido disponibilizado nos dois lotes anteriores, enviados pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), liberados para consulta pública respectivamente em outubro e dezembro de 2008.
O novo lote contém um filme super-8 mm e um calhamaço de papéis dividido em 12 volumosas pastas. Se tudo isso não traz a prova material que querem os críticos da presença alienígena na Terra, tal como o advogado de Varginha – ou seja, pegar um disco voador com as próprias mãos ou entrevistar um ET frente a frente para acreditar na sua origem extraterrestre –, por outro lado confirma inquestionavelmente a existência de provas circunstanciais da presença alienígena no nosso planeta. E mais, a campanha mostra mais uma vez que não só a Ufologia Brasileira caminha a passos largos e corretos para se tornar um estudo respeitado, como também garante que estavam e estão certos pioneiros como Irene Granchi, general Alfredo Moacyr Uchôa, Guilherme Wirtz, José Victor Soares, Fernando Cleto Pereira, Flávio Pereira, Húlvio Brant Aleixo e tantos outros grandes nomes de nossa história.
O Governo Federal demonstrou que reconhece o trabalho dos ufólogos
Citados um a um nos novos documentos até então guardados a sete chaves pelos militares da Aeronáutica em seus quartéis (exceto José Victor Soares), estes ufólogos de altíssimo gabarito afirmaram e continuam a assegurar ser a hipótese extraterrestre a mais coerente para explicar o Fenômeno UFO, derrubando de uma vez por todas a argumentação dos céticos. Estes não se sustentam com sua pouca convicção e precisam dos holofotes que a própria Ufologia lhes proporciona – mas agora, ao que parece, ficarão calados por tempo considerável, enquanto as provas desfilam sob seus estupefatos olhos.
Bem, chega de falar dos pessimistas e das equânimes contrapartidas, pois não foi para isso que escrevemos estas palavras. A crítica aos erros cometidos por céticos obtusos e por investigadores que antes possuíam uma opinião, e agora, sem motivos justif
icáveis, giraram a 180º de suas antigas posições, é salutar e merecida, mas as atuais palavras não vieram para retroagir nos erros e continuar criticando em cima de futilidades que não levam a nada, mas sim para apontar os acertos edificantes dos grandes investigadores da Ufologia, mostrando os fatos positivos que comprovam a retidão dos seus estudos.
Como disse o juiz Louiz Brandeis, da Suprema Corte dos Estados Unidos, falecido em 1941, “a luz do Sol é o maior desinfetante”. Hoje, atualizando o sábio magistrado, podemos afirmar que a luz dos discos voadores tem igual poder. Os fatos nos fazem repetir que a farsa acabou e as máscaras foram depostas, e quando elas caem, a verdade prevalece. É assim que o universo conspira a favor daqueles que buscam com temperança, mas objetiva e insistentemente, a verdade. Sem sombra de dúvidas, este é um dos lemas mais caros aos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). A globalização e o avanço dos meios de comunicação mostram que os cidadãos se tornaram testemunhas vivas de que as mudanças são tanto mais radicais quanto mais o tempo passa.
Parâmetros de comparação histórica
Vivemos, hoje, no alvorecer do terceiro milênio, uma situação tão peculiar que o passado parece brincadeira. A ciência está em constante evolução. Contudo, entre os aficionados pela pesquisa dos objetos voadores não identificados, os parâmetros para comparação histórica se mostram frágeis frente à velocidade com que as informações de outras áreas correlatas – como a astrofísica, a astrobiologia e a própria astronomia – chegam a seus interessados. Os ufólogos se perguntam como a Ufologia, tão discriminada pelo meio acadêmico e esfacelada em alguns ramos – como a Ufoarqueologia e a Exopolítica –, não consegue acompanhar o ritmo frenético das suas irmãs. Alguns diriam que é devido ao fator social que a Ufologia leva em seu bojo.
As ciências sociais, como sabemos, praticamente não mudaram desde que foram criadas. Mas, então, o que dizer de outros ramos correspondentes, como a Exobiologia e a física dos UFOs, que questionam as outras formas de vida no universo e se debruçam sobre os aspectos teóricos que permitem máquinas poderosas chegarem ao nosso planeta, vindas de distâncias incomensuráveis? Não há como negar que, se eles estão aqui, possuem métodos de transporte tão complexos que fazem nossas ciências exatas parecerem brincadeira de criança. A resposta para estas questões, que estancam o avanço rápido da Ufologia, pode estar na falta de informação – ou o fato de que a maior parte dela vem de quem menos quer compartilhá-la com os cientistas, quando deveria ser exatamente o contrário, o estado.
Os ufólogos agora aguardam que mais documentos sejam liberados
Em verdade, até bem pouco tempo, a Ufologia se ressentia da pouca velocidade de sua disseminação e da falta de dados concretos para condução de suas pesquisas. Em outras áreas de estudo não é assim, e a história difere em muito do que vivíamos há 10 ou 20 anos. Quando se percebe que a nossa área, que deveria ser um tipo de pólo avançado na fomentação do progresso tecnológico através da informação, se viu durante décadas cerceada e dependente do fornecimento de tão importante matéria-prima, passa-se a entender a dificuldade enfrentada pelos ufólogos. Mas a situação vem evoluindo, uma vez que se optou pela estratégica mudança de conduta na busca pela informação. O uso da lei, aliado à boa pesquisa e à hora certa de entrar com as solicitações junto ao Governo, foi a melhor escolha. É isso que vem fazendo diversas comissões e organizações ufológicas mundo afora, como a CBU no Brasil. E o resultado não custou a surgir, como parecem indicar as recentes revelações governamentais vindas de vários países.
O Brasil, nação com dimensões continentais, ainda sofre com uma democracia nova e incipiente em alguns aspectos, sobretudo em sua estruturação legal, e também por causa dos mandos e desmandos perpetrados pelos administradores da Ditadura Militar. Ainda assim, o país não poderia fugir à tal renovação informativa que toma o mundo. E desta forma, vemos também aqui o reflexo do que ocorre lá fora, com a paulatina abertura de arquivos ufológicos para o público. Só que aqui a iniciativa não partiu do Governo, mas sim da cobrança da comunidade representada por organizações de classe – a Comunidade Ufológica Brasileira –, propiciando a recente abertura de mais este lote de documentos. A liberação destes arquivos originários da Ditadura começou a ser arquitetada logo após a publicação de uma matéria na Folha de São Paulo.
No dia 14 de janeiro, atendendo a um convite da Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência da República, para que este autor comparecesse ao terceiro andar do Palácio do Planalto, prestamos assessoria técnica à resposta que a Casa Civil deveria enviar ao Ministério da Defesa, conforme solicitada no Vírus do Macaco. Dias depois, o ofício nº 33 se encontrava na mesa do doutor Murilo Marques Barbo
sa, assessor especial do ministro Nelson Jobim, da Defesa. E, em 04 de maio, nova porção do que fora solicitado estava disponível para o cidadão brasileiro, no Arquivo Nacional. O conteúdo dos 12 envelopes que este autor encontrou junto do também conselheiro especial da Revista UFO Roberto Affonso Beck está descrito nestas páginas. Para que se tenha idéia de como chegamos até este ponto, vale apresentar um pequeno histórico. Toda a documentação hoje disponível é fruto de incansável trabalho que teve início em 1997, após o I Fórum Mundial de Ufologia. Trata-se de um verdadeiro movimento que tomou novo rumo em 2004, depois que houve a renovação da CBU e a inclusão do Caso Varginha nas reivindicações dos ufólogos. Naquele ano teve início a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, cuja estratégia de ação junto ao Governo mudara radicalmente, em relação à sua fase inicial. Ela nasceu do inconformismo crescente dos ufólogos frente à indiferença das autoridades brasileiras.
Mais de 70 mil assinaturas
Passamos seis anos sem respostas à Carta de Brasília, que teve apoio e assinatura de todos os conferencistas presentes no Fórum de 1997, e foi entregue ao então senador José Roberto Arruda, hoje governador do Distrito Federal. Segundo declarações de Arruda, na época chefe do Governo no Senado, “o documento seria entregue pessoalmente ao presidente no dia seguinte”. Nunca soubemos se ele a leu de fato. Mas a campanha seguiu seus objetivos de mobilizar os interessados pelo tema e pelas reivindicações, tudo colocado nos devidos termos em sites, panfletos distribuídos ao público em eventos específicos e em congressos ufológicos.
Em poucos meses o movimento atingiu número significativo de assinaturas, assim como apoio quase total dos integrantes da Comunidade Ufológica Brasileira e de outros ramos do conhecimento paracientífico e até científico nacional. No início de 2005 já eram contabilizadas mais de 70 mil assinaturas no abaixo-assinado, assim como a propaganda junto à instituições governamentais começavam a surtir efeito. Em todo este processo, a ajuda da imprensa foi imprescindível.
Em maio deste mesmo ano, a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) foi convidada pelo Comando da Aeronáutica, junto com o jornalista da Rede Globo Luiz Petry, a checar alguns dos documentos pretendidos pelos ufólogos em sua campanha. Então, veio a histórica visita ao Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), no dia 20, onde o Manifesto da Ufologia Brasileira – um documento reafirmando o que fora solicitado na Carta de Brasília – foi entregue aos militares. Em seguida, no Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), a CBU teve acesso exclusivo a algumas pastas confidenciais. A visita foi fartamente difundida na mídia e nos meios especializados. Comemorada por todos, mostrou-se fato inédito na Ufologia Mundial, e sugeriu a possibilidade de termos em mão os papéis vistoriados. Os membros da CBU se transformaram em provas públicas de que os militares brasileiros realmente se interessavam por fenômenos ufológicos e tinham a prova dos mesmos – e não podia ser diferente, apesar das dúvidas de alguns pesquisadores.
Vencida esta primeira batalha, a CBU planejou a segunda parte do projeto. Aguardaria nova manifestação do Ministério da Defesa, no intuito de, primeiro, obter a liberação dos documentos vistoriados e dos demais que, por uma questão de tempo, não nos foram mostrados na citada visita. Seguindo o plano, se tentaria iniciar conversações para a formação de um grupo misto de ufólogos civis e militares, visando estudar os antigos e pesquisar novos casos ufológicos. Era o que pedia o Manifesto da Ufologia Brasileira. Contudo, o velho problema da falta de comunicação e informação governamental novamente se impôs, e outra vez os ufólogos ficaram a ver navios, agora durante mais dois anos. Em novembro de 2006, após uma reunião dos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) em São Paulo, uma nova ação deveria ser posta em prática para que os objetivos da campanha lograssem seu segundo êxito.
Novas estratégias
No encontro foi estipulado que o Caso Varginha continuaria entre os episódios cuja abertura seria requisitada até o fim. Na impossibilidade de se contar com a ajuda de alguns ufólogos brasileiros e com as provas contidas em gravações dos militares do Exército envolvidos no caso, em seu poder – ao contrário do uso dado às declarações do coronel Uyrangê Hollanda, sobre a Operação Prato –, procuraríamos outras formas para sensibilizar as autoridades. Ficou também decidido que deveríamos acionar instâncias superiores da burocracia governamental para, a princípio, abrir os primeiros arquivos – esta seria a parte inicial da ação, a que serviria de base para os casos mais complicados.
A engrenagem entrou em movimento um ano depois, com o protocolo do Dossiê UFO Brasil na Casa Civil da Presidência da República e em mais seis instituições da esfera federal, respectivamente em 26 de dezembro de 2007 e 02 de janeiro de 2008. A resposta do Governo veio nos dias 31 de outubro e 14 de dezembro de 2008, quando foram enviados ao Arquivo Nacional boa parte dos registros da Aeronáutica catalogados entre 1952 e 1969. Em seguida, foi liberado também aquele que é, segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o único registro ufológico do antigo Serviço Nacional de Informação (SNI), a atual Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Foi então que caiu nas mãos dos ufólogos uma inédita versão da Operação Prato, investigada por agentes civis de um dos mais temidos órgãos da ditadura militar. Quando entrevistado por A. J. Gevaerd e Marco Antonio Petit, editor e co-editor da Revista UFO, em 1997, Uyrangê Hollanda já havia afirmado que o SNI participara daquela que virou uma das mais famosas missões militares de investigação ufológica de que se tem conhecimento. E agora aparecia mais uma prova inquesti
onável de que ele não mentia [Veja edição UFO 152].
O Vírus do Macaco
Mas as ações da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já não poderiam parar por aí. Cientes da primeira fresta aberta na política brasileira de acobertamento militar, a CBU, entremeada por várias ligações telefônicas entre este autor e a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil, aguardou pacientemente a manifestação do Governo sobre o que fora enviado ao Arquivo Nacional, para posteriormente darmos nosso parecer. Na segunda-feira, 05 de janeiro, tal parecer – já apelidado de Vírus do Macaco – foi enviado à SAJ. O documento relacionava vários casos faltantes no primeiro lote vindo do Comando da Aeronáutica principalmente a versão oficial daquela arma para a Operação Prato. Ora, como podia o SNI liberar uma versão e a Aeronáutica manter a sua em sigilo? Este era o argumento do Vírus do Macaco, imbatível. Além de contar como anexo com a pasta vinda do SNI, havia também no documento a entrevista completa de Hollanda, gravada em DVD.
Na semana seguinte, domingo dia 11, saía estampada no Folha de São Paulo, com anúncio de capa e matéria de página inteira, a façanha dos ufólogos brasileiros ao abrirem documentos confidenciais sobre discos voadores. A matéria, assinada pelo repórter Fernando Rodrigues, trazia também a declaração de que nova solicitação fora feita à Presidência da República, e que se o Governo não cumprisse a Lei, um mandado de segurança a ser impetrado no Supremo Tribunal Federal era a saída da CBU para conseguir a documentação solicitada. Exatamente cinco meses depois, outros 12 envelopes contendo documentos da década de 70 foi para o Arquivo Nacional, entre eles 130 depoimentos colhidos na Operação Prato, contidos na pasta nº 10.
A impressionante e extensa lista de casos pesquisados pela Aeronáutica e enviados ao Arquivo Nacional ainda não é tudo que foi solicitado no Dossiê UFO Brasil. Existem também muitos arquivos desta mesma década de 70 e anteriores que não foram desclassificados e liberados pelo Ministério da Defesa. Para se ter uma idéia, apenas os arquivos classificados como reservados e confidenciais, que têm respectivamente cinco e 10 anos de ressalva, segundo a Lei 11.111, foram liberados para consulta pública. Nenhum documento com carimbo secreto ou ultra secreto foi enviado ao Arquivo Nacional até agora, mesmo que já tenham se passado mais de 30 anos do fim da citada década – tempo máximo de ressalva de qualquer documento, ufológico ou não.
Novas liberações em breve
Também não estão descritos na documentação liberada casos de abdução estudados pelas autoridades, e sabemos que eles existem. Como igualmente não foram enviadas mais fotos da Operação Prato, e muito menos as filmagens em super-16 mm, que remontariam mais de 16 horas de gravação. O que é pior é que nenhum caso do Exército e nem da Marinha foi liberado por esses comandos. Enfim, todas as informações liberadas serão catalogadas nos anais da Ufologia Brasileira, mas as que faltam continuarão a serem cobradas. E a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) aguarda para breve um comunicado oficial da SAJ, informando do material liberado. Após isso, providenciaremos nova carta em resposta, nos moldes do que foi colocado no Vírus do Macaco, o que deve ocorrer ainda em junho. No novo documento, evidenciaremos todas as questões levantadas, que continuam tão atuais quanto necessárias de resposta. Ao mesmo tempo, concentraremos nossos esforços na liberação dos documentos das décadas de 80 e 90, até que se chegue nos anos 2000 – sem nos esquecermos, é claro, que o Ministério da Defesa não é só composto pela Aeronáutica. Como se diz em outro velho ditado, “há muito mais coelho nesse mato”.